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An Extraordinary Love por Jules_Mari

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Palavras: 7204
Acessos: 4744   |  Postado em: 27/11/2017

Notas iniciais:

Olá, esse capítulo é repleto de músicas e sugerimos ouvi-las enquanto o leem.

 

E também existe uma playlist da fic. Segue o link:

https://open.spotify.com/user/grethaaf/playlist/3rsbAgY46CnP2tIaJxBbXG

Boa leitura.

 

Capítulo 21 Cassiopeia

Completamente emocionados, os Semideuses recebiam os aplausos dos demais estudantes e lhes retribuíam da mesma forma. Aquela pequena surpresa preparada por sua professora os tocou profundamente, pois ela conseguiu lhes proporcionar uma experiência única, capaz de desnudar e apontar nuances de seus trabalhos que, por vezes, poderiam passar despercebidos até mesmo por ela.

 

A entrega e a devoção que os estudantes mais jovens dedicaram às apresentações de cada um dos trabalhos dos Semideuses os tocaram de uma forma surpreendente e os encheu de um novo fôlego para continuarem suas pesquisas e produções.

 

Cada um, a seu modo, estavam agradecidos por aquele pequeno presente e Delphine sabia disso, pois podia ler em cada olhar que lhe lançavam e ela realmente estava se sentindo bem em poder lhes ofertar aquilo. Até mesmo os seus alunos experimentaram algo novo e surpreendente naquela tarde. Todos ali viveram uma experiência ímpar naquela tarde.

 

Mas o que de fato estava tocando e comovendo aquela professora – de uma maneira desconcertante - era toda a força do sentimento que estava sendo emanado por Cosima. Seus olhos lhe traiam, seu corpo lhe entregava, pois, por mais que lutasse (pra quê?), tudo nela lhe impelia para uma só pessoa e, dessa maneira, não conseguia parar de olhá-la. E por mais que aquela soberana professora quisesse evitar demonstrar que estava sendo atingida, sabia que estava falhando com louvor, pois seus olhos lhe traiam, buscando sempre os de Cosima. E aquele sentimento – não mais apenas uma sensação – indicava que a sua “suposta” espiã, estava falhando em seu objetivo. Pois se fora enviada até ela com o intuito e se aproximar para atingi-la, também estava sendo atingida. Isso fez com que Delphine odiasse Lamartine ainda mais, pois ele usava as pessoas sem medir consequência alguma, desde que atingisse seu objetivo maior, que era destruí-la, e com ela, toda a Ordem.

 

Se ele estava usando aquela mulher deliberadamente para atingi-la sem que a mesma soubesse disso, seria um dos golpes mais baixos usados por ele. Contudo, a ideia de que ela era inocente se agigantava dentro de seu peito e, intimamente, um temor começou a se avultar. Era isso que aquele monstro conseguia fazer coma ela. Desestabilizá-la! E mais do que nunca ela não poderia sucumbir. Não devia se entregar.

 

Desejou acabar com ele mais do que nunca!

 

E mais uma aula inesquecível havia chegado ao fim e a certeza de que Delphine havia atingido seu objetivo vinha com cada aluno que saia de sua sala lhe olhando com gratidão e com sorrisos estampados em seus rostos. Aquilo era muito recompensador e ela se deixou preencher por aquela sensação. E assistir aos seus orientandos rindo entre si lhe deixava estranhamente bem. Fez algo que a muito não fazia, permitiu-se admirar a jovial alegria deles e vivenciá-la por alguns poucos instantes. Como se pudesse sentir o que eles sentiam.

 

- Professora, em nome dos demais, eu gostaria de lhe agradecer por essa experiência surreal. – disse Marc sinceramente emocionado. – Acredito que será muito útil para todos nós e para os próprios estudantes também, que puderam ter uma boa amostra de como é realizar um trabalho denso de pesquisa. – E no olhar do rapaz Delphine viu a sincera admiração com a qual estava acostumada, contudo, ela estava despida de adulação barata ou temor. Ele não demonstrava qualquer aquele desconforto ou receio que sempre lhe dirigia. Como se estivesse sempre com medo de levar algum tipo de repreensão. Delphine o olhou gentilmente. Até a chegada de Cosima, Marc era o melhor e mais brilhante orientando que ela tivera e receber aquele reconhecimento por parte dele, lhe enchia de uma incomum alegria.

 

- Que bom que apreciaram. A minha intenção era de proporcionar a todos vocês – indicou os demais com os olhos - a oportunidade de terem seus trabalhos examinados sem as pretensões e soberbas dos grandes acadêmicos. E me incluo nisso.  – Sorriu sinceramente e então correu os olhos rapidamente por todos até alcançar o que buscava – E ouvimos importantes pontuações não acham? – disse sem esperar que houvesse resposta. Virou-se para começar a organizar suas coisas, deixando os seus orientandos discutindo acerca da atividade, contudo, ainda de costas pode sentir a aproximação dela, pois a energia que provinha de Cosima a alcançava e abalava toda a sua lucidez.

 

- Professora? – disse suavemente enquanto olhava por sobre o ombro e via o olhar curioso de Marc sobre ela – Tens dimensão da experiência que você nos ofereceu hoje? – Cosima não viu, pois a outra mulher estava de costas, mas ela havia fechado os olhos no exato instante em que a voz dela atingiu seus ouvidos, lhe causando estranhos e inusitados arrepios.

 

“Será que tudo nessa mulher me afeta?”

