Milena~

- e ai, me conta direito essa historia de casamento - perguntei enquanto degustava de um belo prato de macarrão.

- sabe... Eu a amo, estamos felizes e... Porque não? - foi direto

- deus me defenda, to tranquila como estou. A Laura também esta - mai uma garfada na boca

- por enquanto, ainda mais que mulher gosta de casar cedo e você minha irmã - pegou em meu braço - ta amorando uma mulher

- só pode ser praga - revirei os olhos

O restante do almoço era só risada e, conversas paralelas. Costumávamos fazer isso quando mais novos, porém o tempo se passou e as responsabilidades vieram e nós fomos jogados no mundo dos adultos.

Voltei para o hotel, tinha que começar a me despedir dele, pois logo, logo estaria mudando pra minha casa... ops, pra nossa casa, minha e da Laura. E se isso não é um casamento, eu não sei o que é!

Tomei um banho pra relaxar, troquei de roupa, passei pela recepção e pedi um suco e segui para o trabalho, afinal eu tinha deixado minhas coisas lá, por conta da confusão do outro dia.

Gloria como sempre me esperava

- chegou à senhora maravilha - deu um riso

- é, eu sei que... - falava enquanto caminhava pra minha sala, mas algo no tom de sua voz era de desdém, virei bruscamente em sua direção - não sei porque, mas algo me diz que você ta tirando onda comigo, porque? - arqueei uma sobrancelha

- não sou eu, mas é o povo e você sabe que a voz do povo é a voz de deus - ria

- o que o povo esta falando?

- que você estava igual uma super-heroína ontem, saindo sem camisa, com os peitos a mostra, e correndo atrás da donzela - soltou mais um riso

Levou alguns segundos para minha cabeça trabalhar, dei um riso de canto e completei - eles estavam cobertos por um sutiã - pisquei e fui pra sala, não queria me enraivar com nada.

Avisei a Gloria que já poderia dar o "ok" para as mudanças que teriam em minha casa, queria muito que no final de semana estivesse tudo pronto, pois a Laura iria passar por aqui e teríamos nossa festa da casa nova e depois ela seguiria para o Japão e ficaríamos mais tempo do que gostaríamos longe. Feito isso, comecei a trabalhar em outros projetos da empresa e, claro que meu sorriso era imenso não saía do rosto, cada encontro com meu amor era uma melhor que o outro. No meio da tarde a equipe que estava atarefada de cuidar de minha casa chegou para a reunião, a Isa estava a frente de tudo e assim eu me sentia mais segura, sabia de seu bom gosto e, também sabia que ela iria pedir ajudar a Laura na execução de cada ato dentro da casa.

O dia não poderia está mais lindo, sei que a distancia atrapalhava a gente naquele momento, mas no fim não importava, já que todo reencontro era como e fosse à primeira vez.

Ao sair da reunião com a equipe, vejo chamadas no meu celular de um numero desconhecido, não fazia ideia de quem seja, mas deveria querer falar muito comigo pois tinha varias ligações, mas deve ligar novamente, decidi não pensar muito e voltei ao trabalho, tinha muita coisa pela frente, Gloria entrou me entregando uns papeis para autorização de um construção, e uns papeis da prefeitura autorizando uma construção em áreas habitadas, me concentrei em lê-los. Meu telefone da sala toca

- oi Gloria - aperto para atender o fixo em viva voz e sem tirar os olhos dos papeis

- Milena tem uma moça querendo falar com você - disse ela

- quem é? - perguntei ainda não dando devido valor

- diz que é do Aeroporto de Londres-Heathrow - levantei minha sobrancelha e olhei para o telefone

- é a Laura? - pergunto olhando para o telefone

- não, acho que alguma moça que trabalha lá

Sem nem esperar mais nada, pedi pra transferir a ligação e já fui tirando o telefone do gancho.

