Capítulo 28 Um pedaço do Passado
Olhei a para o rosto parcialmente iluminado pelo dourado do sol, reluzindo uma pequena gota do sumo da fruta que escorreu do canto dos lábios vermelhos de Weldblemel, a gota percorria um caminho calmo pelo pescoço até o colo em meio aos seios me fazendo desviar o olhar para o chão. O desenho feito por aquela pequena gota mexeu como algo interno que já vinha batendo na porta das minhas reações, uma coisa diferente de tudo já sentirá, o pensamento inebriante de percorrer com meu dedo aquele pequeno caminho, na verdade era mais à vontade gritante de toca-la fosse de qualquer modo. Entre os anjos e arcanjos essa necessidade se restringia aos humanos na função básica de reprodução.
Anjos e arcanjos não precisavam se reproduzir embora em suas dadivas assim como em toda a criação, o próprio Deus deu a liberdade e a criatividade para todas as suas criaturas em poder criar coisas novas, assim como ele fez um dia tirando de sim mesmo para sua obra agora concluída. Sendo assim anjos e arcanjos com grande volume de energia e poder para quebrar sua própria graça poderiam criar criaturas e outros anjos. Para tal feito era necessário grande poder; um feito até então realizado por poucos arcanjos como Miguel, Lúcifer, Rafael e Artemide.
O que me intrigava na tal humanidade eram todas aquelas coisas que pareciam invenções de suas próprias mentes distorcendo uma diretriz básica imposta pelo criador: Crescei e multiplicai-vos. Amor seria essa distorção de algo tão básico que ficava enobrecido e grandioso, esse tal amor era poderoso como falavam ou era algo simples e exagerado, na visão daqueles que não foram corrompidos pela desobediência do Caído o tal amor era diferente, amar os seres humanos era igual ou maior que admirar cada detalhe da obra do Pai, era estar repleto de compaixão e carinho que nos direcionava a cuidar e guarda suas vidas, embora eles tivessem muitas falhas e estivesse quase sempre perdidos em sua própria natureza conturbada havia graça em seus acertos e erros, principalmente quando tentavam novamente persistente em seu melhor que provinha da centelha interna da bondade do jardim que um dia perderam por estupidez.
Mesmo esse sentimento gravado como uma diretriz que nos mantinha ali vigilantes em mate-los no caminho ou simplesmente ajuda-los ainda sim amor era diferente para nós, até mesmo aqueles que seguiram meu Irmão e caíram sobre a Terra tinham o amor inebriado e distorcido pela luxuria, egoísmo sem fim, talvez muitas coisas que se opusessem mesmo ao amor de fato, poderia entender que em alguns reinos o amor tinha vários nomes, só que ele sempre foram muito confuso para mim, caótico como tudo no universo só que algo caótico não tem ordem, mas no amor mesmo caótico existe ordem perfeita e imutável, confesso que já passei muito tempo tentando entender mas nada fazia sentindo.
- Khadriel no que você está pensando com tanta veemência? – Perguntou a ninfa olhando para mim curiosa.
- Estava pensando sobre muitas coisas diferentes – Sorri para ela tentando esconder a verdade por trás do que me levou aquela reflexão.
- Me diga uma então – Ela insistiu retribuindo com um sorriso.
- Estava pensando sobre as coisas caóticas que não parecem caóticas no universo – Resumi o final de meu pensamento.
- Estava pensando sobre amor? – Meus olhos se arregalaram e desviei o olhar para um pequeno pássaro sobre o galho de uma arvore frutífera – Não precisa se envergonhar – Era surpreendente como muitas coisas entre mim e ela não precisam ser ditas para que ela soubesse ou vice-versa.
- Não é vergonha – Tentei parecer segura sem olhar nos olhos dela – é apenas respeito – Cocei a cabeça.
- Eu sei que me respeita Khadriel e por isso podemos conversa sobre tudo – Ela se recostou no tronco da arvore e me fitou analítica, ajeitou os cabelos todos para lado esquerdo jogando sobre os ombros e espalhando seu aroma de frutas e flores pelo ar, de imediato prenderam minha atenção sobre cada movimento.