 

Virou-se lentamente temendo e ao mesmo tempo ansiando pelo que encontraria naquele olhar. Não estava enganada. Tudo em Cosima lhe provocava e a forma como ela lhe olhava abalou toda a sua firme estabilidade. Era impossível não olha-la com um ar abobalhado. Sabia que precisava responder algo que lhe fora perguntado, mas não queria e nem se quer lembrava qual havia sido a pergunta que lhe fora lançada. Só importava a presença de Cosima ali e a vontade de tê-la sempre e cada vez mais por perto. De estar ao seu lado. Se encararam profundamente.

 

“Por favor Cosima, seja inocente!”

 

- Cos? Olha a hora gata! Não se esqueça que hoje a noite você nos deve um showzinho particular! – Sophie lhe chamou gentilmente. Cosima precisou cortar aquele olhar e virou-se para amiga enquanto checava as horas no relógio de pulso de Delphine.

 

- Caramba! É verdade. E ainda preciso passar em casa para me trocar. Quem me dá carona? – Amélia, René e Louis levantaram os braços, o que fez com que Cosima desse um pequeno sorriso tímido. Era impressionante como ela sempre conseguia o que queria sem aparente esforço algum. Voltou-se para olhar Delphine que já havia se recomposto do olhar anterior para se despedir – Eh... Bom, tenho de ir agora. – ajeitou seus óculos num evidente sinal de nervosismo só seu - Preciso pagar uma “aposta” que fiz a esses meus amigos. – Disse sem graça, e passando uma das mãos pelos cabelos.

 

- Aposta? – Delphine pareceu curiosa.

 

- Sim... É que... Bom... – hesitação demais – Eles duvidaram que eu não seria capaz de ficar... Como posso dizer... ? – Cosima procurava as palavras e parecia ser ajudada por Delphine que seguia os caminhos que os olhos dela faziam – Quieta em sua aula. – Risos envergonhados.

 

- Como assim? – Perguntou, embora tenha entendido perfeitamente o que a outra queria dizer.

 

- Eles achavam que eu iria “explodir” novamente! – virou os olhos, o que fez Delphine soltar aquela suave risada que era capaz de ativar todas as reações possíveis e imaginárias dentro de Cosima.

 

- Acho que tenho um pouco de culpa nisso – Delphine lhe disse em tom de cochicho. Cosima franziu a testa em sinal de que não tinha entendido o que ela tinha lhe dito – Eu não lhe provoquei ou dei motivos para isso! – E piscou um dos olhos.

 

“Como pode ser tão linda?” Cosima voltou a olhá-la com a expressão mais boba que alguém poderia ter. Inclinando sua cabeça levemente e suspirando. “Você está mesmo fodida Cosima!” Pensou de si mesma.

 

- Cos? – René lhe chamou. – Coube a mim a árdua e dificílima tarefa de lhe dar carona. – O rapaz se curvou, forçando uma reverência que divertiu a todos.

 

Cosima relutou um pouco em se afastar de Delphine, mas o fez apenas se despedindo com um meio sorriso, evitando ao máximo virar-se para sair da sala. Delphine ainda ficou parada a observando dobrar no corredor e sentiu os olhos de Marc sobre si. Restavam apenas os dois na sala. Por algum motivo, o jovem lhe olhava sorrindo, como se a houvesse pego em flagrante, Estranhamente Delphine não se importou, e mais inusitado ainda foi o que fez em seguida.

 

- Sr. Pinot, no que consiste essa aposta que vocês fizeram com a Srta Niehaus? – Disse enquanto vestia seu casaco e se dirigia para fora da sala o acompanhando. Ele lhe olhou intrigado sem saber ao certo se deveria compartilhar aquilo, mas sem nem perceber, as palavras já estavam saindo de sua boca quase que contra a sua vontade.

 

- Como ela perdeu a aposta, terá de cantar para nós, pelo menos uma música para cada um hoje à noite – Disse com denotado estranhamento de si mesmo. Delphine ergueu uma das sobrancelhas enquanto olhava para o rapaz sem de fato o estar focando.

 

- E onde será paga tal aposta? - Delphine indagou naturalmente, levando o rapaz a lhe dar mais essa resposta.

 

- No Les Deux Maries... – disse de forma embasbacada com os olhos arregalados.

 

- Muitíssimo obrigada Sr. Pinot. Tenha uma excelente noite. – Despediu-se do rapaz com um sorriso educado, o deixando parado no meio do corredor, tentando entender o que havia acontecido.

 

 

 

******

 

 

 

O charmoso e acolhedor Les Deux Maries já começava a lotar quando Cosima chegou um pouco afobada já que havia corrido para fugir da leve chuva que brindava a noite de Paris. Assim que entrou avistou seus amigos na mesa usual, todos já estavam lá na alegria e empolgação que era peculiar àquele grupo de amigos e foi desviando das pessoas que se amontoavam dentro do café, uma vez que não poderiam ser usadas as mesas de fora. Algumas daquelas pessoas lhe saudavam e chegou até mesmo a ouvir de uma simpática senhora de cabelos grisalhos que estava ansiosa pelo show daquela noite.

 

- Nossa... A Cos já tem fãs gente. – Amélia disse enquanto lhe abraçava por trás, causando um pequeno sobressalto e visível desconforto.

 

- Tadinha dela. – brincou enquanto saudava, beijava e era beijada por cada de seus novos amigos.

