- Meu pai quer saber onde tem fardos de feijão preto - ela avisa pro Júnior

- Ahhh sim, onde ele está? - pergunta

- Corredor E

- Ok, vou - vira-se pra mim e me dá um beijo rápido - até depois - solta um sorriso

 

Fico sem ação, meu coração estava acelerado, não cabia dentro de mim, vinha colapso de memória da noite de quinta

 

- Tá melhor? - pergunta fingindo procurar algo na prateleira

- Oi? - não sabia o que se tratava

- Sua mãe avisou hoje cedo que você não estava bem - me encara, eu engulo a saliva

- Ahhh sim, é tô ótima, foi só um mal estar, não dormi direito as últimas noites -  a encarava

- Pensando em nós? - chega bem próxima a mim

- É…

- Não precisa responder, aconteceu

- Eu sei.

- E vejo que pra você foi nada! - vira novamente pra prateleira

- Porque fala isso?

- Pelo que vi agora a pouco - muda seu semblante

- Somos além de namorados, amigos.

- Eu fui boba por pensar que poderíamos ter algo. - vira as costas e sai apressada.

 

 

Nem deu tempo de falar nada, ela simplesmente sumiu, fiquei lá parada, tentando assimilar tudo que tinha acontecido.

 

- Amor, vamos? - Júnior me abraça por trás me dando beijos

- Agora não Júnior - o empurrei e sai apressada pra sala do meu pai.

 

Ainda estava atordoada pelo que tinha acontecido, vejo através da janela a Isabela com sua mãe fazendo compras, passando pelo caixa sorrindo.

 

Meu pai para ao meu lado olhando para a mesma direção

 

- E aí, quem é?

- A nova aluna do colégio

- São amigas?

- Mais ou menos

- Como assim?

- Ela é reservada as vezes - suspiro

- Você não se dão bem?

- Nos damos bem, bem até demais - solto um riso

- Ela deve ser uma ótima amiga

- Com certeza - dou um riso

- Seus olhos brilha ao vê-la

 

Olho assustada em sua direção, como ele percebeu?

 

- Brilha como? - pergunto

- Sabe, faísca. Olha diferente pra ela - sorri

- Pai…

- Ei - segura em cada lado do meu braço - tudo no seu tempo tá?

 

Abaixo minha cabeça com o pesar das pálpebras - sim

 

- Mas avise ao Júnior antes

- Paii!

- Filha!

 

Ali nos abraçamos, ele deposita um beijo no topo de minha cabeça e um abraço forte. Ao sair do mercado o Júnior nos para no estacionamento, insiste para sairmos e eu cedo, ele não tinha culpa de nada. Fomos a sua casa, ele se arrumou e nós saímos. Seguimos para uma pastelaria, ele amava pastel. Conversávamos algo de não muita importância, ele me distraia, me desligava do mundo. Ao sair da pastelaria seguimos pra sua casa, seus pais não estavam lá. Sentamos no sofá pra assistir algo, eu sabia o que ele queria, eu no fundo precisava. Então o beijo aconteceu lento, as mãos foram passeando pelo seu corpo, ele beija meu pescoço, minha memória me leva até Isabela, ao passar a língua por toda extensão, eu lembro de seus lábios me dando prazer, minhas pernas prendem-se a sua cintura, ele arranca minha blusa. De olhos fechados imagino as mãos de Isabela passeando por meu corpo, ele me leva a loucura. Abocanha meus seios e levando a loucura, morde meus lábios e volta novamente aos seios

 

- Me come - sussurrava morta de desejo

 

Vejo ele abrir a calça, e tirar seu membro.

