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An Extraordinary Love por Jules_Mari

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Palavras: 7835
Acessos: 3922   |  Postado em: 27/11/2017

Capítulo 17 Insanidades

’Pequenos eventos levam à grandes mudanças... Nos fazem refletir sobre a relação de causa e efeito diante das nossas possibilidades de escolhas e, também, sobre a nossa responsabilidade pelas nossas decisões. Efeito borboleta, seja bem-vindo ao íntimo do caos.’’

 

A energia daquele encontro era infinitamente poderosa, causando um impiedoso furacão no outro lado do mundo ou até mesmo, em outra dimensão. Cosima não era capaz de pensar em absolutamente nada além da completa e alucinante perdição que eram os lábios de Delphine. A Toda Poderosa, por outro lado, se viu completamente indefesa diante do desmedido e inebriante prazer que a deliciosa boca de sua orientanda a proporcionava. Totalmente perdidas e consumidas pelo inverossímil desejo, elas eram o mais puro instinto; força; loucura; tesão... eram a mais ardente paixão.

Aquele beijo era com certeza a mais próxima definição de um luxuriante paraíso.  Começou hesitante e enlouquecedoramente envolvente, a despeito da eletrizante expectativa do tão esperado momento. Porém, uma batida de coração depois, tornou-se absurdamente avassalador e urgente, como num frenético reflexo da louca vontade que as dominava, transformando-se num incontrolável e ansiado gatilho, desencadeando nelas as mais insanas, profundas e eróticas reações. A loucura do que faziam nem sequer poderia alcançar a loucura do que experimentavam!

Suas línguas dançavam com inebriante luxúria e provocante sincronia, devorando uma à outra com impossível voracidade! Seus corpos se encontravam em um violento – e enlouquecedor -  atrito e ainda assim, estava longe de ser suficiente – longe demais. Suas mãos se entregavam à indomável vontade de sentir, percorrer e explorar os corpos tão inexplicavelmente cobiçados, desesperada e despudoradamente. O magnetismo que as atraia era mais surreal e feroz do que nunca, dando a impressão de que o lugar se perderia em chamas, exatamente como elas.

Cosima era intensamente puxada por Delphine que, sem interromper aquela delícia de beijo, agarrou a cintura perfeita da morena de um jeito absurdamente arrebatador, exigindo que o quadril dela se contraísse contra o seu, expressando a tomada de posse daquele corpo tão tentador e insanamente desejado.

A urgência de Delphine acendeu ainda mais sua orientanda, exatamente como gasolina encontrando o tão almejado fogo. Alucinada, Cosima enfiou uma de suas mãos entre os magníficos cabelos de sua professora, desfazendo o coque propositalmente mal feito e revelando os maravilhosos e inacreditavelmente perfeitos cachos dourados, reivindicando ainda mais intensidade naquele – excitante - contato.

Seria possível mais? Precisavam acreditar que sim; seus corpos exigiam mais, suas almas imploravam por mais. A extraordinária Deusa e a impetuosa e magnífica mortal estavam praticamente se fundindo bem ali, diante de uma plateia completamente extasiada e incrédula, exatamente como elas imaginavam que estariam. Numa camada mais profunda de suas consciências, elas sabiam precisamente onde estavam, mas, de forma clara e impressionante, não eram capazes de impedir ou mesmo se importar com a embriagante e insensata loucura que era aquela situação; tudo que realmente interessava em toda a extensão do universo, era a sobrenatural e absurdamente excitante energia que vivenciavam ali.

A esmagadora sensualidade que fluía de Cos era totalmente delirante, fazendo com que Delphine ardesse na mais luxuriante das chamas quando sentiu aquele pecado de mulher interromper o ardente beijo de maneira cadenciada, mordendo seu lábio inferior, escorregando a audaciosa língua por seu queixo enquanto puxava seus cabelos de maneira insuportavelmente sensual, delicada e impressionantemente firme, obrigando-a a inclinar a cabeça para trás para oferecer à morena toda a extensão de seu esguio e convidativo pescoço. A língua quente e enlouquecedora de Cosima vagou novamente por sua mandíbula perfeita, deslizando vagarosamente por todo o seu pescoço, deixando um rastro molhado e absurdamente excitante. Louca de tesão, Delphine fechou os olhos, potencializando a indescritível sensação que a possuía, fazendo sua orientanda estremecer com a energia insanamente luxuriosa que emanava dela.

Cosima podia sentir entre seus lábios o sedutor e intenso calor que pulsava em Delphine à medida que explorava seu pescoço perfeito com impetuosa vontade. O inebriante perfume francês, misturado à natural e saborosa fragrância que a pele dela exalava foi simplesmente demais para uma deliciosamente descontrolada Senhorita Niehaus, entorpecendo absolutamente todos os sentidos dela, – completamente – levando-a ao limiar de um extasiante delírio e quase mandando para o espaço o último fio do seu vulnerável e já um tanto indesejado bom senso, fazendo-a intensificar a pressão dos ansiosos lábios e dos atrevidos dentes, sorvendo e mordendo aquele maravilhoso pescoço com demasiada força. Delphine imediatamente reagiu ao provocante estímulo e, se entregando àquela avassaladora sensação, deixou escapar um – delicioso - gemido grave e rouco, deixando Cosima extremamente alucinada. ‘’Puta que pariu...’’

Sem pensar em mais nada e insanamente consumida pelo desejo, Cosima a segurou pelas extremidades do blazer e a puxou – ainda mais -  contra si, caminhando para trás em direção à parede de vidro até finalmente ter o seu corpo inteiramente comprimido pelo dela. Não era o suficiente... ela queria mais, muito mais... Incapaz de conter a louca vontade que a possuía, Cosima não hesitou em dar vazão ao que seu corpo tanto implorava... Não, exigia, ordenava... Com a boca colada ao ouvido dela, murmurou:

- Me faça sua, Delphine... eu quero... eu preciso...

O timbre rouco e completamente excitado de Cosima atingiu Delphine com o poder de um raio em meio a um furacão, eletrizando cada célula do corpo dela, fazendo-a afastar o rosto num rompante e encará-la com delicioso choque e profunda – e quase enlouquecida - cobiça. Delphine engoliu em seco, sentindo que seu último resquício de sanidade - se é que ainda tinha algum - a abandonaria a qualquer segundo, drenado pela titânica tentação que era aquela mulher. Quem era Cosima e por que ela conseguia dominá-la e enlouquecê-la daquela forma?