 

- Menina Cosima! Veja, providenciamos mais instrumentos para o show de hoje – a festejou Louise Marie, como um orgulhoso e escancarado sorriso nos lábios. Cosima constatou o que a mulher havia dito e sentiu um frio na barriga. Quem eles pensavam que ela era? Só então viu um pequeno quadro à giz que continha a programação de shows do lugar e naquela noite o seu nome estava lá. Deixou seu queixo cair e sentiu seu estômago embrulhar. – Mas me deixe tirar esse casaco molhado. Nossa cantora não pode se resfriar – disse a senhora já desabotoando seu caso sem nem esperar qualquer permissão. Todos ali riram divertidos com a expressão que Cosima fazia.

 

- Já estamos com a nossa pequena lista pronta. – Louis balançou um guardanapo com uma série de nomes de músicas escritas.

 

- Ei... eu concordei em cantar apenas uma música para cada um de vocês – disse enquanto tentava, em vão, pegar o papel da mão do amigo. – Vocês estão de sacanagem comigo – disse lendo a lista de músicas assim que conseguiu “roubar” o papel das mãos dele. – Quem aqui é fã da Bonnie Tyler? – inqueriu com fingida indignação. René precisou se assumir.

 

- Ah... mas quem aqui nunca cantou Total Eclipse of the Heart a plenos pulmões no chuveiro? – Após um breve silêncio, todos ali explodiram em uma divertida gargalhada e ergueram suas mãos. Louise Marie riu e se afastou da mesa cantarolando a música com um carregado sotaque francês.

 

- Sério Cos... Não escolhemos música alguma. Confiamos em você e em seu gosto musical. – Amélia disse enquanto passava uma das mãos pelas costas de Cosima, tocando a pele de sua nuca que estava à mostra.

 

- Isso mesmo. Surpreenda-nos e cante o que você quiser para nós. – Disse Marc. Cosima os olhou com ternura, curiosamente sabia exatamente as músicas que cantaria para cada um deles, uma vez que adorava pensar nas pessoas como se fossem música e desde cedo havia pensando em seus amigos daquela maneira. Só não tinha a certeza se conseguiria cantar todas, uma vez que não ensaiou nada daquilo. E sabia que eles eram especiais demais e que, como tal, mereciam uma homenagem a altura de cada um deles.

 

- Tudo bem! Farei o meu melhor! Mas antes eu preciso ir ao banheiro. – anunciou.

 

- Já deu dor de barriga? – Louis brincou enquanto ela se afastava da mesa. E ali, esperando a sua vez se pegou pensando em como estava se sentindo verdadeiramente feliz, como ha muito tempo não se sentia. E ponderou um pouco sobre os reais motivos daquilo tudo. E foi inevitável deixar sua mente vacilar até ela. A dona de seus pensamentos e dos momentos mais infernais e incríveis que vivera naquela cidade.

 

Era surpreendente a verdadeira montanha-russa que estava vivendo desde que chegou até Paris e tudo aquilo se devia a todo poder que provinha de Delphine. Cosima recostou a cabeça na parede e suspirou profundamente. Sentia que sua vida estava prestes a mudar radicalmente e a excitação dessa certeza lhe causava um misto de sensações. Ansiedade, medo, expectativa... E por mais que tentasse se enganar, sabia exatamente o que precisava fazer. A questão era se ela deveria fazê-lo.

 

Assim que saiu do banheiro, olhou-se no grande espelho que ficava ao lado da saída do lavabo, a fim de checar se estava tudo bem em sua produção.

 

Vestia um de seus vestidos favoritos, um justíssimo cor de vinho, com um pequeno detalhe na gola que deixava seus ombros e braços a mostra. Calçavam suas meias longas com detalhes em crochê e seus sapatos favoritos de salto e cadarço. Optou pelo tradicional coque e a maquiagem de sempre. Ou seja, estava linda sem esforço algum. Riu de si mesma. E quando voltava do banheiro via ao longe que seus amigos estavam todos com expressões confusas e olhavam todos para o mesmo local. O que aquilo poderia significar? Em seu intimo ela a sentiu.

 

Assim que alcançou o salão, procurou o que tanto atraia a atenção deles e pensou que fosse ter um passamento ali mesmo. Parada, na entrada do café estava a Toda Poderosa! A PhDeusa! A sua Desorientadora. Delphine Cormier!

 

Cosima engoliu em seco e sentiu como se o mundo ao seu redor perdesse a importância ou houvesse desacelerado e perdido a cor. Pois só havia ela ali, tinha toda a sua atenção. Captando e capturando todos olhares para ela. Era realmente impressionante como ela atraia a todos e ela não parecia se esforçar para aquilo. Bastava ser Ela!

 

Mal podia acreditar em seus olhos. Ela estaria lá mesmo? O surreal e inimaginável já estavam fazendo parte do seu cotidiano então ela poderia muito bem ser só mais uma faceta da sua imaginação. Mas dessa vez era real. Mas só teve a certeza que se tratava dela em carne e osso quando ouviu alguém chama-la.

 

- Professora Cormier?! – Cosima olhou para Marc que acenava com a mão enquanto era quase fuzilado pelos demais. Nenhum deles parecia muito feliz com a presença dela ali, em seu momento de laser. E mais, será mesmo que ela iria querer se sentar junto a reles mortais?

 

Cosima ainda não havia chegado a mesa, estava paralisada próxima ao balcão e parcialmente encoberta pela máquina de espresso, o que lhe proporcionou um certo esconderijo. E de lá pode perceber que Delphine parecia não estar muito a vontade e que varria todo aquele ambiente com os olhos. Estaria ela procurando alguém. Seu coração acelerou. Estaria ela lhe procurando? A viu aproximar-se da mesa de seus amigos e lhes cumprimentar de uma forma encantadoramente desajeitada. Assistiu René e Louis quase se esbofetearem na luta para pegar uma cadeira para ela se sentar. Mas antes de fazê-lo, abriu seu casaco e, como de costume, causou deslumbre e espanto de todos ali. René caiu sentado embasbacado, dada à visão que teve. Cosima engoliu novamente em seco.

