Era noite de sábado e Nathalia fazia suas rotineiras pedaladas ao redor da pracinha, havia um clima diferente no ar, ela distraiu-se observando um casal apaixonado que estava aos beijos na pracinha, sua mente viajava em pensamentos quando ela foi despertada abruptamente pelo som insistente de uma buzina que ecoava à sua frente.

Quando Nathy deu por si já era tarde demais, acabou batendo de frente com o carro que estava estacionando próximo a um quiosque na pracinha.

-  Hey, você está bem? - Perguntou a garota saindo do carro e indo de encontro a Nathy, que estava deitada no capô se contorcendo de dor.

- Ai, ai, eu estou bem, não se preocupe. - Respondeu. - Seu carro é que não está, já que tá com o capô amassado e para-brisa quebrado. Nossa, que desastrada eu sou, desculpe. - Completou sem graça fazendo a outra sorrir.

- Não precisa se desculpar, linda, você só estava distraída, eu sou igual a você, só com uma diferença: nas ruas eu tenho mais cuidado.

A garota falou isso e gargalhou fazendo Nathy encará-la. Ela estava em transe, encantada, tamanha era a beleza daquela face e daquele sorriso. Era muita beleza em um único ser. - Nathy pensava.

Minutos depois ela despertou do transe com um pequeno tapa no rosto, seguido de uma voz rouca e sexy perguntando: - Olá, você está bem? 

- Estou bem, só estou encantada com sua beleza, você é linda. - respondeu Nathy, encarando-a ainda em transe diante da beleza dela.

- Você só pode ter batido a cabeça para estar me achando bela, vou levá-la agora mesmo ao hospital. - Respondeu a garota sorrindo, deixando Nathy encabulada.

- Não, eu estou bem, desculpe a ousadia. – Sorriu.

- Qual seu nome? - Perguntou a garota sorrindo divertidamente diante da cantada da outra.

- Nathalia. - Respondeu. – E você, como se chama?

- Me chamo Juliana. Seja sincera comigo, você está mesmo bem? – Perguntou olhando Nathy da cabeça aos pés para ver se não havia nenhum ferimento.

- Estou bem, estou apenas com umas dores no corpo, relaxa. Não se preocupe que irei pagar o conserto do seu carro, ok? - Disse Nathy. 

- Não se preocupe com isso. Você quer me pagar? Então venha comigo ao hospital para você fazer um check-up e sabermos se está mesmo bem. Aí estaremos quites. – Propôs Juliana, ela realmente estava preocupada com Nathalia.

- Ok, eu vou, mas com uma condição. - Respondeu.

- Qual? - Perguntou Juliana surpresa.

- Que ao sairmos de lá você me dê seu número para podermos conversar e quem sabe se conhecer melhor da maneira certa, sem acidentes. O que me diz? Aceita a condição? – Perguntou Nathy dando seu melhor sorriso para convencê-la a aceitar.

- Ok, eu aceito – Respondeu Ju sorrindo abertamente.

Saber do interesse de Nathy por ela não a assustou, pelo contrário, mesmo as circunstâncias sendo inusitadas, ela sentia que havia um sentimento acontecendo ali naquele momento. Ela é linda. Seja o sentimento ela irá descobrir qual é. Será que é amor? - Perguntava-se Juliana.

- Então vamos logo. – Respondeu Nathy, pegando a mão de Juliana e tirando-a de seus pensamentos. 

Chegaram ao hospital, Nathy fez vários exames e todos tiveram bom resultado, não havia quebrado nada, apenas estava com um corte no braço direito, que foi o que ela usou para apoiar a cabeça durante o impacto, e o vidro do para-brisa trincado a cortou.

Elas iam de cima a baixo no hospital andando de mãos dadas e somente na hora da saída elas perceberam tal ato.

- Ainda estamos de mãos dadas. – Falaram ambas ao mesmo tempo.

- Parecemos um casal apaixonado. - Comentou Juliana sorrindo e encarando-a.

- Verdade. Porém não somos. – Respondeu Nathy cabisbaixa olhando as duas mãos, que mesmo após se darem conta ainda estavam entrelaçadas. 

-Vê-la dessa forma mexeu mais ainda com Juliana e confirmou o que ela já estava sentindo sobre estar rolando um sentimento entre elas. Isto a fez tomar uma atitude e dizer:

- É verdade, Nathalia, não somos, porém isso pode e vai mudar agora. - Ela acaricia a mão de Nathy, a encara e diz:  - Aceita namorar comigo? 

- Tem certeza disso? - Perguntou encarando-a surpresa.

- Sim. Eu sei que você também sentiu algo rolando entre nós desde nosso primeiro contato visual. Podemos esperar e nos conhece melhor, sairmos para jantar e etc. Mas por mim nosso relacionamento já inicia hoje. O que me diz?

Nathy a abraça e grita: - EU ACEITO SER SUA NAMORADA, MINHA LINDA, nunca imaginei encontrar meu grande amor durante um acidente, foi o melhor acidente que sofri em toda minha vida. – Nathy sorria e girava ainda abraçando Ju, fazendo-a sorrir.

Ao parar de girar, Nathy encarou-a e a beijou intensamente, o beijo foi cinematográfico. Elas estavam muito apaixonadas e isso era tão notável que o beijo só parou quando elas ouviram as palmas das pessoas que pararam para ver o beijo e felicidade delas.

Um ano depois...

- Já posso abrir os olhos? - Perguntou Juliana.

- Não. - Respondeu Nathalia. Ela a conduzia de olhos fechados até sua garagem para fazer-lhe uma surpresa. – Pronto, pode olhar agora. - Autorizou Nathy, para total surpresa de Ju.

- Não acredito. Você guardou tudo isso esse tempo todo? – Perguntou Juliana boquiaberta ao ver a bicicleta e o para-brisa quebrados do dia em que se conheceram. 

- Sim, eu os guardei de lembrança e a surpresa não para por aí. - Sorriu e pediu: - Se aproxime e veja o que está escrito no papel que está preso neles.

Juliana se aproximou, abriu o papel e nele estava escrito:

- VOCÊ FOI A MELHOR COISA QUE JÁ ME ACONTECEU NESSA VIDA, EU TE AMO E QUERO MUITO SABER: ACEITA SE CASAR COMIGO?

Juliana emocionada respondeu:

- Aceito sim, amor, também te amo muito.

Elas se beijaram e foram felizes para sempre.

... FIM ...

Fim do capítulo