*Um lugar especial
By Têmis
Capítulo 29: Peculiarem locum
Olharam-se fascinadas enquanto caminhavam de volta ao salão da festa.
-- Você teria mesmo coragem de me apresentar como sua namorada? – Diana perguntou tímida.
-- Se essa fosse a única forma de você acreditar em mim, sim, eu teria.
-- Bom saber disso, mas, por hoje você escapa desse desafio... Só não vai escapar de me tirar daqui para me deixar exausta de tanto fazer amor comigo...
A loirinha mordeu os lábios destilando puro desejo pelo olhar. Não foram para casa, Natalia deu uma desculpa às amigas e a irmã que levaria Diana ao hospital, por que a amiga não passava bem, logo retornaria para buscá-las no clube.
-- Aonde você vai me levar heim? – Diana perguntou entregando as chaves do carro a Natalia.
-- Ainda não estou acreditando que você vai me deixar dirigir essa máquina... – Natalia disse com os olhos brilhando conferindo o carro.
-- Ow! Você tem mesmo habilitação não é?
-- Claro que tenho!
-- Não me diz que você aprendeu a dirigir em um trator!
-- Para Diana!
-- Então, aonde vamos? – Diana perguntou entrando no carro.
-- Aprendi com uma pessoa, que ao fazer o convite a alguém, esse alguém tem que estar satisfeito pela minha companhia, não importando o destino.
-- Ah pentelha! Olha aí, usando minhas palavras contra minha pessoa!
Natalia gargalhou.
-- Você vai gostar.
Natalia deu partida no carro, depois de afagar a mão de namorada. Diana não parava de dar orientações, preocupada com a segurança do seu carro.
-- Olha o quebra-molas! Pra que tem um quebra-molas nessa cidade? Você dobrou e não deu sinal? E se viesse uma carroça desembestada atrás de nós e batesse na minha traseira?
Natalia optou por apenas sorrir para não se irritar com a namorada. Em pouco tempo, e depois de subir por uma rua íngreme, seguiu por uma estrada de terra, cercada por altas árvores que escureciam o caminho.
-- Seria um momento ruim para perguntar se minha namorada é uma serial killer que traz forasteiras para o mato e enterra seus corpos depois de matá-las?
-- Que absurdo Diana!
Natalia exclamou e continuou:
-- Não enterro os corpos, empalho todos e os guardo em um porão...
Diana arregalou os olhos, depois que Natalia fez uma curva repentina e freou bruscamente.
-- Agora, vamos a pé.
-- Ah! Não saio desse carro não!
Diana cruzou os braços, apreensiva. Natalia prendia o riso.
-- Diana, eu não acredito! Você está com medo de mim?
Diana ficou tímida, baixou os olhos.
-- Se você ficar aí, não vai saber o que vim te mostrar, e vai perder algo incrível!
Natalia apelou para a curiosidade da namorada, desceu do carro e caminhou lentamente, como se esperasse a decisão de Diana segui-la. Não demorou até a loirinha o fizesse.
-- Estou aqui, agora me diz, o que você vai fazer comigo? – Diana perguntou em tom de desafio.
-- Você se lembra de quando você se exibiu no sítio, escalando uma árvore, dizendo que a moça da cidade se dava bem no mato?
-- Claro que lembro.
-- Quero ver a garota da cidade se garantir nessa árvore aqui.
Natalia parou diante de uma árvore gigantesca, semelhante às outras, entretanto, através da sua copa uma fresta da luz do sol lhe destacava das demais.
-- Você quer me ver morta mesmo né? Olha a altura dessa árvore!
Diana disse indignada. Natalia olhou para o relógio, em seguida se desfez das sandálias, amarrou os cabelos e escalou na árvore, até atingir o alto dela através dos galhos.
-- E aí moça da cidade? Vai ficar só olhando?
Diana balançou a cabeça e perguntou:
-- Porque mesmo vale a pena eu arriscar a integridade do meu pescoço e fêmur pra te acompanhar nessa loucura? Você deve ter treinado a vida toda subindo em pau de sebo em festa junina pra ter aprendido a subir assim como subiu aí!
