A infidelidade é uma questão muito complexa. Quando o assunto é traição, é comum ocorrer com alguma pessoa que seja próxima, tais como amigos ou colegas. Beatriz está muito feliz com o seu relacionamento, contudo, novas questões surgiram em sua vida, deixando-a mais propensa e vulnerável a ruir na tentação.

No decorrer dos dias, algumas situações são muito tentadoras e no caso da loira, foi com a mudança no seu ambiente de trabalho, que começou a intensificar a tentação.

Não foi nenhum problema no relacionamento delas, pelo contrário, tudo entre elas caminha muito bem, sem tédio, sem brigas, a rotina não atrapalha em nada, elas possuem uma excelente compatibilidade, sintonia e amizade.

“Pular a cerca”, é algo delicado, que pode gerar traumas, mágoas e desavenças.

Trair é uma escolha, trata-se de querer liberdade extrema e intensidade sexual.

Tem quem diga que é até falta de caráter.

Beatriz tem certeza sobre seus sentimentos, ama Carine, porém, vem sentindo atração por outra pessoa, ela até andou reavaliando seu relacionamento, questionando sua lealdade, ponderando sobre seus desejos, vontades e anseios.

Visando não cair em tentação ela procurou dobrar sua atenção com Carine, mostrando dedicação e amor, tudo com o objetivo de evitar uma experiência extraconjugal.

Mesmo com estabilidade, conforto, segurança emocional e em harmonia com sua parceira, ela passou a sentir saudades da vida de solteira, que sempre achou instigante e interessante.

Beatriz é adepta das aventuras, descobertas e emoções. Carine, nem mesmo desconfia da atual confusão de sua namorada e confia plenamente nela.

Enquanto a loira estava somente olhando de relance, tudo bem. O problema foi quando os olhares passaram a ser correspondidos, acompanhados de sorrisos, evidenciando assim, o duplo interesse. A atração sexual, tornou-se gritante.

Beatriz sabe que possui um lindo relacionamento e com todas as suas forças procura resistir as oportunidades para trair, que não são poucas. Ela tem total consciência, que no seu caso, uma traição não seria por falta de amor, mas sim por falta de respeito e tem se abalado muito com isso. O grande problema é que uma hora ou outra a resistência pode falhar, dando espaço para a grandiosa perdição. Bia não é insensível e nem mesmo má, não quer de forma alguma causar sofrimentos. Ela tem se controlado muito para não ter um caso com alguém, especificamente com seu atual colega de trabalho.

Thomaz Gilliard, é professor de educação física, no mesmo colégio que Beatriz trabalha como professora assistente. Além de ministrar aulas, ele também é proprietário de uma academia. Desde quando a loira ingressou no atual trabalho, ele sente por ela uma forte atração, mas ainda não tiveram a oportunidade de ficarem a sós. Thomaz é um homem atraente, carismático, sempre bem vestido e sorridente; apresenta um físico invejável, tem um belo porte atlético. Ele tem trinta anos, um metro e oitenta, cabelo castanho escuro meio desalinhado, olho azul e lábios bem definidos. Tem uma postura muito sensual, ganhando assim sorrisos e suspiros por onde passa.

Na escola é comum dizerem sobre ele: “este professor é um gato, tem um rosto perfeito, um corpo delicioso; sinto calor na presença dele, fico até ofegante, ah se ele me desse uma chance, tão bonito e simpático. É o homem dos sonhos”!

Popularmente comentam que as pessoas mais bonitas e atraentes nunca estão disponíveis. Beatriz não é a única comprometida, já que Thomaz é casado.

O azul dos olhos dele, domina e reflete no azul dos olhos dela. Ultimamente os dois andam se encarando com mais frequência pelos corredores e na sala dos professores.

Foram escalados juntos para o congresso educacional, com tudo pago pelo colégio, passagens, hospedagem e alimentação.

Na quarta bem cedo, Carine e Lorena levaram Beatriz ao aeroporto. Em seguida, a morena deixou a pequena na escola e seguiu para o trabalho.

No avião, Bia ficou com a poltrona ao lado de Thomaz. Trocaram poucas palavras, já que ela optou por usar seus fones de ouvido e ele notando que ela não queria papo, ficou lendo um livro durante a viagem. Já no hotel, ficaram hospedados em quartos no mesmo andar e ele muito cavalheiro carregou a mala dela.

Durante todo o dia focaram no congresso, um evento muito importante e enriquecedor para ambos. A noite antes do jantar, a loira recebeu uma ligação da namorada e da filha, por longos minutos conversou com as duas. Optou por se alimentar no quarto mesmo, evitando assim encontrar com o professor.

Na quinta-feira, o evento educacional começou por volta das nove horas da manhã e durou o dia todo. No começo da noite, após receber a ligação das mulheres da sua vida, Bia tomou um banho, escolheu um vestido longo e leve. Ao terminar de pentear seus longos cabelos, tocaram a campainha do seu quarto e para a sua surpresa era Thomaz.

- Vim te chamar para descermos para jantar.

- Acho que vou comer por aqui mesmo (disse encostada na porta).

- Você está fugindo de mim ou é só impressão? (Questionou na lata).

- Deveria fugir? (Provocativa devolveu a pergunta).

- Não! Me acompanha no jantar?

- Ok, vamos.