 

“Ela só pode estar brincando!”

 

Delphine estava – para variar – novamente toda de preto, contudo suas roupas eram mais casuais, Vestia uma calça de tecido mole e corte reto, não muito justa e de cintura baixa. O problema estava na blusa que ousava usar, pois era de uma transparência perturbadora, deixando evidente a perfeita forma física em que se encontrava além de um torturante top preto de alças finas. Tinha os braços à mostra e usava alguns anéis prateados em seus longos e perfeitos dedos. E para terminar de acabar com a sanidade de qualquer pessoa, usava os cabelos num penteado um pouco diferente do usual. Preso de um lado e com um coque atrás, contudo, do outro lado uma longa franja pendia, caindo tentadoramente em seu rosto.

 

“Ela não cansa de ser linda?” Questionou-se Cosima que continuava parada mais distante.

 

- Menina Cosima? – uma voz ali próxima a assustou e lhe trouxe para a realidade. Louise Marie estava ao seu lado lhe olhando curiosa. E a simples pronuncia de seu nome fez com que aqueles poderosos olhos verdes lhe achassem.

 

O suposto desconforto que Delphine parecia ter em seu semblante, deu lugar a um estupendo sorriso que fez com que todos naquela mesa arregalassem seus olhos encantados. Contudo, aquele sorriso pertencia a uma única pessoa apenas. E tinha a capacidade de deixar Cosima totalmente desconcertada. Delphine parecia brilhar!

 

Sabendo que não dava mais para ficar ali de pé e que fora descoberta, dirigiu-se até a mesa seguida das tias de Marc. Tentou caminhar da maneira mais natural possível para todo o seu nervosismo.

 

- Bonne nuit Srta. Niehaus! – Delphine disse enquanto abria passagem para Cosima passar, pois era evidente que o destino e os amigos colocaram a cadeira dela bem diante da sua.

 

- Bo...boa noite professora. – disse com um filete de voz, sentando-se logo em seguida muito mais por medo de suas pernas não suportarem o peso de seu corpo graças a tudo que sentia por ter aquela mulher ali tão perto e por ser açoitada por aquele perfume das deusas.

 

- Desculpem atrapalhar ou me intrometer no laser de vocês! – Delphine falava com a natural superioridade de sempre, demonstrando que havia superado o desconforto inicial – Contudo, preciso lhes confessar que fiquei curiosíssima acerca do talento musical da Srta Niehaus. – Que só não caiu no chão, pois já estava sentada. Fato, Consima mal acreditou que ela tinha ido até ali por ela – E para provar o famoso drinque que tanto me recomendaram. – Disse suavemente e em um tom provocador, como se desejasse “baixar a bola” de Cosima e causou a surpresa de todos ali e o visível orgulho de Louise e Julie Marie que olhavam fixamente para Delphine. Como se a conhecessem de algum lugar.

 

- É sua primeira vez aqui Professora Cormier? – Julie lhe questionou curiosa. Delphine pareceu levemente desconfortável com aquela pergunta.

 

- No Les Deux Maries? Sim! – respondeu com voz cadenciada. E antes que a mulher insistisse em questioná-la, continuou – Pois então traga uma rodada dessa famosa bebida. Será por minha conta. – Nova troca de olhares de todos ali.- Como é mesmo o seu sugestivo nome? – Perguntou enquanto lançava um olhar forçadamente inocente para Cosima.

 

- Orgasme Vert! – Louise proferiu orgulhosa. – Aliás, fui eu quem escolheu o nome. Mas deixem-me servi-los. – Louise se retirou.

 

- Realmente uma alcunha interessante. – Delphine constatou e insistia em manter seu olhar pousado sobre Cosima.

 

O silêncio voltou a imperar na mesa e só fora quebrado quando os drinques de todos chegaram. E novamente a Louise Marie descreveu sua criação para uma Delphine atenta, mas não a ela e sim às reações de sua orientanda que apertava uma mão na outra e corava lindamente.

 

Levou a bebida até os lábios, mas antes de bebê-la, fez questão de aumentar a intensidade do olhar para Cosima  e a varreu de baixo para cima, deixando o intenso liquido tocar seus lábios levemente. A morena a sua frente não suportou aquela visão e virou o seu copo de uma única vez, levando-a a tossir fortemente.

 

- Então foi aqui o seu porre de Absinto? – perguntou enquanto estendia um guardanapo para ela e sorria divertidamente.

 

- E foi um porre memorável! – Marc juntou-se a conversa.

 

- O que ocasionou uma ressaca mais memorável ainda. – Cosima se recompunha.

 

- Pude testemunhar isso! – A loura disse lacônica.

 

Marc e Cosima olharam pra Delphine que bebericava sua bebida despreocupadamente. O rapaz depois olhou para amiga a seu lado e percebeu que ela não tirava os olhos de sua professora. Havia algo ali! A preocupação pairou em seus olhos.

 

- Você está bem Cos? – Amélia, que havia retornado do banheiro, preocupou-se com Cosima e passou a mão em seu rosto. – Pegue leve com o Orgasme Vert dessa vez – e depositou o braço em seu ombro.

