*Atração irresistível
Capítulo 13: Intolerabiles attractiva
Diana procurou na mochila seu celular, a fim de ligar para sua amiga resgatá-las dali. Esforço inútil, por cilada ou piada do destino, a bateria do seu aparelho estava descarregada, deixando a loirinha furiosa:
- Puta que pariu! - Lançou o aparelho contra a porta.
- Ótimo! Quebrar seu celular vai resolver nosso problema!
Recolheu o aparelho da outra no chão, ou pelo menos os pedaços dele e lhe entregou.
- E agora? O que faremos? – Natalia perguntou.
- Não faço a menor idéia... Estamos praticamente no último andar desse prédio, dificilmente algum segurança virá aqui.
- Mui amiga a sua heim?
- Ela deve ter esquecido, a Lu é muito distraída.
- Distraída e enxerida, ela estava praticamente te agarrando lá fora.
Diana segurou o riso e provocou:
- Nem percebi, mas ela é gatinha... Se eu tivesse percebido isso, teria trazido ela pra essa sala sozinha.
- Você não vale nada mesmo não é? Sai catando tudo que é mulher, imagino o quanto sua namorada sofre, com suas traições!
Natalia disse visivelmente irritada.
- Tudo que é mulher não! Eu seleciono! – Diana retrucou.
- Seleciona como? Por amostragem probabilística? Sai experimentando uma amostra de todo tipo de mulher? Uma loira, uma morena, uma ruiva, uma negra, uma baixa, uma alta...
- Mais ou menos... Uma mais velha, uma da cidade, uma do interior...
Natalia parecia fumaçar pelo nariz encarando a desfaçatez de Diana. Chutou a porta com força gritando:
- Socorro! Alguém me tire daqui!
- Poupe suas energias, ninguém vem nesse andar essa hora, imagine se tem algum funcionário depois do horário em uma repartição pública.
- Tem que haver uma saída! Não vou ficar aqui com você a noite toda!
- Tem a janela, se você tiver asas, fique à vontade, são só quinze andares.
- Ai! Odeio você! Por que você tinha que me trazer pra cá? Por que não ficamos pesquisando lá na biblioteca? Não, você tinha que se mostrar a descolada, que conhece todo mundo, tinha que fazer as coisas diferentes, olha no que deu! Mas, burra sou eu que ainda caio na sua conversa, de partir pra um destino desconhecido!
- Ai caipira, me poupa desse drama! Vamos passar a noite aqui, é melhor você controlar sua raivinha...
- Raivinha? Eu te odeio Diana! Por mim não te veria nunca mais!
Natalia levantou a voz encarando Diana com fúria.
- Ah é? Posso saber por que tanta raiva? Por que tanto ódio?
Diana ingressou na luta de olhares, aproximou-se de Natalia o suficiente para sentir sua respiração tão acelerada quanto a sua, a aproximação da loirinha forçava a outra a dar passos para trás até ser encurralada contra a parede. Diana se mantinha firme encarando as esmeraldas cintilantes de Natalia, aproveitando a distância inexistente entre seus corpos perguntou quase em tom de sussurro:
- Qual o motivo de tanta aversão? Você me odeia por eu ter te beijado ou por que ainda quer me beijar? Odeia pelo fato de eu ter traído minha namorada ou pelo fato de eu não estar livre pra você? Odeia por eu ter te exposto a uma situação constrangedora ou por que me culpa pela frustração de não ter continuado nossos beijos?
Diana pronunciava cada indagação em tom provocativo, fazendo menção de roçar o nariz no rosto de Natália, mas não o fez, acentuando a sensualidade daquele momento.
Natalia não conseguia responder, o tom da voz de Diana, a proximidade de seu hálito, de seu cheiro, deixava a menina do interior completamente desarmada, mais que isso, acendia de maneira incontestável o seu desejo.
- Responde...
Diana insistia, desafiando o autocontrole de Natalia, que a essa altura não conseguia desviar seu olhar da boca da loirinha, explicitando aquilo que seu corpo clamava involuntariamente.
- Não pode responder não é? Por que você me quer... Quer me beijar agora...
Diana praticamente não concluiu a frase. Natalia avançou em sua boca com sofreguidão, entregaram-se ao beijo como se fosse o último de suas vidas, não se tratavam somente de lábios e línguas se tocando, era a realização de uma necessidade vital daqueles corpos estarem perto, próximos um do outro.
Natalia como que desperta de um transe, quando percebera que estava de novo nos braços de Diana, empurrou-a com violência.
- Fica longe de mim!
Diana sorriu, mordeu os lábios, e num só movimento encurralou Natalia mais uma vez contra a parede, segurando as mãos dela sobre a cabeça, encaixou sua coxa entre as pernas da moça e disse ofegante:
- Não posso... Não posso ficar longe de você...
Foi a vez de Diana beijar Natalia, não foi simplesmente um ato de beijar. Diana devorou Natalia faminta, sugando sua língua mordiscando seus lábios, impondo força contra o corpo da novata, arrancando gemidos de Natalia, que não oferecia mais resistência.
