Capítulo 19
GATA E RATA!
A catatonia de Constance durou exatamente duas semanas! Como Doutor Gianne havia previsto, a medicação fez efeito melhor que o esperado e o organismo se recuperava mais rápido que todos os prognósticos. Mas como sempre, Constance acordou sem conseguir recuperar de pronto a fala.
Emma entra correndo na biblioteca para dar a boas novas à Iara...
- Ela voltou! Estava com Bia no colo e de repente começou a brincar com ela e a segurou! Vem ver!
Iara corre até a sala, o coração aos pulos por saber que sua Constance havia voltado do seu mundo obscuro. Chega à sala e vê Bia no colo de Constance falando sem parar e brincando com os dentes que o sorriso de Constance mostrava.
Sem se conter nem pensar no que fazia, Iara se debruça sobre elas e pegando o rosto de Constance entre suas mãos a faz olhar diretamente nos seus olhos, e diz emocionada...
- Que bom que voltou pra nós, meu amor!
E a beija nos lábios, extremamente feliz!
Bia olha e ralha com a mãe...
- Não mama...Tanti dodói...massuca Tanti não! Abiu olho...denti!
Iara sorri feliz, enquanto Constance desfaz o sorriso em desagrado...
- Sim, filha, Tanti abriu o olho e sorriu! Agora ela vai poder brincar com você de novo!
E aproximando a boca do ouvido de Constance para que somente ela ouvisse, diz num tom quente e malicioso...
- E comigo também!
Constance franze o cenho e faz um enorme bico característico de sua contrariedade, mas não conseguia falar, expressar sua indignação pelo abuso de Iara em beijá-la e se insinuar daquela forma.
Iara acha graça da expressão de Constance e dá de ombros, procurando aproveitar aquele momento junto delas.
Em poucas horas Constance já fazia todos os movimentos normalmente e os amigos foram então avisados e chamados para um jantar de comemoração aquela noite.
A casa ficou cheia: Jordi, Carlo, Francesca, Laura e os filhos de Emma também vieram para festejar a recuperação da amiga de mais uma crise. Ela não podia falar, mas demonstrava no rosto a alegria em ter todos ali junto dela. Iara também estava muito feliz e Bia corria de um lado ao outro tentando agradar a todos.
A noite agradável terminou e os convidados se foram sabendo que tudo estava em paz novamente.
Será?!
Quando Iara entrou no quarto para se preparar pra dormir, Constance fez um gesto de que não a queria ao seu lado na cama. Com o semblante fechado e gestos rápidos demonstrava que não queria saber de discussão àquela hora. Iara teria que voltar para o seu antigo quarto.
Ela retruca indignada...
- Você tá mandando eu voltar para o outro quarto? Não me quer aqui junto a você?
Constance mostrou com firmeza que não.
“Não vai ser fácil! Ela é dura na queda!” - Iara pensava.
- Tá bom, não vou te contrariar...mas só quero te dizer uma coisa...
Aproxima-se de Constance que tenta desviar das mãos dela, mas em vão! Iara a segura firme junto ao corpo, era maior, mais forte, Constance ainda estava debilitada.
Deveria ter escrúpulos por conta disso? Diga isso a alguém perdidamente apaixonada!
Cola sua boca à de Constance e diz com calor...
- Você já foi minha, Conca, e sei que ainda me deseja! Não vou desistir de nós! Vou te pegar de volta de qualquer jeito! Pare de resistir! Eu sou muito perseverante e vou tomar você pra mim outra vez...vai ver...é só questão de tempo!
Constance tenta desviar o rosto, mas não consegue ser mais ágil que a boca gulosa daquela mulher desvairada à sua frente. Iara toma a boca que tanto deseja pra si e o beijo louco e apaixonado faz as pernas de ambas fraquejarem e elas caem sobre a cama. Iara por cima, dominando, não permitindo que a luta seja justa e fazendo as parcas tentativas de Constance de afastá-la parecerem um arremedo de resistência!
Embrenha as mãos nos cabelos de avelã e aprofunda sua invasão sugando deliciosamente a língua que Constance não sabia onde pôr. Ela gem* dentro da boca de Iara e esta fica sem saber se é de prazer ou de agonia por não conseguir resistir.
Mas a razão há muito já havia ido embora! Iara sussurra...
- Essa vontade que sinto de você tá me matando! Deixa eu esfregar assim só um pouquinho...quero te sentir...preciso tanto de você...
