Procurar pelo amor me foi inútil. O amor me encontrou. Não foi necessário nada além de um coração liberto, aberto e descontraído: o amor foi contraído no momento mais inusitado.

Procurar pelo amor me foi infértil. Deixei minha carência escolher por mim ou torcer para ser escolhida. E o que restou: mais um texto triste, um poema em carne viva.

A procura equivocada me levou para um lugar chamado cansaço. Não havia amor ali naquele abraço. Era qualquer coisa meio juvenil e imatura, onde se busca no sex* a cura sem encontrar realmente intimidade.

Procurar pelo amor também me fez sentir saudade. E por esta sucessão de faltas eu acreditei na força do sentimento que veio com a ausência. Mas eu não havia perdido ninguém, mas abafado, com uma busca desvairada, a minha essência.

E talvez sobrecarregado o Outro. E certamente sobrecarregado a mim. Como haveria espontaneidade assim?

Procurar pelo amor já é finito. Como posso encaixotar numa bússola aquilo que está guardado no infinito?

(Procurar pelo amor me foi inútil. O amor me encontrou).

 

Marla de Queiroz.

 

Há praticamente um ano minha vida se resumiu a passar minhas horas vagas lendo. Não sei se é carma ou alguma expiação, o fato é que eu resolvi me apaixonar por alguém que nunca me notou e está ocupada demais para fazer isso. Sabe quando você pensa que encontrou o amor da sua vida? Aquela paixão arrebatadora, onde você se entrega de corpo e alma e não recebe nada em troca? Então, eu sou a personagem principal disto.

Eu resolvi me apaixonar pela minha melhor amiga. E isso foi o meu fim. Conhecemo-nos na universidade e logo a empatia surgiu. Eu comecei a me aproximar e logo vi que tínhamos gostos parecidos pra moda, musica, comida e tudo que vocês possam imaginar. Eu pensei que tinha encontrado o amor da minha vida, a minha cara metade... Mas não foi bem assim. Eu Irei fazer um breve resumo de mim e de uma pequena parte da minha historia assim vocês entenderão melhor.

Chamo-me Dávila e tenho 23 anos. Já construí grande parte da minha historia: passei minha infância como qualquer criança gostaria ter, cheia de brincadeiras e desenhos animados. Nunca precisei ter grandes preocupações a não ser me dedicar aos meus estudos. Sou uma figura única na personalidade e na aparência. Como sempre dizem sou um conjunto bem peculiar. Filha de um francês e de uma Baiana mulata, essa combinação acabou gerando uma mestiça de 1,70cm de altura com um corpo bem definido, olhos cor de mel e longos cabelos lisos castanhos. Não que eu ligue para aparências, mas o corpo também é uma parte importante e sempre busco me cuidar e ser como quero ser.

Entrei na Universidade cedo e cursei administração, atualmente junto com meu Pai, cuido da área Administrativa da rede de Padarias que ele conseguiu construir com muito esforço. São dez padarias no total espalhadas por Três Cidades vizinhas no estado baiano. Considero-me uma boa pessoa, pago minhas contas e não devo a ninguém, não faço mal a quem quer que seja e sempre faço minhas orações. Não tenho muitos amigos, apenas o essencial. Atualmente estou me dedicando mais ao trabalho do que a festas, barzinhos, e noite de balada como estava frequentando há um tempo.

Tinha uma vida aparentemente tranquila, até conhecer a Luciana.

Luciana é aquela menina que chama atenção onde passa. Linda e extremamente sensual ela consegue ter nas mãos quem quer que seja, e comigo não foi diferente. Não demorou muito para que pudesse me apaixonar e ficar na fossa meses depois de me declarar.

Acabei me declarando e achando que eu teria alguma oportunidade.

Mas isso só foi algo da minha cabeça, ela fez questão de jogar na minha cara que é Hetero.

E não se envolve com mais ninguém que não seja isso.

Só que não aconteceu como ela falou.

Acabei me declarando e tempos depois ela resolveu “experimentar” acabamos trans*ndo e ficamos em um chove não molha.

Por gostar dela eu aguentei tanta coisa.

Aguentei choros e mais fossas dela por conta de ex, aguentei todos os desabafos de trabalho, de tedio na faculdade, de vida corrida. Simplesmente eu a entendia e a ouvia.

Ela só me procurava quando precisava de alguma coisa ou quando algum cara que ela estava afim acabava a deixando na mão.

Era sempre a mesma historia e o mesmo ciclo vicioso.

Ela me chama, e eu vou correndo. Transamos e depois ela me manda embora como se nada tivesse acontecido. Ela não se importa com o que eu sinto e eu me sinto péssima por saber disso e não conseguir dá um não pra quem me deixa um enorme vazio todos os dias.