 

- Não, não - falo ofegante - põe a mão dentro

- O que? - a gente se ralava

- A mão, põe dentro - queria dedos dentro de mim. Então ele toca em meu sex*, me masturbando, meus gemidos saem incontrolados, sinto o perfume daquela que me tira a paz, intensificando meu prazer. - enfia - peço em súplica incondicional. Ao enfiar eu dou um gemido, ele intensifica a estocada, eu rebolo em seus dedos, imagino as mãos macias da Isabela pelo meu corpo, seus beijos por entre meus seios. - eu vou… goz… aiiiii - o orgasmo veio, meu corpo pede mais, eu não ouso a abrir os olhos, não queria encarar a realidade. Sinto seu membro entrar, eu imagino novamente a Isabela com uma strap-on o que me dá mais tesão, arranco toda a sua roupa, passo a mão pelo peito e não sinto nada, sento com força, arranho suas costas, mordo seu pescoço, sou bruta, primeiro por imagina-la e segundo por não ser ela.

 

Depois de terminar, eu saio de cima dele, não sei o que me deu, vou para o banheiro tomar um banho, ele vem atrás e tenta algo novamente

 

- Não Júnior, tô cansada - o afasto

- Mas…

- Por favor! - olho no suplicando

 

Mais tarde ele me deixou em casa, fiquei com meus pais na sala e logo seguir para meu quarto, me sentia suja, sentia que tinha feito algo de errado, que a traí. Meu coração doeu. Tomei um remédio pra dormir, e em menos de segundos cai no sono.

 

Minha mãe foi me acordar na segunda, e eu nem tinha ânimo pra levantar, sai forçada da cama. Cheguei na escola e sentei em minha cadeira de sempre. Deitei minha cabeça no braço da cadeira e apaguei, porém deu tempo de escutar

 

- Algumas coisa nunca mudam, estava bom demais pra ser verdade - Marcelo reclama de meu sono

 

Não sei o que sonhei, só sei que acordei na hora do intervalo, vou pra quadra então vejo Isabela e André bem próximos, ela me olha de relance. Sento-me afastada de todos, olhando o movimento

 

- Não vai jogar? - pergunta o Rapha chegando perto

- Não, tô cansada hoje - dou um riso

- Transou a noite toda foi? - da um risinho

- Sim, mais ou menos, mas não foi com ela - aliso seu rosto rindo

- Pena, seria mais proveitoso se fosse com ela, além do mais séria excitante - sorrimos

- Volta pro seu jogo - aperto sua bochecha

 

Meus olhos insistiam em olhar em direção a dona de meus pensamentos, que estava bem feliz com o André. Vejo vindo em minha direção com o embuste do André atrás

 

- Oii dorminhoca - dá um riso

- Oi Isabela - devolvo o riso - André

- Oi - falou seco

- Tá com a cara de morta, não dormiu essa noite? - coloca sua mão em uma das minhas pernas

- Não, te vi ontem chegando 1h da manhã em casa, com o Júnior - o inconveniente do André fala e vejo semblante da Isa mudar

- Deu pra ficar observando a vida dos outros? Preciso me preocupar?

- Não! - dá um riso

- Hm - Ela gem* e tira a mão de mim

- Vocês vieram fazer o que aqui? - pergunto

- Vim saber se terminou a sua parte do trabalho?! - Isabela pergunta grosseiramente fazendo André rir

- Sim

- Que bom, me envie - se levanta

- Não sou irresponsável - não sei porque o tratamento

- Que bom, né? - debocha

- E você terminou? - levanto ficando de frente pra ela

- Claro, não sou irresponsável

- Que bom né?, E esse embuste? - apontei pra o André

- Não se preocupe com o dele se preocupe com o seu - apontou pra mim e saiu cortando fogo.

- Droga - esbravejo sozinha

 

A semana passou, ela não falava comigo e eu não falava com ela. Raphael e Larissa quem conversava com ela, nos encontrávamos no mercado ou na rua e não trocamos nem um oi. O que me fazia chegar perto dela, era trans*r com o Júnior e imagina-la me agarrando, o que me deixava com mais tesão e mais solta. Até o Júnior falou, que eu estava mais voraz no sex*, mais solta e libidinosa.

 

Eu não suportava mais minha relação com o Júnior, fazia três dias que não o via, o evitava de qualquer forma. Eu tava sofrendo e o fazia sofrer, querendo ou não.