- alo! - fui ríspida

 

Laura ~

 

Um desespero foi plantado no avião, minha cabeça só pensava na Milena, no quanto a queria no quanto a desejava. Senti seus braços me envolvendo e me segurando, sua voz em tom de sussurro dizendo que tudo ia ficar bem e que nada e nem ninguém iria me fazer mal, meu peito afagou com aquilo, sinto como se minha alma estivesse saindo das minhas extremidades, na minha mente seu sorriso mais apaixonado e o mais sacana, seus suspiros de raiva e felicidade. Penso no quanto a amo e, no quanto de sorte eu tinha. Vejo no futuro tudo preto, no presente uma agonia e no passado uma felicidade.

Meu corpo começa a chacoalhar, vejo o rosto de Milena vindo em minha direção, sinto o toque de sua mão no meu antebraço, e mais vez um chacoalhar em meu corpo, ouço sua voz me chamar, uma calmaria me invadiu, então novamente escuto a voz

- bora Laura, acorda - dessa vez o chacoalhar foi forte

Abri meus olhos, meio alheia ao que acabara de acontecer, não sabia o que era real. Não estava triste pelo sonho, mas sim porque a Milena não estava ali e, sim a Diana com aquela cara de idiota me olhando.

- poxa, não quer me deixar em paz? - resmunguei

- só acordei você porque estava agitada e além do mais, acabamos de chegar, precisamos descer - passou pela minha frente, acessando o corredor.

Revirei os olhos, olhei meu celular estava com a bateria de 1%, me xinguei mentalmente. Ao sair do avião pedi o celular da Diana emprestado e ela me negou, afirmando estar chateada comigo. Pedi o da Alice e ela me emprestou, liguei uma, duas, três, seis, oito vezes e ela não me atendeu, provavelmente deveria estar no trabalho. Seguimos para fazer os procedimentos finais, demorou um pouco, as meninas já tinha sumido, cheguei a um balcão de atendimento e pedi para fazer a ligação, a moça muito simpática autorizou, ela discou o numero, deve ter falado com a Gloria e logo passou pra mim.

- alo! - ouvi uma voz ríspida

- oi meu amor, é assim que atende sua mulher? - pergunto com um riso no canto da boca

- oii vida, me perdoe, eu estava concentrada em uns papeis e quando recebi a ligação fiquei inquieta, mas me diz ai... - senti um suspiro aliviado - como foi à viagem?

- foi calma, dormi na maior parte do tempo... - sorri - e você, o que fez? Ta na empresa?

- estou! há minutos atrás eu estava conversando com a equipe que esta tomando de conta de nossa casa - ouvi sair de sua boca o "nossa casa" me deixava alegre, nunca me senti de ninguém ate conhece-la.

- que ótimo, querida - falei alegre

- cadê seu celular?

- descarregou - suspirei - e a casa vai ficar pronta quando?

- esse fds, espero - sorriu - cadê as meninas?

- sumiram, to esperando aparecer pra seguirmos para o hotel, quero me deitar.

- imagino! Você ligando pra mim de um fixo em ligação internacional, essa conta ai vem cara - sorriu

- estamos em um aeroporto, eles devem ter plano internacional - solto um riso - mas mesmo assim não quero abusar, quando chegar ao hotel eu ligo de volta, beijos

- ok vida, não esqueça, se cuida e faça o seu melhor ai. Beijos e to com saudades

- eu também. Te amo

- my sweet angel

Desligamos, agradeci a moça e segui a caminho de encontrar as meninas, avisto Diana de longe e chego dando susto. Peço desculpa por mais cedo, não sabia se ela tava falando serio ou brincando. Ela me abraçou e disse que tava fazendo charme.

Seguimos para o hotel, tinha que descansar para a noite dar o meu melhor. Tínhamos que ensaiar e fazer bonito. As fãs eram uns amores. Enchiam-nos de presentes, aquele carinho era bom de ver e ter. Sempre que podia falava com a Milena, ela me motivava em tudo que eu quisesse em minha vida, meus pais a amaram, disse que ela era a certa e que nunca me viu tão feliz. O fim de semana já se aproximava, meu corpo estava exausto, queria um abraço amoroso e um corpo quente junto ao meu, para assim dormir tranquila.