Iara aperta ainda mais o corpo dela junto ao seu. O desejo é tão intenso que seu ventre dói e sente latejar dentro de sua fenda toda a excitação que precisa dar vazão. Já está toda molhada e com movimentos ritmados começa a se esfregar toda em cima do sex* de Constance. Sente que ela tenta, se esforça, mas não consegue impedir que os fluidos do seu tesão escapem por entre as pernas que languidamente se abrem para receber sua algoz!
Lutar contra o desejo é doloroso e feroz! A temperatura ambiente era baixa, mas o calor provocado pelo embate daqueles corpos fazia as duas suarem em abundância! Esfregavam seus rostos na mesma cadência que seus corpos e as línguas buscavam a pele por toda a face e pelo pescoço, para depois voltar a se encontrar dentro de suas bocas! Constance luta, mas já não afasta mais Iara de si, na verdade se pudesse se fundiria nela para tentar aplacar aquela febre insana! Arranha seus braços e costas!
Quer puni-la, quer punir-se!
Morde a boca de Iara, segura com força seus cabelos e curva os quadris pra sentir ainda mais o contato que a enlouquece! Se apertam com tanta força que as marcas seriam inevitáveis! As pernas se enroscam, se abrem e se entrelaçam novamente na gula fremente do prazer! As duas começam a dançar embaladas pela busca do êxtase que está cada vez mais perto, roçam com vigor suas vulvas cobertas pelos tecidos inconvenientes de suas roupas.
Os gemidos não podem mais ser contidos, a força do gozo é tão intensa que não há como camuflar o arrebatamento que atinge as duas em seguidas ondas de prazer! Iara deixa sair o grito de luxúria abafado dentro da boca de Constance que suga cada molécula daqueles lábios cheios, enquanto também gem* seu gozo, tremendo involuntariamente os músculos desobedientes.
As roupas estão amassadas e molhadas sobre a pele, as respirações ainda ofegantes, a carne trêmula pelo esforço desprendido, os olhos cerrados para melhor sentir, os sex*s pulsando em pequeninos orgasm*s que teimavam em não acabar!
Exausta Iara se deixa vencer e deita ao lado de Constance. Respira profundamente seguidas vezes para recompor um pouco da sua mente. Olha pra ela e diz com o coração descompassado...
- Sou sua completamente! Não poderia permitir que outra pessoa me tocasse dessa forma! Te pertenço mesmo que não me queira! Não depende mais de mim! Está totalmente fora do meu controle!
Constance não a olha, vira-se para o lado oposto e encolhe as pernas junto ao peito, sentindo vergonha de sua fraqueza! Iara entende o recado e diz conformada...
- Tá bom, vou fazer o que quer...vou para o quarto de hóspedes, mas um dia vou voltar para o meu quarto de uma vez...aqui do meu lado da cama, juntinho contigo...e será você a me pedir isso!
E sai com o corpo mole e a mente em ebulição!
Poucos dias depois daquela noite, Constance voltou a falar. A rotina da casa e de cada uma delas parecia ter voltado ao normal. No entanto, uma perseguição no estilo “gato e rato” passou a ser empreendida por Iara sem trégua! Constance fugia, Iara corria atrás!
Era uma caçada velada, meio que disfarçada em toques demorados, em olhares lânguidos, em suspiros apaixonados, em encoxadas lascivas pelos cantos, mas era uma caçada implacável!
Constance era assediada sem compaixão e Iara era o carrasco daquela pena infligida diariamente. Se fosse outra situação caberia um processo por assédio sexu*l* explícito, pela forma inclemente com que Iara massacrava seu alvo/vítima com olhares, suspiros e toques abusados!
Mas para Constance a luta era injusta! Fazia o possível para se manter longe dela, só que o jeito envolvente e sedutor daquela mulher a deixava sem forças, pelo menos fisicamente. O máximo que conseguia era manter suas convicções racionalmente porque o corpo já não a obedecia mais!
A qualquer hora do dia podia ser surpreendida pelos ataques inesperados de Iara!
Uma tarde, havia acabado de deixar Bia dormindo no seu cercadinho e decidiu subir para o quarto e ler até que ela acordasse. Ao pisar no primeiro degrau, sente alguém agarrá-la pela cintura e ser abduzida até o canto escuro embaixo da escada!
Iara a segura firme para não deixar escapar, se cola às costas de Constance e despudoradamente esfrega seu sex* nas nádegas de sua prisioneira enquanto sibila ofegante junto ao ouvido dela...
- Shhhh...que saudade do seu cheiro...da sua pele...do seu corpo! Vem, me deixa te sentir...te quero tanto!
