Capítulo 11- Ameaças
Vanessa se joga em sua cadeira novamente passando suas mãos no rosto, “Isso não pode estar acontecendo!”, pensou. Minutos depois ela escuta seu telefone tocar.
“Vanessa Stevens falando.”
“Senhorita Stevens tem um senhor aqui em baixo querendo falar com você.”
“De quem se trata?”
“Disse que é seu sogro, deixe-o subir?”
“Pode deixar Flor. Obrigada.”
- Mais essa agora! –Falou em voz alta desligando o telefone.
Em instantes escuta-se batidas na porta, um senhor de meia idade entra na sala. Tinha uma expressão de poucos amigos. Vanessa fez menção para que se sentasse na cadeira.
- Senhor Muller que bom recebê-lo aqui. –Falou simpática.
- Que isso mina cara, é um prazer conhecer minha futura nora. Alias meu filho teve um bom gosto na escolha. – Falou dando um sorriso fingindo simpatia.
- Muito obrigada senhor Muller. – Falou nervosa.
- Por favor, sem formalidades, só me chame de Fred.
- O que o traz aqui? Senhor... Desculpa Fred. – Perguntou curiosa.
- Bom eu queria conhecê-la mais e queria saber como está andando os preparativos para o casamento.
- Bom, não sei se o Henry te contou, mas não haverá Mais casamento. – O homem franziu o cenho dando a entender que não sabia de nada. – É uma história complicada, na verdade eu encontrei seu filho com outra na cama.
Fred passou alguns instantes sem dizer nada apenas a encarando seriamente, Vanessa começou a sentir suas mãos suarem. Mas algo inesperado acontece em seguida, o homem a sua frente dar um sorriso sarcástico, que se transforma em uma risada nervosa. Vanessa fica sem entender nada, o que deu mais medo foi o olhar que o homem lhe lançou, diferente da simpatia que havia chegado ali
- Do que o senhor está achando graça? – Perguntou impaciente.
- Senhorita Stevens, realmente acha que fiquei comovido com essa história? – Ele a encara novamente com uma expressão seria.
- Do que o senhor está falando? – Ela estava confusa naquele momento.
- Não vamos fazer rodeios, sei que tem muito trabalho para fazer. Eu sei muito bem o que o meu filho fez, é por isso que estou aqui para concertar as coisas.
- Olha eu sinto muito, mas...
- Desculpa, mas não terminei de falar ainda. Bom sei bem que meu filho tem lá suas cotas de burrice, mas o que ele fez não foi diferente do que você fez não é senhorita Stevens? - Encara-a
- Não estou entendendo na onde você está querendo chegar?!
- Não se finja de inocente eu sei bem o que você anda fazendo... – Ela franziu o cenho. – Isso vai responder a sua pergunta.
Ele tira do bolso do casaco algumas fotos em cima da mesa, quando seus olhos pousam nelas, ela arregala os olhos, eram algumas fotos de Julia e ela entrando no apartamento, outra delas dando um selinho na porta de entrada.
- É muito intrigante senhorita Stevens, uma mulher como você gostar desses tipos de safadeza! – Falou raivoso.
- O senhor não me insulte, está dentro da minha empresa eu posso te tirar daqui a força?! – Falou no mesmo tom se levantando da cadeira.
- Tente, só tente, que você saberá as conseqüências. – Falou estendendo seu celular.
Ela ficou paralisada quando viu a imagem de Julia entrando no prédio de Gabriela, um medo enorme se estendeu pelo seu corpo, uma vontade enorme de chorar naquele instante. Não queria que nada acontecesse com Julia, nunca em toda sua vida, faria qualquer coisa para protegê-la. Ela encara, tentando manter o autocontrole, não podia demonstrar fraqueza naquele momento, a vida de sua amada estava em jogo.
- O que você quer de mim?
- Uma única coisa por enquanto... Espera uma não. – Deu um sorriso presunçoso. – Duas coisas... A primeira eu quero que você acabe com esse casinho e que volte com meu filho, case-se com ele. Se não fizer já sabe. – Apontou para o celular. Vanessa queria pular no pescoço daquele homem.
- É só isso? – Perguntou impassível.
- Por enquanto sim. Mas caso não aceite eu irei conversar seriamente com essa... Julia o nome dela não é?
- Se você encostar nela eu te... – Esbravejou Vanessa já não estava mais conseguindo se controlar.