 

-- Dávila posso entrar?

 

-- entra mãe.

 

-- Minha filha não vai descer para o jantar?

Seu pai está lhe esperando, sabe que sempre jantamos juntos.

-- Irei sim mamãe.

Obrigada por me lembrar estava distraída pensando na vida que esqueci completamente.

 

-- minha filha está acontecendo alguma coisa?

 

-- não mamãe.

É só cansaço do trabalho mesmo.

 

-- já avisei seu Pai que você deveria ter pouca responsabilidade.

 

-- não começa mamãe, sabe que eu gosto do que faço.

Vá à frente que eu estou indo.

 

-- não demore.

 

Somos completamente unidos e sempre jantamos juntos.

Meu Pai é aquele paizão sempre presente e não tenho nem palavras para falar da minha mãe, uma baiana pra lá de danada.

Já iria descer pro jantar quando meu celular toca.

 

-- Oi Luciana

 

-- Oi bb.

Quando vêm me vê? Estou com saudades.

 

-- não sei Lu, estou completamente coberta de trabalho.

 

-- então vêm aqui em casa mais tarde.

-- não vai dá.

 

-- por favor, bb...

Estou pedindo com carinho vem...

 

-- tudo bem então, eu passo ai às 22h lu.

 

-- estou te esperando.

 

Acabei descendo pro jantar e minha mãe esperta como sempre não demorou muito para comentar.

 

-- Dávila quem era ao telefone?

 

-- era a Lu mãe.

 

-- essa menina não te deixa em paz minha filha.

 

-- mãe? Podemos jantar em paz.

 

-- Ma fille, ta mère a raison

(Minha filha sua mãe tem razão).

 

-- Pai tenta falar seu português arrastado mesmo, por favor.

Vocês não precisam se preocupar comigo, já sei me cuidar.

 

-- depois não diga que não avisamos.

 

Meus pais sabiam tudo sobre mim.

Sabiam sobre minha sexualidade e aceitavam isso sem problemas. O fato foi que nunca gostaram da Luciana. Mamãe desde que colocou os olhos na Lu pegou uma antipatia que só deus na causa.

 

-- filha antes de você sair, porque já imagino que não vá dormir em casa quero falar com você.

 

-- tudo bem mamãe.

 

Acabei meu jantar e corri pra tomar banho e me arrumar.

Estava terminado quando minha mãe entra.

 

-- Dávila, você merece coisa melhor.

E não vai demorar pra chegar quem realmente merece sua dedicação.

 

-- que historia é essa mamãe?

Acho que seus oxalás estão fazendo previsões erradas.

 

-- depois não diga que eu não avisei. E são orixás e tenha mais respeito menina.

Você merece coisa melhor, mas enquanto continuar mendigando afeto e amor por quem não merece nem pena, vai continuar na escuridão.

 

Mãe tem cada conversa. E o que posso dizer? Ela é minha mãe e me conhece desde o dia que nasci. Por mais doloroso de assumir eu sei que ela tem razão.

Como sempre o ciclo vicioso tornou a se repetir: já estava em frente à casa da lu...

 

-- Pensei que não iria vim Dávila, estava com tanta saudade (ela falou já se agarrando a mim).

 

-- Lu, já conversamos sobre isso.

Você sabe que eu gosto de você e continua se aproveitando.

Se você só quer amizade comigo não tem mais a necessidade de estar me agarrando e nem me chamando pra vim na sua casa no meio da noite. (despejei isso tudo de uma vez, antes que perca a coragem).

 

-- não sei por que você insiste nisso bb...

Estamos tão bem assim, pra que definir alguma coisa?

 

-- porque sim Luciana.

Sinceramente eu não sei mais o que fazer da minha vida.

Você me confunde todos os dias.

Hora me quer hora não me quer.

Isso é o que? Uma brincadeira só pode.

Já tivemos tantas conversas sobre isso.

Eu já entendi que não vamos ter nada, mas você não me deixa ir embora.

 

-- você está muito estressada bb.

Vamos pro quarto que eu te faço uma massagem e resolvemos isso.

 

Eu não consigo resistir, sei muito bem porque ela me chamou aqui e acabo não fazendo o que realmente tenho que fazer.

Sempre ela é mais forte que eu, sempre eu acabo caindo e sendo fraca.

 

-- senta Dávila e esqueci isso.

A gente só está relaxando.

Sabe que adoro quando vem me vê.

Depois que saímos da Universidade você se afastou de mim aos poucos e hoje eu tenho que ligar pra você se lembrar de mim, por que isso?

 

-- porque eu não consigo estar na sua vida como realmente quero.

Não sei se eu te namoro ou se sou sua amiga.