 

Milena~

 

É incrível como ela arruma um jeito de falar comigo, estava apreensiva, o Rick iria pedir a Diana e a Laura iria ficar com aqueles olhos de mulher apaixonada pra cima de mim. É verdade o que dizem que quando uma amiga da sua mulher casa e, sua mulher não é casada, ela vai ficar dando indícios de que quer casar. Espero que a Laura não faça isso.

Aquele dia foi cheio, não muito diferente dos outros. A noite saí mais uma vez com o Rick, mas dessa vez na companhia de Isa e Ryan, que não parava de falar em seu bofe. A noite ocorreu tranquilamente. Voltei para o hotel e cai na cama dormindo, tava com corpo mole de sono. Ao amanhecer alguém bate no meu quarto, o rapaz da recepção me entrega uma caixa, que por sinal é muito bonita, agradeço e vou abrir, era um presente, cheirava bem e pela embalagem parecia cara. Abri com cuidado e o que eu me deparo é com uma lingerie vermelha e alguns assessórios de médicos, tinha uma cruz na frente da calcinha fio dental, sorrir. Acompanhando esse presente veio um cartão:

Meu amor. Quero que saiba que penso em você

Todos os dias, você esta presente em tudo, no melhor cheiro, jeito, sorriso

Quero seus toques, coisa que imagino ser magnifico.

Estou com saudades, vamos nos ver em breve.

Beijo e com muito carinho

C-

 

Meu sorriso morreu na hora, essa garota é louca. Quem ela pensa que é?

Joguei o papel novamente na caixa, fechei e coloquei em um canto qualquer do closet, pois não queria o ver mais em minha frente. Camila tem que tomar um jeito na vida dela.

Levantei, tomei um banho, decidi comer no caminho para o trabalho. Ao passar pela Gloria desejei bom dia e segui para minha sala. Isa me informou das mudanças da casa, mas disse que a Laura tava a frente de tudo com ela, falei para não se preocupar com nada em relação a dinheiro, era pra fazer tudo do gosto de minha amada.

Os trabalhos não paravam, sempre que dava falava com a Laura e assim ela também fazia, tava em uma obra, muita zoada, maquina o tempo todo, decisões e ainda por cima estagiários prontos para aprender. Depois que saí fui visitar uma cliente, que queria uma publicidade para sua loja, demorei mais que o esperado. No meio do caminho voltando para empresa recebo uma mensagem

 

Espero que tenha gostado do presente, estou doida pra ver você usando,

Beijos meu amor

 

- que menina mais sem noção - resmunguei jogando o celular para o lado.

O dia realmente estava trabalhoso, nem consegui falar com a Laura, mas minha mente tava tão ocupada que nem percebi isso.

O fim de semana se aproximava, avisei ao Rick que tínhamos um almoço lá, se a Isa fosse rápida em seu trabalho, resolvemos fazer um churrasco. A família dela iria, nossos amigos em comum, ia ser uma grande festa. Chegou a sexta-feira, eu estava mais tranquila, fui ao mercado com Isa comprar as coisas, voltando ao carro, para guardar as coisas e ir para casa, recebo outra mensagem

 

Meu amor, você é minha, aquela mulher entrou só para nos destruir,

Te amo, beijos com muito amor de sua Camila

 

Senti um calafrio e fiquei bastante incomodada, Isa percebeu e perguntou o que se passava, eu disse que nada e continuei meu trajeto.

Chegamos ao hotel, arrumei tudo para levar pra casa nova, na verdade Isa iria levar, eu não podia pisar os pés la, só ficaria comigo algumas roupas.

Isa acha a caixa no closet e fica me atiçando

- olhaaaa, o que ela comprou para o fds - brincava

Meu rosto corou, mas não de vergonha, corou de medo de ela ver a carta e querer pegar a Camila, dei uma risada falsa e guardei na caixa.

