• Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Cadastro
  • Publicar história
Logo
Login
Cadastrar
  • Home
  • Histórias
    • Recentes
    • Finalizadas
    • Top Listas - Rankings
    • Desafios
    • Degustações
  • Comunidade
    • Autores
    • Membros
  • Promoções
  • Sobre o Lettera
    • Regras do site
    • Ajuda
    • Quem Somos
    • Revista Léssica
    • Wallpapers
    • Notícias
  • Como doar
  • Loja
  • Livros
  • Finalizadas
  • Contato
  • Home
  • Histórias
  • FREAKS
  • Capítulo 3

Info

Membros ativos: 9525
Membros inativos: 1634
Histórias: 1969
Capítulos: 20,495
Palavras: 51,977,381
Autores: 780
Comentários: 106,291
Comentaristas: 2559
Membro recente: Azra

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Notícias

  • 10 anos de Lettera
    Em 15/09/2025
  • Livro 2121 já à venda
    Em 30/07/2025

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Recentes

  • Entrelinhas da Diferença
    Entrelinhas da Diferença
    Por MalluBlues
  • A CUIDADORA
    A CUIDADORA
    Por Solitudine

Redes Sociais

  • Página do Lettera

  • Grupo do Lettera

  • Site Schwinden

Finalizadas

  • Desejo Carnal
    Desejo Carnal
    Por millah
  • Nórdicos
    Nórdicos
    Por Natalia S Silva

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

FREAKS por Marcya Peres

Ver comentários: 1

Ver lista de capítulos

Palavras: 12517
Acessos: 3631   |  Postado em: 13/12/2017

Capítulo 3

O COMEÇO DA CONVIVÊNCIA...


A Audiência com o Juiz Tutelar foi rápida e suscinta, não durou mais que 15 minutos, onde o Magistrado fez uso de toda sua austeridade para mostrar a Nic quais seriam suas obrigações dali em diante. Comunicou-a que ela teria todo o direito de não aceitar aquela incumbência e que poderia, caso achasse árdua demais a tarefa, entregar, a qualquer tempo, a responsabilidade pela tutela a ele. Caso desistisse da tutela, Nic também abriria mão de todos os benefícios delegados a ela pelo testamento, que eram os 150.000 dólares anuais e o bônus de 3 milhões de dólares no final do legado; tudo isso, se ela cumprisse todas as cláusulas conforme o desejo do de cujus, bem como passasse sem máculas sobre o crivo e a avaliação final do Juiz da Tutela. As avaliações períódicas seriam feitas mensalmente através do preenchimento de dois formulários em separado, um pela Tutora e outro pela Tutelada, respondendo às perguntas formuladas pelo Juízo; de seis em seis meses ambas deveriam comparecer a uma Audiência, onde perguntas seriam feitas, por Psicólogos e Assistentes sociais, bem como pelo próprio Juiz, com o objetivo de avaliar a convivência. A qualquer tempo, Tutora ou Tutelada poderiam reclamar a suspensão da tutela por algum motivo relevante, que seria avaliado por uma comissão de profissionais da área e após, o pedido seria levado ao Juiz para deferimento ao não.

Nic havia passado a noite praticamente em claro. Não conseguira pregar o olho pensando se deveria levar adiante o desejo de Alex, se deveria compactuar com a loucura do primo ou não. Talvez pela primeira vez na vida estivesse com dúvidas sobre como agir e, porque não admitir, um certo receio sobre como aceitar aquela incumbência inusitada. Não sabia explicar direito, nem a si mesma, as aflições que a acometiam quando lembrava daquela menina com cara de anjo, Lori. Como conviver com uma adolescente que, apesar de ser sua única parente, era uma completa estranha pra ela. Além do mais, não saberia como lidar com alguém como Lorena...aparentemente tão frágil, cheia de delicadezas e de frescuras que ela simplesmente abominava! Não conseguia deixar de sentir um calafrio cada vez que se imaginava convivendo com alguém tão etéreo e cheio de melindres como Lori parecia ser! “ Não vou aguentar uma filhinha de papai como ela, cheia de vontades e de “não me toques”! Mas a grana é muito boa e eu preciso demais desse dinheiro! É a chance que preciso pra voltar a ter o que sempre tive, sem precisar me arriscar a ser presa por uns tostões ganhos em golpes baratos! Talvez eu nem precise aturar a tal pirralha...a casa é enorme, tem várias alas, posso passar dias, semanas sem olhar pra cara dela! 3 milhões no final! Nossa é bom demais pra ser verdade...eu só tenho que passar 5 anos na companhia dessa garota sem esganá-la com minhas próprias mãos...será que consigo?!”
Nic não tinha a menor idéia do que seria ter que conviver com Lori! Depois dos 15 anos, não tinha dividido mais sua casa com ninguém...vivia cercada de sangues-sugas que só ficavam à sua volta enquanto podiam alimentar-se de seu sangue ou até que ela mesma os expulsassem de sua vista. Namorados e namoradas só ficavam por perto até Nic sentir vontade...logo que se cansava deles, os despachava como se livra de pacotes pesados que estorvam a passagem. Podia se considerar a pessoa que menos tinha paciência, respeito e consideração pelo próximo. De fato, desprezava a maioria das pessoas com as quais convivia, por considerá-las fracas demais, que se deixavam usar e abusar sem luta ou pelo menos, sem admitirem que gostavam de ser abusadas...tratadas como lixo!

Mas uma coisa Nic tinha total noção...que a recompensa pelo seu “sacrifício” em conviver com aquela menina era bem atraente...nenhum trabalho honesto lhe daria a possibilidade de ganhar uma grana como aquela sem grandes esforços, ainda mais que não possuia uma graduação superior. Poderia até ganhar um dinheiro parecido se desse sorte nos seus pequenos golpes, mas o risco de ir pra cadeia era bem grande e Nic não pensava em passar os próximos 8 ou 10 anos enjaulada...preferia morrer! Aquela oportunidade caíra do céu! Até em sua morte Alex arrumou um jeito de ajudá-la....só não conseguia entender porque ele havia colocado no fogo a própria filha conhecendo Nic da maneira que ele conhecia...era insano demais!

Lori havia comparecido a Audiência acompanhada do namorado Mark, que a amparava o tempo todo, com bastante cuidado e carinho, a moça ainda estava muito abatida, sem ânimo algum. Nic olhou para o casal e riu com ironia...pensava: “Ai,ai,ai...vou ter que aturar essa pieguice de casalzinho apaixonado no meu dia a dia...dá vontade de vomitar! Mas o que não faço pra tentar abocanhar 3 milhões de dólares daqui a 5 anos...além do mais essa fedelha vai receber por mês uma bolada de quase 30 mil dólares, que obviamente eu vou orientá-la como melhor gastar...hahahaha...é bom demais pra ser verdade essa tutela! Só tenho que controlar meus impulsos de querer alimentar o lindo casal com cicuta, cada vez que os vir nessa babação!”

O Juiz estava em suas considerações finais quando Nic levou um susto com uma colocação feita por ele e perguntou:

- Desculpe Excelência, mas não entendi o que o Senhor falou por último...

- Que a fortuna da Srta. Lorena MacGillian está calculada em valores atuais em 140 milhões de dólares...que por esta razão, sabendo que tal fortuna pode vir a atrair pessoas mal intencionadas, esta tutela será vigiada com bastante rigor, nos termos já descritos. Que a Srta. Nicole tem a prazo de uma semana para mudar-se da casa onde mora para a casa da Srta. Lorena. E que a tutela inicia-se imediatamente, na data de hoje. Dou por encerrada a seção!

O barulho do martelinho de madeira ficou ecoando no ouvido de Nic como um gongo de advertência...cuidado...cuidado...muito cuidado...não será tão fácil assim! Mas outra palavra também ressonava sem cessar em sua mente...140 milhões de dólares!
“Se eu conseguir pelo menos uma pequena parte que seja dessa fortuna! Tenho que encontrar um jeito! Afinal vou morar com ela mesmo! Será que consigo dissimular que sou boazinha e então tento conquistar a confiança dessa garota...não, não vai dar certo! Posso ser tudo, menos dissimulada...não vou conseguir fingir que sou boazinha...vai contra a minha natureza! Além disso serão 5 anos e não 5 meses...não vou conseguir fingir tanto tempo! Tenho que pensar em algo...é dinheiro demais pra uma garota só! Ela nem vai saber o que fazer com toda essa grana, ainda mais com aquele paspalhão do lado dela! Preciso pensar...”

Nic não sabia como se aproximar e o que dizer para Lori...então, como que adivinhando seu embaraço, foi ela quem veio em sua direção com Mark...

- Nic, sei o quanto deve ser complicado pra você ter que assumir essa tarefa...logo você que sempre foi tão independente e arrojada na sua vida...não sei exatamente o que se passava pela cabeça de meu Pai quando teve a idéia desse testamento...talvez não me deixar só como estou me sentindo agora...mas quero deixar claro que não teremos problemas de convivência...a casa é enorme e sou uma pessoa de poucos amigos e bastante tranquila...acho que poderemos conviver sem problema algum! Se precisar de ajuda para trazer suas coisas, posso pedir a Mark que providencie a mudança...posso ver com Anette, a governanta, pra reservar uma ala da casa só para você...assim poderá trazer os móveis que quiser e tudo o mais que achar necessário...

A voz de Lori era baixa e mutíssimo polida...tinha uma delicadeza no andar, nos gestos, na voz, impressionantes...Nic olhava pra ela tentando entender as palavras, mas somente o sonido da sua voz lhe alcançava a mente...falou rápido, como querendo afastar aquele tom que entrenhava na sua cabeça e gerava uma confusão ininteligível...

- Amanhã mesmo já começo a fazer a mudança...quero sim que providencie uma empresa pra empacotar as coisas e trazer pra cá, e que pague por isso, porque estou dura...se é que você me entende...preciso levar muita coisa...afinal serão 5 anos né mesmo?!