Diana ousou desprender as mãos de Natália, para percorrer com as suas o corpo da moça o qual se eriçava diante do toque suave da loirinha. Emendaram beijos ardentes e carícias sem pausas para questionamentos, experimentando a sensação inexplicável que estavam fazendo a coisa certa mesmo com todas as circunstâncias contra elas.
A boca de Diana percorreu o pescoço de Natalia que abria espaço soerguendo a cabeça oferecendo seu tórax aos carinhos da loirinha.
- Diana... Você... Ai...Eu...
Natalia não conseguia concatenar frases claras, isso pouco importava a Diana. A loirinha queria mais da menina do interior, queria beijar cada pedaço de sua pele macia, sentia um desejo surreal, avassalador por aquele corpo, inédito em sua vida, Natalia por sua vez, não entendia a reação do próprio corpo, em sua vida curta, desconhecia a real sentido de excitação, era incapaz de descrever o vulcão de sensações que Diana lhe apresentara e provocara.
- Quero mais de você...
Diana sussurrou completamente excitada. Natalia tinha medo de supor o que Diana queria dizer com aquilo, e principalmente, tinha medo de assumir que queria o mesmo que ela.
Antes de responder com outro beijo ao desejo de Diana, ouviram passos se aproximando, e uma voz conhecida chamou:
- Diana? Diana você está aí?
Era Luciana, a funcionária do arquivo e amiga de Diana, que retornara ao prédio, depois de deduzir que prendera as estudantes sem querer.
Não sabendo descrever se era alívio ou frustração o que sentia, Diana se recompôs e respondeu:
- Oi Lu, estamos aqui!
A porta se abriu, e Luciana estava acompanhada de um dos seguranças do prédio.
- Mil desculpas, amiga! Di, esqueci completamente de vocês aqui!
- Tudo bem Lu, ainda bem que você lembrou.
Luciana abraçou Diana, e insistia em se desculpar, agora cobrindo a loirinha de beijos no rosto e afagos no cabelo.
Natalia recolheu as coisas e saiu da sala envergonhada e enciumada, como se o seu “crime” estivesse exposto em sua face ruborizada ainda. Atravessou os corredores e desceu sozinha no elevador, intencionando fugir de uma conversa com Diana, fugir também de testemunhar o flerte entre ela e a funcionária distraída. Antes de sair do prédio, Diana a alcançou:
- Ei apressadinha! Aonde você pensa que vai?
- Para minha casa, aonde mais iria?
- Você veio comigo, volta comigo. Deixo você em casa.
- Não, não quero mais chegar perto de você, pego um taxi.
- Pára com isso caipira... Um taxi daqui pra sua casa é uma fortuna! Toma o capacete, vamos embora, que está esfriando.
Diana montou na motocicleta, esticando a mão oferecendo o capacete a Natalia, que relutante aceitou. No trajeto, o pensamento de cada uma, era o mesmo, o desejo que sentiam uma pela outra, o sentimento indomável que crescia entre elas.
Chegaram até o prédio que Natalia morava, esta, desceu apressada, caminhando em direção a entrada.
- Ei! Espera aí!
Natalia respondeu algo incompreensível para Diana que respondeu:
- Não estou entendendo nada!
Natalia repetiu e outra vez Diana não entendeu:
- Ow caipira, deixa de ser caipira, tira o capacete antes de falar!
Enquanto Diana gargalhava, Natalia arrancava o capacete furiosa.
- Eu disse que estou com frio, que amanha conversamos na faculdade sobre a apresentação do trabalho!
- Mas...
- Mas o que Diana?
Diana desceu da moto, caminhou até a porta do prédio onde Natalia estava e disse:
- O que aconteceu hoje...
- Não vai se repetir! – Natalia completou.
- Não é o que seu corpo me disse naquela sala, nem o que seus olhos revelam agora.
- Mas é o que eu estou dizendo!
- Por quê? A gente se quer...
- Por quê? Como você ainda pergunta isso? Você tem namorada! E o principal: eu não sou isso...
- Isso?
- É! Isso de gostar de mulher...
Diana balançou a cabeça negativamente e retrucou:
- Não podia esperar outro pensamento de uma caipira... Você está se enganando, mas não sou eu quem vai te convencer disso. E só pra sua informação, não tenho mais namorada, Julia terminou comigo depois que flagrou nosso beijo.
Natalia mudou a expressão do rosto, mas antes que pudesse pensar em alguma resposta, Diana montou em sua motocicleta e partiu, deixando a menina do interior mais uma vez mergulhada em sentimentos e pensamentos confusos.
Fim do capítulo
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marcellelopes0
Em: 09/12/2017
Melhor casal da vida. Diana e Nathy meu dels que química é essa..
?
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LeticiaFed
Em: 07/12/2017
Mel, relendo mais uma vez essa história que, sem dúvida, é minha preferida. Hummm...quase empatada com Porque Sei Que É Amor, mas tenho um carinho todo especial por Leis do Destino. Muito, mas muito feliz em te ver por aqui novamente. Um grande beijo!
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