25º aniversário da Jeannine
Dueto: perdurável
25º aniversário da Jeannine
“Mesmo sabendo que um dia a vida acaba, a gente nunca está preparado para perder alguém. A morte é uma pétala que se solta da flor e deixa uma eterna saudade no coração”.
Vitória e Jeannine, se entregaram ao luto, nos primeiros dias mal se alimentaram e choraram muito. Mãe e filha, não sabiam como seguir adiante sem Layza.
Vitória, pediu afastamento do trabalho, pois não tinha condições nenhuma para auxiliar aos outros e quem a olhava notava seu abatimento; parecia que a ruiva tinha envelhecido uns dez anos e com a perda ela sucumbiu.
Jeannine contou com todo o apoio de Yanna e foi a namorada quem lhe despertou para reviver.
- Nine, meu amor, eu nem mesmo consigo me colocar no seu lugar, fico condolente com toda esta dor que você vem sentido, perder uma mãe é traumatizante e eu estarei sempre ao seu lado.
- Eu sei.
- Minha linda. Você está cumprindo a sua promessa?
- Como? Não entendi.
- Nine, o que você prometeu para a Lay?
- Eu prometi que me cuidaria e também falei que zelarei pela mãe Vi.
- Você e a Vitória precisam seguir em frente.
- Não é tão fácil assim (reclamou).
- Eu sei que não, mas se faz necessário.
Jeannine nada disse, sabia que a namorada tinha razão. Yanna levantou da cama, estendeu as mãos para ela, que aceitou e também levantou. Pararam em frente ao espelho do quarto.
- Olha bem para você, emagreceu uns três quilos, no mínimo.
- Eu estou horrível (disse passando as mãos nos cabelos).
- Não diga isso, você só está abatida e precisa reagir.
- Nem sei se consigo.
- Princesa, o faça por ti e também pela sua mãe. Se ela continuar da forma que está vai acabar entrando em depressão.
- Ela já está deprimida (rezingou).
- Somente você pode auxilia-la.
Jeannine abraçou a namorada e compreendeu que ela estava certíssima. Tomou um bom banho e em seguida ligou para os avós. No final daquele dia Vera e Vitor chegaram do interior a pedido da neta.
- Mãe, a vovó e o vovô, estão certos, é melhor a senhora ir com eles, ficar um tempo por lá, vai ser bom.
- Não sei (Vitória respondeu com a voz triste).
- Eu vou ficar com a Yanna na casa dela e todos os finais de semana posso ir para Campinas.
Vitória refletiu bastante e acabou concordando com a filha, pois sabia que permanecendo ali continuaria enlutada e entregue ao sofrimento.
No dia seguinte Vitória viajou com os pais e Jeannine seguiu para o apartamento de Yanna.
Perder quem amamos dói e muito. É uma sensação desastrosa, como se estivéssemos sendo partidos ao meio, até parece que a qualquer momento o nosso coração vai parar e é complicadíssimo conseguir seguir em frente.
Inicialmente, Vitória não conseguia e nem queria acreditar no ocorrido. Negou toda aquela situação. Ela tinha a impressão de que a qualquer momento Lay apareceria na sua frente e que tudo aquilo era só um pesadelo. Algumas vezes até procurou pela falecida esposa por toda a casa, ao acordar no meio da noite procurava pela morena, contudo, a outra não mais dormia ao seu lado, não dividiam mais a mesma cama e a amargura se estabeleceu.
Felizmente, em nenhum momento ela sentiu culpa, nem mesmo pensou no que poderia ter dito ou feito para impedir a morte. Sabia que tinha feito tudo e o principal esteve ao lado da mulher que amava; demonstrou inúmeras vezes seus sentimentos e realizaram juntas todos os planos que tinham feito.
Infelizmente, Vitória entrou em depressão, enfrentando muitas alterações de emoções, com elevadas crises de choro, com diversos momentos depressivos e desejando um enorme isolamento. Foi nesta fase do luto, que ela fez uma grandiosa meditação sobre o ocorrido. Demorou muito para atingir a aceitação.