Deu um longo suspiro e passou a mão pela testa que suava...”Incrível como essa menina me faz sentir mal comigo mesma! Como se eu estivesse fora do lugar! Que estranho! Tenho que achar um jeito de lidar com esse desconforto que ela me causa!”...depois continuou ainda estranhamente nervosa...

- É...vou ter que reaprender a lidar com alguém dentro de casa...acho que já perdi um pouco o jeito...tanto tempo sozinha que vou ter que mudar alguns hábitos...como as festas que costumava dar em casa...acho até que vou manter minha casa sem alugar...só pra isso...é essa é uma boa idéia...assim não incomodo você e não tenho que deixar de fazer algo que gosto...

Lori, parecendo perceber a falta de jeito da prima, emendou, tocando levemente sua mão:

- Não se preocupe com isso, Nic! Fique à vontade e mantenha a sua casa se quiser e se sentir melhor assim. Não quero que deixe de fazer nada do que gosta por minha causa. Tenho algum dinheiro em casa que posso lhe dar e os advogados já deixarão á partir de amanhã dinheiro disponível em minha conta...como minha tutora legal, você também irá me ajudar a administrar esse montante...acho até que papai exagerou...nunca gastei tanto dinheiro em toda minha vida...que dirá em um ano! De qualquer maneira, não será esse o nosso problema! Se quiser ir até em casa pra ver alguma coisa e escolher seu quarto...

Nic estava muito pouco à vontade e sentir o jeito gentil e meigo de Lori a fazia sentir-se pior ainda...

- Não...hoje tenho outro compromisso...mas amanhã pela menhã vou até lá olhar os cômodos e ver onde vou me instalar...então, até amanhã Lori!

Cumprimentou Mark com um aceno de cabeça e saiu apressadamente da Côrte...queria ir logo embora dali...pra longe daquela menina, daquela delicadeza toda, daquela beleza que tanto a incomodava!
Não conseguia entender porque aquela garota, que era ainda quase uma criança, a fazia sentir-se tão deslocada, sem palavras, insegura...coisa que nunca havia acontecido antes...logo ela que era tão dona da situação sempre! E não parava de pensar sobre o assunto...
“Não ia permitir que a situação fugisse ao seu controle! Tinha que aprender a lidar com Lori e achava melhor começar pela verdade...seria melhor assim...mostraria pra ela logo quem era Nicole MacGillian na realidade...sem máscaras...sendo verdadeira, saberia melhor como lidar com seus sentimentos e suas confusões...teria novamente o controle da situação e aí sim, saberia o que fazer para não se intimidar pela meiguice de Lori.”


No caminho para casa de Lori, Mark comentou no carro:

- Desculpe comentar isso sobre sua prima, Lori...mas você não acha ela meio estranha...como se a qualquer momento fosse explodir ou se descontrolar? Sinto uma tensão no ar cada vez que ela se aproxima...fica tudo mais pesado!

Lori sorriu levemente e disse:

- Eu também sinto isso Mark...mas a prima Nic sempre foi desse jeito...complicada, com uma personalidade forte e difícil de entender. Não vou querer compreendê-la agora nessa altura da sua vida...nem tenho ânimo pra isso...mas acho que devemos tentar deixá-la à vontade nessa nova fase e não dar muita atenção para o seu jeito meio rude...vamos deixar que as coisas se adaptem por si...não quero pensar muito sobre isso! Mas sinto que meu Pai pensou em alguma possibilidade de isso dar certo...prefiro acreditar e confiar no que ele cogitou, em seus instintos que sempre foram bons...tomara que seja o certo!


Na manhã seguinte, bem cedo, um caminhão de mudanças apareceu no endereço de Nic. Três Homens entraram e começaram a empacotar tudo o que Nic apontou que deveria ser levado para sua nova residência. A nova casa ficava há mais de uma hora de viagem e queria estar lá antes do início da tarde! Decidiu por não levar móvel algum! Deixaria sua casa mobiliada e com alguns pertences pessoais, inclusive roupas, pois sabia que de vez em quando era pra lá que fugiria. Não poderia ter seus encontros com Moly correndo o risco de serem flagradas num de seus intercursos carnais totalmente anormal pra aquela gente! Imagine se Lori ou Mark um dia presenciasse Moly arrastando-se pelo chão como uma cadela de rua, implorando por sex* ou droga! “Seria o fim da minha tentativa de conseguir dinheiro de maneira honesta!”

Ainda estava rindo do que acabara de cogitar, quando o telefone tocou e Lori falou:

- Bom dia Nic! O pessoal da mudança já chegou?!

- Sim e já começaram a preparar tudo, eles são bem rápidos!

- Você ainda não escolheu a suite que vai ocupar, então pedi que Anette aprontasse toda a ala leste da casa...pra ser sincera com você, nós não usávamos este espaço da casa há muito tempo, mas sempre o mantivemos pronto caso algum hóspede mais demorado precisasse ficar! Acho que você irá gostar, pois tem bastante privacidade! É composta de um living grande e arejado, com varandas para o Jardim principal e uma cozinha bem funcional...um escritório e uma suíte master no segundo andar e o melhor, tem uma entrada completamente independente!

Nic sorriu satisfeita com esta última informação...era bom saber disso, talvez não fosse precisar tanto de sua casa quanto imaginava! Além disso achava melhor já deixar algumas coisas bem esclarecidas para Lori...

- Essa parte me agradou bastante, Lori! Uma das coisas que mais prezo é minha privacidade! Acho que vai ser bom termos uma conversa franca para começarmos bem nossa convivência, de certo modo, forçada! Nenhuma de nós escolhemos isso, mas já que seu Pai pensava que era possível, então acho que devemos ao menos tentar fazer dar certo!

A voz de Lori chegava aos ouvidos de Nic suave, educada, mas com uma segurança impressionantes para alguém de sua idade...

- Fique tranquila, Nic! Eu sou bastante discreta na minha vida pessoal e social! São bem poucas as pessoas que partilham da minha intimidade e penso que iremos chegar num acordo pra não atrapalharmos em nada a rotina uma da outra! Acho que devemos conversar sim. Logo que você chegar com suas coisas, eu mostro onde você irá se instalar. Se quiser trazer alguns móveis, poderemos providenciar depois...

Nic a interrompeu...

-Não! Não quero levar móvel algum! Estou encaixotando somente coisas pessoais, alguns pequenos objetos e eletrônicos...levo alguns livros e muitos CDs e DVDs! Decidi que é melhor manter minha casa para os dias em que eu estiver mais arredia! Eu me conheço, Lori e sei que não é fácil me aturar em dias assim! Além do mais, como já disse antes pra você, eu gosto de dar umas festinhas que acho que não serão muito bem vindas na sua casa!

Fez-se um silêncio um pouco maior do outro lado da linha, então Lori continuou...

- Faça como achar melhor, Nic. Pedi a Anette que preparasse um almoço pra nós duas, quando então poderemos conversar com mais calma e nos conhecermos um pouco melhor. Até mais tarde...

- Até mais, Lori...

Nic desligou e deu um longo suspiro...
“Quantos anos afinal tem essa garota?!?! Ela fala como se tivesse 40!!! Não parece uma adolescente de 16!!! O pior é eu sentir esse desconforto todo quando me aproximo dela! Coisa estranha! É como se seus olhos enxergassem além...um lugar em mim que nem eu quero acessar! Não gosto disso! Não gosto do “jeitinho” dela! Ela também não é o que parece ser!!! O melhor é colocar logo as cartas na mesa! Ou ela se encolhe ou vamos ter um embate interessante por aqui!!!”

Antes de uma hora da tarde, todos os pertences de Nic já se encontravam no local que seria seu novo lar à partir daquele dia. Decidira não usar todo o tempo que o Juiz lhe dera para mudar-se. Achou por bem começar logo a encarar aquele novo desafio em sua vida! Não seria uma menininha órfã e desamparada que ia lhe tirar o sono e impedir que ela colocasse as mãos em uma pequena fortuna!
“Dessa vez não vou ser burra e torrar todo o dinheiro como fiz nos últimos treze anos de minha vida! Vou fazer o possível pra sair dessa com mais grana ainda, aí é só saber administrar meus gastos pra viver com conforto pro resto da minha vida!”
Pensava enquanto ajeitava com cuidado seus livros na estante do escritório.

Havia combinado com Lori descer às duas horas para o tal almoço...decidiu parar a arrumação e terminar mais tarde...queria relaxar e se preparar para a conversa com a prima...tomou um banho demorado, numa bela jacuzzi que ficava num nível um pouco mais elevado de sua suíte, de onde tinha uma vista deslumbrante dos jardins da ala leste da casa. Nic estava encantada com os aposentos que seriam seus à partir daquele dia, era a metade do tamanho de sua casa toda, que por sinal era também bem grandinha...possuia cômodos imensos e muito bem decorados, com um bom gosto fora do comum pra alta burguesia americana. Por ter passado tanto tempo fora dos Estados Unidos, viajando pelo mundo, principalmente Europa e Asia, Nic adquirira habitos e gostos bem apurados...adorava o novo estilo Europeu com toque Oriental de arquitetura e decoração, principalmente se soubessem dosar na medida correta o “clean” Germânico, a funcionalidade francesa, a arte Italiana, com o exotismo Oriental...e era exatamente assim aquela casa! Sentia-se como se fosse viver dentro de uma Revista especializada em decoração de ambientes! Decidiu colocar uma roupa leve, pois aquela época do ano era bem quente no sul da Flórida e descer um pouco antes para poder melhor apreciar o exterior daquela bela mansão!

