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  • Capítulo 1 - A fuga

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Astrum por Bastiat

Ver comentários: 8

Ver lista de capítulos

Palavras: 1602
Acessos: 8307   |  Postado em: 20/01/2018

Notas iniciais:

Alguns capitulos terão algumas falas em inglês (e traduzidas), mas só quando houver necessidade mesmo.

Capítulo 1 - A fuga

    Frio.

    Faz muito frio na Eslovênia. Há dias eu estou presa neste país, dormindo cada dia em uma rua diferente e vagando de um lado para outro sem rumo certo. Conversei com uma garotinha esperta por esses dias que me disse que o inverno está ameno. Mas, ainda assim são dias difíceis para quem está em situação de rua como eu.

    A fome já nem é tanta assim, acho que realmente estou me acostumando a comer um dia e ficar alguns outros sem colocar nada no meu estômago. A sede é saciada por generosidades e às vezes recorro a água que sai da fonte no centro da cidade. Para a minha falta de sorte, há dois dias ela está congelada.

    Algumas pessoas que passam por mim parecem ter pena, outros tem raiva, até mesmo ódio. Tem também aqueles com medo. Medo de mim? Medo de minhas origens? O que eu posso fazer de mal para essas pessoas? Não entendo.

    "- Esses vagabundos têm que voltar para a terra deles! Querem destruir a nossa cultura, mas não vamos permitir. Fora, refugiados! Fora, refugiados!"

    O que quero mesmo são duas coisas bem simples: um lugar que eu possa andar sem ter que ser atingida por alguma bomba, e ser feliz. Nenhum lugar do mundo está livre da criminalidade, do terrorismo e dos marginais, mas continuar na Síria era uma coisa impossível.

    " - CORRE, MINHA QUERIDA!

    - NÃO MÃE, EU NÃO VOU TE DEIXAR.

    - EU VOU MORRER DE QUALQUER JEITO, MINHA FILHA. JÁ NÃO ANDO MAIS, NÃO TENHO COMO ME SALVAR... SIGA SEMPRE UMA ESTRELA... AAAAHHHHH."

    Siga sempre uma estrela. Ela sempre me dizia isso pois as estrelas iluminam as noites escuras, os pensamentos turvos. Exceto pelo conselho, essa lembrança sempre faz meu corpo arrepiar de profunda tristeza. Não sei explicar qual foi o sentimento ao ver meu bairro ser bombardeado e uma parede atingir a senhora que eu chamava de mãe.

    Fátima não era a minha mãe biológica, mas foi quem me criou. Tudo sobre amor, aprendi com aquela senhora que me deu tudo na vida.

    Nasci em plena guerra do Golfo no Iraque. Meu pai morreu na porta do hospital e minha faleceu dias depois que eu nasci. A mesma bomba que matou o meu pai, acabou também atingindo a minha mãe. Meu parto foi feito às pressas pela doutora Fátima. A mulher que mais tarde se tornaria uma pessoa importante para mim já começou salvando a minha vida.

    Ainda recém-nascida, fui levada pela médica para a Síria. Fátima era uma brasileira que estava de passagem pelo Oriente Médio, fazia trabalho voluntário. Sua missão no Iraque tinha acabado no dia da morte da mãe que não conheci. Foi quando ela decidiu que o melhor era me levar para outro país. Dias incertos me perseguiam desde o meu nascimento. Como ela estava de partida para a Síria, achou que o melhor a se fazer era me levar para um orfanato naquele país.

    Fiquei no orfanato apenas um mês, tive sorte. Fátima, que me visitava sempre, criou sentimentos maternos por mim e decidiu me adotar. Seu plano inicial era me levar para o Brasil, mas ela recebeu uma excelente proposta para trabalhar em um hospital sírio e decidiu fixar sua vida em um só lugar. Fátima me salvou pela segunda vez ao decidir criar-me como sua filha.

    Cresci feliz, estudei em uma boa escola, tive muito amor e carinho a minha volta. A exemplo da minha mãe Fátima, resolvi cursar medicina. Infelizmente, não consegui concluir minha graduação, faltava apenas os dois últimos anos para terminar a faculdade. Ou seja, não consegui ser uma interna. A guerra civil destruiu onde eu estudava. Não, a guerra civil destruiu a minha vida. Com o Estado Islâmico, tudo piorou. Não sei como as pessoas têm uma visão tão distorcida do islamismo.

