Duas faces por ROBERSIM
Capítulo 4
Aproximo-me a olhando nos olhos, seu olhar prendia minha atenção.
-preciso falar com você!
-pois não, pode falar!
-prefiro que conversemos na sua sala, ou na minha como preferi- faz uma cara enfadada, como se estivesse sem vontade de falar.
-venha, vamos a minha sala- a sigo, Suzana já estava em sua mesa e sorri quando vê a chefa, aquilo me causou raiva ainda mais.
-pode falar!-fala assim que fecha a porta de sua sala, estava com os braços cruzados abaixo do peito.
- não me importo com quem você saia, o que você gosta, mais aqui na empresa, quero respeito! Não pense que vai construir um harém, pra ter a mulheres a seu bel prazer – Ela me olha sem entender, eu mesma não entendia minha explosão.
- pode me explicar o porquê disso tudo? E quem te deu o direito de falar assim comigo!
Fiquei um pouco sem jeito com minha explosão, não tinha o direito de falar assim com ela, por mais que achasse errado o que estava fazendo. Mas já que tinha começado ia até o fim!
- sou tão dona dessa empresa quanto você e exijo respeito.
-nunca falei o contrário, é tenho plena consciência disso- via que tentava se controlar em suas palavras- só me explique sobre o que está falando?
Como explicar a ela o que tinha vistro , como explicar que estava vigiando sua secretaria!
-só estou transmitindo o que as pessoas falam, temos muitos funcionários e você acha mesmo que não iam reparar sua secretaria saindo de sua sala, toda descabelado, toda descompassada.
Ela me olha arqueando uma das sobrancelhas, com sorriso cínico no olhar , parecia duvidar de minhas palavras.
-tem certeza que falaram algo, ou foi você que estava me espiando!- a mulher era muito cínica, dava vontade de arrancar aquele sorriso de rosto.
-faça – me o favor! Porque iria fazer isso...
-talvez porque esteja curiosa, talvez seja porque queira experimentar, como é ficar com uma mulher.
-olha aqui sua...- não achava palavras pra argumentar, não estava entendendo meu descontrole , sempre me orgulhei de ser uma pessoa pacífica, de nunca argumentar de maneira mais ríspido.
-e mesmo que tivessem falando, ninguém tem nada a ver com minha vida- ela se aproximava de onde eu estava, a cada palavra dita se aproximava parando a minha frente- e sobre você está curiosa, é só me falar que terei o prazer de te fazer entendo meu fascínio por mulheres- ela passava a língua por seus lábios, uma vontade louca de experimentar aquela sensação de ter aquela boca sobre a minha. “Se controle, acho que estava perdendo o juízo”. Repreendia-me.
-Não tenho essa vontade, e se tivesse não seria com você!
Sai daquela sala feito um furacão, ela tinha o poder de me tirar do sério, realmente jamais poderia ser a mesma pessoa que me sequestrou anos atrás, ela me despertava sensações totalmente diferente.
...
-virou costume sair assim!-falei, mas alto na intensão dela escutar.
-como fica linda quando está com raiva. Será que viu alguma coisa ontem? Suzana sempre foi tão discreta, e não acreditava que alguém tivesse comentado algo, até porque nunca escondi minha opção sexual, mas não costumava a dar em cima de minhas funcionárias.
Voltei pra minha mesa, tentando me concentrar no trabalho, mas foi em vão, não conseguia deixar de pensar na maneira com que Jessica olhava para minha boca enquanto estávamos próximas, vi em seu olhar um misto de desejo e curiosidade.
-será que tô imaginando coisas?- me perguntava. Desde que meu pai entrou como sócio de Akira , este sempre falou com orgulho da filha, fazia questão de pontuar seu relacionamento com tal Marcos, nunca tive curiosidade de saber como era sua filha, tantas vezes mencionada em nossas conversas, deveria ter tido apenas um pouco de curiosidade, pois assim não seria pega de surpresa por tamanha beleza.
A noite passada acabei dormindo no apartamento de Vanessa. Ficamos conversando por horas, e ela sempre com a ideia que a filha de meu sócio estava mexendo com meus brios , sempre que conversamos algo o nome dessa mulher vinha a minha boca. Não era uma garota mimada que ia acabar com meu sossego, sempre consegui fugir de relacionamentos sérios, pois não me achava pronta! Sempre que ficava com alguém, e quando via que estava caminhando pra algo mais sólido, eu terminava.
Agora essa! Não ia deixar que a filha de Akira se intrometesse desse modo, em minha vida!
Escuto baterem na porta, peço pra entrar, era Suzana com alguns documentos, era contrato de fornecedores, lembrei que tinha prometido para meu sócio, colocar sua filha a par desse processo, pois ela também ia ter contato direto com nossos fornecedores.
