Capítulo 13 Descida ao Inferno(Parte I)
Soltei um longo suspirou ao constatar os cabelos dourados de longe, olhei para trás diante do olhar de risos de Lucas e satisfação de Alameth.
- Tudo bem? – Ela perguntou insegura olhando para mim parada ali com corpo sujo de areia e embora ela não pudesse ver dor pelo corpo.
- Fernanda eu presumo – Alameth passou por mim deixando o cheiro de sua essência floral marcante, era como se a alma dela ou a própria energia tivesse esse cheiro adocicado porem selvagem que se prendia a qualquer coisa. Algumas vezes minha mãe percebia esse cheiro e me perguntava quem o possuía. Ela analisou a menina de cima a baixo aguardando a resposta.
- Sim, Bella não é? – Ela permanecia insegura diante dela.
- Também, Mas agora Alameth – Ela deu a volta olhando cada detalhe Fernanda – Eles te contaram não é?
- Sim – ela disse firme.
- Vocês dois nos deixem um pouco sozinhas – Ela nos encarrou como uma ordem.
Apenas revirei os olhos dando as costas para as duas e indo para o Gira-Gira no playground próximo. Começava a escurecer e havia poucas crianças brincando por ali; sentamos no brinquedo olhando para as duas agora sentadas na grama conversando. A expressão de Alameth estava até leve e isso era raro, já a garota de cabelos dourados estava menos retraída gesticulando sobre alguma coisa.
- Ela é bem gata não é? – Lucas interrompeu minha analise.
- Pode ser – Dei de ombro sincera.
- Por que a indiferença? Eu saquei aquele clima ontem – Ela sorriu malicioso.
- Cara não teve clima nenhum – Desviei o olhar para qualquer ponto aleatório que não fosse ele nem as duas.
- Aham... Então explica qual é da Lira falar que não pode acontecer?
- Pra ser sincera eu não faço ideia – Confessei sincera, aquelas questões eu tentava a todo custo deixar pra lá, algumas coisas em relação à Lira pareciam nubladas e dolorosas quase sempre. Existia uma parte enterrada em mim que queria agrada-la e de certo modo nutria um sentimento de ódio e amor completo o que por vezes me deixava confusa – Ela faz parte da minha vida passada a maior Treta.
- Como assim? – Arqueou a sobrancelha curioso.
- Em resumo ela me matou com um tiro no peito.
- Caralh* – Ele arregalou os olhos – Ainda bem que eu sou só o anjo e estou na minha primeira vida, vocês tem muitas tretas – Ele sorriu – Mas vou te contar uma coisa aquela Garota – Olhou para as duas e eu acompanhei – Existe alguma coisa de familiar nela pra mim, não sei te explicar, quando eu a beijei parecia que... – Ele suspirou.
- Já ta apaixonado?
- Não, não – Ele balançou a cabeça em negativa – Eu não sei te explicar, mas é como se fosse minha missão cuidar dela ou algo assim, faz sentindo para você?
- Um pouco – Olhei para as duas pensando se seria isso o que não conseguia identificar nas reações dela em mim, embora eu tenha odiado a de cara depois do incidente esse sentimento caiu por terra e mais ainda quando contamos a verdade, era como se livrar de um grande peso das minhas costas. Temia que pudesse dar errado de alguma forma com minhas outras amigas.
- Vou ao Banheiro – Lucas se levantou do brinquedo e saiu andando.
O brinquedo era um circulo e isso é logico né, ele era todo de metal e tinha as barras de ferro dobradas em arcos dividindo em pedaços para as crianças sentarem; no meio havia um grande espaço onde a gente costumava deitar enquanto pessoal girava o brinquedo. Eu deite ali para olhar a noite que se fazia cada vez mais presente, fechei os olhos e observei apenas o barulho das pessoas por ali e dos carros passando na avenida próxima.
- Você não acha que isso está cheio de areia?
Abri os olhos dando de cara com par de olhos negros, levantei de imediato assustada.
- Samara?
- Olha sabe meu nome ou o da mortal na qual habito – Ela sorriu irônica.
