• Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Cadastro
  • Publicar história
Logo
Login
Cadastrar
  • Home
  • Histórias
    • Recentes
    • Finalizadas
    • Top Listas - Rankings
    • Desafios
    • Degustações
  • Comunidade
    • Autores
    • Membros
  • Promoções
  • Sobre o Lettera
    • Regras do site
    • Ajuda
    • Quem Somos
    • Revista Léssica
    • Wallpapers
    • Notícias
  • Como doar
  • Loja
  • Livros
  • Finalizadas
  • Contato
  • Home
  • Histórias
  • Encontros & Despedidas
  • Capítulo 4

Info

Membros ativos: 9524
Membros inativos: 1634
Histórias: 1969
Capítulos: 20,491
Palavras: 51,957,181
Autores: 780
Comentários: 106,291
Comentaristas: 2559
Membro recente: Thalita31

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Notícias

  • 10 anos de Lettera
    Em 15/09/2025
  • Livro 2121 já à venda
    Em 30/07/2025

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Recentes

  • Entre nos - Sussurros de magia
    Entre nos - Sussurros de magia
    Por anifahell
  • 34
    34
    Por Luciane Ribeiro

Redes Sociais

  • Página do Lettera

  • Grupo do Lettera

  • Site Schwinden

Finalizadas

  • A Ilha do Falcão
    A Ilha do Falcão
    Por Vandinha
  • Guerra
    Guerra & Paz
    Por Etoile

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Encontros & Despedidas por GLeonard

Ver comentários: 0

Ver lista de capítulos

Palavras: 1336
Acessos: 879   |  Postado em: 02/07/2018

Capítulo 4

            Odiava ter que fazer corte na folha de pagamento, mas era necessário. No último ano a empresa amargara resultados negativos, e os acionistas agora exigiam que medidas mais austeras fossem tomadas, e não havia como mudar esse panorama sem desativar uma das fábricas, a unidade que tinha se transformado em um peso morto há alguns anos.

Embora Caio soubesse que o início da crise tenha sido justamente o retardo do fechamento daquela unidade, não conseguia esquecer os duzentos e quarenta funcionários que teriam de ser dispensados. Ela tinha sido a segunda fábrica criada pelo pai que, até pouco antes de morrer, ainda circulava pelo local, chamando pelo nome cada um dos que ali trabalhavam. Muitos filhos dos primeiros funcionários da fábrica, aberta há mais de cinquenta anos.

            Precisaria, antes de desativar a unidade, conversar com seu conselheiro jurídico, e o gerente de recursos humanos, garantindo que todos os aspectos legais fossem cumpridos e que pudesse estimar as cifras totais que as indenizações alcançariam.

            Com o peso da decisão pressionando-lhe os ombros, recostou-se na cadeira, fechando os olhos. Precisava respirar fundo, silenciar o coração e agir racionalmente. Era isso que os acionistas esperavam dele. Pensando no quanto precisara endurecer para manter-se à frente do império deixado pela família, lembrou-se, mais uma vez, que Ellen rira escancaradamente dele, a primeira vez que o vira de terno e gravata, fingindo ser um grande homem de negócios. Ela o conhecia bem demais para se impressionar com o falso ar austero que tentava impingir a si mesmo. “Você não leva o menor jeito pra isso. Tem coração mole.” Dissera na época. Quase quinze anos tinham se passado, mas ainda era aquele garoto cuja gravata o asfixiava, e cujas mãos suavam cada vez que devia tomar uma decisão tão difícil quanto a que precisava.

            Tentava não pensar na mulher fantástica por quem tinha sido apaixonado na adolescência. Agora ela estava perdendo os movimentos, e isso era algo que, por mais que quisesse, afinal fatalidades não têm explicações lógicas, não conseguia. No mínimo era uma ironia do destino, alguém como Ellen, tão cheia de vida, ser tolhida de se mover.

