Recado no fim do Cap.
Capítulo 11 As Duas.
- Fica quieta.
Eu obedeci escondendo meu rosto entre seu ombro e o pescoço ouvindo as vozes desconexas, risos e passos cada vez mais próximo e isso fez meu coração dar uma leve acelerada pela adrenalina da situação. Então ouvi ela soltar um suspiro leve e depois disso não sei explicar mas era com se eu pudesse tocar a serenidade ai eu te pergunto isso era possível?
Naquele momento foi possível dizer que eu estava me sentindo segura com antes não havia me sentindo, podia fechar meus olhos e sentir cada célula do meu corpo com exatidão, o sangue fluindo pelas veias, o coração pulsando cada vez mais calmo em seu ritmo que nos da à vida, o calor de um corpo para o outro. Parecia uma eternidade observar esses mínimos detalhes que são imperceptíveis na correria do dia-a-dia. O tempo parou naqueles poucos segundos e me questionei do por que de todas essas sensações. Confesso na minha longa e curta vida até aqui eu não entendia bem o que um abraço de alguém poderia significar. Segurar alguém perto de si não fazia um sentido exato além de um comprimento formal de confiança, afinal sabemos que o ponto fraco humano se entende pelo abdome e abrir sua guarda para acolher alguém nesse espaço frágil representa grande sinal de confiança é o que diz a psicologia. Naquele momento o abraço teve outro significado que ainda não compreendi. Voltei a perceber o mundo em volta quando o silencio da rua se fez presente e percebi o pessoal já havia passado.
O abraço foi se afrouxando aos poucos gradativamente e um vento frio passou por entre o espaço de nossos corpos se separando me fazendo ter um leve arrepio.
Ela fitou diretamente meus olhos tomando calmamente em suas mãos meu rosto da forma mais gentil possível, todos esses gestos pareciam remeter a algo enterrado no fundo da minha mente. Ela tinha os olhos castanhos mel arregalados surpresos com algo; tentei focar minha atenção nos olhos dela, mas eles desviram involuntariamente para os lábios cobertos pelo batom vermelho vivo que deixava mais evidente sua palidez.
- Que interessante – Voltei rapidamente meus olhos para os dela temendo ter sido pega em flagrante, mas sua voz era calma e baixa e tinha um brilho leve de quem esta fascinada com algo – Eles voltaram ao normal e são escuros com estava, tenho que dizer... Eles têm algo de familiar para mim.
Toquei uma de suas mãos sobre meu rosto num gesto carinhoso e nossos olhos se prenderam buscando no fundo deles algo que nenhuma de nos sabia até então.
- Está tudo bem?
Instintivamente assim que voz foi reconhecida como a do Lucas eu sai dali a deixando estática atrás de mim.
- Sim, Normal – Dei um sorriso tentando disfarça o que podia parecer à cena que ele havia presenciado há poucos segundos. A garota de cabelos castanhos vinha no seu encalço a passos duros então passei por ele indo ao encontro dela. Lira parecia que tinha fogo nos olhos e a irritação era clara como o dia.
- Você tem ideia... – A interrompi pegando-a pelo braço e puxando na direção oposta dos dois voltando pelo mesmo caminho que ela tinha feito há pouco tempo.
- Não é hora nem lugar pra isso – Falei entre dentes, não podia a deixar ter um súbito de mostrar presente, passado agora na frente deles.
- Não – Ela parou no meio da rua e puxou o braço com violência – Eu não acredito – Gritou e olhou para trás vendo Lucas a passos lentos com Fernanda – Não pode – Ela pegou meu braço com voracidade me fazendo a encarrar – Isso não pode acontecer.
- Lira – Puxei meu braço fitando a confusa – Esta falando do que?
- Não pode acontecer – Ela repetiu mais seria e parecia que seus olhos queimavam de ódio.