-- Tem gente que está com medooooo! – Natalia provocou.
Como menina tinhosa, Diana aceitou a provocação. Tirou o tênis, respirou fundo, e começou a sua escalada, sem sucesso, escorregou três vezes seguidas, o que despertou as risadas de Natália, e obviamente a fúria da loirinha também. Como se defendesse a própria honra Diana se sentiu motivada, mais que isso, obrigada a subir naquela árvore, agarrou-se com toda força que tinha quando mais uma vez os escorregões ameaçavam seu objetivo, até alcançar a namorada no galho forte no alto, se sentou ao lado de Natália praticamente cuspindo os pulmões.
-- Está tudo bem Di?
Natalia perguntou segurando o riso. Sem condições de verbalizar qualquer palavra Diana recuperava o fôlego e enxugava o suor que escorria pelo seu rosto ruborizado, apenas consentiu com a cabeça seu estado. Natalia esperou a namorada voltar ao seu estado normal para lhe falar:
-- Desde criança, eu escapava para cá quando queria me esconder, por ter cometido alguma travessura em casa, ou simplesmente quando não queria falar com ninguém. A casa dos meus avós fica aqui perto, então eu sempre fazia isso, até meu avô descobrir e me entregar pros meus pais, temendo que algum acidente grave me acontecesse...
-- Nat, desculpe-me, sei que deve ter um sentido muito lindo e profundo em você dividir esse lugar de refúgio comigo, mas, da próxima vez, você me fala isso lá em baixo?
Diana olhou apavorada para a altura que estavam. Natalia gargalhou e respondeu:
-- Trouxe você aqui por outro motivo sua boba e insensível! – Natalia brincou. – Um dos motivos que me fazia vir aqui, era ver o pôr-do-sol daqui de cima, sempre foi uma imagem que me marcou, era como se renovasse minhas esperanças e energias, não importava o quão grande fosse à encrenca que eu estava metida, assim como o sol se escondia pra descansar e nascer brilhante e forte no dia seguinte assim eu teria que agir, me escondia até tudo se acalmar para surgir de novo disposta a consertar tudo e me redimir.
-- Você sempre foi precoce? Uma criança filósofa? Sério? Você é chata desde pequenininha?
Diana implicou como consequência recebeu tapas no braço da namorada.
-- Eu só pensava que tudo ficaria bem quando eu via essa imagem, mais tarde quando as coisas se complicavam para mim, relembrava a imagem que me trazia essa sensação... A luz através dessas folhas, o tom, as cores... Como você é fascinada por isso, quis dividir com você essa paisagem.
Natalia apontou para o sol que se punha o céu vermelho por cima da serra, a luz entrecortada pelos galhos, e a postura contemplativa da moça era de longe, a imagem mais bonita que Diana poderia ter. Algumas mechas de cabelo soltas no rosto moreno de Natalia e um sorriso discreto na boca desenhada tendo como fundo aquele jogo de luzes e cores naturais foi a foto mais perfeita que a loirinha conseguiu captar na sua mente, ela sabia que tal fotografia a acompanharia para sempre, mesmo não podendo torná-la física, já que não estava com sua câmera ali.
Segundos depois de silêncio e contemplação, as namoradas se encararam, e selaram aquele momento com um beijo delicado.
-- Linda imagem, a mais linda de todas é essa que tenho agora... Você colada em meu rosto...
Diana sussurrou.
-- Melhor descermos daqui, eu acho que não consigo resistir a você por mais tempo... E amar você aqui de cima pode ser trágico...
Riram juntas.
Com a tarde indo embora, ainda sob a proteção da natureza tranquila, Natalia abriu a porta de trás do carro, e puxou o corpo de Diana sobre o seu enquanto se deitava no banco.
-- Nat... Aqui?
-- Quero você agora...