            Passou as mãos pelos cabelos, agora mais grisalhos que devidos, pois tinha apenas quarenta e quatro anos, e cruzou os longos dedos atrás da cabeça, que latej*v*. Precisava ficar de olhos fechados um pouco, talvez a sensação de queimação no estômago passasse. Devia ter-se lembrado de, a caminho do escritório, passar em uma farmácia para comprar antiácido. Faria isso antes de ir para casa, do contrário não conseguiria jantar, nem dormir, pois tinha certeza de que a dor aumentaria no cair da noite. E compraria um estoque extra, para a viagem à Palhoça, porque, além de ter que ver a amiga numa cadeira de rodas, ainda encontraria a mulher por quem tinha resolvido assumir os negócios da família, para impressioná-la. Alicia, por certo, estaria lá e, provavelmente, acompanhada do marido, que a tinha roubado dele, apenas com conversa mole, típica de intelectualóide da classe média.

***

            Em quinze minutos fecharia o horário para envio de matéria. Tinha que terminar o artigo para a edição do jornal do dia seguinte. Perdera tempo demais, deveria tê-la concluído há horas, mas ficara olhando o cursor piscar na tela do notebook, sem que conseguisse escrever um parágrafo que fizesse sentido para um leitor leigo. Pensou há quanto tempo era comentarista político. E desempenhara tão bem essa função que seu nome estava sendo cogitado para assumir a chefia da redação.  Sabia que nos próximos meses o jornal passaria por uma reestruturação, quando o atual editor chefe deixaria o cargo para se aposentar.

            Não perderia essa oportunidade. Em verdade, pautara toda a sua carreira almejando justamente aquele cargo, mesmo que isso, até pouco tempo, fosse visto como um sonho, porque até então nenhuma mulher ocupara cargo semelhante. Mas bastou Jill Abramson assumi-lo no New York Times, um dos jornais de mais prestígio no mundo, para que outras jornalistas talentosas fossem plausíveis concorrentes nas terras tupiniquins.

            Entretanto, se quisesse seguir no páreo, restava-lhe poucos minutos para formular um texto com, no mínimo oitocentas palavras, para descrever os bastidores da eleição do presidente da comissão de direitos humanos da câmara federal, e falar do lobby da bancada fundamentalista, que até os últimos minutos tentou tornar elegível um dos seus séquitos homofóbicos, para, ironicamente, presidir uma comissão cujo escopo é a proteção de minorias.

            Refletindo sobre a questão de gênero, Alicia lembrou-se do telefonema que recebera no dia anterior, da esposa de sua melhor amiga. Por certo, Ellen e a mulher tinham acompanhado os debates sobre a eleição da comissão, embora não fossem militantes, jamais tinham escondido suas preferências sexuais. E tão logo a lei permitiu que cartórios de registros civis, no País, realizassem a conversão de união estável de pessoas do mesmo sex* em casamento civil, Ellen tinha oficializado o relacionamento com Renata, tendo tido como testemunhas Fernando e Amanda, Bruna e Caio, ou seja, o irmão de Ellen e os velhos amigos do casal e seus.

            Ao perceber que divagara, e o tempo para o envio da matéria tinha se esgotado, Alicia entrou em pânico. Por certo, agora, seu principal concorrente à vaga de editor chefe, aproveitaria a deixa para desqualificá-la. Sentiu nojo do colega, não por vê-lo como ameaça ao seu futuro jornalístico, mas pela postura retrógrada no trato de algumas questões, as relações homoafetivas dentre elas, embasado em um discurso evangélico. Como se em existindo uma divindade fosse ela preconceituosa e intolerante, ao invés de sábia e apaziguadora.

