À Espreita por Rafa Justi
Capítulo 1
Algumas noites se passaram e ela continuava sedenta por sangue humano. Há muito tempo que não atacava pessoas seguidamente. Apenas em sua época mais sombria, irracional, animalesca. Bom, isso tudo ainda fazia parte dela, obviamente, era da sua natureza. Mas ela havia conseguido, no decorrer dos séculos, alcançar algum controle sobre si mesma. Sobre a sua selvageria. Mas depois de conhecer Elis, de tê-la em seus braços, sentir o seu cheiro, a sua pele quentinha contra a dela, provar o seu gosto e, o seu sangue. Aquilo tinha conturbado os seus sentidos. Não conseguia pensar em outra coisa, que não ela.
Agora, lá estava Natasha, à espreita nas sombras, entre as ruas mais desertas e perigosas da cidade, aguardando a oportunidade certa aparecer. Observou uma mulher passar, se protegendo da chuva fina com seu guarda-chuva vermelho. Vermelho. Sangue. Seus olhos dilataram. Seu olfato aguçou-se mais. Então, um homem apareceu dando passos largos, poucos metros atrás da mulher, a olhando como um selvagem. Ele segurava um canivete e parecia muito determinado a fazer alguma coisa contra aquela jovem mulher. E a coitada sequer percebeu que estava sendo seguida. A oportunidade de Natasha acabara de aparecer. Antes que o infeliz pudesse fazer qualquer menção de ataque, ele sentiu-se ser dominado por um braço em sua barriga e, outro em seu pescoço e, então, ser abruptamente puxado para um beco escuro. Ele não teve forças para se desvencilhar, muito menos escapar. Caninos afiados penetraram o seu pescoço e tudo o que pode fazer foi gritar de desespero. Natasha pôde ouvir a alguns metros de distância os passos corridos e assustados da moça do guarda-chuva, enquanto ela perfurava o pescoço daquele desgraçado, sugando o seu sangue, com aquele gosto que lembrava ferrugem. O gosto de sangue era tão revigorante, tão prazeroso para ela. De repente seus pensamentos foram invadidos pelo momento em que mordeu Elis, naquela noite de amor. Sentiu o gosto levemente adocicado do seu sangue inundar a sua boca. E o seu beijo, o seu toque, como era bom. Como queria aquilo de novo. O corpo do homem caiu, desfalecido, frente aos seus pés. Ele não tinha mais do que alguns minutos restantes de vida. Natasha olhava para a escuridão do céu, com a boca entreaberta, ainda em êxtase pelo sangue que acabara de beber.
— Elis. — Não conseguia tirá-la de sua mente. Não podia se aguentar. Precisava vê-la. Natasha abriu seus braços, sentindo a chuva fina e a brisa, e então, se transmutou em um morcego.
Voou pela cidade, prestando atenção por onde passava. Usando todos os seus sentidos, para tentar achar quem queria. Mas, ela já tinha destino certo. Lembrou-se do quanto Elis disse que amava a biblioteca, era o seu lugar preferido no mundo. Simplesmente amava ler.
Natasha pousou no telhado da enorme biblioteca. Naquela altura e naquela escuridão, dificilmente alguém conseguiria notá-la. Agachou-se perto de uma parte reclinada do telhado e olhou para baixo, observando a movimentação em frente ao lugar. Demorou um bom tempo até avistar quem queria. Sim, lá estava ela, podia sentir o seu cheiro. Elis saiu da biblioteca com seu guarda-chuva fechado, pois não chovia mais. Natasha não estava certa se deveria descer. Quis muito seguí-la, mas continuou apenas a observando.
Fim do capítulo
Se quiserem dar sugestões, posso considerá-las.
Comentar este capítulo:
Zaha
Em: 16/05/2018
Amigaaa
Adoro conto com vampi!Nati é demais, gamou na Elis!!!! Que será q Elis tem de diferente?
Gosto desse que de priubido e que ela tenha q se controlar, ?— bem legal!
N sou boa pra sugerir...kkkk. mas por enquanto nada de transformar...capaz no final e se for pra salvá-la antes que morra .Aí seria uma boa razão !;)
Adorei, mas foi curtinho kkkk
Beijos
Resposta do autor:
Amiga! Que bom saber!
A minha intenção é fazer a Natasha lutar contra o instinto dela, ela vai ter que aprender, evoluir mais, se ela quiser ter novamente contato com a moça. Vai ter que se segurar para não mordê-la, já que a atração que sente, a instiga a isso. Mas ela sente que não é só atração, que tem algo mais. Isso vai ajudá-la a resistir.
A Elis destoa dos demais que Natasha conhece. Está além do seu mundo vampiresco. Não posso dizer muito mais, porque ela ainda está em fase de construção. Mas acredito que no próximo texto ela vai aparecer e vai dar pra saber um pouco mais sobre ela.
Quanto a transformá-la em vampira, se acontecer, provavelmente é mais para o final mesmo. Fique tranquila.
Obrigada por continuar a leitura e por comentar, Lailicha! Tento fazer maior na próxima. rsrs
Beijos
NovaAqui
Em: 15/05/2018
Salvo sua menina!
Poderiam se encontrar.
Pelo visto Elis é diferente das outras mulheres. E mais solitária. Tenho essa impressão.
Elis poderia virar uma vampira!? E elas ficariam juntas.
Natasha, imagina esse presente?
Resposta do autor:
Oi, NovaAqui, que bom que voltou para ler! E favoritou! Obrigada! :D
Sim, a Elis está aparecendo dessa forma para mim, mais de viajar nos livros e menos de ir para baladas.
Pode deixar, elas vão se reencontrar.
Sobre Elis virar uma vampira, há uma possibilidade grande, talvez mais pra frente.
[Faça o login para poder comentar]
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]