Ask Yourself por Pumpkin
Capítulo 11 - Em cima do muro, o tempo todo.
~POV Larissa~
Fiquei mais algum tempo com Mateus, mas não quis me alongar muito, precisava descansar minha cabeça e conversar com alguém.
Cheguei em casa e liguei para Júlia, pedi se possível que viesse até minha casa, ela aceitou. Enquanto ela não chegava, tomei um banho e deitei na cama, fiquei observando o teto. Eis que Júlia se aproxima.
- Oi Kürbis! – quando foi me abraçar viu que meu dedo estava machucado. – Meu Deus Larissa, o que houve? Perguntou.
Olhei pra ela mais desanimada que normal, e falei:
- Cortei o dedo na casa da Duda.
- Mas e esse desânimo é só por causa do dedo? Me analisou.
- Na verdade não. Queria conversar com você sobre tudo que anda acontecendo. Suspirei.
- Certo. Estou aqui pra isso, Kürbis.
Mais uma vez abri meu coração todo para minha amiga. Confiava na Júlia de olhos fechados e sabia que ela me aconselharia da melhor forma. Algumas vezes, ela interrompia minha fala para certificar-se de dúvidas que surgiram. Contei inclusive os detalhes da quase trans* que tive com Eduarda.
- Nossa, eu não sabia que o clima estava tão tórrido entre vocês.
- Pois é, mas está cada dia mais difícil segurar tudo isso.
- Olha Lari, você precisa se questionar se o que sente pelo Mateus é verdadeiro ou se são só sobras do que já existiu aqui – apontou o dedo para meu peito - um dia.
- Esse é o problema. Eu sinto que gosto dele, mas ao mesmo tempo, Eduarda me tem nas mãos.
- Você tem que decidir porque se essa situação permanecer vocês três sairão machucados.
- Essa escolha está me matando. – eu falava deprimida, aquilo doía tanto. - Por um lado tenho o namorado dos meus sonhos e que eu sempre quis, mas por outro tem ela e por mais que a atração seja forte, ela não quer nada comigo – pausei a frase – na verdade acho que pra ela o lance é mais carnal.
- Que ela te deseja é fato, afinal eu vi como ela te olhava, e também porque vocês quase chegaram aos finalmentes e isso é prova suficiente. Agora sendo racional, pesa e vê o que tu acha que vale mais a pena. Só não se martirize por aquilo que você não pode mudar.
- Você tem toda a razão, por isso eu te amo, Jujuba. – Peguei em suas bochechas. – Agora me conta como foi o encontro com Heitor.
Os olhos da minha amiga brilharam.
- Foi simplesmente perfeito! Ele é incrível. Não é aqueles idiotas com quem costumo me envolver. Mas não quero apressar as coisas, tudo se encaminhará.
- Sim. Fico feliz que esteja bem. Falei segurando as mãos de Júlia entre as minhas – você merece toda a felicidade do mundo Jujuba.
- Você também, Kürbis.
Conversamos mais um pouco e logo Júlia foi para sua casa. Até insisti para ela dormir aqui, mas nada a convenceu.
Depois de algum tempo, pensando em tudo que vivi resolvi aceitar que nem sempre a vida é justa. Também pensei muito nas palavras de Júlia, sobre a parte do que for pra ser, será. Por enquanto, vou manter meu namoro, aposto que com foco essa fase passa. Não irei abandonar Mateus, ele é muito importante pra mim e merece mais do que minhas frustrações.
Com esses pensamentos adormeci, o dia havia sido longo.
~POV Eduarda~
Acordei no outro dia a mil. Hoje eu começo um estágio no escritório da minha família e isso me animou. Tirando a parte de relacionamentos amorosos que andam meio conturbadas, o restante da minha vida está muito bem. Estou amando cada dia mais a faculdade e agora começo trabalhar na área, situação que me anima muito. Minha mãe decidiu que eu ficaria com o turno da tarde no escritório, assim não precisaria trocar de horário na faculdade. O estágio não se aplicava somente a mim, Murilo também trabalharia comigo, pois minha mãe sabia o quanto ele era esforçado.
Saímos da aula e fomos almoçar no shopping que ficava perto.
- Estou animado, é nosso primeiro dia hoje. Murilo Falava contente.
- Eu também estou. Ainda mais que estaremos juntos nessa.
- E essa parceria vai durar por muito tempo ou desistiu dos nossos planos de sociedade?