 

Cosima sentiu sua face em chamas em contraste com o gelo em sua barriga e jurou ter visto o lustre, que ficava logo acima da mesa, piscar. Teve receio em encarar Delphine, mas assim que buscou seus olhos, se arrepiou pois eles hora se dirigiam fuzilantes para seu rosto e hora se dirigiam aquela mão insolente, pousada em seu ombro.

 

“Ciúmes Delphine?” Foi a vez de Cosima sorrir deliciada e olhar com intensa firmeza para sua professora.

 

- Boa noite gente lind... Sra Cormier? – Felix, que havia chegado com seu usual entusiasmo, parou bruscamente assim que identificou quem estava na mesa. Assim como os demais, não conseguiu evitar o seu choque.

 

- Sr. Dowkins? – Delphine estava realmente surpresa. Havia ido até ali dirigindo um de seus carros já que havia dado folga a seu motorista e não quis ouvir ladainhas de Helena. Marc levantou para saudar o novo namorado.

 

- Bom, eu os apresentei ha uns dias atrás – Cosima quis explicar a situação – Naquela noite em que fui a sua boate e... – subitamente a constatação de que ambas sabiam muito bem o que havia acontecido naquela noite e naquela boate fez Cosima corar novamente. Atingindo um outro tom da paleta de cores de vermelho. Delphine não se conteve e gargalhou. Era delicioso demais para ela perceber o quanto afetava Cosima, o quanto a deixava desconcertada e de como ela era completamente incompetente em esconder o que sentia. Era adorável.

 

- Cosima? Está na hora do grande show. – Marc anunciou assim que deu seu lugar a Felix. Indo em direção ao pequeno palco.

 

- Seu público a espera. – Delphine disse lhe lançando um terno olhar. Cosima respirou fundo. Pensou em pedir uma segunda dose daquele poderoso drinque, mas lembrou-se do mal estar que teve e também não pretendia ficar bêbada na frente de Delphine. Queria mesmo era estar bem sóbria e alerta para tudo. Levantou-se e percebeu a demorada inspeção que sua figura recebia da loura diante dela.

 

Se Delphine achava que estava sendo bem sucedida em esconder os seus sentimentos, estava redondamente enganada. Cosima riu internamente e seguiu para o seu pequeno show.

 

Assim que se aproximou dos músicos, saudou os dois rapazes que tocaram com ela na outra noite e fora apresentada a um casal que se juntaria a eles naquela breve apresentação. Escreveu num guardanapo a lista de músicas que havia pensado e acrescentou mais uma, para Felix Ela olhou para a mesa onde seus amigos estavam e certificou-se de que havia feito as melhores escolhas musicais.

 

Marc, como sempre, sendo o centro das atenções era paparicado por Felix que queria falar ainda mais do que seu namorado. Sophie ria de todos e sempre fazia seus comentários espirituosos e perspicazes. Louis com seu ar simpático e cordial ria das piadas dos amigos enquanto René e Amélia lhe lançavam olhares mais intensos. Sentia-se bem com eles, mas alguém ali naquela mesa destoava. Não só ali, mas em todo aquele ambiente. Ela chamava atenção. Cosima podia ver os olhares de homens e mulheres direcionados a ela, contudo, ela parecia alheia aquilo tudo, pois apenas lhe olhava serena, lhe passando confiança com um leve aceno de cabeça.

 

Aquele era o cenário. Aquela Deidade, rodeada de seus Semideuses. Todos ali, ávidos por ela.

 

- Boa noite a todos. – Louise Marie iniciava a apresentação. – É com prazer que contamos hoje a noite com a volta da talentosa Cosima Niehaus, que vai abrilhantar e nos aquecer com sua bela voz. Cosima...- e indicou o microfone para ela. Uma onda de aplausos a recebeu.

 

- Boa noite a todas e todos. Eh...parece que uma dose de mim não foi o suficiente para vocês enjoarem não é? – onda de risos – Pois bem, espero que saibam o que estão fazendo. – Riu de si mesma. – Mas gostaria de pedir permissão a todos, pois as músicas que escolhi hoje a noite são especiais e cada uma delas tem um dono ou uma dona, por assim dizer. E caso mais alguém se sentir tocado pelas músicas, vamos curtir juntos. – Disse com certo nervosismo na voz. Certificou-se de os músicos estarem prontos e respirou fundo mais uma vez.

 

- Para o alegre e extrovertido Marc Pinot... Uma Diva!

 

Believe (Cher)

 

No matter how hard I try
You keep pushing me aside
And I can't break through
There's no talking to you
It's so sad that you're leaving
It takes time to believe it
But after all is said and done
You're gonna be the lonely one (...)

 

Marc gargalhou alto após as primeiras palavras daquela letra e passou a cantar junto. E no refrão daquela música praticamente todos os presentes estavam de pé, cantando e dançando e Cosima estava realmente se divertindo. Em determinado momento daquela letra, seus olhos alcançaram Delphine, que também já se punha de pé e estava visivelmente impressionada com toda a desenvoltura de Cosima e ria alegremente do jeito espalhafatoso com que Marc e Felix dançavam no aperto entre as cadeiras.

 

Ao termino da musica, ainda levemente ofegante, Cosima agradeceu a todos que tão entusiasmadamente fizeram coro para ela. Solicitou um pouco de água e partiu logo em seguida para a próxima canção.

 

            - Marc, espero que tenhas gostado. Agora, eu gostaria de oferecer essa canção para o doce e gentil René. Com carinho meu amigo. – Disse já pegando um dos violões que estavam ali, surpreendendo a todos mais uma vez.

 

Losing My Religion (R.E.M.)