 

Fazia duas semanas que não falava com a Isabela, ela vivia grudada no André, que vivia com sorrisos pelo colégio.

 

- Será que esses dois estão namorando? - pergunta Larissa

- Acho que não! - Raphael responde me olhando, vendo que eu não tirava os olhos dos dois

- Ahhh, mas eu também acho que esses dois andam se pegando, André feliz desse jeito, é porque tá trans*ndo - a inconveniente da Bia fala

 

Saio do meio deles e sigo para o banheiro, ouvir aquilo mexeu comigo, eu não estava bem, me senti enjoada, vontade de vomitar só de imaginar que o André tinha aquela mulher espetacular nas mãos. Fico parada até a ânsia de vômito passar e volto pra sala, o sinal toca.

 

Passam-se dois dias, queria falar com ela, precisava. Na noite passada tive um sonho muito quente com ela, ao colocar a mão na minha intimidade sinto molhada de tesão, por um simples sonho.

 

Chego de manhã na escola, na sexta, sento-me em meu lugar, aquele dia acordei pior com os enjoos. Na segunda aula, ouço o que mais temia.

 

- Ela foi lá pra casa ontem - André falava baixo com seus amigos idiotas

- E ai? - pergunta Ricardo

- E aí? Meu filho que mulher é aquela? - dá risada baixo

- Deu bem? - o pervertido do João pergunta

- Seu deu! Ela ficou de quatro e metia, metia, metia, eu achava que minha rola ia sair pela boca dela… - se achava

- Que delícia… - Ricardo passa a mão pela calça

- Delicia foi os gemidos desesperados dela que queria parar, mas quando eu parava pedia mais, que bucet* gostosa - sussurrava pros amigos

- Quero comer essa mulher ta….

 

Não suporto ouvir o que esses embustes estão falando, saio correndo da sala

- Valentinaaa - grita Fabiana, nossa professora de química

- Preciso ir ao banheiro profes…. - nem término de falar e saio correndo para o banheiro.

 

Entro na parte do vaso, e vomito tudo que comi no café da manhã. Dou três esguicho de vômito, que parecia querer sair pelo nariz. Vou para a pia e lavo minha boca, bebo um pouco de água que levava na minha garrafa.

- Droga, o que está acontecendo comigo - me olhava no espelho, Deus sabe o que é isso. Só de imaginar as coisas que o André estava falando e se isso realmente aconteceu, me revirava o estômago

- Valentina - entra Isabela ofegante no banheiro - Oi?

- Oi! - nem a olho direito

- O que tá acontecendo? - toca em meu ombro e empurrou com o mesmo - o que?

- O que? Sério? - viro para encara-la com raiva

- Não estou entendendo

- Faz o seguinte, me esquece - aponto o dedo em sua direção e volto a me encarar no espelho

- O que eu fiz?

- Tudo

- O que?

- Você veio pra essa cidade, foi a única coisa de errado que fez - falei grossa

- Ahhh, agora você é a dona da cidade

- Não - esbravejei - mas maldita hora que você chegou - vi seus olhos arregalarem

- Qual o seu problema? - grita comigo

- VOCÊ - grito mais alto, batendo na parede atrás dela

- O que eu fiz?

- Me fez se apaixonar por você! - minha voz mostrava o quanto estava brava

- O que? - fica surpresa

- É isso? É isso que quer saber? Então já sabe, eu estou caidinha por você - ironizo - você destruiu tudo em mim, eu estava bem com meu namorado, eu estava ótima, aí chega você com esse sorriso, com esses olhos - falo ofegante perto de sua boca - com essa pele macia e essa voz de arrancar a minha alma e me faz se apaixonar. E como se já não bastasse isso, me beija, me faz a mulher mais feliz do mundo em questão de segundos e por um fiapo de lucidez volto pra vida normal…

- E quem disse que aquela não pode ser a nossa vida normal?

