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Abstrato, Baby por Sam King

Ver comentários: 3

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Palavras: 1110
Acessos: 3864   |  Postado em: 16/06/2018

Vigésimo Quarto Capítulo

 

Fui acordada com barulhos vindo da cozinha, levantei com dor no pescoço, pois tinha dormido no sofá. Entrei e vi Lavínia arrumada para ir ao treino de futebol que tinha aos domingo de manhã, ela preparava café. Dou um beijo na sua cabeça e perguntei ainda com a voz grossa de sono:

- sua mãe acordou?

- ainda não.

Abro a geladeira e vejo que teria que fazer compras, de lá pergunto:

- quer ovos no café?

- quero Flor.

Peguei alguns, fiz uma omelete para nós, comemos em meio a brincadeiras, depois Lavínia deu um pulo e saiu correndo me deixando curiosa. Volta meio minuto depois e me estende um pacote:

- feliz niver.

Me abraça forte e me dá um beijo, correspondo e depois abro o presente, ela havia me presenteado com o último God of  Ward ( um jogo de Playstation), mas a pegadinha e que ela queria muito esse jogo, dou uma gargalhada falando:

- mas que espertinha você!

- falei a mesma coisa.

Nos duas nos viramos, Silvana estava em pé de braços cruzados na porta, pude perceber a felicidade dela nos observando em um momento ameno. Meu sorriso se abriu automaticamente e ela retribuiu. Depois me lembro da sua condição e levanto falando:

- nada disso moça, para o quarto já.

- mas Flower estamos com fome.

Ela fala manhosa com a mão na barriga.

- vem para cama, que prometo que logo alimento vocês duas.

E a levo de volta, Lavínia se despede de nós e eu preparo o café de Silvana conforme a receita que a médica passou e levo para ela como prometido.

Ficamos em silêncio enquanto ela come, apenas nos olhando e sorrindo. Estava em paz e feliz. Então alguém bate à porta, quando olho pela janela do quarto de Silvana, todos os sentimento que tinha se transformam em raiva, digo hostil:

- e o Pedro.

- Flower sei que não tenho o direito de pedir isso, mas por favor não quero vê-lo.

Ela praticamente me implora, fico feliz, sei que ele tinha direito de saber sobre a saúde do filha, mas pouco me importava os direitos daquele filho da puta. E ficaria mais que satisfeita em atender o pedido dela. Pego a bandeja vazia  e beijo sua testa dizendo:

- pode deixar que dá soleira ele não passa.

O toque na porta ficou mais insistente, me preparei psicologicamente e abri a porta impedindo sua entrada. Ele me olha surpreso, mas logo fecha a expressão e diz possesso:

- que porr* você está fazendo na casa da minha mulher?

Respirei fundo e comecei a sair, ele teve que se afastar mais para o quintal. Fechei a porta, cruzei os braços e falei calma:

- não sei de onde você tira essa ilusão que Silvana te pertence, primeiro que ela não é propriedade de ninguém, segundo ela não quer te vê.

- como não quer me ver? Sou a porr* do pai do filho dela, agora sai da minha frente.

Ele tenta passar por mim, mas não deixo. Ele me empurra e dessa vez desço do salto e o empurro forte, ele cambaleia e quase cai na calçada. Tiro o celular do bolso e começo a discar, ele fica me olhando atordoado, até que falo:

- alô, e da polícia? Tem um cara querendo me agredir e entrar na minha casa.

Pedro me olha como se pudesse me matar com um olhar e grita furioso enquanto se encaminha para o carro:

- sua filha da puta, você me paga!

E instantes depois está disparando com seu corsa.

Do outro da linha Alexia pergunta:

- ele já foi?

- covarde como ele é, saiu correndo com o rabo entre as pernas.

Afinal não tinha ligado para a polícia e sim para minha amiga, que diz preocupada:

- Flor toma cuidado, porque quando macho escroto é rejeitado fica perigoso.

- sei me cuidar amiga. Desculpa te acordar cedo.

- foi por uma boa causa- diz ela rindo.