 

Life is bigger
It's bigger
And you, you are not me
The lengths that I will go to
The distance in your eyes
Oh no, I've said too much
I set it up (...)

 

Uma explosão de aplausos indicou que Cosima tinha acertado na escolha da música não só para o amigo, mas para muitos ali que cantavam a plenos pulmões. Essa canção em especial também era muito cara a ela, pois dizia muito quem ela era. Foi inevitável não se emocionar e deixar a voz embargar em alguns momentos. Mas foi até o final.

 

Gritos, aplausos e assovios indicaram que ela havia realmente arrasado. Comoveu-se quando o rapaz correu até sua direção, segurou suas mãos na dele as beijou em agradecimento. Cosima riu e tentou cogitar quantos Orgasme ele já havia bebido.

 

- A terceira música vai para uma garota alegre e que realmente sabe como se divertir. Detalhe que preciso confessar também uma de minhas favoritas. Sophie, vamos nos divertir garota? – nova onda de aplausos e pequenos gritinhos. Largou o violão e tomou novamente o microfone em mãos.

 

Girls Just Want to Have Fun (Cindy Lauper)

 

I come home in the morning light
My mother says when you gonna live your life right
Oh mother dear we're not the fortunate ones
And girls they wanna have fun
Oh girls just want to have fun (...)

 

 

 

Logo todos estavam dançando e inventando passinhos enquanto cantavam e para a surpresa de Cosima até mesmo Delphine parecia ensaiar algo tendo Marc e Felix, um de cada lado.

 

De fato parecia que ela estava acertando em cheio em suas escolhas.

 

- Ufa! Será que eu aguento mais? – Ao que a plateia berrou um sonoro SIM, a fazendo rir deliciada. – Então vamos para a próxima canção, que vai com todo carinho para o querido Louis.

 

Starman (David Bowie)

 

Didn't know what time it was the lights were low
I leaned back on my radio
Some cat was layin down some rock n roll lotta soul, he said
Then the loud sound did seem to fade
Came back like a slow voice on a wave of phase
That weren't no DJ that was hazy cosmic jive(...)

 

 

 

Para seu total deleite e incredulidade, viu como Delphine cantava de olhos fechados e com declarada emoção.

 

“Quem diria que ela era fã de Bowie?” Cosima estava se deliciando em poder conhecer um pouco mais daquela misteriosa mulher daquela forma, sem precisar perguntar nada. Apenas deixando que ela fosse movida pela emoção e mostrasse quem de fato era sem amarras ou máscaras. Podia perceber que Delphine está plena e desarmada ali.

 

E fora ela quem puxou os aplausos dessa vez e causou um choque em todos, ao levar dois dedos aos lábios e assoviar alto. Causando espanto nos Semideuses, mas esse logo passou, pois outras pessoas repetiram o gesto.

 

Dos Semideuses faltava apenas a Amélia e Cosima chegou a cogitar se deveria ou não cantar a música que havia escolhido para sua amiga, uma vez que era evidente que Delphine sentia ciúmes dela. Mas, por outro lado, seria interessante e até gostoso ver qual seria a reação dela.

 

“Dane-se”

 

- Continuando a pagar a minha aposta... Uma música para essa mulher linda, inteligente e charmosa. Amélia, essa é sua.

 

Te Amo (Rihanna)

 

Te amo, te amo, she say's to me
I hear the pain in her voice
Then we danced underneath the candelabra, she takes the lead
That's when I saw it in her eyes, it's over (...)

 

 

 

Na mesma intensidade com que Delphine se entusiasmou com a música anterior, mudou de humor assim que reconheceu as primeiras palavras da seguinte e a raiva pareceu lhe subir a cabeça quando viu Amélia se dirigir para perto do palco para dançar insinuantemente para Cosima, que secretamente se deleitava, não com a morena estonteante diante de si, mas com a ira que consumia sua orientadora, fazendo-a virar sua dose de Orgasme Vert e literalmente roubar a que Felix tinha em mãos, virando-a também. E como Cosima tem uma pequena faceta sádica começou a dançar tão ou mais sensualmente que Amélia, só que quis deixar bem claro para quem dançava e capturou os olhos de Delphine nos seus, transmitindo toda a intensidade daquela letra e daquela dança para ela, que literalmente estava boquiaberta.

 

Ao final da música Amélia tentou, sutilmente puxar Cosima para tentar beijá-la mas essa, ainda mais sutilmente escapou da investida da mulher que precisou voltar para seu lugar cabisbaixa, embora fosse gulosamente cortejada por vários dos presentes devido à forma como dançou.

 

- Espero que tenham gostado. – Cosima bebeu uma grande quantidade de água, pois já sentia um leve desconforto em sua garganta. Não estava acostumada a cantar tantas canções assim. Ensaiou em abandonar o palco, quando viu a carinha triste de Felix. Para a sorte do rapaz, ela havia pensado nele também.

 

- E por fim... – As pessoas que já voltavam para seus lugares voltaram-se para ela contentes com a possibilidade de mais uma música. – Pensou que eu iria esquecer de você Fee? Amigos, essa vai para o lindo, alegre e doce Felix. – E logo os músicos soltaram uma versão acústica de Lady Gaga

 

 

 

Born This Way

 

It doesn't matter if you love him, or capital H-I-M
Just put your paws up 'cause you were born this way, baby

 

My mama told me when I was young
We are all born superstars

 

She rolled my hair and put my lipstick on
In the glass of her boudoir (...)

 

 

 

E logo Felix e os demais Semideuses, assim como várias outras pessoas estavam se apertando e tentando fazer a coreografia da música numa grande algazarra.