Ou sei lá o que.

 

-- eu sei o que você é.

 

-- o que então?

 

-- você é a única pessoa que me faz sentir as pernas bambas quando trans*mos.

Só você consegue me pegar de jeito e me fazer goz*r.

 

-- sua sinceridade até me deixou comovida Luciana.

 

-- esqueci isso de namoro meu bb...

Aproveitamos mais assim.

 

-- eu estou realmente cansada disso.

 

-- ainda nem começamos, quero você em ótimo estado minha mestiça linda.

 

E nessas horas eu não consigo nem pensar direito.

O tesão já é maior que tudo, eu sempre senti atração pela Luciana e isso eu não podia negar.

 

-- porque você faz isso comigo?

 

-- por que você de certa forma mexe comigo, só você sabe me ter coração. Eu sou sua sorte e seu azar.

Transa comigo só essa vez, por favor (ela falou ao pé do meu ouvido)

 

Não precisei de mais nada, a excitação já aquecia o meu corpo.

Joguei a Lu na cama e encaixei meu corpo sobre o dela, minhas mãos já percorriam o caminho tão conhecido do corpo que me deixava louca, joguei a blusa que ela usava em um canto qualquer e ficamos em um contato gostoso. Nossos corpos encaixados tinham a medida certa, nessa posição eu conseguia beijar e morder bastante o pescoço da lu. Ela me respondia com beijos ofegantes e mordia meus lábios devagar

 

-- faz como só você sabe meu bb...

Faz-me sua Dávila

Sai de cima dá Lu e tirei minha própria camisa, á chamei com as mãos e ela pulou em cima de mim novamente. Depois se Encaixou em mim e seguimos com beijos por todo o quarto até encostala na parede para termos um contato maior.

Nossos corpos estavam colados e eu sentia o quanto ela estava excitada. Estávamos nos esfregando e logo os gemidos tomaram conta do quarto. Ela me deu passagem para aumentar o contato e não me fiz de rogada, arranquei as peças intimas que ainda restavam dela e suguei com vontade os seios fartos que ela tinha. Iria alternando e brincando com seios enquanto ela rebol*va pra mim, o suor já percorria nossos corpos e isso era só o começo da nossa noite.

 

-- Lu, eu vou te dá o que você quer.

 

-- eu quero você em mim (ela falou com a voz rouca)

 

 A olhei fixamente e depois a beijei com ansiedade e adrenalina, a puxei para perto de mim com vontade e mordi seus lábios. Minhas mãos percorriam todo o corpo da Luciana que se contorcia inteira com meu contato, até chegar ponto ápice do prazer. Deixei minha mão na parte mais intima dela enquanto ela rebol*va e falava palavras desconexas.

 

-- não para Dávila

 

Não tinha vontade de parar e isso não iria acontecer.

Desci sensualmente alisando o corpo da Luciana e pedi que ela levantasse a perna.

Iria fazer valer a pena, já que estou aqui por que não?

Suguei e lambi com vontade a intimidade molhada da Luciana, nessas horas os gemidos já podiam se ouvir de longe. Ela pressionava minha cabeça para ter um contato maior e eu aproveitava ao máximo a excitação dela.

Já sentia as pernas dela bamba e os sinais que ela iria goz*r, então subi novamente com a boca lambendo a virilha, a barriga e sugando novamente os seios dela.

 

-- Dávila não me tortura assim.

Faz logo o que tem que fazer (ela falava ofegante)

 

Eu dei apenas um sorriso irônico e encaixei minha perna entre as pernas dela.

Comecei a rebol*r e ela começou a gritar palavras que eu não fazia questão de ouvir enquanto suas unhas arranhavam e marcavam minhas costas.

Desci pra intimidade e comecei a penetra-la com vontade e desejo, com intensidade e com a certeza que não passaríamos de mais uma trans*.

Essa não seria a ultima da noite, seria apenas um aperitivo do que ainda ia acontecer durante toda a madrugada que eu mataria o desejo da Luciana e ao mesmo tempo estaria morrendo por dentro.

 

Enquanto as horas te perguntam

Você não tem resposta

A verdade é sempre incerta pra alguém

E a vida vai cantar

 

Enquanto as horas te confundem

E tudo fica foda

Atrapalhando os lindos sonhos de alguém

E a vida vai cantar

 

Vem, que enquanto eu canto pra você teu corpo se vai

Segue dançando de alma nua

Sou tua sorte e teu azar

 

Ei! Ei, eu vejo você

Ei, eu vejo você

Eu vejo cê brilhar

Ei, eu vejo cê brilhar

Eu vejo cê sorrir

Eu sinto cê amar

https://www.youtube.com/watch?v=0uw6Y8vkSdU

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fim do capítulo