    Não sigo o islã. Na verdade, a minha mãe de criação sempre deixou que eu decidisse qual religião seguir. Ela era católica - muito católica na verdade - mas como eu nasci de pais islãs e fui criada em um país mulçumano de maioria islã, Fátima resolveu que me apresentaria todas e quando eu tivesse decidido por qual seguir, ela apoiaria.

    O dia de decidir qual religião seguir não aconteceu. Quanto mais eu pensava no assunto, mais em dúvida ficava. Todas as minhas amigas são mulçumanas, algumas se tornaram extremistas e se afastaram, outras tinham a mente mais livre e me respeitavam.

    Mas religião é a última coisa que eu deveria pensar agora. Nossa, que frio! Acho que é o dia mais frio desde que cheguei aqui.

    Se eu continuar parada aqui, vou congelar. Vou tentar caminhar para aquecer meu corpo, sei lá. Sinto-me fraca, estou há 2 dias sem comer nada. Se o frio continuar assim, acho que vou morrer. Preciso procurar comida amanhã.

    Caminhei bem devagar até a praça da cidadezinha de Slovenj Gradec. O relógio digital marca -5°C, é por isso que sinto tanto frio.

    Eu estou sozinha no mundo. Não posso ir para o acampamento dos refugiados, não é seguro uma mulher sozinha e perto de tantos homens. Se eles descobrissem que eu sou pagã, Deus me perdoe, mas pode ser até pior.

    Existem pessoas boas e ruins nessa travessia para chegar na Alemanha. Conheci dois rapazes muito ruins que seguiam o lado mais extremista da religião. Eles tentaram me estuprar, por isso corri do acampamento e vivo nas ruas. Porém, conheci pessoas que me ajudaram até o dia que corri do acampamento.

    Estou esperando uma autorização para atravessar e continuar a minha caminhada rumo à Alemanha, mas está difícil. Se eu conseguisse um emprego por aqui para juntar dinheiro, tudo ficar mais fácil, mas ninguém confiava nada a mim.

    Ouvi passos se aproximando, posso identificar barulhos de botas. Eu não quis nem olhar, com certeza é um guarda que me pedirá para sair do local. A perseguição está crescendo. Meu cerco se fechando.

    - Hello (Olá).

    A voz é de uma mulher.

    Levantei a cabeça lentamente. Seu par de bota são lindas e seu corpo está bem agasalhado com um casaco pesado. Olhei hesitante para o seu rosto, meu inglês não era lá grande coisa, eu sei falar apenas árabe e português por causa da minha mãe. Mas talvez e conseguisse responder o básico, tomara que a conversa não fique complicada.

    - Hi (Oi).

    - Are you ok? (Você está bem?) - Ela perguntou se aproximando mais.

    - Yes... (Sim)

    - Cold? (Frio?) - Vi suas mãos abraçar seu corpo.

    - Maybe (Talvez).

    Tomei coragem e olhei em seus olhos. São de um verde bonito, bem claros como piscinas naturais cristalinas.

    - Why are you on the street? It's late! (Por que você está na rua? Está tarde!)

    - I am... I am a refugee (Eu sou... Eu sou refugiada).

    - No, you're not (Não, você não é) - ela riu - Go to your home, it's really late, your family must be worried. (Vá para sua casa, está muito tarde, sua família deve estar preocupada)

    Não creio que essa mulher não acredita que eu sou uma refugiada.

    - I don't have a family. I'm not lying to you, I'm really a refugee. (Eu não tenho família, eu não estou mentindo para você, eu sou realmente uma refugiada)

    Ela sorriu de lado e deu-me as costas. Já estava abaixando minha cabeça quando ela caminhou um pouco e depois voltou.

    - I don't believe. You are not saying the truth, but... whatever... - hesitou. - I can't leave you here in this cold. (Eu não acredito. Você não está dizendo a verdade, mas... tanto faz... eu não posso deixar você nesse frio)

    Permaneci parada.