- para de mexer em minhas coisas, sua enxerida - brinquei com ela e a ajudei levar tudo para o carro. Dali em diante ela seguiria, só poderia ver a casa depois de pronta e com a Laura.

Liguei para Rachel, para sabe se ainda estava de pé sua decisão de ir, ela me garantiu que apareceria, não iria mudar com ela, assim como sempre a prometi. Ela é passado e a Laura vai ter que superar, assim como eu superei.

Meus pensamentos foi para Camila, tinha uma necessidade de conversar com s.r. Fernando. Liguei alegando que precisava conversar, perguntei da Camila e ele disse que estava em casa, decidi chama-lo para ir ao um restaurante e ele aceitou, no dia seguinte nos encontraríamos.

Resolvi mais algumas coisas na empresa e parti pra casa, à noite Laura fazia show e não tinha como nos falar. Liguei a tv e assistia um filme qualquer, recebo outra mensagem

 

Te amo

 

Ahhhh, essa mensagem abriu meu coração, meu sorriso não cabia no rosto e, assim eu dormi.

No outro dia de manha, avisei que fecharia a conta do hotel no domingo e saí pra correr, Ryan me acompanhou, passamos quase a manhã toda correndo, e nessa corrida falei que conversaria com o senhor Fernando sobre a Camila, ela estava passando dos limites, porem não me aprofundei muito no assunto com o Ryan.

Arrumei-me segui em direção ao restaurante

- bom dia senhor Fernando - falei ao parar na frente da mesa

- olha minha filha, bom dia, sente-se - apontou a cadeira.

- como o senhor está?

- vou bem e você?

- tudo em ordem - dei um riso

- confesso que estou um pouco preocupado com o teor dessa conversa - me olhava fixamente

- posso garantir ao senhor que eu também

- é algo na empresa, estamos perdendo dinheiro? - perguntou preocupado

- não senhor, - segurei sua mão em cima da mesa - espero que o senhor entenda meu lado, mas, é sobre sua filha

- minha filha? - perguntou apreensivo - aconteceu algo com ela?

- não, mas temo que aconteça se não tomarmos a devida providência

- do que você ta falando?

- o senhor sabe que a Camila se diz apaixonada por mim? Não é? - o olho

Nesse momento o garçom chega e nós fazemos o pedido.

- continue minha filha, e sim, eu sei

- então, só que eu não sinto absolutamente nada por ela, não por não acha-la bonita, mas porque não é ela que eu amo e sim outra - abro um sorriso

- eu sei - sinto sua voz tremulas

- só que a Camila esta passando dos limites, fica me atacando no trabalho, vai ao hotel que estou, manda mensagens e ate presentes, como se fossemos um casal - respiro fundo - eu não sei ao certo o que ela tem, mas andei dando umas pesquisadas e de tanto procurar encontrei algo, quer dizer uma síndrome - ele me olha apreensivo

- você ta dizendo que me filha é doente? - um olhar incrédulo

- não, de jeito algum, só quero dizer que o comportamento dela condiz com o da síndrome de Clérambault, ou, erotomania...

- e o que essa síndrome diz? - me interrompeu

- Trata-se, na verdade, de uma ilusão na qual a pessoa pensa que outra, geralmente de nível social mais elevado, está apaixonada por ela.

- minha filha acha que você esta apaixonada por ela?

- acredito que sim, a erotomania causa uma convicção delirante em um indivíduo de que outra pessoa, no caso eu, esteja secretamente apaixonada por ele. As manifestações de tal delírio podem até fazer que a pessoa que sofre dessa síndrome pense que ela e a pessoa que supostamente a ama se comuniquem, de forma secreta, através de simples gestos do cotidiano. Curiosamente, é o que acontece em geral, a pessoa que é julgada como apaixonada tem pouco ou nenhum contato com o indivíduo que sofre de Erotomania e tampouco sabe que uma relação fictícia foi iniciada.

- você nunca deu nenhuma esperança pra ela?