- O que está fazendo aqui? – Olhei em volta buscando por Bernardo, mas não tinha ninguém na praça estava mais escuro que o normal nem sinal de Alameth ou qualquer outra pessoa por ali.
- Relaxa essa conversa é apenas entre mim e você – sentou na beirada do Brinquedo e começou a gira-lo lentamente – Eu soube sobre seu pequeno incidente ontem.
- Depende – Levantei e sentei sobre um dos arcos de ferro no lado oposto ao que ela estava sentada de costas para mim olhando a paisagem girar – Aconteceu muitas coisas no dia de ontem.
- Você sabe do que estou falando – Ela mexeu nos cabelos médios – Você e meu Marido prepotente – Ela soltou um suspiro – Homens são tão idiotas às vezes não acha?
- Talvez tenham apenas o ego grande – Falei cuidadosa.
Ela parou o brinquedo imediatamente olhou diretamente pra mim um vento gelado passou por nos agitando os cabelos negros dela.
- Olha – Ela subiu no brinquedo e sentou no arco do meu lado – vou te contar um segredo – Encarei aqueles olhos tão negros quanto os cabelos me fitando profundamente – Fér não é exatamente meu marido está mais para dono e eu não gosto de pertencer a ninguém... – Ela aproximou seu rosto do meu – Então eu poderia te ajudar a coloca-lo de volta no inferno e de quebra salvar o pobre humano lá dentro.
- A que preço? – Perguntei encarando firme.
- Nada demais – Ela sorriu maliciosamente.
- Sei, qual o preço? – Perguntei tentando entrar no jogo dela.
- Sabe – Ela colocou a mão sobre meu peito – Ouvi muitas historias sobre você e a principio não acreditei muito que pudesse acontecer, mas depois de ontem – Ela ficou a centímetros do meu rosto – Acredito que você pode falar com um certo alguém e anular meu contrato com Fér – Eu ouvi como se alguém me chamasse ao longe – Alameth te contou sobre a Fernanda, Lira e sobre sua verdadeira natureza?
- Rafaela – Voz era baixa como um sussurro trazido pelo vento – Rafaela.
- Ouviu isso? – Levantei subitamente e olhei em volta não havia ninguém na praça, nenhum carro passando na avenida. Silencio absoluto.
- Rafaela – Ela segurou meu braço delicadamente e senti um calor muito forte onde ela segurava – Vem - puxo-me para descer do brinquedo e fui seguindo ela até o começo da praça até chegarmos no topo onde havia um monumento feito de cimento quadrado com um circulo enorme no meio – Ela já te contou o que é isso?
- Ela quem? – Perguntei confusa e parecia um tipo de transe que não me permitia tirar a atenção dela.
- Se você passar por aqui vai ter todas as respostas e isso é só uma prova que estou do seu lado – Ela sorriu.
- Não! – Grito soou alto e a voz era familiar, Samara olhou para o alto e parecia desconfiada.
- O que foi isso? – Fitei ainda meio confusa.
- Rafaela – Outra vez o sussurro.
- Rafaela – Samara falou baixo tentando imitar o som – Vamos – Ela estendeu a mão para mim.
Estendi a mão automaticamente e a seguindo para passar pelo circulo e uma luz forte me cegou e podia ouvir alguém gritar meu nome atrás de mim.
Abri os olhos estava sobre uma areia fina e quente o céu estava estranho parecia um espelho do chão, que era um vasto deserto sem vida e silencioso, olhei em volta e só podia ver areia dunas e mais dunas de areia. Parecia estar sozinha ali senti algo tocar meu ombro e me virei imediatamente, mas não tinha nada nem ninguém; dei alguns passos para frente meus pés afundavam na areia fina tornado meus movimentos mais lentos. Senti novamente algo me tocando e olhei em volta e não tinha nada.
- Isso não tem a menor graça – Falei alto olhando em volta.
No alto de uma duma muito ao longe tinha uma figura caminhando e parecia devagar, apertei mais os olhos para tentar enxergar melhor e ainda parecia um pontinho andando sobre as areias daquele deserto.
- Rafaela? – Aquela voz era familiar olhei em volta e não tinha ninguém.
- Mas que droga – Falei irritada – Seja lá que for eu não estou te vendo se não percebeu ainda.