Eu e Murilo havíamos combinado de abrir nosso próprio escritório com um plano de funcionamento um pouco diferente, de segunda a quinta seguiríamos com as funções normalmente, e nas sextas, o atendimento será gratuito para pessoas hipossuficientes. Não estávamos nesse ramo apenas para ganhar dinheiro como a maioria, queríamos ajudar ao próximo. Murilo tinha um coração imenso, por isso eu o respeitava muito.
- Lógico que não, o projeto Haes & König advogados e associados ainda está de pé. - Eu disse fazendo um charme ao comentar o nome do nosso empreendimento, que nada mais era que a junção dos nossos sobrenomes.
- Será perfeito! Falou radiante.
Continuamos nossa conversa e almoço planejando várias coisas para o futuro.
Pouco depois estávamos caminhando pelo shopping, esperando dar nosso horário, quando sinto que alguém esbarrou em mim. Só não cai porque Murilo me apoiou.
- Me desculpa eu não te vi. Eu disse
- A culpa foi minha, Perdão!
Quando olhei para a pessoa, meus lábios se entreabriram e eu disse:
- Mariana?
- Oi Eduarda, que mundo pequeno. Ela disse um tanto desconcertada.
- Concordo. Sorri.
- E você está bem hoje? Olhou de leve para Murilo.
- Estou sim. A propósito, quero que conheça meu amigo Murilo.
- Prazer Murilo. Sou Mariana. – estendeu a mão.
- Oi Mariana, o prazer foi meu. Disse gentil. – Enquanto vocês conversam eu vou ali dar um oi pra um amigo. Até logo meninas.
Olhei Murilo indo falar com um garoto da nossa sala que ele era afim, não perde tempo mesmo.
- Então, vejo que está melhor. - Analisava-me.
- Sim, nada que uma boa noite de sono e a vida assegurada por uma estranha não resolvam.
Ela sorriu.
- Que bom. Aliás, já que está salva vou indo que já estou quase atrasada. – falou olhando para o relógio de pulso.
- Claro, não quero abusar de seus poderes.
- Nos vemos por aí, Eduarda.
Só nesse momento eu me toquei que não havia pedido seu número de telefone. Resolvi tentar.
- Mariana – ela me olhou – eu até quero te ver de novo, mas pra isso preciso do teu número.
Ela continuava sorrindo, e que sorriso bonito ela tem.
- Além de te salvar ainda preciso te dar meu número para futuras emergências?
- Precisar você não precisa, mas eu ficaria bem feliz se isso acontecesse. – disse sincera.
- Só porque eu sou boazinha. – pegou meu celular e anotou o número. – Aqui está. Pode me ligar em qualquer situação difícil.
- Obrigada! Pode ter certeza que eu ligo.
Me despedi dando dois beijos em seus rosto. Ela parecia não esperar por aquilo, mas confesso que gostei de sentir nossos corpos tão próximos.
– Até mais, Mariana.
Fui até Murilo e o chamei para irmos.
- Amiga nova? Perguntou.
- Sim. A conheci em um bar ontem, quando eu estava discutindo com o Gabriel e ela interviu a meu favor.
- O que? Aquele idiota anda te seguindo? Ele te machucou?
- Não, foi de boas. Como eu disse a Mariana chegou e falou pra ele me soltar e como ela estava com dois amigos, ele ficou com receio de continuar.
- Que imbecil, ainda bem que tu se livrou daquele namoro. Mas se cuida né Duda, não sabemos até onde vai à capacidade dele.
- Claro, estou bem ligada.
- Já gostei dessa Mariana, ahahaha.. – Murilo não ia com a cara de Gabriel de jeito nenhum.
- Haha, engraçadinho. Vamos que já está no horário.
Esses últimos dias passaram depressa. Devido a minha nova rotina eu não tive tempo pra quase nada, mas não podia reclamar já que estava fazendo coisas que me alegravam e que me faziam esquecer certa garota que insistia em ficar nos meus pensamentos. Na quinta quando cheguei na faculdade Mateus me esperava.
- Oi Mateus.
- Oi Duda. – Me abraçou. – Podemos conversar?
Aquilo me deixou meio nervosa, mas ele parecia tranquilo.
- Claro, aconteceu algo? Questionei.
- Na verdade, sábado é o aniversário da Lari, ai eu vim pedir-lh sua ajuda para organizar.
Eu havia esquecido completamente disso e por mais que minha vontade fosse ficar o mais longe possível dela eu não poderia o deixar na mão.
- Ah sim, eu ajudo. Já resolveu onde irá ser a festa?
- Sim. Hein me falou que seus pais estarão fora então pensei em fazer na casa de vocês.