- O que você fez comigo em? - a prendia contra a parede com meu corpo - se não bastasse isso, você trans* com aquele merd* do André…

- Como é que? - vejo raiava em sua voz

- Vai me dizer que ele anda inventando que tá te comendo

- É ELE ESTÁ INVENTANDO - grita - EU NAO TRANSEI COM ELE

- Como posso ter certeza?

- Por eu sou lésbica!

- Ahhhh e nunca ficou com um homem?

- Não, desde criança nunca gostei de meninos, só beijei um a minha vida toda.

- Então vocês não trans*ram?

- Não, eca - fez cara de nojo

- Você deu motivos pra ele falar isso, eu aposto

- E se eu dei? O que você tem haver com isso? Você namora não é? A comprometida aqui é você - aponta pra mim

- Você desgraçou a minha vida, eu não consigo parar de pensar em você, eu transo com o Júnior pensando em você, eu não como e nem durmo…

- O que você falou?

- Que eu não paro de pensar em você

- Depois…

- Que eu transo com o Júnior pensando em você?

- É verdade?

- É, pura verdade. Eu fecho os olhos pensando em seu toque, imaginando ser você ali me amando, é isso me mata toda vez que eu abro os olhos e vejo a realidade. Já tem mais de três dias que evito de vê-lo po…. -

- EU TE ODEIO -  ela começa a me bater forte - VOCE É UMA IDIOTA, EU TE ODEIO -. Me dava tapas e murros fortes, não consegui ficar parada ia caminhando pra trás, até entrarmos em uma cabine de vaso sanitário - EU ODEIO VOCE, ODEIO SEU BEIJO, SEU TOQUE, VOCE É UMA IDIOTA

- PARA - grito, mas é o mesmo que nada - PARA ISABELA - ela não parava, seguro seus braços com força, fazendo me olhar. - que porr* é essa? - pergunto em um último suspiro de fôlego que me restava

Ela nada falou e avançou em minha boca, não resisto aquilo que eu tanto queria. Fecho a porta do box e sento no vaso com ela entre a minha cintura. Arranco sua blusa e ch*po seus seios, mordo seu pescoço, só dava pra escutar os suspiros de ambas, ela abre minha calça e me masturba, me levando a loucura. Enfio minha mão em sua intimidade e a penetro

 

- Isso, me mete - sussurra em meu ouvido

- Você quer? - mordo seu lábio

- Muito! - intensificamos as estocadas e ambas chegaram ao prazer juntas. Ainda com o coração batendo forte, ela apoia a cabeça em meu ombro - você tá realmente apaixonada por mim? - me encara

- Estou - confesso e ela abre um sorriso. - o que estamos prestes a fazer? - pergunto, enquanto aliso seu cabelo

- Eu não sei, só sei que quero você - beija meu nariz

- Não quero você de amizade com o André - a encaro

- Nem eu você com o Júnior

- Isabela…

- Eu não vou ficar com você, com outro.

- Eu sei!

- O que vamos fazer?

- Me dá um tempo?

- 1 semana - abre um sorriso o que me dá vontade de beija-la novamente. O beijo calmo, com amor. Até ouvirmos a porta se abrir

- Valentina - Karina me chama

- Droga - sussurro

- O que vamos fazer? - pergunta rindo

 

Ao abrir a porta do box, Karina se depara com Isabela segurando meu cabelo e eu com a cara na privada.

 

- O que tá acontecendo? - pergunta

- Ela não tá bem, coordenadora!

- Vamos pra minha sala, irei ligar pra sua mãe.

 

Seguimos pra sua sala, Isabela segurava minha mão. Ela chamou minha mãe e quando a mesma chegou me levou ao médico. Disse todos meus sintomas para o médico, ele pediu exame de gravidez, na verdade o teste de farmácia, o que deixou minha mãe nervosa. Avisei que não poderia ser, pois tomava o remédio certinho, porém ele queria descartar essa possibilidade.

 

Fiz o teste e esperava o tempo certo pra ver se apareceria 1 ou 2 palitos.

 

- Então dona Valentina… - o Enrico me olhou. - vamos ao resultado?

 

Suspiro forte - sim!

Fim do capítulo