 

Ao final da música Cosima já sentiu sua voz falhar e o suor escorrer por seu rosto. Exausta mas feliz, agradeceu a paciência e tolerância de todos para com ela e reverenciou os músicos que tão brilhantemente lhe acompanharam. Desceu do palco e foi cumprimentada por várias pessoas além de ser fortemente abraçada por todos os seus amigos, parando, por ultimo, diante de Delphine.

 

Ela queria ter cantado mais uma ultima música para ela, mas não tinha certeza de qual seria, nem tão pouco se conseguiria, já que sentia sua voz falhando.

 

- O Sr. Pinot realmente não estava exagerando quando disse que seria um Show. – Disse Delphine enquanto permanecia aplaudindo Cosima que estava diante dela com um sorriso bobo no rosto e ainda ofegante.

 

- Cos, menina, você arrasa! – A festejou Felix – Se desistir de ser professora me chame para ser seu empresário! – brincou o amigo.

 

Logo todos voltaram aos seus devidos lugares e a música ambiente voltou a tocar. A conversa na mesa girou em torno dos gostos musicais de todos ali, onde muitos descobriram que tinham muitas afinidades nesse campo.

 

Mas nem Delphine nem Cosima prestavam muita atenção na conversa, pois estavam, mais uma vez, perdidas uma na outra, sendo apenas monossilábicas quando alguém pedia a opinião de uma delas.

 

Delphine sentia que estava prestes a perder o controle diante de Cosima e a deixar penetrar dentro si. Reiniciar aquela poderosa e única conexão que ligava as duas de uma forma inexplicável. E ela via nos olhos de Cosima que ela queria o mesmo. Estava mais do que óbvio para bom entendedor que algo acontecia entre aquelas duas mulheres. Elas não trocavam uma palavra se quer, mas não paravam de se olhar.

 

Cosima estava em seu limite de razão. Agradeceu por estar sendo comedida na bebida, pois caso contrário não seria capaz de responder por si mesma na presença de Delphine ali, tão perto dela, tornando possível sentir aquela poderosa energia mais uma vez. Aquele magnetismo avassalador.

 

E sem controle algum os seus corpos respondiam um a presença do outro. E naquele instante era um calor que pulsava entre ambas, um calor que parecia interferir na atmosfera do lugar, levando todos ali próximos a elas, retirarem o seu casacos.

 

Mal perceberam o passar das horas e só se deram conta quando Louis anunciou que estava de partida e que levaria um alcoolizado René para casa.

 

Cosima lhes sorriu e retribuiu o beijinho que seu bêbado amigo soltou para ela. Em seguida Sophie também se despediu de todos e aproveitou a carona no mesmo taxi que levaria Marc e Felix.

 

- Como você vai para casa Cos? – Perguntou Felix e antes mesmo que qualquer pessoa dissesse algo, ela foi mais rápida.

 

- Ela ira comigo! – Delphine disse num tom de voz mais incisivo, embora levemente arrastado. Indicando que estava sob algum efeito do Absinto. Aquela afirmação pegou a todos de surpresa, inclusive a Amélia, que ainda tinha planos de conseguir algo com Cosima a levando para casa.

 

- Então também acho que vou com vocês! – Amélia disse com certo tom de irritação na voz. Enquanto Cosima permanecia incrédula com daquela reação de Delphine. Afinal de contas ela era professora de todos ali. Ela era PROFESSORA DELA! Delphine havia perdido o juízo?

 

- Então está certo – Disse Marc piscando um dos olhos para Cosima que apenas ergueu os ombros e os baixou denotando que não sabia o que estava acontecendo. O rapaz a abraçou e disse em seu ouvido – Tome muito cuidado onde está se metendo – O que fez com que ela desfizesse o abraço bruscamente para encará-lo. Sim, estava evidente para todos. Cosima se sentiu arrepiar. Acompanhou seu amigo até a porta do café.

 

- Marc... Eu realmente não sei o que está acontecendo comigo. – Disse cabisbaixa.

 

– Mas essa não é a melhor hora para discutirmos isso. – Marc ergueu seu rosto para encará-la. Só tenha cuidado! – Lhe beijou a testa.

 

- Sim! Conversamos em outro momento. Tchau meu amigo.

 

Os viu dobrarem a esquina daquela pequena travessa e ainda sorveu uma ultima lufada do frio ar da noite antes de voltar para perto de quem mais desejava e de quem mais tinha medo.

 

Encontrou Delphine conversando alegremente com Louise e Julie, que contavam orgulhosas as histórias daquele local.

 

- ...Então nosso avô quem começou com o negócio da família. Esse prédio está em nossa família ha muitos anos. Antes de ser esse café foi um restaurante, onde nossa mãe era a cheff. – Cosima ouviu assim que chegou a mesa a narrativa de Julie Marie.

 

- Mas eu realmente tenho a impressão que lhe conheço. – Disse Louise se referindo a Delphine. – E eu jamais esqueço um rosto. Ainda mais um como o seu. – Referindo-se a marcante presença e beleza daquela mulher.

 

- É a primeira vez que venho a esse café senhoras. – Delphine disse calmamente. – Podem estar me confundindo com outra pessoa. As mulheres se olharam duvidosas.

 

- Mas vamos deixa-las em paz. Temos que organizar as coisas para fecharmos.

 

- Realmente não tem como esquecer um rosto como o seu Delphine! – Finalmente conseguiu chama-la pelo nome. Havia lutado arduamente consigo mesma para não chama-la assim na frente dos colegas e dar algum indício do que quer que estivesse acontecendo entre elas.