- Você não aprende – Leona estava parada em nossa frente com uma jaqueta de couro preta, calça jeans extremamente apertada, botas de cano médio com um salto extremamente fino, cabelos ruivos soltos em longas mechas onduladas – Lira, Lira – Ela sacudiu a cabeça em negativa – O que eu vou fazer com você? – Colocou as mãos sobre os lábios carnudos repletos de batom carmim.
- Deus – Eu levantei as mãos para o ar banalizando a minha ruina, não era possível tudo aquilo naquela noite, naquele lugar – Era o que me faltava.
- Brigith – Lira falou em fio de voz.
- Deixa esse corpo e vamos conversa mais tarde – Ela ordenou.
- Não – A garota de cabelos castanhos abaixou a cabeça e disse firme.
- Como? – Brigith ironizou – Acho que tem enxofre no meu ouvido.
- Eu disse não – Falou lentamente segura, ela fitou os dois se aproximando com duvidas nos olhos diante do que estava acontecendo ali.
- AH... – Ela passou a mão pelas mechas do cabelo olhando os dois cada vez mais próximos soltando um longo suspiro – Querida – Se aproximou da Lira tomando o rosto em suas mãos delicadamente para fita-la olho no olho – Quantas vezes eu já te disse para não se intrometer? – acariciou o rosto dela e passou uma das mãos suavemente pelos longos cachos castanhos – Hm... Agora não vamos testar a minha paciência – Falou cada palavra acompanhada de caricias no rosto da garota que tinha medo visível.
- Rafa? – Lucas chamou meio desconfiado.
- Ta tudo bem – Respondendo a pergunta em seus olhos.
- As meninas já foram embora, você saiu tão rápido que nem pude falar.
- Mas a Jim foi embora sem a Fernanda? – As duas tinham chegado junto e não me parecia que Jim a deixaria para trás tão fácil.
- Eu disse que a gente deixaria a Fernanda na casa dela em segurança antes da meia noite e meia – Ele pegou o celular no bolso da calça visualizando o horário – E temos que ir agora para cumprir essa promessa – Guardou o aparelho novamente no bolso.
- Então vamos – Dei de ombro agradecendo internamente por poder fugir daquela situação.
- Conversaremos amanhã Rafaela – Brigith falou serena pegando no braço da garota de cabelos castanhos – Perdoe a minha indelicadeza, mas também já está na nossa hora – ela acenou para os dois e saiu puxando a garota pra longe.
- Rafa aquela menina não esta na sua sala?
- Está.
- E?
- Brigith Lucas Brigith – Falei cansada.
- Como você pode falar com todas elas e não nos contar? – Ele estava irritado.
- Elas pediram ok? – Disse também irritada com a situação.
- O nome daquela Menina é Brigith? – Fernanda mais uma vez se fez presente me lembrando de mais uma coisa para resolver e encaixar, na verdade eu não sabia muito bem o que fazer com ela.
- Não, Leona é o nome dela.
- Então quem é Brigith?
- Uma parte da menina – Lucas tentou explicar.
- É tipo um pseudônimo ou mais como personalidade?
- É ... – Cocei a cabeça nervosa para explicar de uma forma que não desse a entender que precisamos de uma camisa de força.
Voltamos para a casa naquele fim de noite E diante de toda a situação sem volta contamos o que estava acontecendo nos últimos três meses em nossas vidas. A principio ela acho que era brincadeira, mas conforme a gente foi explicando ela ficou surpresa e curiosa sobre tudo. Você ficaria curioso? Eu não ficaria, assumiria demência e apagaria todas as informações assim que possível.
CONTINUA.....
Fim do capítulo
Desculpe a minha ausencia... Enem me pegou e me destruio.
Agora estou estudando para o vestibular e tambem prentendo fazer uma pequena pesquisa para continuar a proxima etapa da historia e pode acontecer de demorar para postar as vezes. O Capítulo hoje foi curto para finalizar esse arco. Mas estarei postando a edição Dominical se não acontecer nenhum imprevisto. Agradeço quem esta acompanhado e mais uma vez peço Desculpas pela ausencia.
bjs
Comentar este capítulo:
Sem comentários
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook: