Capítulo 4
Quem garante
Que o que você é
É o que o outro espera de você?
Distante
O que você me diz do que eu sinto
Não sei porque
Quem garante
Que o que você é
É o que o outro espera de você?
Distante
O que você me diz do que eu sinto
Não sei porque
Quem garante
Que seguindo adiante eu possa enfim viver?
Sem me comparar
Sem entristecer
Sem tentar mudar
Sem poder entender
Não dá
Eu vou ter que sair pra poder voltar
Me ver
Me achar
No seu olhar
Pra entender o que é o gostar
Me ver
Me achar
No seu olhar
Pra entender o que é o gostar
Quem garante
Que o que você é
É o que o outro enxerga?
https://www.youtube.com/watch?v=96jT7_KCDZ4
(Isadora) Depois que liguei para o Meu amigo Fabio, neurologista ótimo por sinal, me peguei pensando, ele tem razão. Por que desse interesse todo? Eu não estou me reconhecendo, mal cheguei a essa fazenda, e já não quero mais sair. Eu sei que eu não deveria pensar nisso, mais não pude deixar de admirar a Agnes, ela é uma linda mulher, e toda essa fragilidade está acabando comigo. Não tenho certeza ainda sobre essa amnesia dela, contudo já tenho um norte... Eu não gostei desse tal Marcelo, ele esconde algo e eu não deixarei mais isso acontecer, sabe que meu maior empecilho não é ele. Sou eu mesma, por que isso vai levar tempo, eu terei que gastar tempo com ela, e tenho medo de me apegar e também que ela se apegue a mim...
Mais toda vez que ela me olha nos olhos, com toda a inocência das perguntas, a sensibilidade no falar, a sinceridade, eu me esqueço de tudo... Acabei de chegar e já estou assim, confesso que tenho medo. Medo de sentir algo a mais...
Em tempos atuais nós somos encorajados a não nós deixarmo-nos levar pela sensibilidade!
Essa frase ecoa em minha mente, eu tenho um misto de carinho e sensibilidade aqui dentro de mim, mas não tenho coragem de por para fora. E com a Agnes foi tão natural, eu sempre fui racional, e não quero mudar, mais sinto uma ameaça em mim. Ela tocou no meu lado mais lindo quando me pediu proteção e tenho que entender se estou me sentindo preparada para dá essa proteção.
Sempre fui movida pela razão, as emoções nunca poderiam me dominar, sempre quis tudo e sempre tive, me considero uma pessoa equilibrada emocionalmente, porém eu sei que ser assim não representa a minha personalidade como um todo.
Eu só me vejo como uma pessoa elaborada, racionalizada e fria!
É não entendi essa minha reação, esse cuidado com a Agnes... Não me encontro em meios a esses pensamentos, e despertei com mamãe me chamando.
-- Filha faz tempo que você está aqui sentada, a Agnes já perguntou por você umas trezentas vezes.
-- ela está bem? Aconteceu algo?
-- se acalme ela está bem sim... Minha filha você não queria vim não era? Está arrependida?
-- Não mamãe... Se eu não estivesse aqui, possivelmente nunca conheceria a Agnes.
-- você e ela se gostaram mesmo viu, por que ela está animadíssima como há tempos não a vi, e não para de chamar ser nome.
-- Mãe, você me acha uma mulher legal? Sou um bom ser humano?
-- logico que é minha filha, por que isso agora?
-- por nada, só estava pensando sobre algumas coisas...
-- você é a melhor filha do mundo, agora vamos entrar que parece que vai chover, o Doutor Marcelo vai chegar para o Jantar.
-- Não acredito esse homem só vive aqui é isso mesmo?
-- Isadora, ele namora a Agnes.
(Isadora) mamãe tinha que jogar na minha cara isso e não é a primeira vez...
-- mãe, eu não gostei dele... Ele não é quem parece ser
-- ele e gente boa filha, e vai casar com ela...
-- eu não quero saber sobre isso, dá pra parar?
Já estava irritada, que droga eu não preciso saber disso, alias nem quero saber... Esse Marcelo não presta e está ganhando todo mundo até minha mãe.