‘’Me faça sua’’ ... A intensidade daquelas palavras ecoou tão violentamente em seu íntimo que, naquele momento, Delphine não tinha mais a menor capacidade de discernir o cenário em volta delas... sua mente, seu corpo, sua essência, tudo... tudo o que ela era estava inteiramente entregue. Ela estava incondicionalmente rendida e essa constatação intensificou a brasa que ardia dentro dela, provocando um irresistível e potente tremor que a invadiu por inteiro, anunciando de maneira surpreendente que o tão ansiado ápice não demoraria a acontecer.

Esse era o poder que Cosima tinha sobre ela. Comandava, demandava, controlava e dominava seu corpo, fazendo dela, a toda poderosa Cormier, o que bem quisesse. Da mesma forma que aquilo a perturbava, também a enlouquecia - completamente. Sem tirar os olhos da vívida chama que era o olhar de Cosima, com uma lentidão e maestria absurdamente enlouquecedoras, Delphine ergueu a perna esquerda da morena, proporcionando um encaixe quase perfeito entre elas - quase. Com o olhar ainda cravado nela e com torturante sensualidade, foi lentamente deslizando uma das mãos pela coxa de sua orientanda... sentindo-a com firmeza e ferocidade, devorando-a com o olhar e absorvendo o desvairado desejo estampado no rosto dela. A existência de Cos era, com absoluta certeza, a estrada para a proibida e delirante perdição de Delphine.

Cosima fechou os olhos plenamente extasiada, gravando a indescritível e quente sensação do poderoso toque dela, indescritivelmente arrepiada com a sede que aquelas mãos demonstravam. Delphine respirava a palpável excitação de Cosima e pensou que perderia totalmente a noção de tudo quando sentiu as mãos dela irromperem seu blazer, decorando seu corpo... queimando sua pele.

A urgência as dominava, inteiramente...!

Com a outra mão, Delphine segurou o rosto de Cosima com impressionante firmeza, mordendo – deliciosamente – a boca dela antes de beijá-la com voraz intensidade, anunciando o que estava por vir. Novamente, agarrou a coxa erguida dela, sentindo o músculo se retesar sob seu contato, fazendo-a estremecer e choramingar roucamente ao sentir o caminho que seus habilidosos dedos faziam em direção ao interior daquela coxa.

Sem vergonha nenhuma, Cosima friccionava intensamente o quadril contra Delphine, evidenciando cada vez mais o que seu corpo tanto necessitava... o que ela desesperadamente ansiava. Em total frenesi, Del repousou os olhos e mordeu o lábio inferior – excessivamente – quando seus dedos sentiram a incontestável umidade na coxa de sua orientanda... Cosima estava insuportavelmente excitada e, pelo o que Delphine pôde deduzir, completa e deliciosamente molhada. Suas suspeitas foram confirmadas quando, rapidamente, tocou o sex* pulsante dela ainda por sobre a calcinha totalmente encharcada, de um jeito torturantemente sensual. O corpo inteiro de Cos reagiu àquele audacioso toque enquanto Delphine contemplava o hipnotizante olhar que emoldurava o rosto perfeito e completamente alucinado dela, carregado de cobiça e desespero. Incapaz de se controlar, as palavras tomaram vida própria e Cosima praticamente ordenou, sedutora e confiante...

- AGORA, Delphine...

Sentindo o corpo inteiro incandescer e sem a menor vontade de se conter, ela prontamente obedeceu.

Acariciando os lábios dela com a língua de um jeito insanamente enlouquecedor, afastou habilmente a calcinha totalmente molhada e, antes que finalmente encontrasse o centro de todo prazer e agonia da morena, latejando e implorando por ela, Delphine parou, olhando-a nos olhos de uma maneira nunca antes feita, deixando que todo o insano desejo que a incendiava fluísse por aquele olhar, levando Cosima ao limiar da mais alucinante loucura. Encostando seus lábios no dela e transbordando a mais profunda luxúria, Delphine sussurrou...  – Seja minha, Cosima...

‘’Meu Deus...’’

Cosima simplesmente entrou em transe com aquele comando, acionado pela voz afrodisíaca e absolutamente irresistível de Delphine, fazendo com que todo o seu ventre se contraísse violentamente e que, com nítido desespero, projetasse seu corpo para ela – mais uma vez. Uma fração de segundo depois, Delphine a tocou... com maestria e com precisão enlouquecedoras, saboreando o intenso pulsar do sex* inchado e impossivelmente molhado dela, fazendo-a cravar as unhas em suas costas e gem*r em seu ouvido tão deliciosa e descontroladamente que a fez grunhir, loucamente alucinada com a naturalidade e o atordoante erotismo daquele som. Delphine sentia tudo que Cosima podia sentir e a recíproca era irresistivelmente verdadeira. Dessa forma, elas compartilhavam ainda mais intensamente aquela louca energia e aquela surreal sensação, sendo atingidas por um poderoso espasmo numa perfeita e mística sincronia... estavam prestes a explodir.

Naquela sobrenatural sintonia, elas podiam sentir... alcançariam o ápice daquele avassalador prazer juntas...

Entretanto, trazendo-as de volta à indesejada realidade que as cercava, a explosão que se ouviu foi a de um dos telões que adornavam e pista principal e que começou a literalmente soltar faíscas, obrigando a quebra daquela inexplicável conexão.

Delphine piscou os olhos rapidamente enquanto procurava a origem daquele barulho ensurdecedor quando, inacreditavelmente, acabou se dando conta de que estava de pé, bem próxima ao ostensivo bar e que Cosima estava a alguns – evidentes - metros à sua frente, encarando-a com absurda confusão no olhar, completamente aturdida! ‘’Impossível’’ Delphine engoliu em seco sem saber exatamente o que pensar ao constatar à improbabilidade do que tinha vivenciado ali, justamente com ela... não podia ser!

Aquilo fora imaginação? Ela finalmente havia chegado às raias da completa loucura? Impossível! Se perguntava uma Cosima totalmente atônita, ainda sentindo o arrasador orgasmo que estava na iminência de acontecer bem ali, diante da boate inteira. Tinha sido real demais, vívido e nítido demais. Por Ártemis, tem que ter acontecido! Cos procurou novamente pelos olhos de Delphine e o que encontrou quando os viu a deixou ainda mais assombrada, dando-se conta de que sua orientadora também estava tão confusa e atordoada quanto ela.

“Que merd* foi isso? O que... não não não!” Delphine deu o primeiro passo em direção a Cosima, que experimentava uma overdose de impossíveis e inexplicáveis sensações, obrigando-a a recuar e quase cair ao esbarrar em Sophie, que estava parada logo atrás dela.