- Me mata? Que indelicadeza senhorita Stevens. Bom está ai te dou dois dias para pensar, apenas isso... Caso sua reposta for não, dê adeus a sua sapataozinha. –Falou recolhendo seus pertences. – Até logo Vanessa. – Deu um sorriso e sai da sala.
- Filho da puta! -Gritou jogando um grampeador que acabou acertando a porta.
- Nossa quer me matar me avisa! – Falou Gabriela entrando em sua sala. Vanessa encarou e acabou disparando a chorar. Gabriela saiu às pressas deixando sua bolsa cair no chão.
- Ei o que houve? -Falou se ajoelhando no chão. Vanessa chorava descontroladamente. – Van o que aconteceu? Foi a Julia? O que ela fez agora, eu mato ela.
- Não... Ela não fez nada! – Falou soluçando.
- Então me conta o que aconteceu? Se acalme, por favor, você está tremendo. –Falou desesperada. – Vou pegar um copo d'água pra você.
Depois de uns minutos tentando se recompor, tentando manter a calma, para não desabar novamente, suas mãos tremiam de nervoso.
- O pai do Henry veio aqui. – Falou tentando se controlar pra não começar a chorar. – Ele quer que eu volte com meu noivado com o Henry, se eu não voltar... – Engoliu em seco fechando seus olhos.
- Se você não voltar?
- Eu não quero que nada aconteça a ela Gaby eu não sei o que fazer! – Falou voltando a chorar.
- Fica calma, não vai acontecer nada. – Falou tentando acalmá-la.
Vanessa começou a narrar toda a conversa que teve com o pai de Henry, ela tentava a todo momento manter a calma. “Logo agora Meu Deus, justo na hora que estava indo tudo bem.”, pensou, a todo instante pensava em sua amada, se algo acontecesse nunca se perdoaria. “ Não, não vou te perder Julia, não agora meu amor.”
- Gaby me passa o meu celular! – Falou determinada.
- O que você vai fazer? – Perguntou curiosa.
- Você vai ver! –Vanessa pegou o celular da mão da amiga procurando um numero em sua agenda. - Achei! – Gabriela franziu o cenho na mesma hora.
“Alô!”
“Hora, hora, Vanessa Stevens me ligando?”
“Daiane quanto tempo!”
“E mulher ficou rica e não liga mais para os pobres. A que devo a satisfação?”
“Eu preciso de um favor seu, com urgência será que você poderia dar um pulinho aqui agora na empresa?”
“Claro!”
- O que você está aprontando? – Perguntou Gabriela assim que desligou o telefone, estava preocupadíssima com a amiga.
- Você verá! – Falou dando um sorriso triunfante, ela não deixaria aquela ameaça empatar sua felicidade. –Quero que prometa tudo que acontecer e o que será dito nessa sala vai ficar em total sigilo, ninguém poderá saber entendeu?
- Claro Van, mas o que você vai fazer? – Perguntou sentando.
- Tomando providencias Gaby, a vida da minha mulher está em jogo, não vou deixar barato. – Falou convicção, fazendo Gabriela temer pelo pior.
Minutos depois seu telefone do escritório toca, era Sara anunciando que a pessoa que ela estava esperando chegou, ela imediatamente manda ela entrar, uma morena adentra dentro da sala de Vanessa. Daiane era uma antiga amiga de Vanessa, era umas das chefes de segurança que ajudava na casa de Thomas, depois que foi demitida nunca mais se falaram. Mas Vanessa precisaria muito dos serviço dela para o que estava planejando. A ruiva acabou se encantando pela beleza da morena, ela usava um vestido preto colado, sua pele bronzeada chamava muita atenção, o que não passou despercebido por Vanessa.
- Day! – Falou se levantando indo abraçar a amiga.
- Como você cresceu menina! –Retribuiu o abraço.
- Sem exageros Daiane! Como você está diferente.
- Não estou não, você que está mais acostumada me ver de farda. – Falou dando um sorriso doce que acabou se esvaindo quando olhou atrás dos ombros de Vanessa.
- Oh... Que mal educada eu sou, Daiane essa e Gabriela. – Falou dando espaço.
- Prazer! - A ruiva estende a mão a cumprimentando.
- O prazer é todo meu. – Falou dando um sorriso de canto de boca. – Você sempre teve amigas bonitas Van. – Falou sem tirar os olhos de cima da ruiva que acabou corando.
As duas ficaram se encarando por questão de minutos, uma tensão sensual emanava naquela sala, deixando Vanessa um pouco constrangida, querendo acabar logo com aquilo ela fez um som com a garganta para que as duas a olhassem.