De repente senti meu peito queimar como fogo em brasa, meus olhos arderam e uma dor forte como uma agulha entrou na minha coluna cervical, soltei um grito de dor e cai de joelho na areia olhando aquele céu estranho e dor continuava sem pausa. Serrei o maxilar tentando suporta a dor, mas ela ficava cada vez mais intensa. Como se alguém estivesse arrancando minha coluna inteira do corpo; a dor se intensificou como um rasgo no meio do peito e cai completamente sobre a areia me revirando de dor.
Tudo ficou escuro e senti meu corpo todo queimar.
Olhei em volta tinha árvores tão altas e verdes, céus azul claro como eu nunca tinha visto, nuvens brancas como algodão o chão coberto por uma grama baixa e macia como um travesseiro fofo, flores de todos os tipos e formas espalhadas. Ouvi um barulho não muito longe e fui em sua direção
Tinha uma enorme pedra embaixo de uma macieira alta e esquia; uma criatura de pele branca que tinha um brilho dourado em volta do corpo, ela trajava um vestido branco fino e simples com varias flores douradas bordas em suas bordas, estava descalça. Tinha longos cabelos loiros ondulados que emitia luz própria, olhos azuis como duas pepitas de safira, lábios carnudos e rubros. Ela estava distraída olhando o céu parecia até esperar algo que viria dele.
A copa das arvores se agitaram com um vento forte, balançando seus galhos verdes e grossos jogando muitas folhas ao chão, o som de asas batendo cada vez mais devagar e lento até o vento sessar; algo cair ali próximo daquela criatura Fazendo um enorme barulho. Ela se escondeu atrás da arvore assustada e eu olhei no chão plumas brancas voando sobre o ar grandes asas brancas encobrindo um corpo. A criatura saiu a passos receosos de trás da arvore e veio espichando o pescoço curioso com o que via na sua frente. Ela deu mais alguns passos e olhou mais atenta para aquele ser com asas grandes e brancas.
Uma das asas se movimentou trazendo para a vista um elmo totalmente fechado prata como um elmo romano. Ela olhou ainda receosa até ver um liquido vermelho reluzente formando um pousa sob o corpo. Correu abaixando-se pegando a criatura em seus braços. Agora eu via mais claramente ela trajava uma espécie de armadura prata com uma enorme rachadura no abdome onde brotava o liquido vermelho brilhante.
Cuidadosamente ela tirou o elmo e longos cabelos escuros como penas de um corvo surgiram em cachos perfeitos, à luz batia neles transmitindo um verde escuro refletido sobre fios, rosto fino e pálido. Era de fato uma criatura muito bela, mas não tanto quanto a que a segurava.
- Weldblemel? – A voz vinha de algum lugar próximo.
Olhei em volta e outra criatura apareceu com olhos arregalados diante da cena, ela tinha longos cabelos castanhos com fios vermelhos perdidos em mechas pequenas, usava um vestido amarelo claro que se destacava em sua pele bronzeada, olhos castanhos dourados e em todo aspecto do rosto era parecido com a outra.
- Largue isso? – Ela olhou em volta procurando algo.
- Está ferido irmã – A loira olhou a figura sobre seus braços.
- Weld sabe o que são, quando acorda pode nos matar – o par de olhos castanhos dourados transmitiam medo.
- Não posso deixa-lo aqui para morrer – Ela fitou a criatura em seus braços com compaixão nos olhos – Me ajude, por favor, Fuwenele.
Eu queria sair de onde estava e ajuda-la, mas algo não me deixava sair dali, eu só podia observar silenciosa tudo o que acontecia diante de mim. O barulho forte de asas batendo com um vento maior que o anterior batia agitando os longos cabelos loiros e folhas voando para todos os lados.
- Há mais deles vindo, irmã solte isso e esconda-se – a criatura correu para longe se escondendo entre os argutos e flores ao longe.
O barulho de metal sobre o chão me chamou a atenção, e o brilho que cegava qualquer um que olhasse diretamente para aquilo que pousara logo ao lado das duas criaturas. Aos poucos o brilho foi diminuído como uma lâmpada perdendo a energia.