- Você está bem, Cosima? – A jovem parecia genuinamente preocupada. Totalmente perplexa e a ponto de ter um colapso, Cosima a encarou sem mesmo enxergá-la, desvencilhando-se dos braços da amiga e tentando abrir caminho entre as pessoas ali. Ela só podia estar louca... Só podia! Sentiu como se o ar não encontrasse os pulmões, impedindo-a de respirar.

- Eu... Eu preciso sair daqui! – Disse mais para si mesmo, já tentando sair daquele burburinho e de toda aquela multidão. Sem conseguir evitar, ousou olhar por sobre o ombro e constatou que Delphine vinha em sua direção, firme e resoluta. Não sabia o porquê, mas, naquele momento, na eminência da aproximação dela, sentiu algo parecido com um sufocante pavor e esse só aumentou quando pensou ouvi-la outra vez, nítida e claramente.

“Cosima, espere!” Cos estremeceu! Que inferno era aquele?? Aquilo era impossível, totalmente impossível, já que Delphine nem sequer abriu a boca, apenas caminhava em sua direção. Que diabo estava acontecendo? Muito assustada, Cosima quase correu, dando vazão a inexplicável necessidade de fuga, seguindo para o banheiro mais próximo.

Violentamente impactada, Delphine parou bem no meio dos seus orientandos, que a encaravam com um misto de medo, surpresa, profundo choque e latente expectativa. Porém, não dava a mínima importância para o que eles poderiam pensar daquela situação, uma vez que estava completamente perturbada pelo que acabara de vivenciar ali, tanto pela loucura em si, quanto pela ferramenta que possibilitou que aquela fantasia acontecesse. Cogitou ir atrás de Cosima, mas algo em seu íntimo a alertava e dizia que sua orientanda precisava daquele espaço... daquela distância. No segundo seguinte, foi poderosamente consumida por um intenso sentimento de frustração.

- MERDA! – Praguejou entre os dentes! Como em resposta ao palpável e desgostoso estado de espírito de dela, outros dois monitores pipocaram ao longe, causando um pequeno tumulto nas pessoas que ocupavam a pista principal. Enxergando uma brecha ali, aproveitou-se desse “incidente” para desaparecer dali, sumindo por trás da porta da gerência.

Sentada sobre a tampa do vaso e trancada em uma das cabines do banheiro, Cosima buscava o ar com extrema dificuldade. Concluiu que estava sofrendo um ataque de pânico ou coisa do tipo, porém, a verdade é que não conseguia explicar, conceber e descrever com palavras o que tinha acabado de experimentar... Era simplesmente inacreditável.

Apertou os olhos com força e deixou que aquela insanidade viesse à tona. Cosima tinha estabelecido uma espécie de profunda conexão com ela... com a mulher que havia tomado para si, todos os seus desejos mais íntimos... Havia entrado na mente de sua orientadora e sentido todo o imensurável desejo que eclodia ali, por ela... Inumanamente, haviam se conectado por inteiro... ‘’Delphine...’’ Cos sussurrava aquele nome em pensamento, temendo e ansiando que ela se materializasse ali.

Seria mesmo possível? Seria de fato uma forma de conexão? Não tinha sido real? Não, foi real demais! Cosima passou os trêmulos dedos em seus lábios, inspirando profundamente... Poderia jurar que eles ainda possuíam o maravilhoso gosto dos beijos dela. E o magnífico cheiro? O perfume de Delphine estava impregnado em suas mãos... – em seu corpo, em sua essência - Mas, como?

- Cosima...? Está tudo bem? – Era Amélia. Ela havia a seguido até o banheiro e parecia visivelmente preocupada. Cosima hesitou por um longo segundo antes de responder.

- Eu... Acho que não! Talvez tenha sido a bebida. – Mentiu com certo esforço, dando a descarga no banheiro e tentando disfarçar a voz entrecortada que insistia em querer falhar. Assim que abriu o box, Amélia assustou-se com a expressão de Cos, totalmente pálida e com os olhos arregalados, tremendo nitidamente. Passou pela amiga e aproximou-se da pia, jogando um pouco de água no rosto, na vã tentativa de encontrar algum sentido naquilo – naquela loucura. – Acho que devo parar com o absinto. – Forçou um tom de brincadeira, querendo indicar que já estava voltando ao normal. Amélia ainda não se convenceu.

- Cos, tem certeza que você está bem? – A exótica morena alisava o braço dela, encarando-a com cuidado.

- Sim, sim... Já passou, não se preocupe. – Fingiu, obrigando-se a acreditar nas palavras que verbalizava. Amélia semicerrou os olhos, expressando desconfiança.

- Acho melhor levá-la para casa, Cos... Você não me parece muito legal. – Concluiu enquanto saiam do banheiro, fazendo Cosima revirar os olhos. Da um tempo, Mayfair!

- Não seja boba, Amélia! Mal chegamos aqui. Além do mais, os outros estão se divertindo. – Esboçou um sorriso fraco, esperando ser o suficiente para convencê-la. -  Vou apenas me sentar um pouco e jajá estarei 100%, okay? Fique tranquila. - Afirmou resoluta assim que alcançaram a pista de dança.

Cosima temeu olhar ao redor, mas, a misteriosa vontade era muito mais forte do que ela, que não resistiu à tentação e acabou varrendo toda a pista com os olhos. Nada. Lamentou audivelmente quando não mais a viu e passou a verdadeiramente duvidar se de fato Delphine havia estado ali. ‘’Inferno!’’

- Me amarrotem que eu tô passado! Jamais imaginei que a Professora Toda poderosa Cormier pudesse curtir esse tipo de balada. – Cos ouviu Marc comentar assim que alcançou os amigos, constatando que o tema da conversa era ela.

- Eu jamais a levei em nenhum lugar como esse! – Comentou Felix, assustado e ao mesmo tempo animado com essa constatação.

- E venhamos e convenhamos, gente... Ela estava um escândalo de linda! Muito impressionante!  – Observou Sophie, vendo todos concordarem com o quase óbvio apontamento. Cosima fechou os olhos, deixando preencher pela presença dela. Ela realmente esteve ali e a simples menção a aparência insuportavelmente arrasadora de sua professora fez com que cambaleasse levemente. O que estava acontecendo, pelo amor de TODAS as Deusas??

- Tá tudo bem, Cos? – Felix se preocupou, aproximando-se dela.