- Eu nem sei pelo que começar com esse assunto Weld – Confessei olhando os fios dourados desliarem tranquilamente pelo ombro e braço como uma dança hipnotizante.
- Pode começar pelo que iniciou sua reflexão agora – Ela deu de ombros.
- Não – Eu me assustei com sugestão imaginado que ela poderia pensar sobre o que me levou aqueles pensamentos, ela arqueou a sobrancelhas espantada com meu não tão rápido e autentico – Digo – Tentei arrumar a reação espontânea – Não acho que seja uma boa ideia falar sobre amor, me parece conturbado que gera muitas dúvidas, eu sou Arcanjo não posso ter dúvidas.
- Lá vem – Ela levantou sacudindo a cabeça negativamente – os murros da moralidade, Khadriel só posso te dizer que tem que abrir essa sua mente.
- Está falando com Lúcifer agora – Levantei no ímpeto de segui-la onde fosse.
- Não me compare com ele Khadriel, embora ele tenha poucos motivos justificáveis ainda sim faz coisas horrendas, talvez nesse aspecto ele não esteja tão errado assim – Ela começou a caminhar e eu a segui.
- Desculpe a comparação, não foi minha intenção ofende-la, apenas... – Ela parou se voltou para mim e eu me calei instantaneamente.
- Khadriel – Ela se aproximou movimentou os lábios, mas nenhum som saiu, parecia querer me dizer ou contar algo que aos poucos me pareceu menos e menos sem coragem para concluir, instintivamente olhei sua mão e a peguei com carinho para dar segurança e conforto – Eu amo esse seu jeito nobre que sempre pede desculpas até pelas coisas que não precisam de desculpas, amar as coisas em você não é caótico e nem me gera dúvidas, somente certezas.
- Certeza sobre o que? – Questionei curiosa.
- Certeza de que agora você é uma parte fundamental da minha vida que não quero perde – Ela segurou com mais firmeza minha mão e seus olhos eram intensos em me fitar, estavam carregados com algum sentimento que não entendia completamente, mas que dentro de mim gritava para sair – Vamos lá no rio – Ela mudou de assunto e saiu me puxando para a direção do rio.
Na margem do rio de águas claras e límpidas que refletiam como um espelho o céu e suas nuvens de algodão, ela mergulhou linda e cheia de vontade nadando na direção da cachoeira que ficava ali dou outro lado.
Sentei-me sobre uma pedra próximo a margem e fique olhando enquanto ela se divertia e aproveitava a natureza, como sempre eu apenas admirava sua paixão pelas águas ou pela natureza em si.
- Por que sempre vem com ela, mas não entra na água Khadriel? – Pergunto a jovem ninfa de cabelos castanhos escuros; irmã de Weldblemel ao se aproximar da beirada do rio.
- Acho mais fascinante admirar a felicidade dela – Confessei sincera.
- Admirar minha irmã... – Ela cruzou os braços analisando-me – Faz isso com muita frequência, vela até o sono dela as vezes – Eu erubesci ao perceber que Fewunele estava atenta as minhas visitas noturnas frequentes – Você não dorme? – Ela quis saber.
- Não, tenho que estar vigilante sempre – Cocei a cabeça e olhei para Weldblemel na cachoeira – acha estranho o fato de que eu vele o sono de tua irmã? – Quis saber um pouco encabulada.
- Acho muitas coisas estranhas entre vocês duas, mas essa de longe me parece a mais normal – Ela estava tranquila olhando o céu com suas nuvens fartas e brancas – Seja sincera para comigo Khadriel, o que sente de fato pela minha irmã?
- ah... – Cocei a cabeça nervosa para com a pergunta olhei os pequenos peixes deslizando pela agua ali próximo de mim como uma dança perfeita – Não sei bem como descrever para você, pode parecer estranho e acredite eu acho isso as vezes dos meus próprios pensamentos, gosto muito dela – Fitei novamente a ninfa alheia ao nosso assunto e meu coração deu uma leve batida forte quando parei aqueles poucos segundo para admirar cada movimento dela – digo... desde o primeiro instante eu quis fazer parte da vida dela e isso vêm aumentando, algumas vezes chego a pensar que mesmo todo o tempo livre que passo aqui ainda não suficiente, parece esquisito né? – Desviei olhar assustada com minha conclusão.