-- Calma Isadora não falo mais nada
-- me deixa só mãe
(Marta) Agnes conseguiu em um dia mudar minha filha, eu conheço essa menina... Ela está perturbada e quando fica assim, algo dentro dela está mudando... Somos diferentes mas, mãe é mãe e eu sei que ainda muita coisa vai acontecer... Nesse momento eu não me lembro de casamento, e sim do que pode vim a acontecer.
-- Onde está a Isadora? Ela não voltou?
-- OI minha filha, o que faz aqui em baixo? Saiu um pouco do seu quarto Agnes muito bem...
A Isadora, esta lá fora...
-- ela está bem? Por que ela não voltou como falou?
-- não sei minha filha, você quer que eu te leve até lá?
-- quero
(Agnes) Eu não conseguia tirar esse nome da minha mente, Isadora... Eu fazia um esforço para não esquecer, e sempre me esquecia de lembrar isso, minha cabeça e uma bagunça mais eu sinto falta dela, da aquela mulher que me faz querer-me, me abandonar com um simples olhar.
-- Isadora olha quem quer lhe vê
-- mãe me deixa em paz (Falei com raiva)
-- você não voltou como me prometeu (Agnes)
(Isadora) Eu estava me sentindo uma boba, com raiva de mim mesma... E morrendo de ciúmes também, quando ouço a voz da minha mãe não pude controlar a raiva, porém congelei na hora, quando vi que ela não estava só...
-- Desculpa Agnes, eu perdi o tempo e nem vi a hora passar (Isadora).
-- irei deixa-las sozinhas mais meninas, não demorem vai chover é muito... (Marta)
(Agnes) é bom estar perto dela, isso me dá paz.
-- posso ficar com você?
-- Melhor não Agnes, vai chover e não quero que você fique doente e também seu namorado, vai chegar e eu não estou a fim de entrar agora (Falei tudo isso, da forma mais fria possível, e me arrependi quando a olhei e percebi-a querendo chorar de cabeça baixa).
-- Tudo bem (Agnes)
-- me perdoa, eu não quero te fazer chorar, vem me dá um abraço (A puxei, e ela não negou, ficamos abraçadas, sem dizer palavra alguma, e ela chorava baixinho, eu já estava me praguejando por ter dito aquilo...).
-- não chore, por favor, você é muito linda para chorar sabia?
-- eu não quero dormi, e amanha me esquecer de você.
-- eu prometo, não deixarei acontecer isso, se for preciso eu te conquisto todos os dias tá bom?
-- você promete? Eu sei que amanha eu não vou lembrar-me disso, mais meu coração quer estar com você...
(Isadora) meu deus, ela tinha que falar isso? Meu coração também que estar com você Agnes...
-- Prometo que sim...
--vamos ficar aqui fora? Tá frio
-- não mocinha, não quero que você fique doente, mais parece que não vai dá tempo da gente entrar, já vai começar a chuva, segura minha mão vamos ficar em baixo de alguma arvore enquanto essa chuva não passa .
-- tá bom
(Agnes) tanto tempo que eu não saia do quarto, nem via a chuva... Os pingos caiam, e eu estava ao lado de uma pessoa estranha, mais que me passava maior confiança, meu corpo estava com frio, mais eu sinto meu coração aquecido...
-- tá com frio Agnes?
-- um pouco
-- espera, veste isso... (Tirei uma jaqueta que estava vestida, e á agasalhei)
-- não precisa, você vai sentir frio.
-- precisa sim, eu não vou sentir...
(Isadora) realmente, a chuva não parava, e eu não sabia o que falar, e cada vez mais a Agnes ficava junto a mim...
-- pode me abraçar? É que estou tremendo
-- Poxa Agnes, se você ficar doente eu vou me sentir culpada, vem (ela ficou de costas pra mim, e eu a abracei pela cintura).
-- gosto de você... E de como você me abraça... Protege-me...
(Isadora) isso de novo não, há essa hora já perdi a razão, e não consigo pensar em mais nada, a não ser em proteger e cuidar da Agnes...