-quer que espere você terminar de assinar – Suzana me olhava como querendo algo a mais, há um ano ficava sem nenhum compromisso, aprendi a desvendar seu olhar e naquele momento pedia muito mais que minha aprovação naquele contrato.
-não precisa Suzana- vi seu olhar de decepção- preciso que peça a Jessica que venha até minha sala... Melhor não, veja se ela está desocupada, pergunte se posso ir à sua sala para analisarmos uns documentos- ela me olha desconfiada – se o senhor Akira estiver na empresa, peça que esteja junto.
Não queria ninguém interpretando mal minha relação com aquela moça, seu pai não ia gostar nenhum pouco!
-tudo bem vou falar com ela. Inclusive me pediu que entrasse em contato com nosso RH pra providenciar uma secretaria para ela.
-faça isso, sei que não é sua obrigação, mas não custa ajudarmos .
Assim que Suzana se retira, me concentro nos documentos a minha frente. Queria tanto poder trazer minha irmã pra trabalhar comigo, mas meu pai achou que ainda não era à hora certa, dizia que ela não estava ainda livre das ruas, coisa que não concordava, se aquele empreendimento fosse meu, não ligaria pra sua opinião, poucas pessoas sabiam da existência de Vanessa, meus pais e seu amigo advogado que sempre tirou minha irmã de apuros. Meu telefone toca só poderia ser minha secretaria.
-oi Suzana!- respondo assim que atendo meu telefone.
-Diana, dona Jessica está aqui a sua espera,
– você não lhe informou que nos encontraríamos na sala de reunião- achava mais seguro, principalmente se estivéssemos a sós
-falei só que ela não achou necessário.
Aquela garota tinha o dom de me contrariar.
-tudo bem, mande – a entrar.
Minha primeira observação ao entrar foi estar sozinha, ainda olho pra porta antes de ser fechada , na esperança de Akira entrar porta adentro.
-meu pai teve alguns negócios a resolver, só vem mais tarde, quer espera – ló?
-não sente – se , seu pai pediu que explicasse a você tudo referente a nossos fornecedores- ela senta – se a minha frente, minha mesa era grande e espaçosa, ficaria Ruim explicar – lhe tudo daquela distância. Sem mais explicar, me levando sentando na cadeira a seu lado.
-tem alguns documentos aqui que quero te explicar, temos muitos fornecedores fora à empresa de meu pai.
- meu pai me falou que conheceu senhor Hidelgardo atrás de negociações.
-pois é, o Akira quer que trabalhemos juntas de frente com fornecedores, o marcado de eletrônico está muito grande aqui no Brasil, e a cada dia mais fornecedores entram no mercado, inclusive amanhã terei um jantar com um fornecedor e queria que me acompanhasse.
-preciso mesmo ir- ela fala na defensiva, diferente daquela que me enfrentou mais cedo.
Coloquei alguns documentos em cima da mesa, de frente a ela.
-esse é um dos nossos principais fornecedor – enquanto explicava meu braço tocava o seu, meus pelos se arrepiaram ao encostar com sua pele quente, vi que estava retraída como se meu toque a incomodasse, seus pelos também estavam arrepiados – está com frio, posso diminuir o ar.
-não precisa já me acostumo- ela me olha de frente, foi à vez dos meus olhos fixarem em seus lábios, a vontade de provar aqueles labios tentadores era muito grande.
-acho melhor voltar pra minha sala, com o que me passou já consegui entender como estamos funcionando – ela se levanta rapidamente e acaba tropeçando na cadeira que era giratória, rapidamente a seguro antes que se esparrame no chão.
-você está bem- a tinha em meus braços, minhas mãos a sustentavam pela cintura e seu corpo estava colado ao meu, sinto esse pegar fogo com aquela proximidade.
-est...estou sim , obrigada – ela gagueja , seu olhar agora estava concentrado em meu rosto, parecia que um ima me puxava em sua direção, sem me dar conta vou baixando minha cabeça até ficar próximo a seu rosto , ela era menor que eu, deveria ter 1,65 ,antes de satisfazer minha vontade o telefone toca nos tirando daquele transe.
- já estou indo depois nos falamos! – se solta de meus braços saindo de minha sala como das outras vezes, feito um furacão.
...
P/ VANESSA
Depois que minha irmã saiu do apartamento fiquei pensando em tudo que passei até ali. Era agradecida por tudo que Diana fez e fazia por mim, se não fosse ela com certeza ainda estaria nas ruas e só Deus saberia falar se estaria viva ainda. Minha vida mudou totalmente não Quando a conheci e sim quando a vi não desgrudar de minha cama de hospital quando fui gravemente ferida, ali , naquele momento, soube pela primeira vez, o que é ter uma família de verdade.