 

E quando a loura se virou para Cosima, essa precisou se segurar na cadeira para não cair. Ela havia ficado levemente vermelha com as palavras que dissera. Definitivamente estava acontecendo algo muito intenso entre elas e nenhuma das duas conseguia mais esconder nem delas nem de ninguém.

 

- Você realmente tem muito talento Cosima! – Delphine baixou sua voz e esticou o braço para puxar e indicar a cadeira que ela queria que Cosima ocupasse, bem ao seu lado. Cosima prontamente a obedeceu.

 

- Sempre gostei de música. Tinha um sonho de adolescente em seguir com ela. – riu baixinho – Mas os estudos venceram. E hoje a música é uma companheira diária e um hobbie.

 

Delphine a olhava encantada. Queria aprender tudo o que fosse possível de Cosima, não mais através de dossiês ou arquivos de investigação. Apenas dela mesma. Sentia já um leve torpor causado pela quantidade excessiva de álcool em seu organismo e uma pontada de cansaço chegar. Espreguiçou-se para espanta-lo.

 

- Grains de Beauté[1]! – Cosima sussurrou, pegando Delphine de surpresa. Não que ela desconhecesse aquela expressão, mas surpreendeu-se em Cosima conhece-la. Além de não ouvi-la ha muito, muito tempo. – Suas pintinhas. – Disse Cosima apontando para os braços de Delphine, que eram salpicados de pequenos sinais.

 

- Sim eu sei. Mas não fazia ideia que você conhecia tal expressão. – Sorriu docemente – Na verdade sou repleta deles por todo o corpo – Disse inocentemente, mas logo percebeu o possível outro sentido do que acabou de falar quando viu a leve mudança na tonalidade da pele de Cosima e o movimento em seu pescoço, indicando que havia engolido em seco. Foi inevitável ela mesma não corar.

 

- Devem formar verdadeiras constelações! – Cosima disse sedutoramente.

 

- Sim, algumas... E por sinal uma está bem aqui. – Esticou o braço direito apontando seu antebraço, onde um grupo de sinais estava impressionantemente agrupado. Sem pensar e totalmente dominada pela emoção do momento, Cosima tomou gentilmente o braço de Delphine e passou a acariciar a pele dela. Ligando aqueles delicados pontinhos, causando em Delphine uma enxurrada de sensações impossíveis de serem descritas. Fechou os olhos lentamente se deixando inundar por tudo o que estava sentindo. Foi a sua vez de engolir em seco. E ambas disseram ao mesmo tempo:

 

- CASSIOPEIA!

 

E se olharam ainda mais intensamente e em seu intimo, Cosima teve uma súbita ideia. Será que ela apreciaria? Afastou a dúvida e escancarou um sorriso quase infantil. Quebrou aquele contato tão somente para olhar em direção ao palco. Viu que os músicos já haviam ido embora, mas deixaram alguns dos instrumentos. Levantou-se, mas não antes de apertar docemente o braço de Delphine que estava sem entender o que a outra estava fazendo. 

 

Cosima foi em direção ao balcão e pediu algo as duas mulheres que já estavam encerrando as coisas naquela madrugada, esperando apenas que os últimos poucos clientes – incluindo elas – fossem embora. Foi até o palco, o que fez com que Delphine arregalasse os olhos.

 

“Ela vai cantar...Pra mim?” Delphine se sentiu ascender por inteiro. E tudo em seu ser estremeceu.

 

- Com licença gente. Sei que já é tarde e vocês já devem estar de saco cheio de me ouvir – ao que um pequeno grupo que estava em outra mesa negou veementemente – Mas eu preciso cantar essa ultima canção. Não sei se alguém aqui a conhece, mas é uma de minhas favoritas e conta a história de um amor impossível entre uma Constelação e uma Estrela distante! – Respirou fundo antes das palavras seguintes – e peço permissão para dedica-la a uma pessoa muito especial. O nome da canção é Cassiopeia, de autoria da Sara Bareilles.- Tomou o violão em seus braços, o pendurando nos ombros. Fechou os olhos na tentativa de controlar as aceleradas batidas de seu coração. Os abriu tão apenas para focar nos verdes e brilhantes olhos que lhe encavaram com evidente ansiedade.

 

- Delphine, essa é a minha música para você nessa noite.

 

Cassiopeia

 

Come in close now, it's time to tell a story
Long ago and so many years before we
Ever were, ever dreamed we even could be
There was her and her very first heartbeat

 

All alone in the corner of the night sky
Spiral bones of a supernova starlight
Fell in love with another burning bright
She dreamed of a way to ignite

 

She said,
"Tonight
Come on, come on
Collide
Break me to pieces, I
I think you're just like heaven

 

Why
Come on, come on
Collide
Let's see what a fire feels like
I bet it's just like heaven"
(Just like heaven)

 

Such a shame
Nowhere near, even the near mist
Lightyears away
From the hope of being sun-kissed
Anchored home in her interstellar sea
But, poor lonely Cassiopeia

 

So she sighs and she burns with aspiration
Learns to cry over love of constellations
Then the spark from a star shooting too close
They both smiled
What a day to explode

 

She said,
"Tonight
Come on, come on
Collide
Break me to pieces, I
I think you're just like heaven

 

"Why
Come on, come on
Collide
Let's see what a fire feels like
I bet it's just like heaven"
(Just like heaven)

 

Long ago in a sky built before us
A supernova grew up to be stardust

 

 

 

 

 

 

Fim do capítulo


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