--Claro!!

As duas saíram do hospital rindo, a cara das recepcionistas sem entender o que estava acontecendo chegava a ser cômica.


***



Tati não foi ao hospital naquele dia, Nathalia permaneceu por lá com os pais quase a manhã inteira. Nath conseguiu convencê-los de que era melhor ir pra casa e voltar na parte tarde pra outra visita.

Chegou em casa e Lú já preparava o almoço, seguiu em direção ao quarto de hospedes e não encontrou Tatiana, achou que que ela tivesse em seu quarto mas não havia sinal dela.

Com o coração despedaçado Nath chamou seus pais e os acomodou no quarto de hóspedes para que tomassem banho e descansassem um pouco antes do almoço.

Quando voltou pra cozinha perguntou imediatamente a Lú:

--Lú a Tati disse onde foi?

--Nath, ela levantou logo depois de você, arrumou uma mochila, nem tomou café. Apenas falou que precisava ficar um pouco sozinha e saiu.

--Ela não disse mais nada? Não deixou nem um recado pra mim?

--Nath só se ela deixou algum bilhete no seu quarto, pra mim ela só disse isso.

Nathalia foi até o quarto na esperança de encontrar algum bilhete e nada. Olhou o guarda roupa e viu que todas as coisas de Tati continuavam lá, mesmo com o coração apertado conseguiu respirar aliviada. Sabia que não era definitivo.



***



Natasha e Duda saíram do hospital de moto, a ruiva não questionou. Pararam em frente a padaria do porto, Duda desceu da moto e pediu que Natasha a esperasse.

Entrou e ficou perdida, não fazia ideia do que a jovem gostava. No hospital era sempre café, suco de laranja, misto ou sanduiche natural. Resolveu não complicar comprou as coisas que estavam acostumadas a comer, entregou as sacolas pra Natasha e subiu na moto novamente.

Duda entrou na garagem do prédio em que morava, quando desceu da moto e ambas tiraram o capacete Natasha estava com os olhos arregalados. A segurança e confiança da ruivinha estavam ameaçada.

--Calma pequena, só te trouxe pra cá porque quero muito conversar com você e não queria ter que ficar me preocupando com ninguem nos interrompendo.

--Eu não estou nervosa, só acho que você poderia ter me avisado que me traria pra sua casa.

--Ta com medo de mim Doutora? -Duda não perdeu a oportunidade de usar seu sarcasmo

--Eduarda eu não estou com medo, só acho que me trazer pra sua casa é uma coisa muito intima.

--Fica tranquila que eu não vou te devorar, mesmo não me faltando vontade pra isso.


A ruiva engoliu a seco e acompanhou Duda até seu apartamento, colocaram as coisas em cima da bancada que dividia a cozinha e uma pequena sala de jantar.

O apartamento de Duda era pequeno, mas bem delicado. Tudo muito bem decorado e arrumadinho, naquele momento Natasha percebeu que Duda tinha muito a mostrar e que por trás daquele jeito tô nem aí, havia uma mulher a ser desvendada.

--Senta aí e fica a vontade, vou preparar nosso café.

--Quer ajuda?

--Você é minha convidada, hoje vai ser servida.

--Não conhecia esse lado seu. -a ruiva falou encarando Duda

--Tem muita coisa sobre mim que você não conhece. -a deusa do ébano respondeu sustentando o olhar

Duda fez café, colocou os mistos na sanduicheira, começou a arrumar a mesa tudo sendo observado pelo olhar atento de Natasha.

--Vamos tomar café? -Duda se sentou e fez sinal pra que a ruiva se servisse

--Vamos sim, mas eu to um pouco confusa. Confesso que to adorando conhecer esse seu lado mas você ainda não disse o que quer conversar comigo.

--Você é sempre assim ou é só comigo que tem pressa?

--Eu só quero entender o que você quer tanto falar comigo que nao poderia ser no hospital, em um restaurante ou em um barzinho.

--Tudo bem Doutora Natasha, vamos ao que interessa.

--Por favor, eu ja estou ficando nervosa!

--Não fique, eu te conheço a poucos dias, desde que Nath e eu terminamos eu realmente mudei, aprendi com meus erros, sofri muito e realmente achei que tinha alguma chance com ela. Me afastei da minha vida boemia e vazia, me dediquei ao meu trabalho e quando decidi tocar minha vida em frente longe de tudo que me fazia lembrar a vida que perdi. -Duda fez uma pequena pausa pra respirar

--Eu já tinha ouvido parte dessa história mas ainda nao sei onde quer chegar. -Natasha estava ficando preocupada

--Me mudei pra cá, e acabei reencontrando a Nath, porém, com a vida já refeita e sem espaço pra mim, ainda cometi umas bobagens na tentativa de tê-la de volta mas como você pode ver nao deu certo. Quando você chegou, sua semelhança com ela me chamou atenção não vou negar mas na personalidade vocês não se parecem em nada.