- não senhor Fernando - o olho com pena de sua expressão

- preciso procurar ajuda pra minha filha

- acredito que sim, mas não sei ao certo. Só quero dizer ao senhor que sua filha esta passando dos limites, eu sou uma pessoa comprometida e amo muito minha mulher, não quero perde-la por um capricho da Camila, se é que o senhor me entende?! - o olho apreensiva

- seu recado foi dado minha filha, obrigada - sem dizer mais nada saiu e nem olhou para trás.

Fiquei com pena dele, mas infelizmente isso deveria ter sido feito. O garçom chegou com os dois pratos, eu tinha perdido ate a fome. Paguei o prejuízo e saí, em qualquer botequim iria comer mais tarde.

Tinha que comprar um presente pra Laura, um presente de casa nova, vida nova. Fui ao shopping e rodei, rodei, rodei e não encontrei nada. Passei três vezes em frente à joalheria, não queria, mas meus instintos pediam. Iria passar por passar.

Entrei dei uma olhada, rodei meus olhos e uma atendente, filha da puta de bonita, veio me atender.

- boa tarde senhora

- Milena, me chame só de Milena. - dei um riso falso e virei para a prateleira

- Milena, o que deseja?

- não sei, sei que meus instintos me trouxeram ate aqui, não queria, mas não tive controle.

- acho que é o destino mandando você dá o próximo passo - abriu um sorriso branco, balancei minha cabeça em negativo "você é comprometida Milena" pensei comigo. - acho que ele vai amar

- ela - dei um riso de canto. A vi ficar sem graça

- desculpe

- não precisa - sinalizei com a mão

- então, me diz como é sua noiva - falou alegre.

- namorada - arqueei a sobrancelha

- beleza, as futura esposa - deu um riso

- ela é encantadora, sorridente, as curvas do seu sorriso me fascinam - sorrio só de lembrar - ela é delicada e forte, meiga e bruta. Ela é um amor

- uau, quero um amor assim - diz ela

- me desculpa, me empolguei

- sem problemas, mas me diga fisicamente.

A olhei - hmm sei - ela sorriu - cabelos negros, olhos verdes e pele alva, bem alva, dentes brancos e de coelhos, os do meio passando um pouco dos demais

- deve ser um sorriso lindo mesmo - a olho novamente - calma, só estou constatando o que a senhora me disse

- Milena - ela sorrir

- tenho um a anel que você vai amar - disse

- eu não falei em anel - fiquei surpresa

- não precisa, olha o que você esta vendo - olho para uma prateleira cheia de anéis e solto um riso - me acompanhe - mostrou passagem. - sente-se - me indicou uma cadeira que ficava para uma mesa cheia de anéis - vou lhe mostrar somente esse anel, e se você não se apaixonar por ele, eu deixo você comprar apenas um colar para presente - deu um riso - fechado?

- ok - mal sabia eu que estava na forca

- ok, - falou tirando ele de um cofre - vamos lá - se sentou em minha frente e abriu a pequena caixa - OURO UNIK BLANC, 4,5 gramas, 18K, gema de diamante e o total de gemas são 9, acabamento é polido, desenho superior é meia-cana, desenho interno é reto e lapidação é brilhante. - me olhou e deu um riso - a espessura e peso podem variar de acordo com a numeração da aliança, mas o tamanho padrão é, largura de 4,3MM e espessura 1,75MM. - entregou o anel em minha mão

Meu coração bateu acelerado, ele é lindo, imagine na mão de meu amor, iria ficar lindo naqueles dedos que tanto amo. Droga! Odeio essa vendedora. A olho de relance

- a vista? - da um riso vitorioso

-te odeio - afirmei

 

Voltei pra casa, na verdade para o hotel, o gerente me informou que amanha fechava meu quarto. Segui para meu quarto e chegando à porta, vejo uma caixa, diferente da que recebi no dia anterior. Entrei levanto a caixa. Ao abrir me deparou com uma calcinha de renda vermelha e um bilhete

 

Amor, sinta o cheiro do meu desejo por você, a umidade em que fico só de imaginar suas

Mãos em meu corpo, e sua boca me possuindo.