Desde cedo no orfanato soube que teria que contar somente comigo, quando fugi daquele lugar com Dudu e Lauro, descobri que teria que fazer de tudo pra sobreviver.
Muito cedo comecei o que as pessoas falam ser desajustada, mas em minha opinião era somente um modo de sobreviver. Já no orfanato sentia um vazio, uma falta que não sabia explicar, aquele sensação foi crescendo da feita que me conhecia melhor. Nas ruas praticava pequenos furtos pra ter o que comer, mas não gostava de me drogar, experimentei uma única vez maconha, pois todos falavam que esqueceria tudo, ledo engano, meu esquecimento foi temporário, no dia seguinte voltava . Com apenas 12 anos aquela sensação de abandono retornou com força.
Foi nas ruas que tive minha primeira paixão, minha primeira experiência. Em um dia de chuva conheci Carol, uma garota de treze anos, na época eu com quase quinze. Ela chorava, pois não tinha pra onde ir, fugiu de casa, de um padrasto abusivo.
Acolhi-a no Galpão Onde nos abrigávamos. Ela era linda loira, seus olhos eram de um verde fora do comum, naquele momento soube estar apaixonada. Ela era uma menina meiga, daquele momento em diante fazia de um tudo pra defende – lá se via de longe que não pertencia aquele mundo , as vezes que precisava sair daquele local deixava Dudu reparando ela, e meu irmão sabia o quanto a amava.
Fazia há quase dois anos que ela morava nas ruas comigo, um dia sai e quando voltei não a encontrei, o juizado de menores recolheu vários meninos e ela foi junto, aquele vazio que sentia antes , não foi preenchido totalmente , mas me sentia um pouco mais inteira com ela, meu mundo virou do avesso novamente.
Conheci Diana quando fui presa, antes desse dia seu pai já havia me procurado quando era menor de idade que roubei e fui pega, mas não a conheci. No dia que estava na cadeia pela segunda vez, a vi, foi como se tudo fizesse sentido naquele momento, conseguia me ver nela e pela segunda vez me senti inteira, mas não fazia parte de seu mundo e outra vez fugi.
Estava com vinte anos quando Dudu resolveu que tínhamos que roubar um carro pra fazer assaltos e pela primeira vez fizemos aquilo... Sequestrar uma patricinha pra pegar seu carro, A garota era linda, senti algo bem parecido que sentia por Carol, mas consegui ver nojo no olhar da dela e aquilo me desmoronou, quis sair o mais rápido de perto dela, até hoje tenho o colar que roubamos, nunca consegui me desfazer dele.
Em uma briga com outra moradora de rua fui gravemente ferida, meu amigo e irmão Dudu pra me defender acabou morto e mais uma vez meu mundo desabou, só que aquela vez foi diferente, pois tinha alguém pra me apoiar , minha irmã daquele dia em diante na saiu mais do meu lado , foi naquele dia ao acordar no hospital e vê-la dormindo na cadeira esperando que acordasse, que decidi que mudaria, ou pelo menos tentaria mudar.
-preciso me arrumar senão chegarei atrasada- fiquei perdida em meus pensamentos que não vi as horas passar, não queria decepcionar dona Carmem afinal a dona da loja onde trabalhava era sua amiga há anos, e uma das únicas, a saber, toda verdade de nossas vidas.
Enquanto caminhavam em direção à loja meus pensamentos ainda circulava em torno do meu passado, já fazia anos que não pensava em Carol, ela com certeza foi e talvez ainda seja o amor de minha vida. Aquela estranha do sequestro mexeu muito comigo, mas aquele sentimento era mais adulto .Meu amor por Carol era puro, amigo , lógico que tinha desejo , fomos a primeira uma da outra, era um sentimento puro. Quando ela me contou que seu padrasto a tocava não intimamente , minha intensão era juntar alguns pivete e dar uma lição nele, mas fiquei com medo de descobrirem Onde Carol estava e larguei de mão.
-oi Vanessa que bom que chegou, vou precisar sair e quero que tome conta da loja, tudo bem?
-Claro Vitória, sabe que vai ficar tudo bem, não vou arrumar nenhuma encrenca – pisco pra minha chefa, ela sorrir de volta balançando a cabeça. Era sempre assim quando vic precisava sair , já trabalhava a uns 4 anos com ela, sabia que confiava em mim hoje em dia, diferente de quando cheguei aqui que soube por tudo que passei, na verdade só me deu aquela oportunidade por dona Carmem falar que se responsabilizava por mim.
Lembro-me da primeira vez que me pediu pra reparar a loja, ela não sabe que eu sabia, mas pagou o rapaz da loja vizinha pra me reparar e foi assim umas quatro vezes até ver que podia confiar completamente em mim.