- Está sim, Fee... vou só me sentar um pouco. – Respondeu com a voz um tanto apática, já se afastando do grupo. Precisava tentar colocar a cabeça no lugar, buscar algo que fizesse sentido e que explicasse aquela – deliciosa – loucura. O caminho de volta a mesa parecia mais ainda difícil de ser percorrido, visto o quão inconcebivelmente cheio o local parecia estar, fazendo com que Cosima seguisse esbarrando nas pessoas, ainda evidentemente atordoada. Assim que alcançou o primeiro degrau da escada que dava acesso ao exclusivo lounge, sentiu seu braço ser bruscamente puxado. ‘’Que merd* é essa?’’  Encarou incrédula a mão masculina e pesada que lhe segurava, seguindo até o rosto do indivíduo, deparando-se com um sorriso irônico e ridiculamente pretensioso.

- Ei, gracinha...  tá indo para onde, assim, tão sozinha, hein? – Perguntou o estranho homem, intimidando-a por seu tamanho e provocando-lhe uma forte ânsia devido a maneira escrota e machista com a qual a havia abordado. Cosima puxou seu braço sem muita paciência, mas não foi capaz de soltá-lo daquele aperto de aço.

- Não é de sua conta. – Fria e cortante. -  Poderia soltar meu braço? – A pergunta era muito mais um tipo de ordem do que uma solicitação, de fato. O sujeito finalmente a soltou, ostentando ainda mais o nauseante sorriso, porém, antes que ela fosse capaz de dar outro passo, um segundo individuo se interpôs em seu caminho.

- Uma belezinha como você não deveria estar sozinha num lugar como esse! – O segundo indivíduo falou, olhando-a de cima a baixo e carregando o tom de voz com uma repulsiva insinuação, fazendo o estômago de Cosima embrulhar, definitivamente.

- É sério que vocês esperam mesmo conseguir alguma coisa com essa conversinha ridícula? – Desdenhou escancaradamente. – Saia da minha frente. – Exigiu, quase cuspindo entre os dentes. Como resposta, ouviu apenas as gargalhadas repugnantes dos dois, que insistiram em ir atrás dela, obstruindo sua passagem. O universo só podia estar de sacanagem. – Vocês são nojentos! O fato de uma garota estar aparentemente sozinha em uma balada não confere a vocês o direito de encherem a porr* do saco dela. – Soltou, nitidamente puta com a audácia daquele dois, bufando enquanto tentava se desviar do maior dos dois homens, em vão.

- Você me pareceu querer companhia a pouco, enquanto dançava feito uma vagabunda para todo mundo ver. – Um deles cuspiu, abusando do tom de deboche. Cos sorriu, igualmente irônica.

- E é justamente essa ‘’vagabunda” aqui que vocês tanto querem e que jamais irão ter, já que, aparentemente, eu preferiria estar morta. – Rebateu totalmente resoluta, tentando avançar escada acima e sendo novamente impedida, só que dessa vez, um dos homens a segurou com violência pelo queixo, obrigando-a a se virar para ele enquanto o outro a segurava por trás.  – Como é que é? Fala de novo, sua puta... Fala!

Cosima começou a verdadeiramente temer o que poderia acontecer ali. O sujeito que a segurava pelo queixo, sustentava uma palpável ira nos olhos. Os dois eram realmente grandes e muito fortes; provavelmente, eram esses atletas brutamontes que fielmente acreditavam que as mulheres existiam no mundo apenas para a função exclusiva de servi-los e satisfazê-los. Cos até tentou se debater, completamente vão.

- Soltem-na, agora. – Impetuosa, imponente e impassível, uma voz se fez ouvir em meio a música alta, no topo da escada. Os dois homens se viraram para ver quem tinha a ousadia de intrometer-se em seus assuntos, chocando-se e surpreendendo-se com a visão do que encontraram. Cosima não ficou para trás na incredulidade do que seus olhos viam, arregalando-os no instante em que a viu, parada diante deles, em toda a sua exuberante confiança. – Delphine... – Cos sussurrou, sem ter a real certeza de que tinha pronunciado aquele nome.

- Ora, ora! Olha o que temos aqui... Parece que hoje é a nossa noite de sorte! – Vangloriou-se um dos homens, fazendo o outro gargalhar escandalosamente. O corpo de Delphine estava visivelmente retesado e a fúria fluía inteiramente por ela. Ainda assim, o tom de voz era assustadoramente contido, porém, alguma coisa na maneira como ela falava era absurdamente ameaçadora.

-  Não vou pedir novamente... Tirem essas mãos imundas de cima dela. – Exigiu. A expressão em seu rosto era assombrosa e mortalmente rígida; os punhos estavam violentamente cerrados e nos olhos dela, Cosima pôde enxergar a cólera pulsante que tentava dominá-la. 

– Aconselho a saírem daqui por livre e espontânea vontade, enquanto podem... – A ameaça era clara e explícita, porém, pareceu não surtir muito efeito, já que os brutamontes riram ainda mais débeis e desdenhosos, chamando a atenção das pessoas mais próximas de onde estavam, despertando um alastrante burburinho. Era obvio que estavam bêbados ou sob o efeito de alguma droga, o que certamente não minimizava e muito menos justificava aquela atitude grotesca.

Ali, no olho do furacão, Cosima encarou Delphine mais uma vez, constatando que nunca tinha visto uma expressão tão terrivelmente assustadora como aquela, muito mais intimidante e ameaçadora do que o semblante que os dois imbecis sustentavam. Em seu íntimo, Cosima soube... ela sentiu que Delphine jamais permitiria que aqueles dois lhe fizessem mal.

- Escute aqui, sua delicia... – Disse o homem que segurava o rosto de Cos, soltando-o e voltando-se para Delphine, aproximando-se perigosamente dela que, ao contrário do que ele pensou, não recuou um centímetro sequer, permanecendo rigorosamente onde estava e encarando-o com incontestável firmeza.

– Que tal nós quatro sairmos daqui e nos divertimos um pouquinho? Sei exatamente do que vadias como vocês gostam! – Um meio sorriso debochado surgiu nos lábios de Delphine, que revirou os olhos para a proposta descabida e ridícula do infeliz, voltando a encará-lo ainda mais enfurecida e justamente no momento em que ele fez menção de segurá-la pelo braço.

- Não ouse me tocar, seu verme... – Cuspiu entre dentes. O autocontrole dela estava exatamente como um fio de cabelo dançando no corte de uma afiada navalha. O cara mal acreditou no que ouviu, recuando um degrau apenas para obter espaço suficiente para erguer uma das mãos, na clara intenção de agredi-la.