Imaginamos nós duas juntas todas as noites.

Com tesão

C-

 

- agora era o que me faltava - joguei tudo dentro da caixa novamente e coloquei no closet. Não queria me indispor com ninguém por estar furiosa com ela.

O dia passou corrido, quase não vi a Isa, pois estava fazendo os últimos preparativos para o próximo dia. À noite troquei algumas mensagens com a Laura e logo em seguida peguei no sono. O dia amanheceu belo e repleto de pássaros, uma disposição veio em meu corpo, sabia que coisa boa viria aí. Fui correr um pouco, depois voltei para o hotel, confirmei via App hoje na minha casa e lembrei a Rachel também. Tomei um banho, já, já a Laura iria chegar e eu iria pega-la no aeroporto. Arrumei-me toda, aquele dia estava ensolarado, um calor. Optei por um short jeans, uma blusa de manga curta branca e uma sandália rasteira no pé, um óculos esporte, meu relógio, meu perfume, estava pronta para meu amor. Queria chegar meia hora antes do avião. Ia saindo pela porta quando uma mão segura meu braço e puxa pra atrás

- você é louca? - pergunto

- por você - sorri

- Camila, para - fui ríspida.

- eu não consigo, preciso de você, quero você - alisava meu rosto.

Segurei suas mãos bem firmes - Camila, eu tenho uma pessoa, a amo - olhava dentro de seus olhos

- você tem a mim, olha como encaixamos - olha para nossas mãos

- você precisa se tratar - solto suas mãos

- meu remédio é você

A olho sem acreditar, viro minhas costas e vou em direção ao elevador.

- vota aqui Milena, precisamos conversar, nos acertar - indaga.

- não precisamos nada - fui mais grossa - o que eu preciso é que você vá embora, estou indo agora pegar minha NAMORADA no aeroporto e não quero me contrariar, vê se da um tempo, preciso de espaço, preciso respirar e vê se para de mandar presentes, eu não aguento mais dizer que eu e você não temos nada, que coisa chata - falei rispidamente com ela, e o que pareceu não se incomodar com minhas palavras, ao terminar de dizer escuto a zoada do elevador avisando que chegou, entro sem nem mais olha-la, não queria confronto.

Sigo a caminho do aeroporto me tranquilizando, não queria desentendimentos. Sentei em frente ao portão de sua saída e esperei, esperei ate mais do que devia. A vi vindo em minha direção, seu sorriso no rosto, pulou em meu colo feito uma menina

- meu cheiro preferido - disse enquanto me enchia de beijos pelo rosto

- vou ate conferir minha glicose - caçoou Alice

- eca - Diana falou ao se aproximar

- se o seu namorado não vem lhe pegar, não é culpa nossa, então não fique de mal humor - falou Laura

- boa amor - ela levantou a mão e nos batemos uma na outra.

Seguimos em direção ao o hotel, já estava quase na hora do churrasco. Ela tomou um banho rápido e logo nós saímos.

- será que eu vou gostar da nova casa? - pergunto

- espero que sim, escolhi tudo com muito carinho - respondeu

- deve estar tudo lindo - sorri pra ela.

Estávamos no transito, a sua mãe ligou pra dizer que estava meio perdida. Chegamos ao nosso destino, fomos as primeiras chegar. Parei o carro em nossa garagem e a segui