A casa que Alex construira pra família era simplesmente maravilhosa! Coisa de cinema! Possuía três alas numa construção neoclássica, com paredes externas revestidas de pedra cinza chumbo com sancas e detalhes, tais como janelas e portas, em branco neve! Parecia um pequeno Castelo! A entrada principal possuía um imenso jardim, onde um chafariz com duas ninfas nuas de pedra sabão deixavam escorrer água pelas mãos entrelaçadas! Havia uma imensa varanda que circundava todo o casarão, onde cinco degraus ladeados por corrimãos dourados davam acesso a porta principal, com quase três metros de altura que se dividia em duas partes. Mais jardins cheios de arbustos, esculturas imensas de figuras mitológicas em mármore e árvores frutíferas, compunham toda a área em torno das alas leste e oeste. Nos fundos da casa havia uma piscina de 25 metros de comprimento, dividida em quatro raias. “ É, devem fazer competições olímpicas por aqui!” – Pensava Nic...enquanto observava a grandiosidade e o luxo discreto, se é que isso era possível, do local onde passaria a morar. A área da piscina tinha mesas com guarda-sóis, espreguiçadeiras e imensas cadeiras brancas almofadadas por todo o deck, além de uma enorme área coberta, onde ficavam todos os apetrechos necessários aos costumeiros “barbecues” de final de semana, aquele era o único local da casa onde Nic notara o toque Americano de decoração. Pra completar o visual de casarão do fim do século XIX, aves exóticas como pavões, faisões e cacatuas multicoloridas andavam soltas pelos jardins, dando um charme todo especial ao lugar! Diversos bancos cobertos com carramanchões de azeleias espalhavam-se por toda a área em torno da casa, como “namoradeiras” a espera de casais apaixonados.
“É, com certeza não será sacrifício algum morar aqui! Agora só falta acertar umas coisinhas com minha “Galinha dos ovos de ouro”!”

Nic entrou na sala de jantar com toda sua arrogância habitual, exatamente na hora marcada com Lori. Sua presença física era muito imponente, alta com estrutura atlética pelos esportes que gostava de praticar, uma beleza exótica aliada a um modo de andar de cabeça erguida e queixo pra frente, que conferiam ao seu conjunto uma presença intimidadora, além de fascinante! Ninguém passaria por aquela mulher sem olhar trás! Lori já se encontrava a sua espera com mais três mulheres perfiladas ao seu lado como se fossem estátuas, duas uniformizadas igualmente e outra usando um tailler azul escuro, bastante austero. Era a primeira vez que via Lori naquele dia e a achou bem mais frágil e pálida que no dia anterior...parecia ser ainda mais jovem e achou seu corpo mais magro do que pensava que era! Lori tinha estatura mediana, mas era pelo menos uns 6 centímetros mais baixa que Nic, o que a fazia parecer ainda mais indefesa diante da prima....mas para Nic, aquela era uma falsa impressão!

- Olá Lori, espero não estar atrasada para o nosso almoço!

Disse Nic num tom formal.

- Nem um minuto! Gostaria de te apresentar as pessoas que são essenciais pra mim nesta casa e que à partir de hoje te ajudarão em tudo o que precisar... Anette, nossa Governanta, ela que cuida da administração da casa, faz as compras, paga as contas e cuida dos demais funcionários.

- Prazer, Srta. Nic! Estou à sua disposição para o que precisar!

Falou a mulher, sem estender a mão, que devia ter uns 40 anos e aparência bem cuidada, porém muitíssimo formal.
Em seguida Lori apresentou as outras duas funcionárias...

- Maria, faz maravilhas na cozinha e também ajuda Judy na arrumação da casa. Além delas há Antonio, marido de Maria, que vem três vezes por semana cuidar dos jardins e da piscina.

As funcionárias cumprimentaram Nic com acenos de cabeça e sorrisos afáveis. Lori continuou...

- Quero que à partir de hoje vocês tratem Nic com o mesmo cuidado que têm por mim. Ela não será uma hóspede nesta casa. Irá morar aqui comigo pelos próximos 5 anos, cumprindo a última vontade de meu Pai, portanto será também como se fosse dona deste lugar. Conto com todos vocês! Muito obrigada!

Todas aquiesceram com um sorriso e se retiraram em seguida.

Nic olhava Lori e pensava:
“Surreal essa garota! Fala como se fosse uma fada, mas suas palavras não são apenas delicadas, são firmes, seguras, de quem sabe o que quer! Até agora estou bem na situação...vamos ver quando ela começar a me conhecer melhor...”

A mesa estava posta com muito bom gosto e os pratos já estava dispostos para que as duas se servissem. Lori apontou a cadeira de Nic e sentou-se de frente pra ela. Começou a conversar amenidades, como para descontrair o leve desconforto que notava vir de Nic...uma terceira pessoa que olhasse a cena, diria que as idades estavam invertidas...Lori tentava ser gentil e deixar a desconfortável Nic mais à vontade na sua presença...

- Espero que tenha gostado do espaço que reservei pra você, Nic! Acho que logo você irá se adaptar a este lugar...aqui é bastante agradável a maior parte do Ano...tomara que você não esteja intimidada pela imponência deste lugar. Papai sempre quis nos dar muito conforto, mas também me ensinou a ser alguém de hábitos muito simples no dia a dia....depois que você se foi, ele decidiu construir esta casa para nós para que fosse nosso lar por muitos e muitos anos...que aqui eu me criasse e depois criasse os meus filhos, netos e por aí vai...ele só não devia imaginar ir tão cedo com minha mãe e me deixar só aqui...nessa casa tão grande!
A voz de Lori ficou embargada e ela abaixou a cabeça pra esconder os olhos marejados.
Nic se incomodou com aquela demonstração de fragilidade e disse de sopetão:

-Durante 13 anos eu torrei mais de 40 milhões de dólares com luxos e boa vida pelo mundo! Você deve saber disso! Não é esta casa nem o luxo que te cerca que me intimidam...a minha preocupação é em como iremos conviver diariamente sendo pessoas tão diferentes! Eu não vou enganá-la, Lori...e acho que mesmo que quisesse não conseguiria...você deve estar bem ciente de quem sou...conhecendo Alex e principalmente sua mãe Sarah, sei que eles devem ter comentado e te contado estórias mil sobre a louca da Nicole! Só que devo te informar que a realidade pode ser ainda pior que as lendas que você ouviu durante sua vida!

Lori havia recobrado as emoções e olhava Nic daquele jeito que tanto a desconcertava, era como se estivesse averiguando o que estava por trás daquelas palavras que saíam pela boca de Nic...era como se soubesse que havia mais e quisesse ler e entender nas entrelinhas.
Nic continuou para não perder a concentração e o caminho do que queria dizer...

- Apesar de ser tão jovem ainda...você mostra uma maturidade muito além da sua idade e é por isso que acho que devo ser totalmente honesta e clara com você...

Respirou profundamente escolhendo as palavras corretas, mas não menos contundentes...

- Eu só aceitei essa incumbência que Alex me deixou por um único e exclusivo motivo...o dinheiro!

Nic olhava Lori esperando alguma reação, mas ela permanecia impassível, apenas observando o rosto de Nic e esperando a conclusão do que ela diria a seguir...Nic continuou...

- Não vou querer bancar a boazinha pra você porque sei que idiota você não é! Estou falida! E vi nesta Tutela a oportunidade de reerguer-me honestamente e voltar a ter uma vida boa, sem preocupações financeiras e cobradores atrás de mim! Você sabe o que eu estava fazendo ultimamente pra ganhar a vida, Lori?

Lori balançou a cabeça em negativa e Nic continuou...

- Dava pequenos golpes na praça para pagar as despesas da casa e as minhas, principalmente os impostos, que já me ferraram uma vez! Portanto, esta que está aqui na sua frente, não é sua querida e única parente preocupada com seu bem estar e realizando o último desejo de seu Pai por pura boa vontade e carinho com sua pessoa! Aliás, boa vontade é algo que muito me falta! E carinho por você eu não tenho, pois mal a conheço! Tenho uma infinidades de defeitos...passaria horas enumerando todos eles pra você....mas não sou falsa nem dissimulada! Não sei fingir e por isso estou aqui, me expondo e mostrando pra você quem é a pessoa com quem você terá que conviver à partir de agora! Se quiser desistir, como disse o Juiz, poderá ir amanhã mesmo desfazer essa encrenca na qual nos meteram! Mas não diga depois que não lhe mostrei minha cara!

Lori continuava olhando Nic com aquele olhar de raio X...apertava levemente os olhos e com isso os tornava um pouco mais escuros e num formato felino, que fazia Nic estremecer...de raiva e de uma outra emoção que ainda não conseguia distinguir...não reconhecia em si o que Lori a fazia sentir!
Continuou demonstrando bastante irritação na voz:

- E outra coisa...não gosto desse seu jeito de me olhar! Parece que fica me analisando e querendo descobrir alguma coisa por trás do que digo...esqueça! Como já disse, não sou dissimulada! Tudo o que pensar eu vou falar na sua cara e vai ficar logo sabendo se estou gostando ou não! Não tente bancar minha analista, vai perder tempo e energia com isso! Você não passa de uma criança...não tem cacife pra tanto!

Um longo silêncio se fez após aquela esplanação toda! Nic não tinha a menor idéia de qual seria a reação daquela menina, mas uma coisa sabia...não seria algo previsível! Olhando firmemente no rosto de Nic, Lori esboçou um sorriso leve, como um espasmo e disse com a voz calma e pausada...

- Acho bom que as coisas fiquem claras entre nós, Nic! Você está certa...passei minha vida ouvindo estórias sobre suas loucuras! Muitas vezes vi papai chegar em casa chateado porque soube que você tinha se metido numa nova encrenca e ele havia sido chamado para dar explicações...depois que você partiu, ele de vez em quando vinha com notícias suas de alguém que lhe trazia alguma novidade sobre sua vida! Minha mãe não gostava, nem queria saber, mas ele sempre falava de você, como se não quisesse te apagar...como se fosse importante manter sua lembrança entre nós! E ele sempre repetia pra mim: “Ela é a única parente que nós temos e sei que Nic não é de toda ruim...vai chegar o dia em que ela irá se dar conta disso e eu quero ampará-la quando este dia chegar!” Ele gostava muito de você, de verdade!