- DELPHINE! – Cosima gritou, totalmente alarmada com a iminência do que estava para acontecer. A loira a encarou com profunda intensidade, provocando um poderoso arrepio em sua espinha... Num único fôlego e no último segundo, antes que aquele punho fosse capaz atingi-la, Delphine o segurou no ar, parando-o no meio do caminho. Uma energia pareceu se desprender e Cos precisou lutar com hercúlea vontade para que suas pernas se mantivessem firmes. Só então é que Delphine interrompeu o potente e hipnotizante contato visual entre elas, lentamente voltando sua preciosa atenção ao agressor.

Completamente absorta e esquecendo-se de respirar, Cosima presenciava totalmente boquiaberta à cena mais surpreendentemente improvável e estranhamente mística que jamais imaginou assistir. Contemplou a mudança brusca na escura e encantadora galáxia que era o olhar de Delphine, onde a inesperada doçura e a profunda intensidade transformaram-se – novamente – em latente fúria e resignação. Del não precisou dizer mais uma palavra sequer. A expressão do homem diante dela e com o punho firmemente estático, transformou-se inteiramente. A confiança e o escárnio metamorfosearam-se em... pavor? Medo? Cosima sobressaltou-se! Delphine nem parecia estar apertando tanto assim! O que seria um tanto impossível, dada a disparidade do tamanho daquele sujeito para o dela, porém, o fato era que o homem parecia temê-la.

Nesse exato instante, Adele se aproximou, acompanhada de um grupo de seguranças preste a intervirem naquele cenário, porém, antes que pudessem tomar qualquer atitude, foram interrompidos por Delphine que os mandou esperar com um simples e preciso gesto de mão, sem tirar os olhos do brutamontes – agora não tão bruto - diante dela. Com o semblante gradativamente ostentando um formato de dor, o agora diminuto homem voltou-se com grande dificuldade para o indivíduo que ainda segurava Cosima.

- Solte a garota! – Disse com a voz entrecortada, forçada e quase desesperadamente. – O outro sujeito parecia não acreditar no que o seu – assustado – amigo pedia. ‘’O que porr* essa mulher tá fazendo?’’  - Você não vai querer saber...

Delphine simplesmente falou, voltando a atenção para o rapaz que, subitamente, tinha os olhos arregalados e alarmados, estampando no obtuso rosto um inexplicável terror, imediatamente obedecendo ao comando, mas, não aquele que havia recebido de seu amigo... Era um muito mais poderoso e assustadoramente silencioso. Assim que se libertou, Cosima cambaleou para o lado, sendo amparada por Felix e os demais que haviam acabado de chegar ali.

Novamente, Delphine focalizou sua atenção no homem cuja a mão ainda estava imobilizada por ela, proferindo suas últimas ordens com a firmeza e autoridade que lhe eram tão características.

- Agora, vocês sairão daqui e nunca mais irão colocar os pés nesse estabelecimento. –  A soberania no tom de voz era absurdamente incontestável. – Fui clara?  – Só tiveram forças para assentirem com a cabeça enquanto se afastavam, tropeçando nos próprios pés.

– Acompanhe-os até a saída. – Sinalizou para os seguranças que imediatamente se mexeram. - Adele, providencie para que esses cretinos jamais pisem em meu club novamente.

Os semideuses se entreolharam nitidamente chocados após aquela revelação. Voltaram-se para Cosima, que também estava estarrecida, incapaz de impedir que sua boca se abrisse levemente, denotando a total incredulidade pelo que acabara de testemunhar.

- Senhorita Niehaus... você está bem? Eles machucaram você? – Delphine já estava diante dela, emanado preocupação e alguma coisa mais. Cosima ainda aparentava estar atordoada, porém, estranhamente, o motivo não era mais aquela dupla de imbecis, mas sim, a imponente e deliciosa presença dela... a poucos centímetros de seu corpo, tornando o ar ainda mais denso e eletrizado...Tão perto e ao mesmo tempo, imensuravelmente longe.

- N...não.. Quero dizer, estou bem.. Eu acho que não estou machucada. – Respondeu gaguejando e visivelmente abalada. Novamente, a resposta não dizia respeito à toda confusão na qual acabou se envolvendo... A razão que a fazia sentir-se assim, absolutamente atordoada, era a sufocante e ridiculamente desejada proximidade de Delphine, super potencializada pela intensidade em seus olhos. Sua orientadora a encarou de cima a baixo e fez a menção em tocá-la, mas hesitou. Não tinha a exata certeza do que a fez hesitar, porém, tinha plena consciência da necessidade absurda de senti-la. Ainda sentia na boca o gosto a ira que a consumia por dentro, precisando de todo o seu disciplinado autocontrole para lidar com a situação que acabara de presenciar: um descarado e abusivo assédio, completa e inesperadamente potencializada por se tratar dela, por ela ser o alvo da agressão daqueles cretinos. ‘’Aah, Cosima...’’ 

- Que ótimo. –  Delphine parecia um tanto desconfortável. – Lamento muito que tenha passado por isso aqui. – Comentou, já se afastando com um visível receio. – Asseguro que às providências cabíveis serão tomadas, visando que situações assim não voltem a ocorrer. – Emendou, já a uma distância segura de sua orientanda. - Enfim... Realmente espero que esteja bem... Boa noite a todos. – Começou a se afastar sem de fato encarar ninguém ali, todavia, antes que tivesse fora de alcance, foi interrompida por Cosima.

- Delphine... ér, Professora Cormier... – Delphine fechou os olhos por um longo segundo... Era assustadoramente incrível ouvir o som daquela voz chamando seu nome, soando tão doce... Enfraquecendo-a e fortalecendo-a ao mesmo tempo. Lentamente, virou-se para encará-la, deparando-se com a magnífica beleza daquele rosto.

– Muito obrigada. – Cos agradeceu, sorrindo amavelmente. A sinceridade daquele sorriso e a veracidade daquelas palavras aqueceram seu coração, extinguindo sua fúria...  tocando-a profundamente. Incapaz de evitar, Del a encarou por tempo demais, deixando que seus olhos transparecessem os anseios que a consumiam, mesmo que por um breve segundo. Subitamente, Delphine foi acometida por uma impetuosa urgência, obrigando-a a quebrar a estranha – e ansiada - ligação estabelecida por aquele olhar, antes que voltasse a perder o controle sobre si mesma, permitindo que Cosima entrasse, mais uma vez.

A verdade era que bem em seu íntimo, ela desejava – desesperadamente -  reestabelecer aquela intensa conexão que tanto tinha mexido com ela – inteiramente – e não somente com ela... Cosima também. Um tipo de conexão há muito tempo - tempo demais – adormecida. Delphine nem mais se lembrava de como era, muito menos esperava que aquilo voltasse a acontecer, sendo pega completamente de surpresa.