- Não acho esquisito, na verdade faz todo o sentindo – Ela passou a mão despreocupada sobre o cabelo – já disse isso a ela? – Questionou.
- Não sei se devo dizer essas coisas para ela, me parece inapropriado.
- Inapropriado é não dizer o que sente para minha irmã – ela levantou-se e saiu andando para o bosque sem dizer mais nada.
Tirei minhas botas ainda intrigada com que a ninfa de cabelos castanho havia me sugerido, coloquei os pés dentro da água fresca e agitei de um lado a outro olhando movimento da pequena correnteza passado por eles. Soltei um longo suspiro analisando se o conselho deveria ser seguido ou não. Em que momento seria o melhor para dizer aquelas coisas, por mim eu diria nenhum, talvez a momentos atrás quando ela questionou meus pensamentos. Teria isso haver com os pensamentos anteriores
Eu poderia amar Weldblemel de uma forma diferente das outras criaturas e o quanto diferente isso seria, começa a me questionar e questionar não era nada bom.
Weldblemel surgiu entre minhas pernas balançando na água e se apoio nas minhas coxas.
- Que te deu hoje para colocar seus pés na água? – Ela sorria feliz.
- Não faço ideia, quando percebi já estava assim – Dei de ombros.
- Você bem que poderia entrar – Ela sugeriu com falsa inocência.
- Quem sabe no mesmo dia em que quiser voar comigo – Cruzei os braços enquanto ela torceu a cara – Voar é melhor que nadar.
- Não acho – Ela deitou a cabeça sobre os braços apoiados nas minhas coxas – Tenho uma coisa para pergunta – Apoie-me nos braços jogando o corpo para trás e observei quando ela voltou a me fitar e parecia insegura – O solstício de outono está próximo e... – Ela estava realmente insegura de me dizer aquilo – Gostaria de ir comigo? – Falou de uma vez rápido e mergulhou na água e logo voltou me fitando de dentro da água.
- Tem certeza de que é uma boa ideia? – Sentei ereta olhando-a na água – Algumas criaturas têm medo de mim, não quero incomodar... – Ela saiu da água rápido e deu leve beijo na ponta do meu nariz e voltou para a água.
- Khadriel você agora é a criatura mais gentil e respeitosa desse reino, tem até a benção da mãe para frequentar esse lugar, tenho certeza absoluta desse convite.
- Então eu irei com você – Ela sorriu de uma forma tão espontânea que seu rosto se iluminou como um sol e naquele momento, meu coração se aqueceu e quis entrar naquela água apenas para abraça-la.
******
O solstício chegou e havia alguns dias que passei longe de Weldblemel por estar um pouco ocupada com meus deveres de arcanjo, mas consegui termina-las a tempo de ir ao solstício como eu havia dito. Eu estava nervosa com situação, sempre ouvi historia sobre as comemorações de Solstício tanto pelos humanos quanto pelas criaturas das florestas e elementais. Naquela noite especifica seria mais especial pois a lua cheia era uma Lua azul conhecida como lua das fadas, o que significava que os campos periféricos que dividiam as dimensões estariam mais finos e a interação com o plano físico estaria mais fácil para eles.
No meio de uma grande clareira próximo do rio, havia se erguido uma grande fogueira feita pelos faunos, muitas ninfas com cestas fazendo suas oferendas para Gaia que estava sentada em um simples tronco de carvalho; batendo palma para os pequenos gnomos dançando ao som das flautas e tamborete dos sátiros. O som da musica se misturava ao som dos instrumentos de corda dos humanos em outro plano que ecoava pelo fundo do bosque, era uma linda sincronia para ouvidos mais atentos, embora fosse o inicio do outono a noite estava fresca e leve.
A musica que era serena começou a se agitar e todos começaram a dançar numa bela sincronia, as pequenas fadas deixavam suas cores pelo ar se misturando as fagulhas da fogueira subindo para o céu aberto e estrelado, de fato uma noite muito linda.
- Ta escondida aí? – Weldblemel pegou minha mão e puxou para mais próximo – cheguei até pensar que não iria conseguir vir.