Minha primeira féria Diana me convenceu a viajarmos juntas, fomos para Bahia, não conhecia nada além das ruas de São Paulo, aquelas férias nos aproximou mais ainda, nos divertimos muito com nossa semelhança, até ficar com a mesma garota ficamos, desde então sempre que tínhamos oportunidade, viajávamos juntas.
À noite assim que sai da loja como fazia todos os dias, corro pra casa, tomo um banho e sigo para o colégio, precisava descobrir o que queria da vida, Diana não vai sossegar enquanto não me ver formada.
...
O que foi aquilo que senti na sala de Diana, que desejo louco de beija – lá , de sentir seus lábios, seus toques , devo estar ficando maluca.
Sai praticamente correndo daquele lugar, nem me dignei em falar com Suzana que ficou me chamando enquanto passava apressada pela anti sala.
Já em minha sala sento em minha cadeira, lembrando-se de como meu coração disparou por te – lá próxima de mim, ainda conseguia sentir a fragrância de seu perfume e o contato de nossas peles.
-minha filha você conversou com a Diana- meu susto foi grande, estava tão distraída em meus pensamentos que não notei sua chegada- vocês precisam conversar sobre seu projeto.
-eu sei pai! Vamos jantar amanhã com um fornecedor, ela irá me apresentar pra que acompanhe toda a trans*ção.
-isso minha filha, você irá aprender muito com ela, e já contratou uma assistente pra te auxiliar.
-já pedi a Suzana que ajude, sei que não é serviço dela, mas deve conhecer alguém bom para serviço.
Meu pai queria se afastar da empresa, dizia que já estava em tempo de se aposentar, por isso a insistência pra que aprendesse sobre os negócios. Entendia sua necessidade, minha mãe vivia cobrando mais atenção.
No dia seguinte antes de chegar à empresa paro em uma loja. Teria que comprar umas roupas. Olhava as vitrinas de umas lojas no centro, quando vejo Diana andando na mesma rua , “mas que de pressa é essa!” vou atrás, o que será que estava fazendo aqui? Ela não tinha jeito de frequentar aquele tipo de loja, talvez se fosse a de um shopping!
-Diana!-falo um pouco mais auto quando chego perto. Ela se vestia tão simples em uma calça jeans e uma camisa de malha, nem parecia à mesma mulher. Ela me olha espantada em me ver, parecia surpresa. O engraçado que não senti a mesma sensação do dia anterior, quando a tive próxima de mim- oi, o que está fazendo aqui.
Ela continuava muda, sem ação, sem que esperasse, ela se vira e parte em direção a multidão.
Fim do capítulo
Boa tarde !
meninas agradeco sinceramente por aceitarem tao bem minha nova historia.
so tenham um pouco de paciencia, vou fazer de tudo pra postar como nas outras, duas vezes por semana.
bjss
Comentar este capítulo:
rhina
Em: 21/01/2018
Bom dia
Olá Autora.
Não sei se é eu.....por estar muito tempo sem ler nada seu.....ou
sua escrita está diferente.
Bem sobre o capítulo. ...vem treta por aí. ...
Rhina
Resposta do autor:
Bom dia linda!
Não é a escrita que está diferente, mas o tema , sempre em minhas histórias destacava a amizade entre os personagens e essa fui pra um tema diferente...creio que é isso.
Mas espero que esteja gostando!
Bjss
[Faça o login para poder comentar]
Ana Luisa
Em: 17/11/2017
Você vai trazer essa Carol de volta né? A outra gêmea vim com esse papo de que sentiu algo pela a Jessika, sequestra a menina e se apaixona. Palhaçada, eu também sou shipper DIESSICA!!! Pode ser o que for, mas já temos nosso casal preferido.
Resposta do autor:
Bom dia linda!
Kkkkkkk tbem gosto das duas juntas.
Bjss
[Faça o login para poder comentar]
Fernandaaa
Em: 17/11/2017
Nosso casal, DIESSICA!! Amei o nome do shipper!!!!
Resposta do autor:
Bom dia linda!
Kkkkk tbem to shippando.
Bjss
[Faça o login para poder comentar]
loira01
Em: 17/11/2017
Não, espera! Todo mundo já querendo Diana e Jessika, e vc respondeu a um comentário anterior que dessa vez a Diana tera uma oponente a altura, e essa oponente vai ser justamente a propria irmã? Aquela que ela ajudou, tirou da rua, que confia mesmo o mãe não confiando????? Tá de brincadeira né? Affz. Não gostei!!!
Resposta do autor:
Bom dia!
Bom não falei em oponente me referindo a rival, Diana terá uma brigar muito com a Jessica por essa não aceitar esse lado conquistador dela.
Desde que comecei a escrever, nunca foi minha intensao colocar as irmãs como rival, mas vão aprontar muito devido a semelhança
Só pra constar.
Bjss
[Faça o login para poder comentar]
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]