Aquela ligação específica, exatamente daquela maneira, só havia sido compartilhada com uma única pessoa... Como era possível que Cosima fosse compatível? Justo ela? E, nas atuais circunstâncias, Delphine deveria estar muito mais preocupada em descobrir por que inferno aquilo tinha acontecido e, principalmente, como suas barreiras foram tão facilmente quebradas por ela, e não com a insana vontade de voltar a senti-la daquele jeito. Essa constatação era ainda mais assustadora, uma vez que os contatos mentais com aquele tipo de interação eram uma via de mão dupla e, normalmente, eram ‘’autorizados’’, e não simplesmente violados daquele jeito. Como Cosima conseguiu?

Delphine não respondeu nada, apenas a queimou com o olhar, seguido de um leve e muito charmoso aceno de cabeça, devolvendo um meio sorriso enquanto apressava-se em deixar a presença de Cosima, não querendo correr o risco de se deixar provocar ainda mais. Delphine desapareceu na multidão e imediatamente, Cosima sentiu um sufocante vazio.

- Alguém pode me explicar o que acabou de acontecer aqui? – Indagou um Louis escandalosamente passado com o que seus olhos viram.

Eles tentavam animadamente buscar uma explicação para o ocorrido, porém, Cosima mal era capaz de ouvi-los. Estava incondicionalmente imersa em ilógicos e absurdos pensamentos que insistiam em destruir o seu senso de realidade. Qualquer senso de realidade, na verdade. Sua até então estável razão e invejável intelecto simplesmente não conseguiam conceber e tão pouco explicar absolutamente nada, nada do que tinha vivenciado naquela noite. ‘’Okay... eu enlouqueci. É isso.’’ As insanas dúvidas e questionamentos para os quais não possuía nenhuma resposta, - pelo menos nenhum que fizesse sentido - faziam sua cabeça girar. Cos ajeitou os óculos no rosto, notando que suas mãos ainda estavam trêmulas.

A única e irrevogável certeza que possuía, era a de verdadeiramente ter sentido a presença de Delphine impossivelmente junto a ela, quase como se a tivesse sentido dentro dela. ‘’Você sentiu, Niehaus! Você pôde senti-la...’’ O que aquilo significava?

- Gente, eu... eu acho que já deu para mim... pelo menos por hoje! – Cosima esfregava uma das mãos na testa. Queria desaparecer daquele lugar... justamente o lugar que vibrava Delphine por inteiro. A presença dela parecia preencher cada milímetro daquele club. Prosseguiu. – Minha cabeça está doendo um pouco. – O que não era totalmente mentira, de fato.

- Então, vamos. – Adiantou-se René – convenientemente.

- Hey, vocês não precisam e não vão encerrar a noite de vocês por minha causa, enlouqueceram? Fiquem e aproveitem esse lugar incrível. Eu vou de táxi. – Concluiu enquanto acenava para os confusos amigos.

- Eu vou com você! – Amélia e René disseram ao mesmo tempo, entreolhando-se. Parecia que nada desanimaria aqueles dois. Cos se comoveu com a preocupação dos amigos, embora tivesse a certeza que a ‘’bondade’’ de ambos, na verdade, camuflava suas reais intenções e, naquele momento, aquela disputa ridícula era tudo que ela menos precisava. Voltou-se para eles.

- Pessoal, eu realmente agradeço, mas.... estou muito cansada e... querendo ficar sozinha também. – Resoluta porém educada, tentando não ser muito rude no famoso “fora”. Seus dois admiradores transpareceram um evidente desapontamento, mas pareceram compreender. – Não se preocupem, okay? Eu estou bem e amanhã a gente se fala. – Concluiu, lançando uma piscada de olho enquanto distribuía rápidos abraços em cada um.

Do alto de sua ostensiva sala, ainda um tanto aturdida, Delphine assistia sua orientanda despedir-se dos amigos e deixar o club, sozinha. Precisou lutar como nunca contra o ímpeto de ir atrás dela e confortá-la... tranquilizá-la. Porém, sabia que não deveria; sabia que aquele não era o momento e também, sabia com absoluta certeza que Cosima estaria muito confusa, perplexa e sabe lá o que mais, com tudo o que tinha experimentado naquela noite. Ela própria, que já havia se conectado daquela maneira antes, já sabendo o que esperar, sentia-se explicitamente desconcertada... Mal era capaz de mensurar o estado de Cos.

Tudo bem que ela não iria atrás de Cosima, porém, sua inquietação atingia níveis alarmantes, deixando-a completamente tensa e em estado de alerta, fora que todo o barulho e agitação da boate não estavam contribuindo em nada para aquietar seu estado de espírito. Decidida, resolveu ir embora sem se despedir de ninguém e poucos minutos depois, já estava atravessando uma das portas traseiras e de saída exclusiva daquele estabelecimento. Seu carro a aguardava lá. Já do lado de fora, mas sem mexer, fechou os olhos e respirou fundo, sorvendo a brisa gelada da madruga, na esperança de que o vento fosse capaz apaziguar seus atormentados sentimentos.

Entrou no carro e não perdeu tempo, ligando-o imediatamente. Virando o quarteirão e intuindo voltar para casa, Delphine pôde vê-la... Assim que seus olhos a absorveram, seu coração acelerou no angustiado peito. Cosima estava vagando pela calçada, aparentando estar sem rumo, perdida...

“Eu devo abordá-la??’’  “Seria o mais sensato a ser feito?” - INFERNO! – Cuspiu entre os dentes. Sua razão travava um impressionante combate com sua já fragilizada emoção. ‘’Anda logo, Cormier... vá atrás dela!’’ Finalmente decidiu que iria, apenas esperando que o MALDITO sinal abrisse e, no exato instante em que aconteceu, percebeu que um táxi se aproximava dela. ‘’Merda!’’ Ainda chegou a emparelhar seu carro com o táxi e pôde vê-la se afundar no banco traseiro, sem a menor noção de que era observada – por ela. Atordoada com o breve momento, Del simplesmente esqueceu de que era necessário acelerar, perdendo o táxi de vista. Cosima se foi.

Quebrando o improvável transe, Delphine apertou intensamente o volante do carro, recostando a cabeça nele enquanto fechava vagarosamente os olhos, permitindo que fosse inteiramente preenchida por uma quase nova sensação...  Uma sensação há muito adormecida.