Não precisou repetir. Diana avançou em sua boca em um beijo faminto, com sua língua percorreu cada pedaço da pele de Natália que ia ficando desnudo pela pressa de suas mãos a despir. O desejo tórrido ditava a entrega de Natália às mãos e movimentos de Diana, que pedia espaço entre as pernas da namorada com sua coxa, encaixando-a na altura do seu clit*ris, roçando no sex* de Natalia até sentir a umidade se configurar no prazer anunciado, se confirmando nos gemid*s, e nas unhas sendo cravadas nas costas de Diana, quando esta finalmente penet*ou seus dedos naquela cavidade encharcada e pulsante.
E quando Diana recostou seu rosto entre os seios de Natalia, foi a vez desta se deliciar em seu corpo de maneira livre, sem restrições. Sorriu satisfeita, quando deslizou seus dedos pela nuca e costas de Diana e viu sua pele eriçar, segurou então o rosto da namorada pelos cabelos, mordiscou seus lábios, lambeu seu pescoço, provocando-lhe até tomar sua boca com a voracidade de um felino algoz diante de sua presa.
Diana não ofereceu resistência à sua predadora, entregou-se à sua boca derretendo-se na ânsia de ser devorada. E a boca de Natalia fez isso, devorou o corpo de Diana, as mãos foram coadjuvantes, mas conduziram o sex* de Diana até a língua de Natália, faminta por mergulhar naquele mar de prazer derramado entre as pernas da loirinha. Depositou ali sua boca, sugando, se deliciando, percorrendo com a língua toda extensão dos pequenos, grandes e apetitosos lábios, edemaciados pelo tesão incontido, pelo gozo liberado por gemid*s que chegaram à proporção de um grito de êxtase totalmente justificado.
******
Os dias que restaram do feriado representaram uma árdua luta entre sensatez e o desejo insano despertado pela paixão, louca por ela mesma em seu conceito, tal sentimento por várias vezes colocou o jovem casal de meninas em risco, quando durante as refeições uniam as mãos por baixo da mesa ou roçavam os pés pelas pernas uma da outra. Outras vezes, a mão de Diana escapulia entre as coxas de Natalia, com afagos nada inocentes, provocando na namorada uma onda de calor que a obrigava a se retirar mais cedo da refeição com uma desculpa esfarrapada, para antecipar o momento de estar a sós de novo com Diana.
A família reagia inocente. Definitivamente eram incapazes de ver malícia na amizade entre a colega da capital e Natinha, menina estudiosa, exemplo de determinação na família. Diana facilmente agradou a todos, e já se dirigia aos sogros com o título de “tios”, para agradar a cunhada, gentilmente improvisou o “book” de Vanessa, o que fez a garota se tornar a presidente do seu fã clube oficial.
Na manhã de quarta-feira de cinzas, Diana e Natália retornaram a São Paulo, o namoro agora oficial para elas entraria em outra fase na qual, o segredo absoluto sobre o teor da relação delas precisava ser revisto. Seus olhares denunciavam muito mais, pareciam atraídos por alguma força mais potente do que a gravidade, esconder de Pedro e Lucas o que elas eram na verdade seria tarefa impossível, apesar de Diana relutar em tal decisão temendo as consequências.
Fim do capítulo
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Nath Serrao
Em: 16/04/2019
Oi Mel , tudo bem? Gostaria do conto completo, onde posso achar?
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LeticiaFed
Em: 30/12/2018
Querida autora, porque desapareceu? Voce é uma de minhas autoras favoritas, escreve muito bem, e essa história eu não canso de ler e reler. Ma varias não estão disponíveis no seu blog e outras estão inacabadas... Sei que problemas chegam sem ser desejados, mas se possível volte para nos alegrar. De qualquer forma te desejo um excelente 2019, com muita paz, sucesso e inspiração. Beijo!
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Mandyletta
Em: 08/10/2018
Oii autora
Estou encantada com sua história e com sua escrita
Espero que você volte a postar
Bjs
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LeticiaFed
Em: 08/10/2018
Oi, Mel. Você vai continuar a postar? Gosto tanto desse conto, sinto falta das meninas...Volte, por favor!
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