-Bom vamos ao que interessa... Primeiramente eu já comuniquei a Gaby, agora quero comunicar você também Daiane. Tudo que for dito nessa sala quero manter em completo sigilo, existe uma vida em jogo aqui! Certo? – Perguntou olhando de uma para outra.
- Certo! – Assentiu Gaby olhando discretamente para Daiane
- Com certeza, agora vi que a coisa é seria mesmo. – Falou Daiane preocupada.
- Sente-se irei te contar tudo! – Falou indo sentar em sua cadeira.
Vanessa narrou todos os fatos do acontecido, sobre as ameaças e também sobre seu envolvimento com Julia. Daiane ficou um pouco surpresa pelo fato de ter conhecimento de que Vanessa nunca havia ficado com nenhuma mulher e sempre gostou de homens.
- Isso é novidade! Vanessa Stevens entrando para o time. –Falou surpresa.
- Sem gracinhas Daiane. – Falou sorrindo.
- Isso prova que minha amiga é boa no que faz! – Debochou Gabriela.
- Coloque boa nisso...- Falou fingindo se abanar, quando percebeu os olhares das duas em cima dela, acabou se arrependendo de ter falado seus pensamentos em voz alta.
- Nossa agora até eu fiquei curiosa,quem foi esse anjo milagroso em sua vida ? – Perguntou Daiane.
Vanessa mostrou uma foto de Julia que havia em seu celular, Daiane abriu e fechou sua boca varias vezes.
- Então? – Perguntou Vanessa em expectativa.
- Estou sem palavras... Não sei qual das duas tem mais sorte se e ela ou você! – Sorriu cruzando suas pernas, mostrando um pouco das suas coxas grossas. Vanessa reparou de relance Gabriela abrir sua boca e fechar imediatamente, tentou disfarçar que não estava secando as pernas da morena. – Mas então qual real motivo você me convocou aqui?
- Primeiramente gostaria que você me ajudasse a manter Julia a salvo, preciso arrumar alguns de seus seguranças para cuidar disso pra mim... Mas o mais importante tem que ser alguém disfarçado, ela não pode saber de nada que está rolando.
- Bom já vi que é bem mais serio. – Falou descruzando as pernas se ajeitando mais na cadeira. – Tem um pessoa de minha confiança, mas é sex* feminino. – Falou a encarando. Vanessa acabou torcendo a boca em desgosto, queria manter sua garota a salvo, mas só de pensar em deixar outra mulher perto dela lhe causava um certo ciúme. Vendo a carranca da amiga a morena deu uma risada. – Relaxa que ninguém vai tocar em um fio de cabelo da sua garota, mas para esse serviço Isabelle e a mais indicada.
- Certo, se você confia. Bom a parte da segurança já está resolvida. - Ela vira seu olhar para Gabriela, que a olhou com receio. -Agora preciso de um favor seu, vou me arrepender amargamente disso. – Falou suspirando.
- Você está me assustando. – Gabriela estava apreensiva, queria ajudar à amiga, mas estava com medo de onde tudo aquilo iria dar, ainda mais que ela queria mais do que ninguém a segurança de Julia.
Vanessa explicou todo seu plano para Gabriela, estava com medo de onde tudo aquilo iria dar, sabia que iria se arrepender amargamente mais tarde, mas quando a vida da pessoa que amava estava em jogo, ela estava disposta a arriscar tudo para que Julia ficasse a salvo. Depois de terem repassado tudo elas se despedem, Daiane promete manter contato assim que tudo estiver pronto, Vanessa queria que fosse feito o mais rápido possível, antes que o pior acontecesse.
Gabriela:
- Madame! -Falou Daiane mostrando seus dentes em um sorriso.
Gabriela estava muito intrigada com aquela mulher, não podia negar que era muito bonita, mas também tinha cara de ser cafajeste, e o que ela menos queria era trazer esse tipo de pessoa para sua vida. Só não podia negar que estava se sentindo estranha perto dela, ela a deixava nervosa.
As duas entraram no elevador em silencio, um clima se estabeleceu dentro do elevador, Gabriela tentava a todo custo não olhar diretamente para a mulher. Estava começando a ficar impaciente naquele lugar, sentia-se suar de nervoso.
- Não agüento mais! – Falou Daiane, apertando fortemente o botão para parar o elevador, deixando Gabriela irritada.
- O que pensa que está fazendo? – Falou confusa.
- Algo que já estava com vontade já faz uns minutos! – Falou virando-se em sua direção.