 

******

Cosima subiu os degraus muito pausadamente, repassando todos os inexplicáveis e – absurdamente prazerosos - eventos daquela noite. Tentava insistentemente buscar alguma lógica para aquilo tudo, alguma coerência para o que tinha vivenciado e, há não ser que considerasse o papai Noel e o coelhinho da páscoa como seres reais, falharia miseravelmente em qualquer tentativa. Mal começava a pensar naquele devaneio prazeroso e completamente louco que havia experimentado, para que as mais eróticas e impossivelmente deliciosas sensações a arrebatassem novamente. ‘’Minha nossa senhora!’’ Entrou em seu apartamento, trancando a porta com impetuosa vontade, ansiando por um banho que pudesse oferecê-la a algum conforto.

Sem realmente se importar com o que estava fazendo, começou a despir-se, deixando as roupas pelo caminho. Essa simples ação foi suficiente para que, um segundo depois, Cosima começasse a ser consumida por uma absurda agonia e essa, logo se transformou em um impertinente e atrevido tesão – poderoso e intenso. Como aquilo era possível? Parecia estar ainda mais absurdamente excitada que a alguns instantes, quando estava com ela. Fechou os olhos com força, querendo espantar o violento o insaciável desejo que a invadia – totalmente em vão, é claro.

“Puta.que.pariu!” Praguejou e se amaldiçoou em pensamento enquanto se enfiav* sob o chuveiro.

 

******

Delphine irrompeu em seu apartamento feito um imparável trovão, arrebata por tudo o que estava sentindo. Havia se permitido baixar a guarda? Possibilitado que suas defesas fossem tão facilmente quebradas? Que poder era aquele que Cosima parecia ter e exercer sobre ela?

“Quem diabos é você, Cosima?” – QUEM É VOCÊ?? – Perguntava-se com notório desespero enquanto se encarava diante do espelho... Ela precisava saber ou certamente enlouqueceria. Porém, antes mesmo que seu cérebro fosse capaz de formular qualquer resposta, Delphine a sentiu novamente... Bem dentro de sua cabeça. ‘’Delphine...’’  A loira apertou os olhos com força, molhando uma das mãos e esfregando-a em sua nuca. Aquele calor não era comum.

- O que está acontecendo? – Delphine encarava o reflexo do seu esplendoroso rosto e depois, apreciava a imagem de seu magnífico corpo, arrepiando-se por inteiro. ‘’O que é isso...?’’ Pousando os olhos e entreabrindo os lábios, inconscientemente começou a despir suas roupas, sentindo aquele fervoroso e incomum calor consumi-la de dentro para fora.

Primeiro, abriu o fecho de sua calça e permitiu que o tecido leve deslizasse por suas longas pernas, chutando-a para o lado. Depois, ergueu uma das mãos para soltar a pequena corrente que prendia seu blazer e, antes de fazê-lo, encarou-se novamente, muito mais intensamente, tirando-o em seguida. Impelida por uma mística energia, despia-se diante do espelho e impressionava-se com a sua própria expressão de uma pura e insana luxuria. Ofegava, respirava e inspirava intensamente, percebendo que, sem nem mesmo toca-los, seus mamilos estavam totalmente enrijecidos com a corrente de prazer que perpassava por seu corpo, como se mãos invisíveis se apropriassem deles. Suspirou profundamente, potencializando o poder daquela sensação.

Parecia uma completa loucura, mas Delphine sabia que aquilo poderia ser possível. Sabia que era passível de acontecer e como se mais nada no mundo importasse, decidiu ceder... Decidiu se entregar àquela deliciosa loucura, fechando os olhos com força e puxando o ar com a mesma intensidade. Quando os abriu, não estava mais sozinha... Cosima estava lá, inteiramente diante dela, maravilhosa e completamente nua, encarando-a com uma expressão impossível de descrever. Delphine só conseguia sentir.

 

******

A água quente que escorria em seu corpo parecia acendê-lo ainda mais, potencializando e incendiando o inebriante desejo que a possuía. Loucamente excitada, Cosima mordia os lábios com sensual impetuosidade enquanto comprimia suas pernas, contraindo desesperadamente seu sex* pulsante, sendo violentamente invadida pela lembrança dela... do quão insuportavelmente provocante Delphine estava naquela noite e, sem mais lutar contra a avassaladora e ardente vontade, deixou-se levar por seu alucinado desejo.

Parecia uma total loucura, mas, estranhamente, Cosima sentia que aquilo poderia ser possível. Sentia que absolutamente nada, em toda a vastidão do universo, seria capaz de controlar aquilo que inexplicavelmente as conectava e, sem mais se importar, decidiu ceder... Ela queria, ansiava e precisava se entregar àquela insana loucura. Rendida pela força de tudo que sentia, fechou olhos com força, inspirando com profunda intensidade. Quando finalmente os abriu, não estava mais sozinha. Delphine estava lá, absurdamente linda, parada diante dela, extraordinária e totalmente nua, fitando-a com os magníficos e insondáveis olhos... devorando-a com uma expressão impossível de descrever. Era a vez de Cosima simplesmente sentir.

Uma única batida de coração foi suficiente para que o ápice daquela conexão se aflorasse. Sem a menor capacidade de raciocínio e ardendo no mais profundo desejo, perderam-se uma na outra.

Num único fôlego, Delphine mergulhou sob o chuveiro, agarrando Cosima com alucinante propriedade e habilidade impressionantes. Cosima a enlaçou pelo pescoço e exigiu seu embriagante beijo. Esse, foi o mais intenso, enlouquecedor e visceral de todos os beijos antes já experimentados, alternado por pequenas mordidas e gemidos num completo delírio. Definitivamente, pensaram que perderiam a noção de absolutamente tudo quando experimentaram o encontro de suas peles nuas, que se tocavam e se queimavam, ávidas por mais.

Era real, muito real. Elas estavam ali, devorando uma a outra; dando a seus corpos, suas mentes e suas almas o que tanto imploravam, com ardor e desespero.  Naquele mágico momento, unicamente singular e místico, Delphine voltava a sentir a vida correr em suas veias… sentia o ímpeto de vivê-la e não mais sobrevivê-la; lentamente, voltava a sentir sua verdadeira força fluir pelo seu ser e uma sensação que a muito não se manifestava, naquele inigualável instante, se fez presente: Ela sentiu-se livre. Inesperadamente, foi catalisada pela certeza daquela sensação e principalmente, pela mulher que proporcionou aquele fenômeno. Fechou o chuveiro e se afastou o suficiente para encará-la… Precisava olhá-la nos olhos, porém, Cosima ainda estava com os olhos fechados, como se temesse abri-los e precisasse confrontar o que quer que aquilo significasse.