- Não ia deixar de vim depois do seu convite – Ela sorriu e olhou de cima abaixo para mim.
- Não sabia que tinha outras vestimentas além daquela armadura pesada - referiu-se ao meu sobretudo branco de pano leve – Poderia se vestir assim mais vezes.
- Só em ocasiões especiais – Eu sorri.
- Eu gostei muito – Ela tocou minha veste com delicadeza e me fitou – senti sua falta.
- Também estava sentindo muito a sua falta – Toquei seu lindo rosto com delicadeza e ela sorriu tímida.
Nos dias que fiquei ausente os pensamentos sobre o que Fewunele havia dito me seguiram sem pausa, pensei em que momento seria ideal para seguir aquele conselho e se realmente eu deveria segui-lo. Longe dela as dúvidas eram substituídas pela enorme vontade de apenas vê-la, substituída pela certeza que nenhum espaço de tempo era suficiente para nós duas.
- Vamos beber e comer algo – Ela segurou minha mão com determinação e foi me puxando lentamente para um pouco longe dos outros.
- Mas não para lá – Indiquei com a outra mão a direção dos outros festejando diante da fogueira.
- Tenho uma coisa especial para você – Ela continuou caminhando calmamente segurando minha mão pelo bosque adentro e som de cordas e falatório aumento enquanto as flautas serenas ficavam ao longe, chegamos na margem do rio e a lua gigante refletida na agua como um espelho enorme, seu toma prata azulado tremulando – Hoje eu preciso que você entre na água comigo e te prometo que voou com você – Ela me propôs.
- Tudo bem – Não quis questionar muito os motivos daquela proposta.
- Vamos entrar, a lua já está no lugar certo.
Ela soltou minha mão e entrou na água calmamente então eu a segui até que dentro da água a imagem da lua ficasse exatamente sobre nós. Ela mergulhou e mais uma vez eu segui sem questionar nada e de repente voltamos para superfície, mas estava relativamente diferente.
- Vem - Ela indicou com a cabeça indo para a borda rio onde havíamos entrado – Acho que você nunca andou pelos planos desse jeito – Ela saiu do Rio com seu vestido azul claro quase branco colado no corpo – Estamos no Plano Físico.
- Se queria vim aqui poderia ter me pedido em qualquer dia.
- Nós criaturas de Gaia só podemos vim aqui em noites de Lua azul ou em solstícios -Ela me alertou lembrando das regras.
- Por que? –Quis saber sem saber o real motivos dessas regras.
- Porque acontece isso – Ela pegou minha mão e foi diferente das outras vezes, ela passou a ponta dos dedos sobre as costas da minha mão e uma sensação estranha como um tremor mínimo percorreu meu corpo – Temos corpos físicos então pode sentir de verdade, não se preocupe como veio pelo poder da lua azul esse seu corpo físico não interfere na lei dos anjos andarem sobre a terra, nesse corpo você não tem asas.
- Então eu fico bem tranquila – sem querer eu olhei seu vestido quase transparente colado em suas curvas e de imediato desviei o olhar engolindo em seco, foi quando senti a sensação de sede – Tem um negócio estranho – Passei mão na garganta.
- Sede – Ela disse calma – Vem – Ela me puxou mais uma vez para dentro do bosque e o som dos acordes ficaram mais altos e vozes e risos também.
A iluminação cresceu e quase no mesmo lugar que na Terra de Gaia a fogueira das sacerdotisas humana estava acesa com elas dançando sem pudor algum, alguns homens tocavam animados e sorrindo, crianças corriam e brincavam como as fadas do outro lado. Percebi que já estava ali entre as mulheres algumas outras ninfas dançando e comendo e nenhum dos humanos percebeu nossa diferença.
Sentamos em um tronco e uma jovem de cabelos encaracolados trouxe um copo de barro cheio de um liquido escuro, eu senti um aroma de uva fermentada e bebi um gole insegura, o gosto queimo um pouco ao tocar minha garganta só que o tom doce permaneceu em meus lábios.