Ficou com o rosto vermelho pelas emoções que a lembrança do Pai trazia...deu um longo suspiro e continuou...

- Não sei te dizer que tipo de emoção você me traz! Só sei que não é medo! Acho que estamos começando, pelo menos com algo positivo, a verdade! Sem máscaras, como você mesma disse! Vou tentar não te incomodar mais com meu jeito de te olhar...desculpe! Como você mesma pôde ver, a casa é enorme e, apesar de termos que viver no mesmo local, não significa que tenhamos que nos encontrar todos os dias! Podemos levar vidas completamente independentes e ninguém saberá que você não fica ao meu lado me vigiando o tempo todo! Apesar de ser filha única, fui criada com muita independência porque meus Pais viajavam muito sozinhos e eu tinha que ficar com os empregados; portanto, não se preocupe que não irei te aborrecer com coisas que não te dizem respeito. Quando for te procurar na sua ala, avisarei antes através do interfone, pra não te surpreender...os empregados também ficarão cientes disso! Eu sou bastante caseira, costumo sair pouco e fico mais no meu quarto que em qualquer outro lugar da casa...quando precisar falar comigo, ligue antes também! A única coisa que quero no momento é fazer valer o último desejo de meu Pai e respeitar sua vontade!

E olhando para o próprio prato, finalizou com uma expressão de contentamento...

- Bem, cartas postas na mesa, podemos nos dedicar agora ao nosso almoço, que pela cara deve estar uma delícia!!!

E começou a comer como se tivesse acabado de ler uma revista de fofocas sobre as celebridades locais!

Nic olhava pra Lori sem conseguir entender direito aquela menina...

“Ela parecia tão frágil...tinha certeza que a abalaria com meu jeito de falar e mostrando logo de cara o que pretendia pra ela...e de repente ela me desmorona como se nada de diferente eu tivesse dito! É como se eu tivesse levado um tapa na cara com um leque de plumas de um dândi efeminado! Me sinto pequena...diminuida! Ela me irrita profundamente com esse jeito “blasé”! Não posso me deixar abalar por uma fedelha! Ah, isso não! Se é um jogo, então são minhas regras que serão usadas! Me aguarde!”

Nic preferiu entrar no que pensava ser o jogo de Lori e fingir que nada demais havia sido dito... “se era pra ser blasé, ela o seria também...só que não por muito tempo!”
E tratou de apreciar a refeição e tentar manter uma conversa amigável com Lori, sobre as belezas da casa e do local em volta.
Quarenta minutos depois já haviam acabado a sobremesa e decidiram dar uma volta pelos jardins para ajudar na digestão.
Lori apontou para a piscina e falou:

- De vez em quando recebo uns amigos aqui para um churrasco e curtirmos um pouco a piscina...não é sempre, mas Mark gosta e eu gosto de agradá-lo.

- Faz só pra agradá-lo?

Lori fingiu não perceber a ironia na voz de Nic e respondeu:

- Eu também gosto, de vez em quando! Como disse, sou bastante caseira e não curto muito ficar rodeada de gente por muito tempo...prefiro a tranquilidade dos meus livros, das minhas músicas, dos meus desenhos...

- Você desenha? - Perguntou Nic surpresa!

- Sim, adoro fazer uns rabiscos das coisas que vejo, por que? Gosta de desenho?

- Não gosto nem desgosto...apenas não me interesso muito! Gosto muito dos renascentistas Italianos e dos grandes mestres Holandeses...mas não posso dizer que entendo de arte...é que seu dom me fez lembrar de outra coisa...

- Do que? - Lori estava curiosa, pois a expressão de Nic de repente ficou mais sombria que o normal.

- Minha mãe...ela também adorava desenhar...pintar pra ser mais específica...ela fazia lindos quadros à óleo...mas esse seu dom não poderia ter vindo dela...vocês não tem o mesmo sangue!

De repente Lori puxou Nic pela mão e disse:

- Venha cá! Quero te mostrar uma coisa!

Nic puxou a mão, mas seguiu Lori...o contato físico com ela a incomodava mais ainda que seu jeito de olhar!
Entraram na casa e Lori subiu as escadas para o andar superior da ala central, onde ficavam os aposentos de Alex e da mulher e o de Lori...ela voltou-se pra Nic e sua expressão era tão infantil que nem parecia aquela pessoa que tinha dito tanta coisa séria pra Nic há apenas alguns minutos atrás...era como se tivesse uma grande surpresa pra ela!
Abriu a porta de seu quarto e entrou!
Era um quarto enorme, claro, com uma cama americana de casal grande demais pra aquela menina...era decorado com simplicidade, mas extremo bom gosto...tinha uma sacada que dava para a piscina e na outra ponta um enorme janelão para o jardim principal da casa! Tinha um closet e outra porta ao lado onde devia ser o banheiro...uma jacuzzi, parecida com a sua completava aquele ambiente aconchegante e cheiroso...sim, tinha o cheiro de Lori espalhado por todos os cantos e Nic não pôde deixar de sentir! Havia no lado oposto à cama uma enorme estante com todos os eletro-eletrônicos disponíveis na praça...uma infinidade de CDs e DVDs e uma parte com prateleiras que iam do teto ao chão abarrotada de livros. Um laptop estava em cima da cama e vários desenhos espalhados pelo chão...Nic abaixou-se e pegou alguns olhando distraídamente...percebeu que ela gostava de desenhar pessoas, animais, e cenas meio surrealistas...não pôde deixar de pensar: “É a cara dela isso!” ...colocou-os novamente no chão e olhou para Lori esperando o que ela parecia querer tanto lhe mostrar...

- Olhe! Reconhece de algum lugar?! - Peguntou Lori apontando para dois quadros que estavam em duas paredes contíguas de seu quarto.

Nic aproximou-se e olhou os quadros com mais atenção...haviam vários desenhos, retratos e esses dois quadros à óleo nas paredes, mas Nic não tinha atinado para o detalhe...quando então, como se tivesse sido reportada a um sonho, lembrou!
Um dos quadros era uma “marinha” de cores intensas, onde havia a silhueta de uma pequena menina de cabelos negros atirando pedras ao mar...o outro os jardins de uma casa vistos através de uma janela...em baixo de cada pintura, Nic reconheceu a assinatura...Elizabeth MacGillian...sua mãe!
Nic podia até se lembrar do dia em que haviam sido pintados! Sua lembrança mais recorrente da mãe era ela sentada em frente ao seu cavalete enchendo de cores aquelas telas brancas...o quadro da “marinha” mesmo, havia sido pintado num dia em que Nic brincava de jogar pedras na água em frente à casa onde moravam, numa bela praia da Florida!
Ainda sob o impacto da surpresa, falou quase sussurrando:

- São de minha mãe! Ela quem os pintou! Até me lembro os dias...

E calou-se voltada para suas próprias lembranças.

Lori se aproximou e sem tocá-la disse:

- Venha, quero lhe mostrar mais...

Nic a seguia como um autômato...não conseguia tirar da memória aqueles dias da infância... “Não lembrava disso há tanto tempo!” - pensava.

Nic a levou para outro quarto...ainda maior que o seu...também de muito bom gosto, com uma cama de casal coberta por um imponente dossel, que conferia ao ambiente ares de aposentos da nobresa francesa! Lori novamente apontou para as paredes e mostrou mais três quadros, dizendo...

- Também são de sua mãe! Meu Pai adorava esses quadros e quis mantê-los quando nos mudamos pra cá! Acho todos lindos e confesso que ela foi uma inspiração pra que eu começasse meus desenhos...nunca achei que tivesse um dom pra isso, apenas comecei a copiar alguns e quando notei, tinha melhorado bastante minhas habilidades...meu próximo passo será aprender a pintar...assim como ela...pintura à óleo! Sou fascinada pela textura, pelos contornos que se podem conseguir com a tinta à óleo! Só estou esperando melhorar minha técnica com os desenhos....

Nic não parava de olhar os quadro...nem se dava conta do que Lori estava dizendo...apenas estava em outro mundo! Tinha voltado no tempo há muito esquecido e emoções que nem lembrava mais existirem lhe assaltavam de súbito...alegrias...carinho maternal...perda...melancolia...saudades!
Há muito havia escondido num canto dentro de si, todas essas lembranças e as emoções que as acompanhavam...aí, vinha aquela garota e trazia tudo de volta, num repente, como um soco no estômago!
Não sabia o que dizer e acabou falando a primeira coisa que lhe veio na mente...

- Posso levar esses quadros daqui para a minha ala?

Lori parecia muito feliz em ter conseguido agradar Nic de alguma maneira...

- Claro! Leve os três deste quarto! Só não te dou os do meu quarto porque adoro eles e fui eu mesma que os escolhi quando papai os trouxe pra cá! Afinal eles também te pertencem!

Sem dizer uma palavra, Nic tirou um a um os quadros da parede e os perfilou para melhor carregá-los...saiu do quarto e já estava indo embora quando Lori a interrompeu:

- Quer ajuda para levá-los até lá?

Não falou, nem olhou pra trás...apenas meneou a cabeça negativamente e desceu as escadas carregando seus novos presentes e as velhas lembranças consigo!