-- sempre vou te proteger, te abraçar e também eu gosto de você (Falei ao pé do seu ouvido).
(Agnes) é tão bom estar nos braços dela... Eu não me sinto só... Parece que a escuridão que há em mim está sumindo, não consigo dizer mais nada, apenas fecho meu olho e desejo o mais simples dá vida... Viver.
(Isadora) fiquei com a Agnes em meus braços até a chuva ir parando e quando dava pra entrar na casa, decidimos entrar...
-- vamos Agnes? Acho que já estão preocupados com você e comigo
-- vamos você vai ficar comigo? Não me deixa só
-- vou virar chiclete, prometo!
-- risos... Chiclete é bom? Não me lembro do sabor
-- é sim, um dia eu compro vários doces para você.
Seguimos leve, até a entrada da casa, porém meu sorriso já começou a sumir quando vejo um carro se aproximando...
(Marcelo) Estava caindo maior chuva, essa fazenda é um fim de mundo, e sou obrigado a vim aqui, toda noite venho aplicar remédio para insuportável dormi, e quem sabe hoje eu possa aproveitar esse corpinho, e ganhar alguma coisa, quanto mais sedativo melhor...
Porém me espanto, era aquela mulherzinha toda sorridente, com a Agnes do lado, em uma chuva dessas, dá onde será que elas vêm?
Estaciono o carro, e sigo para encontra-las.
-- Boa noite meninas (Marcelo)
-- Isadora, quem é ele? (Agnes)
-- sou seu namorado, não lembra? Cadê meu beijo amorzinho?
-- não chega perto de mim (Agnes)
-- sinto muito “amor” acostume-se, hoje eu irei dormi aqui com você.
(Isadora) eu não falei nada, o sangue já estava subindo a minha cabeça, eu queria acabar com esse homem e não sei como estou calada até agora.
-- Isadora, não me deixa só, por favor, (Agnes).
-- nunca vou te deixar só Agnes, entra para casa, vai pro seu quarto, eu vou já pra lá...
(Marcelo) pelo visto elas já estão criando amizade, essa garota insuportável, já escuta essa mulherzinha chata...
(Isadora) quero vê até onde esse doutor que chegar mais, na Agnes ele nunca mais toca...
-- Que foi doutor? Surpreso?
-- imagina Isadora
-- não fico surpreso com mais nada, ela é louca sabia? Cuidado
-- louco é o senhor, isso sim... Olha você não me engana, eu conheço muito bem, gente da sua laia, você pensa que me engana, tá estampado na sua cara a falsidade
-- não se meta comigo, você não sabe do que eu sou capaz.
--VOCE NÃO SE META COMIGO, E NUNCA MAIS OBRIGA A AGNES A NADA, EU JURO NEM QUE EU ACABE COM MINHA VIDA, ANTES DISSO EU ACABO COM A SUA.
Falei isso, com toda a certeza do mundo, ele não vai encostar a mão nela, nem vai ofendê-la.
Entrei em casa furiosa, batendo a porta e encontrei seu Pedro.
-- Pedro, não deixe esse crápula do Marcelo entrar aqui, ele só que fazer mal a tua filha. Ele que tá deixando ela pior...
-- como assim menina? Que aconteceu?
-- não dá pra explicar agora, mais não deixa ele subir pro quarto dela...
Corri o mais rápido que pude, ate o quarto da Agnes, e ela não abria a porta já estava me desesperando...
-- Agnes abre essa porta, sou eu... Isadora
Não vou te deixar só, me deixa entrar, lembra eu vou te proteger
(Agnes) não entendo esse medo que me deu, mais ao olhar pra aquele homem que se diz meu namorado, eu senti um medo tão grande, eu corri pro meu quarto, e não quero mais falar nada, e não quero vê ninguém, minha cabeça dói e minha vontade e de sumir... Olho em volta, e encontro uma bandeja com comida, e vejo que nela a uma pequena faca... Não importa mais nada, só quero sumir.
Continua
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]