Os dois desceram e comeram em silêncio. Apenas trocando olhares, nada sutis. Ao término do jantar, ele convidou:

- Vamos tomar um vinho e conversar um pouco.

Ela não respondeu, ficou olhando para ele, pensando se deveria aceitar ou recusar.

- Se não quiser sair do hotel, pode ser no meu quarto mesmo, ou se preferir, no seu.

- Não! Nada de quartos (ela afirmou usando de todo o seu controle e consciência).

- Sem problemas. Solicito um uber e vamos em um barzinho.

- Pode ser (concordou).

- Tenho um colega que mora aqui em Brasília. Ontem nos encontramos e tomamos umas cervejas próximo do centro, por lá tem locais legais, tudo bem por você?

- Tudo.

Solicitaram no aplicativo e aguardaram alguns minutos. Ele, é muito charmoso e gentil; fez questão de abrir a porta do carro para ela. Ficaram em silêncio durante o percurso, que foi rápido, chegaram ao barzinho, um espaço bonito, organizado e descontraído. Thomaz escolheu o vinho e logo o garçom surgiu com a garrafa e duas taças.

- Gostando do congresso? (Ela questionou).

- Sim e você?

- Estou adorando.

- Mas deixemos o trabalho de lado, neste momento pensemos no entretenimento.

- Ok! (Concordou bebericando o vinho).

- Você é muito bonita (elogiou).

- Agradeço.

- Ainda nem tínhamos tido a oportunidade de conversarmos a sós. Já tem um tempo que te admiro.

- Obrigada!

- Disponha.

- Você é casado a quanto tempo? (Perguntou apontando para a aliança).

- Prefere que eu tire?

- Não.

- Nem precisamos falar disso, não é mesmo?

- Responda!

- Cinco anos.

- Tem filhos?

- Um menino.

- E eu uma menina. Seu filho tem quantos anos?

- Três.

- A minha seis.

- Você também é casada?

- Não.

- Bom!

- Namoro sério (destacou).

- Certo (comentou contrariado).

- Bom este vinho.

- Fica melhor quando a companhia é boa.

- Quantos anos você tem?

- Faço 31, daqui a pouco.

- Sério?

- Sim.

- Amanhã é o seu aniversário?

- Isso.

- Eu não sabia.

- Agora já está sabendo, comemora comigo? (Pediu provocativo).

- Foi só mais uma cantada ou você vai ficar mais velho amanhã mesmo?

Ele retirou a carteira do bolso, pegou um documento e entregou para ela, que confirmou a data, devolvendo em seguida para ele que guardou e voltou sua total atenção para ela. Trocaram olhares por longos minutos e uma tensão sexual se estabeleceu.

- Posso ser direto?

- Seja!

- Te chamei para jantarmos juntos no restaurante do hotel. Agora estamos aqui neste bar tomando um vinho e conversando. Você também está se sentindo atraída e percebo pelo seu olhar.

- E?

- Você fica ainda mais sexy quando tenta mostrar indiferença.

- E você é casado e eu também sou comprometida.

- Nota a facilidade?

- Não.

- Entre nós nem vai ter cobranças. Prefiro assim, pois, com mulher solteira é mais complicado, tem até quem peça para que eu deixe minha esposa. Não corro este risco contigo, já que você também tem um relacionamento.

- Já te disseram que você não vale nada?

- Se eu valesse não estaríamos tendo esta conversa.

- Respondendo à sua pergunta, não é apenas impressão.

- Eu já tinha notado mesmo que você foge de mim.

- É mais seguro.

- Se permita.

- Eu não posso.

- Mas deseja!

- Tem muita coisa em jogo.

- Será apenas uma noite.

- Não quero causar mágoas.

- É só você não contar nada, por mim ninguém nunca saberá.

- O problema é que eu vou saber e não gosto de ressaca moral.

- Você deveria ter deixado seu autocontrole em São Paulo.

- Você é insistente.

- Sou e sei que tenho chances. Dança comigo? (Convidou levantando e estendendo a mão).

- Apenas dançar (ela aceitou levantando-se).

O perfume dele é delicioso e o dela também. Os dois ficaram inebriados com aquele contato e perderam a noção do tempo. Dançaram várias músicas juntos e só pararam quando cansaram. Retornaram para a mesa que estavam e terminaram a garrafa de vinho. Ele pagou a conta e deixaram o estabelecimento. Na calçada ficaram aguardando um motorista. Beatriz olhou o horário e já passava da meia noite. Ela o abraçou e disse próximo do ouvido dele:

- Parabéns! Muitas felicidades e tudo de melhor.

- Obrigado (agradeceu aconchegando ela em seus braços e depositando um beijo no rosto da loira).

O momento foi interrompido quando o carro solicitado chegou. O trajeto foi rápido e logo eles já estavam novamente no hotel. No elevador ficaram bem próximos e ao chegarem no andar que estavam hospedados voltaram a conversar.

- Adorei (ela comentou ensaiando para se despedir).

- Eu também, principalmente pela sua companhia.

- Novamente, feliz aniversário!

- A comemoração será no meu quarto ou no seu? (Quis saber com um sorriso no canto dos lábios e com um olhar muito sedutor).

Beatriz olhou no fundo dos olhos dele e ponderou por alguns minutos antes de responder.  

Fim do capítulo