- vou lhe mostrar a casa, vamos fazer um tour nesse nosso paraíso - disse sorridente. Chegamos à sala que era grande, toda em branco com assessórios coloridos para dar vida ao ambiente, a decoração ia ate o tom amadeirado, tinha um piano mais para o canto e na parede, praticamente tomando-a toda tinha uma foto nossa, da sala víamos um lavabo, pequeno e aconchegante, tínhamos vista para o jardim da lateral e para a frente da casa, tinha uma porta que dava acesso a sala de tv e com uma gigantesca, um sofá cama aconchegante, tinha jogos, e era toda climatizada, comecei a prever minhas notes ali assistindo. Saindo da sala de tv, a sala de visita tinha acesso com a sala de jantar, que tinha uma mesa de vidro, espelho pela parede, um lustre. Entramos na cozinha e tudo lá em seu devido lugar, tudo por encomenda, um balcão no centro da cozinha, típica cozinha de americanos. Saímos e fomos ver o quarto de visita que tinha ali embaixo. Era aconchegante, uma cama de casal com guarda roupa embutido, uma tv e climatizado. A frente desse quarto tinha outro que comportava duas camas de solteiro, guarda roupa, tv e ar-condicionado, no meio dos dois tinha um banheiro social, que era muito lindo, tinha madeira no sentido do vaso sanitário. Varias lâmpadas para um banheiro só. Subindo as escadas, vejo algumas obras de artes, tais obras que ela gosta de colecionar. Vamos ao escritório que fez pra mim, tinha uma parede de livros, um sofá e duas poltronas, um tapete, uma lareira e um centro. Tinha uma mesa com computador, nessa mesa tinha fotos nossas, um abajur, gavetas. Janelas abertas que tinha imagem para o horizonte que era atrás de nossa casa. Saindo fomos para um dos quartos, tinha cama de casal e era como o outro, só não as cores, o próximo quarto também de casal e outro que parecia o de solteiro lá embaixo. Mostrou-me o banheiro social e me levou a outro cômodo, que era um estúdio, o seu estúdio. Tinha violão, teclado, microfone e todos os aparelhos de um estúdio, eu não entendia bem. E finalmente chegamos à porta final daquele andar, nosso quarto. - ta pronta? - perguntou eufórica

- já nasci assim bebe - respondi lhe dando um selinho

Adentramos o quarto, de inicio se via as cortinas, a porta que dava acesso a varanda estava aberta, do lado direito uma pequena sala, com sofá e tudo mais, do lado esquerdo nossa cama, e ela estava em uma espécie de altar, tinha uma escadinha de dois degraus para subir, dois criados mudos na mesma altura. Varias lâmpadas embutida no teto, do lado esquerdo da cama tinha uma porta que era confundida com a parede, onde era o closet, ao entra fiquei extasiada, ele era imenso, cheio de roupas minhas e algumas delas, meus sapatos, assessórios estava ao meio do closet, como se eu estivesse em uma joalheria, ao lado direito logo entrando no closet, ela fez o banheiro. Entrando tinha uma pia enorme com um espelho de ponta a ponta, um vaso sanitário, um chuveiro e uma banheira imensa, todo trabalhado no preto. O banheiro era de rei. Seu olhar era atrevido, se não tivéssemos convidados chegando, teria atacado ela ali

- então? - perguntou

- tão linda - sorri olhando em seu solhos

- amor - me advertiu - a casa?!

- ahh sim, o trabalho foi magnifico - a agarrei, queria um beijo seu, estava cheia de vontade, foi o que fiz, a encostei na parede e a beijei, beijei com vontade, um fogo foi subindo e nessa hora percebi que ela seria a mulher da minha vida, era ela que ia casar comigo, eu estava trancada pro resto da vida. Nossas respirações estavam pesadas, minhas mãos ganharam vida naquele tom de pele pálido, deixando marcas, levantando seu vestido rodado de flor. Como eu a queria. Mas infelizmente nós ouvimos

- filha, chegamos - sim os pais dela já estavam dentro do nosso quarto. Afastamo-nos rápido e tentei me recompor, rimos baixinho, sabíamos que estávamos loucas. Ajeitamo-nos e saímos do banheiro. Cumprimentei meus sogros, e descemos. Ao descer a escada sussurrei em seu ouvido

- você sabe que eu te amo

- o que é dessa vez? - perguntou

-convidei a Rachel - falei, ela parou na escada e me olhou com um olhar de raiva, senti que ela me mataria ali.

- oi Milena, oi Laura - foi só falar no diabo!

 

 

Fim do capítulo