    - Let's go, girl! I'll give you shelter in my house. Will start snowing strong, it is not a good day to sleep in the street. (Vamos lá, garota! Eu te darei abrigo na minha casa. Vai começar uma tempestade de neve, não é um bom dia para dormir na rua)

    Como se ela fosse bruxa, começou a cair alguns flocos de neve. Do jeito que minha situação só se complica, é melhor aceitar essa ajuda. Peguei a minha mochila atrás do banco da praça.

    - Thanks. (Obrigada)

    A mulher não me disse nada, apenas acenou e olhou a minha mochila. Caminhamos juntas até o prédio luxuoso em frente à praça principal da pequena Slovenj Gradec. Ela abriu a porta e acenou para o porteiro que já chamava o elevador.

    O silêncio imperou na subida até o último andar. Ela abriu a porta do apartamento e pude ver que é um lugar lindo e sofisticado.

    Ela saiu sem dizer uma palavra. Voltou alguns minutos depois com dois cobertores e os entregou para mim.

    - Good night, girl.

    Apagou a luz da sala e saiu.

    Olhei pelo vidro da sacada e a neve cai cada vez mais forte cobrindo os telhados vermelhos da pequena cidade. Agradeci a Deus pelo teto, me sentei no sofá e tirei os meus sapatos. Achei melhor deitar-me no chão da sala, o sofá parece bem caro e eu não estou em uma situação muito adequada. É melhor eu não o sujar, talvez a moça dos olhos mais bonitos que eu já vi na vida achasse ruim.

    Cobri-me como em um casulo e logo o sono chegou. Aqui, agora, não existe mais frio.

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Apresentação de uma das protagonistas.


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Comentários para 1 - Capítulo 1 - A fuga:
Julliaa
Julliaa

Em: 26/03/2018

Ebaaaaaa voltou. 

Ainda nem li mas já vim deixar minha alegria do quanto amo essa história. 

Bjssssss 

Responder

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mtereza
mtereza

Em: 08/02/2018

Já me encantei com o primeiro capítulo curiosa para ler os próximos


Resposta do autor:

Bem-vinda. Espero que goste.

 

Abs.

Responder

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Dessa
Dessa

Em: 07/02/2018

Muito bom que tenha voltado

Já amando a história ,parab parabéns.


Resposta do autor:

Estou feliz por ter voltado também :)

 

Obrigada, abs!

Responder

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Lino
Lino

Em: 28/01/2018

Primeiro capítulo, já arrasarra, Batiast parabéns. 

Responder

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patty-321
patty-321

Em: 24/01/2018

Nossa a edtoria ja começou hiper interessante. Uma refugiada. Sera com certeza outra estória sensacional. Eu sou apaixonada pela a fortiori. Bjs


Resposta do autor:

Oi Patty.

Sim, temos uma refugiada. Espero que você goste dessa também haha.

 

Beijos.

Responder

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Nocturne
Nocturne

Em: 24/01/2018

Olá!

Já no primeiro capítulo, Astrum me conquistou. Provavelmente, devido à soma dos elementos: a temática atual e bastante pertinente, a questão dos refugiados, a situação das mulheres e da religião em meio a isso, a vivência nas ruas, atrelado ao modo como tu descreves tudo tão bem.

Astrum já tinha crédito comigo antes de eu começar a ler, apenas pelo fato de ter tua assinatura (devido a A Fortiori). Sendo assim, só posso agradecer pela história.

Obrigada, continue escrevendo.


Resposta do autor:

Olá!

 

Sim, confesso que sobre a temática, eu procuro me colocar no lugar de quem chega ao "mundo novo" e tentarei repassar isso. Acho que você pegou bem o espírito da coisa.

Obrigada pelas palavras.

 

Abs.

Responder

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dannivaladares
dannivaladares

Em: 22/01/2018

Bastiat, bem-vinda devolta!

Fico feliz que tenha nova inspiração, um novo horizonte... "siga sempre uma estrela", ela lhe trará novas conquistas. 

 

 

Abraço,

Dani


Resposta do autor:

Olá, obrigada pela recepção :).

É bom colocar minhas loucas ideias aqui haha.

 

Abraço, xará.

Responder

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jo40
jo40

Em: 21/01/2018

Que bom que voltou.

Seja bem vinda.

Ja gostei...


Resposta do autor:

Olá! Fico contente por ter voltado também.

Opa, vamos acompanhar então.

 

Abs!

Responder

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