***

             Só se permitia chorar quando estava fora de casa, ou longe dos olhos de Ellen. Logo depois de ter descoberto sobre a doença da mulher, entrara em desespero, não pelo fato de que pudesse ficar gradativamente paralisada e com isso viesse a se transformar num peso. Amava-a tanto, que era egoísta, preferia tê-la ao lado, mesmo que praticamente imóvel, do que não senti-la mais de jeito nenhum. Sabia que Ellen não aceitaria se transformar num vegetal, e era justamente isso que mais a assustava. O medo de que mais cedo ou mais tarde a mulher tomasse uma atitude radical para abreviar o sofrimento.

            Às vezes durante a noite, depois que Ellen adormecia, se permitia chorar baixinho, imaginando como seria não ver o contorno do corpo da mulher no quarto às sombras. Como seria não mais ouvir a respiração ritmada próximo a seu pescoço, ou não sentir seus braços em suas costas, suas pernas entrelaçadas às suas, aconchegando-a, e pudesse dormir com a sensação de estar protegida.

            Sabia que Ellen também estava travando uma luta consigo mesma. Nunca fora uma pessoa de lamentar qualquer infortúnio. Ao contrário, na maioria das vezes beirava à frieza. Via as coisas sem necessidade de alegoria. Com a profissão, aprendera a ser ainda mais controlada, via diariamente a fragilidade e a efemeridade da vida. E, por não acreditar em nada referente à espiritualidade, encarava o nascimento e a morte como eventos naturais. Tampouco acreditava em paraíso e inferno. Cria que a existência por si só era um fato isolado, e que não havia nenhum mérito em agir de maneira justa e bondosa, esperando uma recompensa divina, ou com receito de um julgamento divino. Para Ellen, todos os atos deviam ser pautados na equidade, em fazer o bem simplesmente por ser isso o certo.

            Apesar disso, algumas vezes, a mulher não conseguia controlar o humor ácido, principalmente, quando ouvia discursos religiosos ou análises psicológicas ridículas. Mesmo compreendendo que os seres com os quais interagimos se encontram em estágios de evolução e entendimento diferentes, impaciente, tentava forçá-los, através de tiradas sarcásticas, à ampliarem seus horizontes mais rapidamente.

Não raro, percebendo problemas recorrentes no comportamento dos amigos mais próximos, terminava dizendo-lhe algo sem a menor sutileza, impactando-os num primeiro momento. Depois tendo de admitir que a amiga tinha razão. Talvez por essa característica, tinha sido o elo que mantivera o grupo unido. Embora raramente se reunissem, bastava chamá-los, como agora, que desmarcavam qualquer compromisso para atende-la.

Fim do capítulo

Notas finais:

Até a próxima postagem. 

Em tempo, nos próximos capítulos a história fica menos densa, e os personagens passam a interagir mais, as relações se redimensionam, e o clima esquenta um pouco (romances no ar). Risos. Sei que por enquanto o clima está bem pesado, mas a ideia é justamente essa, o repensar o tempo que se passa sobre esse planeta, a qualidade e a forma com que nos relacionamos com o outro, e o peso desse entrelaçamento de existências.

 

Please, sigam me dando feedback, mesmo que mais por e-mail, como tem acontecido. 

Muito obrigada.

Grande abraço.


Comentar este capítulo:
[Faça o login para poder comentar]
  • Capítulo anterior
  • Próximo capítulo

Comentários para 4 - Capítulo 4:

Sem comentários

Informar violação das regras

Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:

Logo

Lettera é um projeto de Cristiane Schwinden

E-mail: contato@projetolettera.com.br

Todas as histórias deste site e os comentários dos leitores sao de inteira responsabilidade de seus autores.

Sua conta

  • Login
  • Esqueci a senha
  • Cadastre-se
  • Logout

Navegue

  • Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Ranking
  • Autores
  • Membros
  • Promoções
  • Regras
  • Ajuda
  • Quem Somos
  • Como doar
  • Loja / Livros
  • Notícias
  • Fale Conosco
© Desenvolvido por Cristiane Schwinden - Porttal Web