Lori não ousou segui-la...tinha sensibilidade suficiente para perceber que não podia ir adiante...já havia conseguido bastante por um dia só! Percebeu que mexera com as emoções de Nic de alguma maneira e isso já era uma grande vitória! Não sabia dizer porque, mas sentia uma enorme vontade de desvendar Nic...descobrir o que a fazia ser como era, o que a levava e se mostrar tão intratável às outras pessoas...sabia que havia mais do que Nic deixava transparecer... “Sem dúvida, muito mais!”...e em memória ao Pai, estava disposta e aturar e ser paciente com Nic enquanto fosse possível, a fim de realizar a última vontade dele e também saciar sua própria curiosidade...Quem era afinal aquela mulher? O que ela sentia no fundo de seu coração? Seria realmente apenas desprezo e insensibilidade aos outros? Porque ela fazia questão de ser tão temida e muitas vezes odiada? Do que tinha medo Nic?
Lorena foi para o quarto firmemente disposta a desvendar aquele mistério...seria um desafio pra sua vida sempre tão pacata e introspectiva...sabia que tinha que ser cautelosa...havia notado o quanto Nic podia ser agressiva só pelo seu olhar e pelas palavras duras...mas sentia um enorme ímpeto de ir adiante, algo a impulsionava violentamente em direção àquela Esfinge e Lori sabia que das duas uma...ou decifraria seu enigma ou seria por ela devorada!



Nic chegou em seu quarto e ficou olhando detalhadamente cada quadro...era como se eles a reportasse a um tempo há muito esquecido! Parecia até que tinha sido em outra existência! Relembrou a morte dos Pais e a dor profunda que sentira na época...mas sem saber porque, engolira suas mágoas, seus ressentimentos, sua raiva de Deus! Não chorou! Não deixou cair uma lágrima sequer pela perda das pessoas que mais tinha amado na vida e simplesmente não sabia explicar o porquê! Lembrou que na época muitos a olharam de maneira estranha e comentários do tipo... “Que menina insensível!”... “Ela não tem coração? Será que é sangue mesmo que corre nessas veias?!”… “Ela não é capaz nem mesmo de chorar seus mortos!”
Alex foi o único que a amparara e parecia ter compartilhado de sua dor!

O primeiro quadro mostrava uma família caminhando na praia, de costas e Nic sabia bem quem eram! Lembrava que aos 6, 7 anos possuía cabelos enormes, muito escuros, que lhe chegavam quase à cintura...sua mãe adorava seus cabelos e fazia questão de passar longos minutos a penteá-los, até que Nic se cansasse a saísse correndo para aprontar mais uma das suas! E aqueles cabelos estavam lá, cristalizados através de pinceladas negro ébano!
O segundo quadro era a mesa do escritório de seu Pai, com todos os objetos detalhadamente caracterizados, tais como...os óculos, as anotações, canetas de pena, tinteiros, livros, a velha máquina de escrever “Remington” preta, a caixa de charutos e outros objetos que ele deixava cuidadosamente desorganizados.
O terceiro quadro era um auto-retrato, onde sua mãe estava no jardim da casa, sentada em frente seu cavalete, pintando uma tela com sua paleta de cores sortidas e a caixa de tintas e pincéis ao lado, na grama.
Essa era a imagem que Nic tinha mais viva de sua mãe. Ela sentada, fosse na praia, no jardim ou na varanda da casa, pintando alguma bela tela.
A maioria de seus quadros havia sido dado de presente a amigos, outra parte ela vendera para ações beneficentes da Igreja local...mas os que ela ou seu Pai mais gostavam, eles mantiveram em casa...lembra que antes deles morrerem tinham muitos quadros de sua mãe espalhados pela casa, mas não sabia porque Alex só havia ficado com aqueles cinco!
De qualquer maneira, havia sido uma surpresa muito agradável rever uma parte de sua vida que já pensava estar esquecida...claro que as lembranças eram também amargas e de muita dor, mas ter um pedaço de sua estória ali para contemplar de vez em quando trazia uma sensação boa!
Escolheu os lugares onde queria pendurar as telas...a da família no seu quarto...da mesa de trabalho, no escritório...e o de sua mãe pintando, no living de sua ala!

Voltou seus pensamentos para Lori! Sabia que tinha feito o que achava melhor...não teria como enganar aquela menina tanto tempo fingindo ser uma pessoa que não era! Ela era perspicaz demais e logo ia desmascarar Nic com seu jeito doce, mas muito seguro! De onde vinha tanta segurança? Era algo muito incomum para um adolescente, quando todos os medos e todas as inseguranças ficam evidentes nessa fase da vida! Foi melhor se mostrar logo e com isso poder controlar melhor a situação....mas tinha que admitir que a reação dela havia surpreendido Nic e pouquíssimas situações, principalmente pessoas, conseguiam surpreender Nic!
Lori havia dito tudo o que Nic quis ouvir, mas achava muito pouco provável que ela fosse dizer....concordou com sua privacidade total...a desobrigou de passar tempo à toa ao seu lado...e a fez sentir como se tudo pudesse ser com sempre foi na sua casa! Mas Nic não podia se deixar enganar! Sabia que seria vigiada, se não fosse por Lori, por aquele bando de empregados, que são sempre curiosos demais...pelos amigos de Lori, que ainda não conhecia e principalmente por Mark...sentia que aquele garoto poderia ser uma ameaça aos planos dela, caso entrassem em choque! Tava na cara que entre Nic, que mal conhecia, e o namorado, Lori não pensaria duas vezes e ficaria ao lado dele. Então tinha que ir devagar e procurar não ter muito contato quando ele estivesse por aqui, a fim de evitar qualquer choque, não gostava mesmo do tal carinha! Mas também não tinha como hostilizá-lo demais, senão poderia ter que sair de cena antes mesmo de começar o filme! E isso Nic não ia permitir!


Três semanas já haviam se passado desde a mudança de Nic e a convivência entre ambas naquela casa não poderia ser melhor! Pelo menos na opinião de Nic! Elas raramente se viam...se naquele período encontrara com Lori três ou quatro vezes, era muito! Não faziam as refeições juntas, mas Nic achou melhor algumas vezes combinar o café da manhã ou um almoço durante aquelas semanas para mostrar aos empregados que não deixava a prima de lado o tempo todo... “Tinha que mostrar algum serviço!”...nessas horas, procurava falar pouco e fugia bastante das perguntas de ordem pessoal...Lori, não insistia, procurava deixar Nic à vontade, como se estivesse dando tempo ao tempo! Sabia que isso era o que mais teriam pela frente...tempo! Não tinha porque pressionar Nic a falar sobre sua vida...ela descobriria aos poucos tudo o que estivesse interessada em descobrir!

Nenhuma das empregadas se atreviam a entrar na ala de Nic, mesmo que fosse para limpar ou levar compras, sem antes interfonar avisando.
E Nic havia descoberto mais um interessante passatempo...Anette! Percebera pelo jeito contido, que ela era uma mulher reservada, cheia de formalidades e parecia ser bastante reprimida! Resolveu que ia brincar um pouco com Anette, para sentir se suas suspeitas eram reais! Adorava ficar olhando Anette de maneira intensa e lasciva, cada vez que ela se aproximava, a fim de deixá-la completamente sem graça e pouco à vontade na sua frente...fitava-a de cima a baixo, demorava mais o olhar sobre suas pernas e seios, lambia e mordia os lábios quando via que ela estava olhando...percebia o quanto ela ficava nervosa e com gestos contidos demais, como se não quisesse denunciar qualquer emoção maior!
“Essa não me engana! Ou é uma tremenda piranha enrustida que se solta quando sai dessa casa...ou então está só esperando alguém que revele isso pra ela! Pode ser até que eu venha a fazer esse favorzinho pra ela! Só tenho que checar mais uns detalhezinhos...”

Numa tarde, Anette veio lhe trazer algumas frutas e lacticínios que havia comprado. Ela era uma mulher interessante, de corpo bem feito e escondia algo por trás daquela seriedade toda que Nic estava louca pra descobrir. Estava com a porta da geladeira aberta abastecendo, quando Nic entrou na cozinha e fingiu tropeçar para cair direto com as mãos sobre o corpo de Anette! Se mirasse não teria conseguido resultado melhor! Foi com uma das mãos em cheio no seio direito dela e com a outra agarrou as ancas bem torneadas do lado esquerdo! Anette soltou um grito de surpresa e suspendeu a respiração no ar! Nic percebeu que além da surpresa, havia algo mais...uma excitação talvez! Chegou seu corpo bem perto, sem tirar as mãos de onde estavam...olhou Anette com um jeito safado de quem sabia o que estava provocando e disse num sussuro quente, bem próximo à sua boca:

- Desculpe, Anette! Se não fosse você...poderia ter caído e me machucado!

Então abaixou a cabeça e olhou a própria mão no seio da mulher, que ainda não tinha soltado o ar preso nos pulmões...congelada!

- Ainda bem que você tem curvas tão generosas que me ajudaram a me manter de pé!

Dito isso, tirou as mãos devagar e sempre olhando nos olhos dela para captar suas reações, foi se afastando lentamente até sair em direção ao quarto! Levou no rosto um sorriso cínico de vitória...teve certeza que aquela seria sua próxima vítima!


Num fim de tarde, estava sentada num dos bancos do jardim, sob um carramanchão de flores, quando Lori veio em sua direção com um sorriso tímido...

- Olá Nic! Lindo fim de tarde, não?! Também adoro sentar aqui e ficar admirando o pôr-do-sol e seus últimos raios nessa água tão azul!

Nic olhou Lori e não falou nada...apenas continuou olhando o mesmo lugar que ela...admirando em silêncio aquelas cores do fim do dia!

- No sábado, Mark e eu vamos chamar alguns amigos aqui para um churrasco durante o dia. Gostaria que você pudesse vir, pois quero apresentá-las aos meus amigos, que vez ou outra frequêntam esta casa! Você tem algum compromisso?

- Não!

- Isso quer dizer que estará aqui?

- Se você faz questão...

- Sim, eu...

Nic levantou-se e foi caminhando em direção a outro ponto do jardim, distanciando-se de Lori e deixando ela pra trás falando sozinha...

“Se ela soubesse como esse jeito dela sorrir e me olhar me deixam irritada! Sempre querendo ser boazinha...suave demais! Ninguém é tão perfeito assim! Um dia sua máscara também vai cair, Lori...e eu quero estar por perto pra ver o que tem por trás dela ou então ser esse alguém que vai arrancá-la de sua cara!!!”