Atordoada e com o tesão já molhando entre as pernas, Constance tentar rebater com a voz entrecortada e baixa...
- Me solta, sua ninfomaníaca! Não quero que me toque!
- Mentirosa! Você adora sentir minhas mãos tocando seus seios...os biquinhos...assim ó...
E sibila gostoso quando ouve Constance gem*r diante do seu toque abusado que cobre os dois seios, apertando-os cheia de vontade!
Desce uma das mãos pela barriga e ventre e levanta o leve vestido que Constance usava. Os dedos ousados se metem pela fresta da calcinha e encontram um lago de excitação permeado por uma carne quente, inchada e dura de desejo!
- Ahhh, que delícia! Toda meladinha pra mim!
E se esfregando sem pudor algum, desfia todo seu vocabulário luxurioso e obsceno nos ouvidos de sua vítima, fazendo-a gem*r ainda mais alto, sem conter os movimentos dos quadris que agora rebol*vam por conta própria.
Enquanto Iara diz palavras de paixão, Constance xinga tentando inutilmente apresentar algum sinal de resistência...
- Vadia...(geme)...não pode me tocar assim...(geme)...te detesto...putana...(geme mais alto!)
Iara puxa Constance pelos cabelos espessos e traz sua boca para fazê-la calar aquelas deliciosas tolices de quem está magoada. Beija com paixão sua ofensora e prossegue invadindo o sex* de sua amada, completamente encharcado, aberto e dominado pelo seu toque!
Não demora muito e um orgasm* intenso toma os dois corpos, convulsionando-os em espasmos seguidos, fazendo tremer as pernas que amolecem e levam as duas ao chão, ainda encaixadas!
Ficam na mesma posição por longos minutos, até que o compasso de seus corações volte ao ritmo normal. Constance é a primeira a tentar se levantar, mas as pernas ainda estão trêmulas, perde o equilíbrio e volta a cair nos braços de Iara, que a ampara com o rosto ainda afogueado pela paixão...
- Fica mais um pouco...
Constance consegue se desvencilhar do abraço e segurando as mãos de Iara para que ela não voltasse a envolvê-la diz contrariada...
- Pensa que vai me fazer mudar de idéia só porque eu te desejo?! Tá muito enganada! É só tesão e um dia vai acabar e quando acabar é só meu desprezo que vai ter!
Constance consegue se erguer e sair de perto daquela mulher que era seu maior tormento!
Iara permanece sentada, encostada na parede, embaixo da escada! Leva os dedos até o nariz e aspira o cheiro da fêmea que foi sua, lambe os restos do prazer que lhe foi dado tão ardentemente e pensa com um suspiro de satisfação...
“Não vai acabar tão cedo, minha amada! Vai ficar viciada até não poder mais viver sem mim!”
E outros embates como aquele aconteciam ao longo dos dias, pelos cantos da casa ou em lugares ermos do Vinhedo. Iara era sempre acintosa, ousada, despudorada! Tomava de assalto o que julgava ser seu por direito...os desejos de Constance! Esta, por sua vez, evitava, fugia, mas cedia sempre, sem forças e dominada pela forte atração que sentia!
- Vagabunda!
- Linda!
- Te odeio!
- Te adoro!
- Você me dá asco!
- Mentira!
- Interesseira...vulgar...ordinária!
- Minha delícia...gostosa...sou louca por ti!
Esse era o diálogo básico que travavam antes de se entregarem a mais uma luta corporal que culminava sempre em gozos lancinantes e arrebatadores, entremeados pelos gemidos agoniados: de um lado por não ter completamente e do outro por não resistir como deveria!
- Isso aqui é só sex* e do mais vil que possa existir! Não vai ter outra coisa de mim! Será que você não tem um pingo de amor próprio?! Porque insiste comigo desse jeito se sabe que não vou ser sua outra vez?!
Constance costumava perguntar!
- Porque você já é minha! Mesmo negando isso, mesmo sem querer! Seu corpo já é meu! Por isso tomo ele na hora que quiser! Ele é meu, Constance! Você é toda minha! Do mesmo jeito que eu sou sua! Pode xingar, negar, tentar resistir, mas sou sua de qualquer jeito! Sua vadia, sua ordinária, sua interesseira, me chame do que quiser, desde que eu seja sua...só sua! Sua mulher!
Iara respondia com convicção! E cada vez que derrubava os frágeis muros que Constance tentava erguer para se proteger, convencia-se ainda mais disso!
Fim do capítulo
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brunafinzicontini
Em: 02/01/2018
No Review
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