Então pude ver quatro asas enormes abertas em um branco puro que refletia quase que o arco íris nos mínimos detalhes, cabelos até o ombro em um castanho claro quase dourado liso e fino como pelos de gato, rosto quadrado costeletas e barba por fazer, peito exposto e bem definido em músculos salientes que parecia concreto, olhos castanhos claro. Sua calça parecia uma armadura de couro fervido e botas de metal escuro e fosco. Na mão direita portava uma enorme espada que emitia um brilho branco.
- Por que não correu como a outra? – Ele recolheu as asas parecendo mais amigável.
- Não poderia deixar outra criatura ferida aqui nesse bosque – Ela falou fitando o homem a sua frente.
- Não sabe que é um arcanjo em seus braços – Ele sorriu divertido, cravou a espada no cão e apoiou os braços sobre a guarda da espada – Mata você em um piscar de olhos.
- Sei, mas precisa de ajuda – Ela olhou outra vez para a criatura em seus braços inconsciente com compaixão – Você pode até me matar, mas antes deixe me ajuda-la.
- Fala serio? – Ele tirou a espada do chão e colocou sobre as costas entre as asas arregalando os olhos – Uma ninfa de Gaia trocaria sua vida para ajudar um arcanjo? – Cruzou os braços sobre o peito expondo seus músculos.
- Vai ajudar ou não? – Ela encarou o rapaz sorrindo.
- Vou, responda-me é a primeira vez que vê um de nós? – Ele abaixou-se para encara-la curioso com a resposta.
- Não – Ela abaixou os olhos envergonhada – Eu a observo quando vem por aqui com certa frequência.
- Você é curiosa então – Ele estendeu os braços – De minha irmã eu vou cuidar dela agora - A loira entregou a criatura nos braços do rapaz musculoso meio receosa. Ele levantou-se arrumando o corpo desfalecido em seus braços – Guarde esse elmo ela vira busca-lo, a proposito sou Miguel.
Ele abriu as asas e o brilho começou a ficar intenso e um vento forte soprou e rapaz havia sumido para o alto em um piscar de olhos. A ninfa pegou o elmo sobre o chão e colocou sobre o pé da macieira e olhou esperançosa para o céu.
- Chega – Uma mão tocou meu ombro me puxando para um abismo escuro.
Acordei novamente sobre areia quente daquele deserto o vazio desolado, não havia nada além de areia e silencio. Tentei levantar, mas meu corpo todo doía então apenas o joguei para o lado ficando de barriga pra cima fitando o céu e pude me ver como um espelho, mas era meu corpo deitado inconsciente com alguém vindo correndo olhei para o lado, mas não tinha ninguém o que não fazia o menor sentindo. Olhei mas fixamente e pude ver Fernanda e Bella sobre o chão céu acima de mim me segurando, olhei em volta, mas não tinha nada mais uma vez. Concentrei-me e ativei meus olhos estranhos e foquei a visão naquela situação sobre mim.
****
Eu não podia mais ficar parada ali olhando Lucas indo até o tal portal e passando como um doido para ajuda-la. Brigith tinha falado um milhão de vezes que isso não teria resultado e nem mesmo ela poderia saber onde exatamente a mente de Rafaela estava, tudo o que nos restava era esperar. Já fazia um tempo que ela tinha parado de demonstrar dor e estava inerte com os olhos brancos até agora. Olhei Lucas mais uma vez se aproximando como um doido desesperando desta vez os olhos dela mudaram para o preto absoluto como na noite anterior.
- Lucas quantas vezes eu vou repetir que não adianta? – Ela suspirou irritada.
- Tenho que fazer alguma coisa – sua voz saiu ríspida – Não posso cruzar os braços e esperar.
Ela balançou a cabeça em negativa e soltou o corpo sobre a grama rala.
- Venha aqui – Ela chamou com a mão – vocês estão ligados talvez possa acha-la através de você.
Ele estendendo a mão para ela enquanto fechava os olhos se concentrando enquanto ele olhava atento para ela sem saber o que fazer.
- Eu devo fazer algo?
- Deve ficar calado para que eu possa me concentrar – Ela abriu um dos olhos e sua voz soou brava.