--Duda dá pra falar alguma coisa que eu não saiba.-Natasha falou enquanto tomava seu suco de laranja tranquilamente

--Antes de te conhecer eu não pensava em me envolver com ninguém, vivia repetindo pra mim que se nao fosse a Nath não queria outra e isso mudou. Quero te conhecer de verdade e dar uma chance real para o que possa acontecer entre a gente.

--Duda, porque você fez questão de me falar essas coisas?

--Quando você me falou que nao queria se pegar comigo pelo hospital, que queria um encontro de verdade ainda que fosse só por uma noite, me fez pensar que eu tinha que fazer a coisa certa dessa vez e a coisa certa era começar sendo honesta com você.

--Eu nao disse que nao queria me pegar com você pelo hospital, eu disse que nao queria só isso.

--Eu ja entendi pequena.Se eu não tivesse táo cansada te convidaria pra sair hoje mas nem sei se vou conseguir dormir em casa.

--Então nao vai mais me convidar pra sair?

--Nossa, como você é dificil menina! Se você concordar amanhã quando sairmos do plantão gostaria que jantasse comigo.

--Hahaha.-a ruiva soltou uma gargalhada deixando Duda sem entender --Você séria assim consegue ficar ainda mais sexy. Eu aceito jantar com você amanhã.

--Ufa, nunca pensei que fosse tão difícil convidar uma mulher pra sair.

--Eu teria aceitado de primeira sem você precisar fazer tantos rodeios.

Duda riu gostosamente do jeito safado e ao mesmo tempo moleca da ruiva. Terminaram de comer e Duda serviu o café. Conversaram tranquilamente sobre os últimos ocorridos no hospital.

Elas não sabiam se nasceria um romance mas com certeza uma grande amizade estava começando.

--Pequena, você se importa de me esperar na sala por alguns minutos, preciso tomar um banho decente, estou a dias naquele hospital.

--Claro Duda, eu fico aqui quietinha ouvindo música e prometo não fazer nenhuma arte.

--Sempre com uma piadinha, eu já volto.

Natasha ficou na sala observando os livros que Duda tinha na estante, não pode deixar de observar as fotos, todas sozinhas, mas pelo sorriso que ela estava nas fotos tinham sido tiradas pela mesma pessoa. Sorriu ao ver a coleção de CDs e DVDs, elas tinham gosto bem parecidos. Foi surpreendida por Duda entrando na sala, ela secava os cabelos com uma toalha e a ruiva quase deixou o porta retratos cair.

--Gostou? Pode ser sua.-Duda falou usando toda sua canalhice

--Gostei da foto, mas esse sorriso com certeza tinha dona. -Natasha falou a encarando

--Foram todas tiradas pela Nathalia, eu gosto do jeito que eu sorria pra ela.

--Realmente esse seu sorriso é lindo. Agora vai terminar de se arrumar que eu preciso descansar.

--Prometo nao demorar. -Duda saiu da sala exibindo seu melhor sorriso

Algo estava acontecendo e Duda não sabia o que, aquela menina estava mexendo com os seus extintos a ponto de esquecer toda segurança que sempre teve.

O Tempo estava quente, ela nao estaria de plantão, ficaria somente a disposição de Beatriz, resolveu dar uma caprichada no visual. Colocou uma calça justa e uma blusa verde esmeralda da cor de seus olhos, uma botinha com saltinho baixo, passou um lápis para realçar seus olhos e gloss para valorizar sua boca, colocou um perfume cítrico e caminhou em direção a sala parou no batente porta e chamou pela ruiva.

--Uau, nosso encontro é hoje? -brincou a ruiva

--Se você quiser pode ser hoje, não quis forçar a barra porque sei o quanto está cansada.

--Realmente estou morta, vamos fazer assim, se quando você sair hoje eu estiver lá fora te esperando é porque a vontade de te ver foi maior que meu cansaço.

--Vou contar com isso!

Enquanto caminhavam pelo corredor Duda segurou Natasha pela cintura, sem pedir licença colou seus corpos e mergulhou naquela boca que tanto desejava...

Fim do capítulo