 

Encontro Silvana em pé na janela, pelo jeito observara tudo, ralho com ela novamente que se deita, entrelaça nossos dedos e me faz sentar ao seu lado. Minha libido acorda, senti-la tão perto está começando a me afetar. Então ela começa:

- sei que já conversamos sobre isso, mas nunca te expliquei o porquê fiz aquilo.

- a Alexia me contou.

- mas eu quero te falar Flower.

Tentei levantar, mas ela me segurou mais forte. Sinceramente não queria saber de mais nada, aquilo só seria cutucar a ferida que ainda estava exposta, digo aflita:

- vamos tentar esquecer isso Silvana, a médica pediu que você não se estressasse também.

- por favor...

A encaro e digo sincera:

- já te perdoei.

Ela me diz com os olhos que precisa falar, então acabo cedendo, balanço a cabeça positivamente, ela respira fundo e começa:

- quando comecei a ficar confusa com meus sentimentos, acabei afastando o Pedro, não sei se lembra quando saímos a primeira vez e te disse que estávamos brigados.

- lembro sim.

Eu jamais esqueceria aquela noite, foi nossa primeira de muitas. Silvana agora olha para a barriga e alisa carinhosa e continua:

- estávamos nos desentendendo porque não queria ter intimidade com ele, então nós ficamos e me vi cada vez mais envolvida por você, e quando me dei conta que te amava, sabia que teria que fazer uma escolha. Quando fui terminar, vi quanto estava magoando ele e também me senti mal por engana-lo. Pedro implorou e chorou, e não nego Flower, naquela época me sentia atraída ainda, o vendo destroçado ali, acabei me deixando levar pelo momento.

Nos duas já chorávamos a essa altura, ela me puxa para mais perto e me abraça, fala no meu ouvido sussurrando:

- mas quando ele me tocou, já sabia que estava cometendo um erro, porque o toque dele não produziu nem um por cento do que sinto com você. Mas acabei deixando chegar até o fim. Entende, para mim o Pedro nunca mais existiria, dali para frente só existia eu e você.

Ela se afasta e encosta nossas testas, num gesto tão nosso, não consigo falar nada, ainda dói demais imaginar aquilo, mas também estava estranhamente aliviada por ela está sendo sincera:

- não estou me justificando, apenas querendo que você compreenda que nunca foi falta de amor, apenas um momento de fraqueza. Eu te amo e mesmo que você esteja me superando, saiba que você sempre será parte de mim, você me mostrou felicidade que nunca tinha sentindo com ninguém.

Eu apenas a abracei novamente, ela finaliza:

-Me perdoa por te estragado tudo.

Não respondi, mas ela já estava perdoada.

 

Fim do capítulo


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Comentários para 24 - Vigésimo Quarto Capítulo:
Lea
Lea

Em: 04/07/2022

Boa noite Sam!

A morte do Pedro acontecerá nos próximos capítulos?? Kkk

 

 

 

 

 

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Luhemi
Luhemi

Em: 07/07/2018

No Review

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Alyadv
Alyadv

Em: 16/06/2018

Entendo a flor, mas as vezes a gente sofre e procura sofrimento. a Sil errou, mas reconheceu. Eu perdoaria.


Resposta do autor:

Ola, 

Vdd..as vzes complicamos demais...

Existe amor verdadeiro das duas...entao o perdão se fez necessário ;)

Abrços 

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Socorro
Socorro

Em: 16/06/2018

Desculpa, mas essa fraqueza não justifica o ato ela quiz ele não forçou nada agora aguenta as consequências.. 

Me poupe Sil, que desculpinha essa viu ..

porra a Flor perdoou mto rápido.. afff

 


Resposta do autor:

ola,

Posso bancar aqui tbm a advogada da diaba? hahaha

Quando tudo começou elas estavam em um triangulo, podia não haver amor da parte da Silvana pelo Pedro, mas de fato existia atração... talvez por isso a Flower entenda o lado da Sil. E quem nunca errou? 

Mas entendo sua revolta... também ficaria! :)

Obrigada pelos ótimos comentarios e por estar acompanhando a estoria ... 

obs: Espero que seu ranço pela Sil passe...hahaha

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