Lori ficou lá parada no mesmo lugar, observando Nic andar por entre os arbustos e jogar pequenos galhos nos pássaros – pensou: “Ela não faz a menor questão de me agradar, pelo contrário, deixa claro que não gosta da minha companhia e que de algum modo eu a aborreço! Tudo bem, Nic! Eu não tenho pressa! Pelo contrário, sou paciente e até gosto de ir minando esse muro de pedra com pequenas gotas de água fresca...só me instiga mais ainda! Um dia eu desvendo o que há dentro de você! Sou como papai, acredito que há algo mais por trás dessa capa que maldade e desprezo pelos outros!”

Algum tempo depois, Nic cansou de fustigar os animais, passou por Lori e sem sequer olhar pra ela, caminhou-se para a sua parte da casa.


Três dias depois era o tal sábado que Lori mencionara...já de manhã, Nic chegou na sacada do seu quarto e pôde ver os preparativos para o churrasco que Lori pretendia fazer para apresentá-la aos seus amigos. Já não era muito paciente com os outros, que dirá com um bando de adolescentes, mas não podia deixar de aproveitar aquela oportunidade para demonstrar um pouco de boa vontade para Lori e as pessoas que a cercavam. Além do mais acordara com uma anorme vontade de provocar Anette e não a via desde o “incidente” na cozinha! Ficou olhando Antonio, o jardineiro, abastecer a geladeira e o freezer com bebidas e as outras duas empregadas levando para o local as comidas que seriam preparadas...viu quando Mark chegou e subiu pela entrada principal, provavelmente para tirar Lori da cama!
Foi tomar um banho e só desceria para a tal piscina depois que todos já tivessem chegado! “Era melhor ser apresentada a todo mundo de uma vez só e depois poder se dedicar a perturbar Anette, em paz!” – pensou com um sorriso sacana nos belos lábios.

Nic colocou um biquini e por cima uma saia de tecido leve bem curta, que deixava à mostra suas belas pernas, uma camiseta de alças finas e colada ao corpo completava o figurino praia-piscina...sabia que parecia bem mais jovem que seus quase 32 anos e que seu magnetismo estava especialmente elevado naquele dia...havia acordado com um desejo latente e pensou que Anette poderia ser a pessoa certa para aplacar sua fome de sex*. Não via Moly desde que mudou para aquela casa, pois ela estava viajando à trabalho, então depois de ter certeza que conseguia mexer de algum modo com Anette, pensou que ela poderia ser uma boa presa! Prendeu os longos cabelos negros num estilo moicano e desceu as escadas para o jardim! “Todos já devem ter chegado!” - pensou.

Estava dando a volta pelo jardim a fim de alcançar o lado da piscina quando viu Lori de mãos dadas com Mark indo na direção de sua ala...ela tinha um lindo sorriso nos lábios que sumiu assim que levantou a cabeça e olhou Nic! Eles pararam e Mark também a ficou olhando estático, com cara meio de bobo! Nic não perdeu a oportunidade:

- Que foi? Tão me olhando com essa cara porque? Parece que viram uma assombração! Será que tô tão esquisita assim?!

Lori foi a primeira a responder, já refeita da surpresa de ver a prima tão bonita de um jeito tão simples, como nunca a tinha visto antes! “Parecia uma garota da idade dela! Não lembra nem um pouco a Nic que conheço! Está tão mais leve...parece iluminada!” – Pensou antes de se dirigir à Nic:

- Você está ótima, Nic! Foi só a surpresa de vê-la tão bonita e à vontade! Estávamos justamente vindo chamá-la pra o churrasco...todas as pessoas que convidamos já estão aqui...não é muita gente, mas espero que você goste deles!

- Se vou gostar ou não, acho que não importa muito! O que interessa é me juntar logo nessa festa...tô com fome e doida por uma boa cerveja! Tem cerveja né?! Ou vocês só compraram refrigerantes pra pirralhada?!

Mark se refez do susto que a beleza de Nic havia provocado nele e comentou:
- A maioria é maior de idade. Tem cerveja sim!

- Então já tô começando a gostar da festa! Falou Nic, demonstrando bom humor.

Quando chegaram na área da piscina, todos se viraram na direção do trio que se aproximava...a música tocava ao fundo e umas quinze pessoas, entre rapazes e moças, conversavam alegremente, alguns apenas com roupa de banho, outros ainda com short e camiseta...de repente foi como se alguém tivesse dado um grito para chamar a atenção! Todos fizeram um enorme silêncio e se viraram ao mesmo tempo para olhar e avaliar a recém chegada!
Nic extremamente segura do que sua presença provocava...sorria de canto, olhando cada um de cima em baixo.
Lori adiantou-se e começou a fazer as apresentações...a maioria era composta mais de amigos de Mark que de Lori especificamente...o que não interessava nem um pouco a Nic! O que ela queria era saber quem eram as pouquíssimas pessoas que podiam ser consideradas amigas de Lori...foi quando esta se aproximou de um pequeno grupo com três meninas bem jovens ainda e fez as apresentações:

- Karen, Suzy e Aline...está é minha prima Nic...minha tutora e que, por um desejo do meu Pai, está agora morando e cuidando de mim....Nic, essas são minhas amigas mais próximas...Karen e Suzy estudam comigo na mesma escola e Aline mora aqui no condomínio, duas ruas atrás da nossa!

As meninas cumprimentaram animadamente Nic, fazendo elogios a sua beleza, e ficaram sorrindo esperando algum comentário dela...em vão!
Nic olhava em volta à procura de Anette e nem deu atenção às meninas...retribuiu os cumprimentos educada, mas completamente aérea e saiu em busca de algo para beber.
Não lembrava mais o nome de ninguém a quem havia sido apresentada e o que queria mesmo era comer, beber, nadar um pouco e provocar Anette.

Lori se aproximou e perguntou a Nic...

- Você convidou alguém pra vir ao churrasco?

- Não, por que?

- Por nada! Aliás, você poderia ter trazido quem quisesse! É que percebi que você está olhando em volta como se procurasse alguém...

Nic olhou Lori com impaciência e disse...

- Mais uma vez muito observadora, mocinha! Porque não vai cuidar dos seus convidados e me dá um tempo, hein?!

Lori ficou rubra! Sentia como se tivesse sido pega cometendo um ato bem idiota! E era exatamente assim que estava se sentindo ali, naquele momento, olhando séria com cara de vergonha para Nic! Esta olhava pra ela e pensava:
“Linda! Mas um pé no saco! Parece me vigiar o tempo todo! Como vou conseguir chegar discretamente na Anette com esses olhos me seguindo aonde vou?!”
Lori conseguiu se recompor e falou num sussurro, abaixando a cabeça:

-Desculpe, Nic! Não queria te incomodar, apenas achei que pudesse ajudar você a encontrar quem procura...

- Pode sim! Mande chamar Anette, preciso fazer umas recomendações a ela!

Falou autoritária! Lori estranhou, mas não quis prolongar a conversa e parecer estar especulando ainda mais...

- Vou pedir a Maria que a chame pra você! Divirta-se...se é que é capaz disso!

E se afastou! Nic olhou Lori andando na direção de Mark e notou que tinha conseguido irritá-la de algum jeito...
“Eu sabia que era só questão de tempo você mostrar algum destempero...ninguém é tão meigo o tempo todo...estou feliz em ter conseguido ver um pouco de sangue nessas veias!”

Lori tinha decidido não se aproximar mais de Nic naquele dia, a menos que ela viesse em sua direção! Tinha ficado muito irritada com sua falta de educação e grosseria sem razão! Não conseguia entender o que no seu comportamento incomodava tanto Nic... “Será que ela faz questão de ser sempre tão antipática à toa?! Faço melhor em ficar com Mark e meus amigos...que se dane Nic por hoje!”

Nic parecia estar bem à vontade, apesar de não conversar com ninguém especificamente...havia petiscado um pouco de carne e bebia sua cerveja encostada no corrimão do deck, olhando as meninas de biquini e os rapazes bonitos, de corpos bem talhados...em determinado momento decidiu dar um mergulho e tirou a roupa, colocando-as em cima de uma espreguiçadeira...abriu a ducha e molhou o corpo...percebeu que era olhada com admiração por todos...dirigiu-se à beirada da piscina e deu um mergulho, espalhando água sobre Lori e Mark que estavam próximos à borda! Deu longas braçadas de uma ponta a outra da piscina e depois da segunda volta, subiu as escadas e falou para o casal molhado, dando uma piscadela:

- Vocês deveriam aproveitar a água também...tá muito gostosa!

E depois afastou-se indo em direção à Anette que tinha acabado de chegar a fim de atendê-la.
Mark comentou:

- Incrível como uma mulher tão bonita pode ser tão estranha...parece que só fica feliz quando provoca os outros!

- Mark, não quero que você fique fazendo comentários desse tipo para as outras pessoas ouvirem...isso só torna tudo mais difícil ainda...quero ver se consigo conviver com Nic numa boa, sem provocar situações de conflito...não esqueça que meu objetivo é cumprir o que meu Pai queria...então o melhor é levarmos na esportiva as provocações de Nic.

- Mas, Lori...ou ela está mal humorada ou então só fica feliz irritando os outros, já reparou isso?!

- Cada um do seu jeito...vamos deixar pra lá!

Lori não queria prolongar aquela conversa e contribuir mais ainda para a má impressão que Mark tinha de Nic...


Nic aproximou-se de Anette, com a pele molhada e o biquini vermelho realçando ainda mais a luminosidade de sua pele azeitonada...chegou olhando-a com olhos de fome, de desejo e percebeu o quanto ela estava nervosa diante de sua presença...segurou sua mão e falou junto ao seu ouvido:

- Mandei chamá-la só pra agradecer às delícias que sei que preparou pra nós com bastante carinho...tenho sentido sua falta na minha ala...porque não veio mais trazer minhas compras?