Inúmeras crianças não sabem dizer sobre a data exata que encontraram pela primeira vez seus pais, todavia, Jeannine lembra detalhadamente do dia que conheceu Layza e Vitória. Ela tinha 5 anos e morava num orfanato católico, em São Paulo, abandonada por um pai que nunca conheceu e aos três anos perdeu a mãe, que era usuária de drogas. Naquela época, mesmo tão nova ela já tinha toda uma trajetória, era sobrevivente de um barraco incendiado, venceu o fogo, travou guerra em prol da vida, foi socorrida e superou as expectativas médicas; ficou cerca de um ano internada, se recuperou, entrou para a fila de adoção aos quatro anos de idade, foi rejeitada duas vezes, primeiro por um casal receoso com a sua história de vida e que temiam que ela fosse um problema; na segunda vez, o empecilho foi a sua aparência e suas marcas na pele foram a desculpa dos adotantes que a repeliram. Já com o dueto, formado por Layza e Vitória, foi amor à primeira vista, as duas se encantaram pela menina no primeiro encontro e as três juntas constituíram uma bela família.
Num domingo, em Campinas, mãe e filha conversavam:
- Jeannine, já tem mais de um mês que estou por aqui e em quinze dias acaba minha licença do hospital.
- Mãe, estar por aqui tem sido bem mais fácil para a senhora né.
- Sim, pois lá em casa eu vejo a Lay em tudo e é mais sofrido.
- Eu te entendo, semana passada pedi para a Yanna passar em casa pegar umas coisas para mim, não consegui ir, pois tem dias que a ausência dela é mais dolorida.
- Minha filha, para ser possível tocarmos a nossa vida e seguir em frente, acho que é melhor planejarmos mudanças, eu estou bem morando com os seus avós e você também está muito bem com a Yanna. No trabalho posso conseguir transferência e podemos nos visitar com frequência para matarmos a saudade.
- Melhor fazermos desta forma mesmo, por mais complicado que seja, temos que ser práticas, sei que aonde ela estiver estará olhando por nós e querendo o nosso melhor.
Vera e Vitor apoiaram a decisão da filha. Yanna também apoiou a namorada. Os três as auxiliaram com a mudança. Luciene que atua com corretagem imobiliária, ficou responsável pela venda da casa. Vitória depois de muitos anos voltou a morar com os pais e agora trabalha em um hospital pediátrico em Campinas. Já Jeannine mora com a namorada, está terminando uma especialização e tem tido muito sucesso na sua profissão.
|25º aniversário da Jeannine| Comemoram em um evento internacional que ela se apresentou, foi muito aplaudida e ovacionada.
“O amor é a força mais abstrata, e também a mais potente que há no mundo”.
|Mahatma Gandhi|
Fim do capítulo
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Bia08
Em: 14/12/2017
Olá linda,as vezes mudança é necessária para seguir em frente. E eu chorando de novo, AFF. Que saudades da Lay. Bjsss
Resposta do autor:
Olá! Bia, no meu caso a mudança foi fundamental para superar, sobreviver e bem viver.
Lay, deixará muitas saudades e eu que sou chorona sofro viu. Beijos e abraços até breve!
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NovaAqui
Em: 13/12/2017
Vida que segue
Mudança de cidade talvez ajude a amenizar o sofrimento.
Torcendo para Vi conseguir seguir em frente!
INDEPENDIENTE do que aconteça torcendo pelo felicidade de Vi
Abraços fraternos procê!
Resposta do autor:
Exatamente, a vida precisa continuar. No meu caso, mudar de cidade foi fundamental, sim amenizou sofrimentos, consegui seguir adiante, superei e hoje sou feliz. Gosto muito de mudanças e estou disposta para fazer uma gradiosa em 2018, que seja bem sucedida! Outro abraço fraetrno para ti e feliz final de semana!
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