- Ei.. Abra os olhos... – Del sussurrou com tocante doçura. Cos fez um sinal negativo com a cabeça, mordendo o lábio inferior e apertando os olhos com ainda mais força.  – Cosima... – Delphine a chamou com incrível devoção, baixinho… sussurrando o nome dela com verdadeira adoração enquanto tocava seu rosto com ambas as mãos.  A morena sentiu-se derreter por inteira com o som do seu nome proferido daquele jeito… por aquela afrodisíaca e irresistível voz. Mordeu o lábio ainda mais, incapaz de conter a onda quente e úmida que a invadiu; sentiu os dedos dela em sua boca, na tentativa de impedi-la de se machucar.

– Por favor, Cosima... olhe pra mim...! – O tom agora era carregado de súplica e exalava ternura.

Profundamente tocada com o ardente clamor daquela voz, Cosima não conseguiu mais resistir - não poderia mais. Apesar do medo do encontraria ali, ou até por talvez não encontrar absolutamente nada, concentrou-se no calor das mãos que a tocavam e abriu a lentamente os olhos… Era de tirar o fôlego. Assim que pôde vê-la, Cosima contemplou o que passou a ser, dali em diante, a definição de mais inacreditável perfeição. Delphine a encarava de uma forma indescritível, impossivelmente terna. Os olhos eram de um dourado líquido e quente, desaguando num profundo e verde oceano; o rosto levemente umedecido, reluzia sob a pouca luz daquele espaço e os cabelos molhados estavam surrealmente ainda mais maravilhosos; porém, era a intensidade daquele poderoso olhar que a hipnotizava… era o mais sincero e acolhedor que alguém poderia receber e ainda assim, bem no fundo daquele verde mar havia uma sombra turva, uma que passou a assumir toda a expressão daquele arrebatador olhar, dominando-a por completo.

- Eu quero você, Cosima... Eu preciso de você….! – A intensidade daquelas palavras, ditas como uma irresistível prece, varreram toda e qualquer dúvida que ainda pairava sobre ela, fazendo-a tomar a boca perfeita de Delphine no beijo mais intenso, ardente e excitante que as duas poderiam experimentar. Numa única batida de coração, seus corpos passaram a ter vontade própria, se exigindo, se procurando, se conhecendo.

Sem jamais abandonarem a ardente dança que seus lábios compartilhavam, entenderam exatamente o que queriam, o que precisavam e, num impulso impressionantemente hábil, Delphine ergueu Cosima, que a abraçou com as pernas ao redor de seu quadril. Aquela posição possibilitou que a loira sentisse o quão maravilhosamente molhada sua orientanda estava, sentindo a umidade dela escorrer em seu baixo ventre, encontrado-se com a louca excitação que a dominava... Sem esforço algum, tocou o sex* dela com o seu, num encaixe enlouquecedor e insanamente perfeito, permitindo o encontro tão insuportavelmente ansiado por seus corpos, seus prazeres...

Era tentador demais, sensual demais... o contato de suas peles as faziam gem*r, deliciosa e audivelmente entre o beijo que se tornava ainda mais poderoso e intenso a cada segundo em que se devoravam. Estavam numa dança alucinante... perdiam-se uma na outra e enlouqueciam com o ritmo cadenciado e vigoroso a medida em que seus ventres se comprimiam, em delírio com o êxtase que sentiam. O delicioso e absurdamente erótico som de suas peles nuas se explorando e se contorcendo de prazer, duelava com o som ardente e sensual de seus beijos e gemidos cada vez mais altos e enlouquecidos. 

Lutavam para manter os olhos abertos enquanto sentiam o inevitável e tão desesperadamente desejado ápice se aproximar, consumindo-as... devorando ate o último resquício de sanidade que tinham. A iminência daquele ansiado orgasmo parecia ser exponencialmente potencializada, aflorada e mística, como se ambas pudessem sentir exatamente o que a outra experimentava. 

Era extraordinário e poderoso demais!

Carnal demais!

Cosima lutava para não dizer todas as palavras insanas que vinham a sua mente, mas era toalmente em vão... Delphine estava lá, dentro dela, e suas expressões evidenciavam que sua orientadora ficava ainda mais alucinada ao imaginar - e conhecer - o que ela pensava. "Cosima..." A menção de seu nome pensado por ela, tão profunda e excitadamente, acendeu uma poderosa faísca nos verdes e felinos olhos de Cos, imediatamente refletida nos olhos escuros de Delphine, mergulhadas num profundo desejo. O primeiro espasmo as atingiu com delirante sincronia enquanto Cosima, sem absolutamente nenhum controle sobre o extasiado corpo, cravava suas unhas nas costas daquela loucura de mulher, que a apertava, sentia e a tomava para si com incontestável propriedade.

O segundo tremor emergiu ainda mais violento, fazendo com que Delphine cambaleasse um pouco, loucamente extasiada. Completamente alucinadas e mergulhadas no mais louco tesão,  foram invadidas pelo êxtase, numa avalanche de pequenas explosões e tremores, fazendo-as gem*r deliciosa e desesperadamente... num mix de sons e palavras incompreensíveis. Nem a extensão da galáxia seria suficiente para suportar a grandeza que aquele momento representava para elas.

Ofegantes, consumidas, surpreendidas e saciadas, a Deusa e a mortal haviam se fundido... compartilhando o mais surreal e arrebatador dos orgasmos, sentindo, cada uma em sua essência, o que aquilo verdadeiramente significava. No ultimo espasmo,  vislumbraram uma a outra, fechando seus olhos com perfeita sincronia. 

Cosima suspirou profundamente, estremecendo da cabeça aos pés.... o que tinha sido aquilo?  Assim que abriu os olhos , constatou que estava sozinha em seu banheiro, sentindo as pernas fraquejarem, assim como sua razão. Acabou cedendo ao peso de seu corpo,  sentando-se em seu box, completamente atordoada.

Em algum outro ponto da cidade, Delphine estava ajoelhada em seu banheiro, contemplando o mármore negro e elegante, ainda sentindo os resquícios do poderoso orgasmo que acabara de ter. Inspirou profundamente, fechando os olhos com força, sentindo aquele gosto único em sua boca... o gosto dela. Por mais que tentasse, não conseguia afastar um inquietante pensamento que insistia em tomar força.

“Será possível que ela seja... ?” Sacudiu a cabeça como se tentasse afastar aquela ideia, porém, já era tarde demais... ela havia se instalado em seu mais profundo intimo, provocando um misto de palpável medo e angustiante ansiedade. Sem conseguir evitar, sentiu, mais uma vez, a absurda necessidade de estar com Cosima, agora, mais do que tudo. Tudo.

 

Fim do capítulo


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Comentários para 17 - Capítulo 17 Insanidades:
patty-321
patty-321

Em: 07/01/2018

Caralho!!!

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