Olhei os dois ali e sacudi a cabeça sabendo que aquilo não iria ajudar, algo dentro de mim como ontem dizia que eu deveria passar pelo tal portal e a encontraria. Silenciosamente eu levante e fui andando rápido até aquele quadrado pintado de laranja com varias pichações estranhas. De frente para ele eu pensei que estava ficando doida ao pensar que comigo poderia ser diferente, já que o pobre do Lucas havia tentado varias vezes; suspirei juntando forças para conseguir alguma mudança. Passei por aquele circulo com imagem de Rafaela clara na minha mente de olhos fechados temendo que pudesse sei lá para em alguma dimensão assustadora. Quando abri meus olhos fiquei assustada tudo havia sumido e estava em uma espécie de deserto sinistro. Dei alguns passos sentido meu pé afundar na areia fina. Olhei em volta temerosa. “Que ótimo Fernanda você veio parar sabe-se Deus onde, será que Rafaela pode estar por aqui?”
- Rafa?! – Gritei olhando em volta dando mais alguns passos adiante – Rafaela?
“ Que meleca! Agora eu também estou perdida”. Continuei andando pelo deserto chamando por ela, estava começando a ficar cansada como se aquele lugar sugasse minha energia e areia fosse ficando cada vez mais fofa e fina, dificultando a caminhada. Olhei para cima e o céu estranho que refletia o chão tentando pensar em algo que me ajudasse naquele momento. “ Rafa se você está por aqui me ajuda a te encontrar”.
Olhei e vi um ponto escuro como uma pessoa deitada na areia e estreitei os olhos para ver melhor e confirmei alguém estava deitado ali. Corri o mais rápido que pude cada passo era mais pesado que o anterior.
- Rafa estou indo – A respiração estava pensada então cai sobre a areia exausta faltava por volta de 10 metros para alcança-la, mas meu corpo não conseguia nem se arrastar para me aproximar dela. “ Levanta falta pouco, mas que droga de lugar essa areia parece que ta me engolindo” eu tentava a todo custo me arrastar para alcança-la inutilmente já que meu corpo não tinha força nenhuma. Respirei fundo pensando “ que belo resgate esse dona Fernanda eu sou uma inútil mesmo, porque o Lucas não conseguiu isso? Tão perto e assim tão longe sempre... espera... sempre? Que pensamento é esse?”
- Rafaela? – Estiquei a mão na direção dela e ouvi um gemido de dor – Rafa é você?
- Fernanda? – Ouvi sua voz baixa parecia que ele estava com dor.
- Você consegue andar?
- Não sei – Ela se virou gem*ndo e começou a tentar levantar.
Olhar ela naquele esforço me deu um aperto no coração afinal eu tinha ido ajuda-la, não poderia desistir agora não desta vez. Respirei fundo juntando todas as minhas forças me arrastando pouco a pouco.
- To indo – Cheguei perto dela – O que você esta sentindo? – Analisei para ver se ela estava ferida.
- Meu corpo todo está doendo – Ela me encarou com seus olhos negros e por um momento tive um fleche do mesmo olhar em outro contexto.
- Desculpe – Os olhos dela voltaram ao normal lentamente – Sei que é assustador.
- Não assusta – Passei a mão sobre seu peito verificando se havia algum ferimento – Só que às vezes parece familiar – Sorri – O lugar é assustador.
- Não me lembro de ter convidado – Uma moça de cabelos médios e negros nos encarava agachada sobre areia.
- Quem é você? – Perguntei temerosa.
- Aqui ou lá em cima – Apontou para o céu.
- Tem diferença? – Arquei a sobrancelha.
- De certa forma – Ela sorriu – Samara lá em cima, mas aqui Ibenatharri.
- Pode nos ajudar?
- Fui eu quem a trouxe – Ela soltou um longo suspiro tirando uma mecha do cabelo do rosto e colocado atrás da orelha – Posso leva-la... já você – Ela levantou – Terá que ficar.
- Não – Rafaela segurou minha mão sobre seu Peito e me encarrou preocupada – Leve ela eu fico.
- Serio Rafaela – Ela riu alto.