Weldblemel dançou com suas irmãs e as humanas sem pausa, seu sorriso era tão iluminado que não consegui parar de olhar; toda aquela felicidade me deixava plenamente em paz com uma sensação nova de completo que transbordava para fora de mim. Uma menina se aproximou de mim com olhos castanhos cheia de vergonha e estendeu a mão para mim, então eu olhei para ela tentando entender seu gesto inocente. Levantei segurando a mão da pequena menina e balançou feliz e sorridente me puxando com mais segurança agora.
Ela começou a saltitar e foi então que percebi que ela queria dançar; dançamos e rimos, ela rodopiava e se movia como uma chama de uma vela. Mesmo tão pequena ela ouvia e se movia como a energia do mundo, uma jovem pequena sacerdotisa da floresta.
Weldblemel se aproximou de nós duas e sussurrou algo para a pequena que olhou para mim com um sorriso maroto e também sussurrou algo para ela, então a ninfa disse mais alguma coisa e a pequena garotinha saiu correndo para se juntar a outras crianças.
- Não sabia que você dançava – A ninfa ironizou.
- Existe apenas algumas coisas que você não sabe sobre mim, mas pretendo te mostrar aos poucos se permitir– Dei um passo para me aproximar dela.
Nós dançamos e rimos com os humanos numa eternidade que pareceu não ter fim daquela noite, aos poucos os humanos iam se retirando para suas casas e outros mais jovens para lugares mais privados.
- Espero que tenha gostado de participar – Ela pegou minha mão com gentiliza e fez um carinho com a ponta dos dedos.
- Eu me atrevo a dizer que foi a melhor noite da minha existência – Ela me fitou com carinho – Agradeço pelo convite.
- Queria te pedir mais uma coisa – Ela disse meio acanhada.
- Mais uma coisa? – Brinquei.
- Vou ter que pedir para que venha comigo mais uma vez – Ela levantou-se calmamente e me encarou.
- E para onde desta vez? – Levantei já pronta para segui-la mesmo que falasse que era surpresa.
Ela não me responde apenas sorriu e caminhamos pelo bosque, ouvindo risos de pessoas escondidas pela escuridão a dentro, pelo caminho entre folhas e galhos a luz prata da luz entrava e criava pequenos feixes de luz. Weldblemel parou próximo de uma arvore grande, mas que provinha de muitas falhas que permitiam a entrada da luz da lua.
- Sei que dançamos muito com os humanos a pouco, mas essa musica eu quero dançar apenas com você aqui – Ela pegou minha mão e colocou na cintura dela e me fitou com intensidade – Feche os olhos para poder ouvir – Ela fechou os olhos então eu a segui.
Ela aproximou mais o corpo e pude sentir o calor que saia dele para meu, minhas mãos em sua cintura fina e delicada que carinhosamente eu segurava, o pulsar calma do seu coração de encontro com o meu. Aos poucos eu ouvi ao longe o barulho da água correndo pelas pedras no rio, alguns pássaros noturnos cantando, o som do vento harmonioso passando pelos galhos das arvores como flauta em notas produzidas pela própria natureza, um som lento e cheio de vida que nos embalou e envolveu.
Ela recostou sua cabeça no meu pescoço e seu aroma de frutas e flores invadiu meus pulmões, ficamos nessa sincronia por um longo tempo.
- Weld? – Chamei a atenção dela para dizer o que estava guardado no meu coração e agora gritava para sair – Não importa o quão longe eu vá ou quanto tempo eu permaneça longe de você, eu sempre vou voltar... Você é meu lar - Tomei o rosto dela em minhas mãos e olhei no fundo dos olhos dela e busquei aquilo que tanto ansiava a tempos, pouco a pouco me aproximando e gradativamente fechando meus olhos.
O toque foi gentil e gerou uma explosão de sensações desconhecidas, algumas mais urgentes, avassaladoras e outras mais calmas e suaves.
Quando me afastei e nossos olhos se encontraram ela sorriu tudo se iluminou e ela colocou suas mãos sobre a minha de forma gentil, logo em seguida passou os braços pelo meu pescoço e deitou sua cabeça sobre meu peito.
Fim do capítulo
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Faby_AngeL
Em: 07/08/2018
Estou com muita saudade de ler,quando vai voltar ???
Espero que esteja tudo bem com vc
Bjs
Resposta do autor:
voltarei em breve
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