- Sim sem problemas. Te vejo sábado de manhã então?
- Estarei lá e mais uma vez obrigado.
- Não tem de que, afinal amigos são pra essas coisas. (essas coisas tipo compartilhar tua namorada) me reprimi no instante que pensei essa besteira.
- Beleza então, beijo.
- Até.
Justo quando eu penso que as coisas vão melhorar elas desandam. Força Eduarda você é maior que tudo isso.
O dia inteiro só deu Larissa na minha cabeça. Incrível essa capacidade de eu querer estar junto dela. Resolvi chamar Murilo para irmos beber e ele prontamente aceitou.
20h estávamos os dois já bebendo.
- Sabe quem vem hoje? Disse me lançando um olha provocativo.
- Tenho até medo de saber, mas fala ai.
- Como notei que a senhorita estava distraída hoje, achei legal chamar uma amiga minha essa noite.
- Sei. Vou ao banheiro e já volto.
Quando estava indo para nossa mesa avisto Murilo e Brenda conversando animados. Não pude deixar de reparar o quanto ela estava linda. Com um vestido preto que delineava bem suas curvas e um salto não muito alto e com os cabelos soltos. Cheguei e a cumprimentei, notei seus olhos correndo pelo meu corpo da mesma maneira que fiz há pouco tempo atrás.
- Você está linda, Eduarda.
- Você também está.
- Ih, já vi que vou sobrar. Vou aproveitar e olhar os corpos desse lugar. Disse Murilo levantando.
Conversamos por mais algum tempo e a todo momento Brenda me olhava de uma maneira provocativa, confesso que eu gostava, mas estava meio desanimada por lembrar da festa de sábado.
Murilo já havia se perdido com um garoto pra variar e Brenda se ofereceu para me levar.
Quando chegamos em frente a minha casa ela começou:
- Está entregue. Me olhou com aquele sorrisinho de lado.
- Obrigado pela carona. Falei dando um beijo em seu rosto. E desci.
Ela saiu de dentro do carro e puxou meu braço.
- Não está se esquecendo de nada? Provocou.
- Que eu lembre não, tem alguma sugestão do que seria?
- Isso aqui. – Me pegou pela cintura e me beijou com força. Eu sentia sua língua invadir minha boca e aquilo me deixava extasiada. Eu estava com as mãos envolvendo o pescoço dela. Quando ouço um barulho. Me afastei de Brenda e Júlia estava parada me olhando.
- Júlia, o que faz aqui? Perguntei desconcertada pela situação.
- Oi Eduarda. Eu e Heitor saímos e deixei ele em casa, mas acabei voltando porque ele esqueceu o celular dentro do meu carro.
- Entendi.
- Duda estou indo, me manda mensagem depois. Saiu e me deu um beijo no rosto.
- Certo. Até Brenda.
- Vamos então Júlia, eu aviso ele que você chegou. Estava meio nervosa, afinal Júlia me viu beijando Brenda e isso era estranho.
No caminho Júlia me disse:
- Pode ficar tranquila eu não contarei nada sobre o que vi.
Confesso que aquilo aliviou bastante a minha tensão.
- Valeu Júlia. Dei um meio sorriso.
Deixei Júlia e Hein conversando e subi para meu quarto. Tomei um banho e peguei meu celular, tinha uma mensagem de Brenda.
Mensagem Brenda:
Espero que eu não tenha te deixado em maus lençóis.
Ps: adorei o bj. :)
Achei fofinho ela preocupada, decidi responde-la.
Mensagem Duda:
Tudo de boas por aqui.
Eu também gostei, repeat please. (:
Brenda além de gente boa é uma gata, espero que eu saiba aproveitar isso, mas não é fácil parar de pensar em Larissa. Deus eu preciso me controlar.
Fim do capítulo
Olá minhas queridas leitoras.
Desculpem pela demora para postar, mas
último semestre é froids.
Espero que gostem e o próximo Cap. se tudo
ocorrer direitinho será o da festa.
Bjs!!
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JeeOli
Em: 05/11/2017
Julia ver o beijo é um ponto negativo para a Duda perante as duvidas da Lari...
Mariana eu acho que sera alguem importante na historia como uma amiga da Duda, pode ate ser q as duas em algum momento fiquem, mas acho que ela vai ser mais importante de outras formas....
Resposta do autor:
Oi JeeOli.
É ponto negativo pra Duda, mas ela
também está tentando se entender.
Vamos ver no decorrer qual a importância de Mariana.
Bjão!!
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