- Serio.
- Não! – Foi minha vez de protesta sobre aquilo, eu tinha ido ajuda-la não poderia voltar sem ela – ficamos aqui juntas ou voltamos juntas – Sentenciei.
- Ai que fofo – Samara inclinou-se para nos olhar mais atentamente com sorriso de canto – estão até de mãozinhas dadas.
Apertei com firmeza a mão de Rafaela juntando forças para me levantar e encarrar frente a frente aquela moça. Coloquei-me de pé soltando a mão de Rafaela e cerrando os punhos.
- Fernanda – Rafaela tentou levantar, mas não conseguiu.
- Gente vocês são a coisa mais fofa desse universo, tenho até inveja embora vocês não se lembrem– Ela colocou as mãos sobre o rosto – mas serio só da pra levar uma, qual vai ser?
- Nenhuma – Falei ríspida – Está se divertindo não é?
- Eu sou um demônio o que esperava? Beijos e abraços?- Samara deu de ombros com um sorriso estampado no rosto – Adoramos torturar não é Rafaela - Nesse momento Rafaela soltou gemido era como se ela causasse aquela dor e minha perca de energia.
- Ibenatharri já basta – A voz veio de uma moça de cabelos castanhos escuros, pele morena e lábios carnudos me encarando com certo desprezo familiar.
- Também não te convidei – Ela colocou a mão na cintura – mas agora o circulo está completo a maior novela do universo na minha frente.
- Li...ra – Rafaela falou com muito esforço.
- Eu vou leva-las – A moça de cabelos castanhos se aproximou de nos, mas foi impedida pela outra.
- Minha festa minhas regras – Puxou o braço da outra a fazendo encarar – Vai ajudar mesmo aquela ali – Apontou diretamente para mim.
- Vou – falou firme.
Olhei em volta e alguma coisa começou a se movimentar sobre a areia.
- Acho melhor a gente ir logo.
- Ninguém vai para lugar nenhum – Samara falou irritada ainda segurando a Morena.
- Estou cansada desse joguinho alguma coisa está se movimentando na areia – Apontei – Temos que sair daqui agora.
Samara soltou o braço da morena e veio feroz na minha direção soltando a mão em uma bofetada.
- Cala a boca vadia - meu rosto ardeu e virou e fez um barulho estalado soando como um eco forte por todo o lugar. O chão começou a se movimentar com agua escorrendo para algum lugar. Olhei para Rafaela no chão os olhos dela estavam negros novamente e uma luz fraca começou a envolve-a e ela se levantou – Impossível – Samara arregalou os olhos surpresa.
- Rafaela? – Ela olhou seria para a morena – Vamos embora.
- Não – A voz dela saiu estranha como varias vozes juntas – Você – Pegou Samara pelo pescoço – Seus dedos não tocaram mais em nada.
Segui meus instintos toquei o ombro dela e toda a areia parou de escorrer ela soltou Samara no chão e ficou parada.
- Olha pra mim – Ela se virou e me encarou estática – Pousei minha mão sobre seu rosto e a expressão dela ficou mais suave – Estou bem vamos embora.
- Weldblemel – Ela fez uma caricia no meu rosto não pude entender porque ela me chamou por aquele nome, apenas me olhou com ternura.
Continua...
Fim do capítulo
Mais um Capítulo Fresquinho.
Bjs
Comentar este capítulo:
Faby_AngeL
Em: 26/11/2017
Aguardando o capitulo de domingo Miss Nothing <3
Anciosa aqui pra parte dois !!!
Resposta do autor:
Está difícil de postar no domingo...
Mas estou agr nesse momento mas não exatamente agr ne kkk escrevendo o próximo capítulo.
Posto amanhã.
Bjs
Faby_AngeL
Em: 25/11/2017
Se Eu não estiver louca já, a Rafa é irmã do arcanjo Miguel é isso msm ?
Consigo deixar qualquer um maluco Miss Nothing kkkkkkk
AH,e todo cap revela mais sobre a hitoria,é só prestar atenção nos detalhes
Bjs,Até o proximo Cap e não demore.
Resposta do autor:
Será que é irmã?
Eita que to curiosa tbm
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