Ully por May Poetisa
Domingo
8.
Zípora insistiu e entregou-me a chave do seu carro.
- Qual é o modelo deste seu veículo? (Questionei acomodando-me no assento do motorista).
- New smart fortwo da Mercedes-Benz (ela respondeu enquanto colocava o cinto de segurança).
- Já notei que prefere carros pequenos (comentei, já que o dela é só para duas pessoas).
- Sim, fico mais tranquila na hora de estacionar, evito acidentes como arranhões ou até mesmo quebra de retrovisor, por exemplo (falou displicente).
- Zípora, você já teve problemas como estes que citou? (Perguntei com curiosidade).
- Pior que já. Sou uma negação quando o assunto é baliza, já deixei o carro da minha mãe, repleto de riscos, adquiridos no portão da garagem e em postes. Quando fui a responsável pela quebra do retrovisor do carro do meu pai, decidi ter um carro pequenino como este.
- Nossa.
- Ainda bem que só te contei isso agora, caso contrário você nem teria entrado no carro comigo (disse brincalhona).
- Você é uma boa motorista (elogiei).
- E você também. Vou te direcionando com relação ao trajeto.
- É próximo, sei chegar até em casa.
- Antes quero te levar em dois locais (falou em tom de suspense).
- Devo temer?
- Não! Pode ficar tranquila e comigo estará segura, não farei nada sem o seu consentimento (afirmou e sorriu).
Fiquei sem saber o que dizer, totalmente sem reação, foquei minha atenção em dirigir, seguindo as suas orientações.
- Vou ser sua guia turística na ‘cidade sanduíche’ ou ‘cidade sem limites’, como muitos chamam. Hoje o roteiro é mais voltado para a natureza, já que fomos ao Jardim Botânico e agora a ideia é assistirmos ao pôr do sol.
- Que sorte a minha por ter uma excelente guia turística e a propósito aprecio muito a natureza. Obrigada por ser tão legal comigo.
- Disponha! Vamos estacionar ali (ela disse apontando para uma vaga na rua mesmo).
Sentamos em um banco de madeira e ficamos em silêncio assistindo ao pôr do sol. Eu não queria que aquele dia acabasse, pois, estava adorando a companhia dela. Ficamos por ali por uns trinta ou quarenta minutos. Depois ela assumiu o volante e fomos ao Alameda Quality Center.
- Ully, gosta de pizza?
- Sim!
- Então, você vai adorar a daqui, pois, a massa é muito boa, crocante e o recheio delicioso.
Ela tinha razão e eu adorei. Para completar no restaurante ainda tinha um pianista muito talentoso.
- Zípora, você vai me achar boba (falei acanhada).
- Diga! (Falou me olhando nos olhos).
- Eu não queria que este domingo acabasse.
- Nem eu, não sou muito fã das segundas (ela contou).
- Não por isso (respondi sem graça).
- Por qual motivo?
- É que estou gostando muito de estar na sua companhia (revelei).
- Linda, eu também e quero que tenhamos oportunidade de muitos passeios juntas. Se depender de mim, saiba que não vão faltar oportunidades.
- Que bom. Você quer algo mais, ou já posso pagar a conta?
- Nada disso.
- Você já gastou com combustível. Então eu pago a nossa comida.
- Ok, vá até o caixa e tente (disse com ar de chacota).
Levantei e fui até o caixa. Sem sucesso. Voltei e a repreendi.
- Engraçadinha.
- Eu te avisei.
- E agora eu estou te avisando, da próxima vez vamos em um local que eu possa pagar. Combinadas?
- Tudo bem.
Eu não consegui pagar a conta, pois, o estabelecimento pertence ao senhor Douglas. Descobri após a tentativa de pagar o que consumimos.
- Por favor, feche a conta da mesa 11, vou pagar no débito.
- A senhorita está junto da Zípora, aqui ela não paga e seus amigos também não.
- Como assim?
- Moça o restaurante chama-se Forneria Tonelli. O proprietário, o senhor Douglas é tio e padrinho dela (a moça esclareceu).
- Obrigada!
Desta vez quando entramos no carro, ela ligou o som e juntas com a Rita Lee cantamos:
“Amor é um livro/ Sexo é esporte/ Sexo é escolha/ Amor é sorte/
Amor é pensamento/ Teorema/
Amor é novela/ Sexo é cinema
Sexo é imaginação/ Fantasia/
Amor é prosa/ Sexo é poesia
O amor nos torna Patéticos
Sexo é uma selva de epiléticos
Amor é cristão/ Sexo é pagão
Amor é latifúndio/ Sexo é invasão
Amor é divino/ Sexo é animal
Amor é bossa nova/ Sexo é carnaval
Oh! Oh! Uh!
Amor é para sempre/ Sexo também
Sexo é do bom/ Amor é do bem
Amor sem sex*/ É amizade
Sexo sem amor/ É vontade
Amor é um/ Sexo é dois
Sexo antes/ Amor depois
Sexo vem dos outros/ E vai embora
Amor vem de nós/ E demora
Amor é cristão/ Sexo é pagão
Amor é latifúndio/ Sexo é invasão
Amor é divino/ Sexo é animal
Amor é bossa nova/ Sexo é carnaval
Oh! Oh! Oh!
Amor é isso/ Sexo é aquilo
E coisa e tal/ E tal e coisa
Uh! Uh! Uh! Ai o amor”.
Nós nos despedimos na frente da minha casa, com um abraço e logo que entrei em casa, já senti saudades dela. Tomei banho pensando nela, adormeci e também sonhei com ela. Algo no meu íntimo pede para que eu me mantenha perto dela, não sei por qual razão, talvez seja, por conta da solidão, pela primeira vez estou morando longe da minha família, em uma nova cidade e ela se apresentou com tanta disposição. Sinto anseio em ter a amizade. Zípora é bela demais, inteligente, simpática, interessante, alegre e intensa.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
Anny Grazielly
Em: 23/12/2020
Ziporaaaaaaaaa.... vc conquistou o coração de Ully... e a bichinha nem sabe que isso ja eh paixão... rsrsre
Resposta do autor:
Anny, como vai?
Estou relendo a história e ao ler seu comentário pensei que até o meu ela conquistaria viu pq é tão fofa!
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Mille
Em: 22/07/2018
Olá querida May
Ziporia conquistando o encanto da Ully e a amizade se fortificando. Um querer estar perto sempre talvez a Ully sofra para aceitar quando a Zi se declarar ou podemos nos surpreender com Ully.
Bjus e até o próximo capítulo
Resposta do autor:
Em breve vamos descobrir ;)
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