Anette tremia dos pés à cabeça e quando falou sua voz denotava todo o nervosismo que sentia diante daquela mulher...

- Te...tenho andado muito ocupada com os afazeres da casa, por isso pedi que Maria fosse...

- Não...eu quero que você vá, Anette...adoro vê-la arrumando minhas coisas...andando pelos meus aposentos para ver se está tudo em ordem...gostaria que você ficasse por aqui, me servindo...você pode fazer isso por mim?!

A voz de Nic estava impregnada de sensualidade e olhava pra Governanta com tanto desejo que esta deu um suspiro antes de dizer...

- Posso...o que a Srta. deseja?

Nic deu um sorriso bem sacana e passando a língua em volta do lábio inferior respondeu:

- Sexo...acordei louca pra trepar com alguém...de preferência uma linda mulher fingida a puritana...venha comigo...agora! Não diga nada e nem deixe transparecer que vamos pra minha ala...vamos pela cozinha e pela ala Central...e ai de você que me diga não!

Anette estava com os olhos arregalados de medo, tensão e tesão! Desde que vira Nic pela primeira vez, havia percebido um jeito estranho de olhar pra ela...com desejo...como um homem olha uma mulher...mas não pensava que poderia ser desejo mesmo até o dia em que ela provocara aquela situação na cozinha. Desde então, não parava de pensar em Nic um minuto sequer e ficava extremamente tensa cada vez que ela se aproximava com aquele olhar de gula e cobiça.
Anette sempre fora muito reprimida sexualmente...durante toda a sua vida somente tinha conhecido dois homens e não podia dizer que fora feliz com eles...agora havia mais de 5 anos que estava só e nunca tinha sentido falta de sex* até conhecer Nic e seu jeito insinuante e autoritário...como fugir dela! Não queria fugir dela! Foram várias as noites em claro tendo mil e uma fantasias com Nic, fora os sonhos e pesadelos! Nunca antes havia pensado em fazer sex* com uma mulher! Mas estava ardendo de desejo e seguia Nic pela casa, sem largar sua mão, na expectativa mais excitante da sua vida!

Chegaram até a ala leste e Nic subiu na frente, sem deixar a mão de Anette. Esta não dizia nada, só ouvia a própria respiração e os passos de Nic na sua frente...Não conseguia tirar os olhos daquela figura majestosa, que mais parecia uma escultura tamanha a perfeição dos traços...da linha do rosto...das curvas daquele corpo semi nú...não sabia o que fazer!

Assim que entrou em seu quarto, Nic trancou a porta e virou-se para Anette, caminhando em sua direção como um felino que vai abocanhar sua presa indefesa...pegou Anette pelos ombros e deu um forte empurrão, fazendo-a cair da cama com os olhos assustados! Montou em cima dela e arrancou com força o casaquinho do Tailler que ela sempre vestia. Por dentro havia uma blusa branca, que ela fez questão de rasgar e arrancar todos os botões com um vigoroso puxão! Durante toda a ação olhava intensamento nos olhos de Anette, como se fosse devorá-la literalmente...Anette sentia um misto de tesão e medo que a fazia sentir os ossos gelarem! Então Nic começou a dizer enquanto puxava a saia e junto tirava a calcinha da Governanta...

- Você não me engana, Anette! Vi nos seus olhos desde o primeiro dia a Putona que você é! Sei que se reprime pra não deixar solta essa vagabunda que você tem aí dentro...mas eu não vou ter piedade...vou fazer você sentir todo prazer e toda dor que gente como você merece...

E levantando o corpo, chegou a boca bem próxima a de Anette e mordeu com força seu lábio inferior, até sentir gosto de sangue! A mulher deu um grito e olhou-a apavorada...antes que conseguisse dizer qualquer coisa ou esboçar reação, Nic desceu até seus seios e sugou violentamente cada um deles, deixando marcas de sangue pisado na pele branca. Anette sentia dor, mas também sentia um prazer enorme...queria mais...queria sentir o beijo de Nic...o corpo dela no seu...seus dedos dentro dela...
Nic deixava marcas por todo o corpo de Anette...dava ch*pões...arranhava sua bunda...mordia seus seios, a barriga, a parte interna das coxas...queria muito ver aquela pele clara coberta de marcas vermelhas, lanhos e manchas roxas! Sentia um prazer enorme com aquilo! De repente levantou e foi em direção ao seu armário...pegou uma caixa, abriu e tirou de lá uma algema e algumas cordas...depois pegou uma écharpe e um cinto...veio em sua direção sorrindo com sadismo! Anette já prevendo o que viria, tentou argumentar:

- Srta. Nic, por favor...o que a Srta. vai fazer com essas coisas...eu tenho med...

Nem acabou de falar...Nic a puxou para cima do topo da cama e sentada sobre sua barriga algemou suas duas mãos juntas ao espaldar...depois desceu e amarrou cada uma das pernas nas pontas respectivas dos pés da cama abaixo...deixou suas pernas bem abertas e o sex* todo à mostra para o deleite de Nic...depois tirou seu próprio biquini e ajoelhou por sobre o ventre de Anette...abaixou a cabeça e aspirou o cheiro daquela mulher...

- Hummmm...gostoso, seu cheiro! Assim que me agrada...uma mulher que se cuida...limpa...cheirosa!

E levou sua boca até o sex* escancarado de Anette...passou a língua de leve no clit*ris já duríssimo e depois a enfiou dentro daquela mulher, que a esta altura já gemia e meneava os quadris de prazer...de repente parou, pegou a écharpe e vendou os olhos de Anette...ela tentou pedir que não fizesse, pois queria poder apreciar tudo...quando levou um forte tapa no rosto! Soltou um grito de espanto e dor! Então Nic falou entre dentes:

- Cale-se, sua vadia! Não ouse dizer o que devo fazer! Você está aqui pra me servir! Pra dar prazer a mim e não o contrário! Se você gostar, vai ser por acaso! O que eu quero é me servir desse corpo e goz*r do meu jeito com ele! Você é apenas a piranha que estou usando no momento!

Anette balançava a cabeça querendo se desvencilhar das amarras e da venda, mas sabia ser impossível...estava muito bem atada àquela cama e tudo o que fizesse pra tentar escapar só causaria dor e mais marcas no seu corpo!
Nic continuou sua tortura sexual! Voltou a se ocupar do sex* de Anette...ela lhe excitava sim! E sabia que sua luta era fingida...no íntimo queria sentir tudo o que Nic lhe dava...dor e prazer!
Sentia aquela boca carnuda passear pelo seu corpo...morder em alguns pontos...sugar fortemente em outros...lamber depois para aliviar a queimação que a dor provocava...as mãos faziam outros caminhos, mas não menos exigente...apertava suas ancas, a bunda, a lateral do corpo...arranhava suas pernas, braços...podia sentir Nic em todo o seu corpo e em cada lugar deixar sua marca! Então ela parou e começou a lamber novamente seu sex*...dava lambidas de leve...lânguidamente pra cima e pra baixo, às vezes mais intensamente, outras bem devagar, quase sem tocar...no clit*ris e na entrada da sua xana...sentia a língua invadí-la toda e depois voltar lentamente para fora dela procurando o grelo duro, inchado pelo desejo...sentia sua pernas e bunda encharcadas de tanto líquido que saia de dentro de si...sem conseguir esconder de Nic o quanto estava gostando daquela situação tão inusitada e apavorante!
Nic então sugou Anette como adorava fazer com suas fêmeas, metendo os dedos na sua fenda, que os mastigava fortemente. Então tirou dela um tremor de gozo tão forte que sua boca saía do lugar em que estava e tinha que voltar e prender forte entre seus lábios e dentes...a língua completava o trabalho de deliciosa tortura! A mulher convulsionava o corpo tão violentamente que Nic ficou com medo dela cortar os pulsos com as algemas...o que poderia lhe trazer problemas...após alguns minutos, ela parou de tremer a ficou parada...Nic só sabia que ela respirava pelo arfar rápido de seu peito...chamou por ela:

- Anette...

- Hãn...o que...

Ela respirava com dificuldade e Nic viu que ela estava bem! “Era só gozo velho, que não saía do corpo há muito tempo!” – Nic pensou rindo!
Voltou a se ocupar com o que chamava de “brincadeiras”! Desamarrou as pernas de Anette e a virou de bruços...ela não tinha forças nem pra protestar...tinha tido um gozo tão forte que sentia o coração bater na cabeça! Sabia que continuaria a ser serviciada por aquela louca deliciosa!
De repente passou a sentir chibatadas nas nádegas e nas costas...Nic a surrava com o cinto de couro...sem dó nem piedade....batendo como se bate em cavalo empacado! Xingava Anette com palavras chulas e a fazia gritar de dor! Depois parou por um momento, puxou seus cabelos pra trás e perguntou com a voz baixa e ofegante pelo esforço desprendido no ato:

- Gostou de apanhar, sua cadela de rua? Gostou de sentir a força do meu chicote? Eu sei que gostou e vai ter mais ainda...vou cuidar desse traseiro lindo com muito jeitinho...você vai ver!

Anette já imaginando o que poderia vir, suplicou...

- Por favor, Nic! Minha pele está ardendo, não me machuque mais!

Nic voltou a colar a boca no ouvido de Anette e disse passando a língua em volta do lóbulo...

- Esse corpo vai ficar viciado em duas coisas...em sentir dor e prazer comigo! Ele vai goz*r muito, mas vai ter que sofrer pelo prazer que vai receber!