- O que? Você está louca, aperte esse botão de novo! – Falou exasperada.
- Não! – Respondeu se aproximando. A cada passo que dava a frente, Gabriela ia para trás, até se apoiar no ferro que tinha atrás de si.
- Aperta o botão. – Falou e um fio de voz, fazendo a morena dar um sorriso. “Por que essa mulher me deixa tão nervosa?!”
Daiane se encontrava a poucos centímetros da ruiva,que acabou se sentindo nua diante do olhar que a mulher lhe lançava, sabia que as pessoas a cobiçava, mas nunca receberá um olhar tão quente. Seus rostos estavam bem próximos, queria mais do que nunca que aquela morena a beijasse. Ela não conseguia desviar seus olhos da boca carnuda da outra, mas ela percebeu que Daiane estava brincando com ela, quando viu um sorriso de orelha a orelha.
- Você está louquinha para que eu te beije. – Falou encarando com um sorriso, deixando Gabriela irritada. “Que mulherzinha convencida.”
- Não estou, por favor, aperte o botão, preciso ir embora! – Falou irritada.
- Não! –Disse sem se mover.
- Então eu mesma aperto! – Falou abrindo caminho para passar, mas acabou sendo puxada de volta.
Seus corpos acabaram se chocando um no outro, Daianesegurava firme na cintura da ruiva. Gabriela sentiu seu coração falhar uma batida, sua respiração ficar irregular, queria saber o que era toda aquela sensação.
- Me solta. – Falou em um fio de voz.
- Quer mesmo que eu te solte? – Arqueou a sobrancelha.
- Que... Quero... - Falou gaguejando.
- Não é o que seu corpo me diz. – Falou agora encarando a boca vermelha da ruiva.
Em um movimento Daiane encosta a ruiva na parede do elevador colando seus corpos, capturando os lábios vermelhos, viu no canto do olho a mão da ruiva subir para dar-lhe um tapa, mas agarrou seu braço apoiando-o em cima de sua cabeça, a prendendo mais na parede. Gabriela tentou se soltar, mas foi em vão, no instante que sentiu a língua da morena abrir passagem em sua boca, sentiu seu corpo reagir de forma ao contrario, suas pernas bambearam diante do beijo, um gemido involuntário acaba escapando de seus lábios, fazendo a outra estremecer. Quando sentia que o ar lhe faltava, Daiane foi se afastando lentamente, soltando aos poucos o corpo da ruiva, estava com medo de sua reação.
Gabriela se sentia confusa naquele momento, havia ficado com algumas mulheres, mas sempre estava bêbada demais para se lembrar da sensação, nunca havia experimentado nada igual aquilo. Ela levantou seu olhar para encarar Daiane, havia um vislumbre de um sorriso em seus lábios, quando ia falar algo o celular da morena começou a tocar, viu-a franzir o cenho tirando o celular de dentro do sutiã. “Está de brincadeira!”, pensou desviando seu olhar, de onde ela estava com a mão.
- Daiane falando! – Falou colocando o celular na orelha.
Aproveitando a distração, Gabriela aproveitou para apertar o botão novamente, para o elevador voltar a funcionar. Começou a se arrumar no espelho, seu batom estava ligeiramente borrado, procurou sua bolsa pelo chão e a viu jogada no canto, rapidamente apanha- a, indo em busca de um papel para limpar o restante de batom que existia em seus lábios, quando olhou através do espelho, viu Daiane a observando, intensamente, seus olhos se prenderam por alguns instantes, até ela desviar para a porta do elevador se abrindo.
- Ok, logo estarei ai Baby! – Dito isso, ela encerra a chamada.
“ Baby?”, pensou paralisada ainda olhando Daiane. Uma raiva tomou conta do seu ser naquele momento, tudo que queria era sair daquele lugar. Ajeitando seu vestido ela sai em disparada, sem dar tempo da outra se aproximar. Ao fundo ela escutava ser chamada mas não ousou parar nenhum momento, “ Não acredito, que ela fez isso. Vem me beijar sabendo que tinha namorada!”. Ela entra dentro de seu carro, acaba socando o volante com força, “ Como você pode ser tão ingênua Gabriela.” , pensava se torturando a todo momento, sabia que tinha sentido algo diferente, algo novo naquele beijo e tinha gostado. No momento que vem a cena em sua cabeça, ela passa seus dedos em seus lábios, “Não! Isso nunca mais vai se repetir, se ela acha que sou um brinquedo está muito enganada!”. Ela liga o carro saindo com rapidez do local.
Fim do capítulo
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