Saiu por um minuto e logo voltou com um dildo grosso de uns 18 cm, lambuzado de KY...vestiu a cinta, acoplou o p*nis de látex e sem piedade começou a fazer um anal selvagem com a mulher, que gritava e pedia que Nic tivesse piedade dela...então Nic diminuiu o ritmo e começou um vai e vém bem lento, quase parando, torturante...levou a mão até o clit*ris de Anette e começou a tocá-lo lenta e deliciosamente, dando mordidas vigorosas no seu pescoço, mas sem machucá-la. Parou dentro de Anette e ficou só bolinando na frente, aí tirou a venda de seus olhos, puxou a cabeça dela pra trás pelos cabelos e disse junto ao ouvido:

- Empina bem essa bundinha e vem...quero que você faça os movimentos...eu só vou ficar olhando qual o seu ritmo...eu não sou tão má assim...também gosto de ver uma fêmea gostosa como você goz*ndo comigo!

Anette olhou pra Nic e viu o quanto aquilo a excitava...sentia arder muito atrás pela violência com que fora penetrada, mas os dedos de Nic na frente lhe proporcionavam um prazer delicioso! Agora ela estava parada, pedindo que Anette mostrasse o que achava bom....então ela começou a mexer os quadris tímida e bem lentamente, com medo de mais dor...Nic não parava de lamber e sugar seu percoço, costas, a mão que estava livre faziam um passeio menos agressivo pelos seios, pernas, ventre....a outra não deixava seu sex*, invadindo-o, fustigando aquele pedacinho de carne entumescido, às vezes tão lentamente que Anette não entendia como alguém podia ser tão violenta e suave ao mesmo tempo! Começou a bambolear os quadris cada vez mais rápida, naturalmente o ritmo ia aumentando à medida que sentia um novo orgasmo se avizinhar...a dor cedeu lugar a um prazer tão intenso que Anette pensou que fosse desfalecer...na verdade a dor que sentia parecia apenas intensificar aquelas ondas de gozo e Anette gritou dançando espetada no p*nis postiço de Nic dizendo palavras desconexas e pedindo pra ser xingada, abusada, violentada...

- Sim, eu sou uma puta! Isso mesmo...adoro que me façam sofrer desse jeito! Me coma e use meu corpo como quiser, Nic! Ele é seu!

Nic sorria de satisfação e só parou sua doce tortura depois de notar que Anette havia goz*do tudo o que seu corpo permitia e estava largada, abandonada na cama, completamente à mercê dela. Ela respirava com dificuldade e então Nic decidiu retirar as algemas. Soltou as mãos de Anette e viu o quanto os punhos tinham ficado marcados pelos puxões que ela dera quando sentia dor ou goz*va. Nic virou Anette pra si, mas continuou montada em seus quadris...a mulher estava de olhos fechados, como que desmaiada, Nic deu leves tapinhas no seu rosto e ela então abriu os olhos como que acordando de um sono profundo e perturbado...olhou pra Nic e, com muito esforço, deu um sorriso de prazer! Nic olhou pra ela e disse:

- Ainda não acabou! Eu ainda não g*zei...meu prazer foi só ver a sua dor e o seu delírio...agora é a minha vez!

E subindo o corpo pelo tronco de Anette, chegou seu sex* junto ao rosto daquela mulher e completou:

- Será que você sabe o que fazer?!

Anette olhou aquela mulher linda, ali na sua frente, totalmente à disposição de sua boca e com as mãos livres pôde finalmente tocar Nic e retribuir a ela todo o prazer que tinha sentido. Nic sentou no rosto daquela fêmea que abocanhava ela com gula e vontade e deixou-se finalmente levar pelo prazer...relaxou e teve um delicioso orgasmo, como há muito precisava!

Após, deitou o corpo ao lado de Anette e olhou pra ela dizendo:

- Você é uma boa aprendiz! Acho que vamos brincar muito juntas daqui em diante...só não se atreva nunca a tentar me inflingir nenhum tipo de dor, ouviu bem?! Esse é um privilégio só meu! Não deixe jamais transparecer pra ninguém, muito menos pros outros empregados e pra Lori o que se passou por aqui! Se alguém perguntar sobre as marcas no seu corpo, dê uma desculpa qualquer, mas não deixe desconfiança no ar! Agora vista-se e cai fora daqui! Tenho que descer pra piscina outra vez! Estamos sumidas há muito tempo e podem vir atrás da gente! Vá embora logo, anda!

Falou com rispidez e impaciência! Tinha voltado ao normal!

Assustada Anette colocou suas roupas, ajeitou os cabelos e saiu do quarto de Nic! Não sabia o que pensar nem o que estava sentindo...só distinguia que havia tido um prazer indescritível com aquela experiência...mas também um medo terrível! Seu corpo todo doía, estava ardendo e com marcas nos punhos, nos tornozelos, braços, pernas, a bunda ardia das chibatadas e da penetração violenta! A única coisa que conseguia pensar era em como seria a próxima vez!

Nic se recompôs e decidiu voltar para o churrasco. Sentia-se mais leve e relaxada...não havia se enganado...Anette era realmente uma reprimida que só estava a espera que alguém revelasse isso pra ela.
“Ela seria um excelente passatempo! Era só ter cuidado para manter as coisas sob controle!”

Quando voltou pra piscina, um rapaz aproximou-se com uma cerveja na mão, ofereceu pra Nic e comentou:

- Nossa, você sumiu! Achei que tivesse enjoado da nossa companhia e ido dormir! Estou feliz que tenha voltado pra embelezar o ambiente!

Nic olhou pra ele e notou o quanto era bonito, de corpo bem feito e não devia passar dos 20 anos...decidiu que faria bem ao seu ego flertar um pouco com aquele belo espécime e num tom insinuante falou:

- Só fui relaxar um pouco lá em cima! Não ia deixar essa piscina num dia lindo como esse por nada! Ainda mais com pessoas tão interessantes por aqui!

Quase ao lado do casal, Lori e Mark ouviam a conversa e perceberam que Nic estava jogando charme para o pobre do Sean...Mark não resistiu e comentou baixo no ouvido de Lori:

- Coitado do Sean! Se for verdade o que já ouvi sobre Nic, ele está ferrado! Ou então vai se dar bem...é só não se deixar envolver por ela!

Lori ficou curiosa e perguntou:


- O que você ouviu falar de Nic?

- Ora, Lori! Você também já ouviu! Sua Mãe cansou de comentar o quanto Nic abusava de seus namorados, não tinha um pingo de respeito e consideração por eles, nunca gostou de ninguém...usava os caras e depois os descartava que nem lixo! Você acha que mudou?! Tá na cara que não!

Lori não fez comentário! Estava muito aborrecida com Nic e não sabia dizer exatamente porque...se pelo seu sumiço de mais de uma hora da festa...se pelo seu jeito de se insinuar levianamente para o amigo de Mark...se pelo seu modo de ignorá-la, como se Lori não estivesse naquela piscina... “Ah, Nic que se dane você! Estou farta de te dar atenção e você fingir que não existo! Divirta-se ao seu modo e vou me divertir ao meu!” – E pensando assim, tirou a roupa e deu um mergulho na piscina espalhando água em Nic e Sean do mesmo modo que ela fizera antes com ela e Mark.
Quando saiu da água, Nic a olhava séria, com uma expressão enigmática e difícil de tentar decifrar...parecia aborrecida e ao mesmo tempo confusa. Lori juntou-se a um grupo e começou a conversar animadamente, como há muito não se sentia desde a morte dos Pais...passou a resto da tarde de maneira agradável, junto dos amigos e de Mark, tentando ignorar Nic...mas não conseguia! Nic passou a encará-la insistentemente o tempo todo! Vez ou outra desviava o olhar fingindo dar atenção ao rapaz à sua frente, mas como um imã poderoso, lá estava ela novamente a olhar para Lori! Parecia que os papéis haviam se invertido...ela não parava de olhar e por mais que Lori quisesse disfarçar, pegava-se a todo momento retribuindo aquele olhar indecifrável!

E assim a noite chegou! Alguns jovens haviam bebido um pouco mais e Mark, como sempre responsável, decidiu acompanhar os amigos para levá-los em segurança...despediu-se de Lori e disse que voltaria no dia seguinte para irem ao cinema à noite.
Sean relutava em deixar Nic e esta decidiu dar um “chega pra lá” de leve no rapaz..

- Foi um prazer Sean...qualquer dia a gente se esbarra outra vez...

- Mas espere! Vamos combinar uma saída...posso te ligar?

Nic olhou pra ele rindo irônica e disse:

- De jeito nenhum garoto! Eu tenho um namorado muito brabo e não posso nem pensar em receber telefonemas de nenhum outro homem que ele acaba comigo e com o cara também! Vamos deixar como está, ok! Vai ser melhor pra gente!

Virou-se e foi pra sua ala. Estava cansada e de saco cheio daquele guri...até que tinha conseguido ser educada com ele...afinal ele também havia ajudado ela a não ser tão escancarada em encarar Lori...não sabia porque não conseguira tirar os olhos dela o tempo todo...e aquilo a irritava demais!!!


Fim do capítulo


Comentar este capítulo:
[Faça o login para poder comentar]
  • Capítulo anterior
  • Próximo capítulo

Comentários para 3 - Capítulo 3:
Lea
Lea

Em: 30/05/2022

O que foi essa mini sessão de BDSM,adorei!

Não gosto da Nicole,mas esse momento com a Anette foi bem interessante.

Responder

[Faça o login para poder comentar]

brunafinzicontini
brunafinzicontini

Em: 28/12/2017

No Review

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Informar violação das regras

Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:

Logo

Lettera é um projeto de Cristiane Schwinden

E-mail: contato@projetolettera.com.br

Todas as histórias deste site e os comentários dos leitores sao de inteira responsabilidade de seus autores.

Sua conta

  • Login
  • Esqueci a senha
  • Cadastre-se
  • Logout

Navegue

  • Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Ranking
  • Autores
  • Membros
  • Promoções
  • Regras
  • Ajuda
  • Quem Somos
  • Como doar
  • Loja / Livros
  • Notícias
  • Fale Conosco
© Desenvolvido por Cristiane Schwinden - Porttal Web