Depois da Tempestade
A chuva castigava o solo já inundado, as terras de Volois a algumas semanas não mostravam seu brilho, o povo se escondia em casa rezando, suplicando para um deus invisível, que parasse com tal punição, na floresta não se ouvia nenhum ruído além do gotejar, e embora fosse véspera de lua cheia nem mesmo os lobos uivavam.
Era como se apropria natureza lhes aplicasse um castigo, e o povo que a alguns dias estava em festa após o término de uma batalha ao qual o rei Francisco I, havia saído vencedor, naquele ano de 1515, agora se amedrontava, os estragos eram grandes, a comida se acabava, assim como a fé nas orações descrentes.
No entanto alguém parecia ter ouvido aquelas preces, pois quando as primeiras horas da manhã chegaram a chuva cessou, e o sol surgiu tão forte que quem não estivesse por aquelas terras dificilmente acreditaria que a semanas viviam um caos.
-Puchem! Puchem!
Juan Henri já estava de pé, acompanhado de seus homens percorriam a propriedade avaliando os estragos deixados, no entanto naquele momento se encontrava parado na estrada, bloqueados por um grande tronco de árvores que os fechava de um canto a outro, cordas grossas foram amarradas para que os serviçais o tirassem do caminho, irritado com a demora o administrador desceu de sua montaria e se juntou aos outros na árdua tarefa.
após horas de trabalho Juan retornou com seus homens para casa de seu senhor, trazia no rosto o cansaço daquele longo dia.
-E agora Juan, o que faremos?
Harry o empreiteiro lhe perguntou quando começaram a se aproximar do que um dia fora o castelo de Volois, a tempestade havia derrubado o telhado e de cima para baixo as salas foram inundadas, várias paredes haviam cedido, por este fato Lois Riquelme andava muito irritado, tanto que se negava a dar as caras entre seu povo,o senhor de Volois se preocupava muito mais com seu castelo do que com toda aquela gente desesperada
-Farei um relatório ao senhor. -internamente o administrador gemia de frustração, duvidava que Lois Riquelme se importaria com os estragos que a tem´pestade deixara.
-Irei contigo então, a dois será mais fácil de encarar nosso senhor, digo explicar a nosso senhor.
Juan soltou uma breve gargalhada ao ver o sorriso forçado de Harry, os dois conheciam o gênio difícil do senhor, assim como sabiam que lhe reportar sobre os estragos não serviria para nada.
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Louis Riquelme andava de um lado para o outro no único aposento inteiro que restava, as veias saltadas em sua testa pulavam ainda mais a cada novo barulho.
-Fique quieta mulher!
Estourou por fim com a jovem esposa Amelia, a moça ainda aterrorizada tremia em seu refúgio improvisado contra a chuva, um canto próximo a parede tendo uma mesa como teto, a mulher correu para lá e dividirá o lugar com suas criadas enquanto o dilúvio caia, até mesmo Louis se juntará a elas nos momentos que os raios e trovões rugiam fortes no céu.
Amelia olhou para seu marido, a expressão fria na face, a pele mostrava um corte raso agora já coagulado, uma das janelas havia o ferido ao desabar, a jovem ao invés de se aquietar voltou aos soluços, Louis sentiu sua fúria subir, mas procurou se conter.
-A tempestade acabou Amelia, acalma-te! -se ajoelhou perante a mulher a fitando sério. -Tu é a senhora deste castelo tem que ser firme.
-Eu estou sendo meu esposo. -sussurrou entre soluços. -estou apenas a rezar… apenas rezo.
Louis avançou selvagem sobre a jovem fazendo seus rostos se aproximaram.
-Reze em silêncio, tu não me deixas pensar.
Foi nesse momento que Juan e Harry adentraram o aposento, Louis se afastou encarando a ambos, a visão dos homens estranhamente o acalmou, sabia que as notícias seriam péssimas e pisando firme foi até eles.
-Chegaram bem na hora, vamos. -e usando desse pretexto Louis finalmente se afastou da esposa aliviado de estar longe de todo aquele choro, guiou o administrador e o empreiteiro ao seu gabinete.
-Serão semanas para re-fazermos todas as vigas principais, logo depois reparamos as que puderem ser salvas e então partiremos para as paredes e os reparos internos. -Harry expunha o plano de construção aos danos sofridos. -também teremos que desbloquear nossas estradas e prestar socorro a toda essa gente. Meu senhor creio que mesmo com toda a mão de obra que temos não terminaremos antes que o inverno chegue.
Louis assentiu, tudo aquilo o aborrecia, aquela tempestade viera para o afastar ainda mais de sua alquimia, justo agora que ele descobrira o ingrediente que lhe faltava e a tão sonhada pedra filosofal estava cada dia mais próxima de tomar forma, mas naquele momento não via o que fazer, fitou os dois homens que o serviam a quase dezesseis anos com lealdade.
A o que parecia apenas seu castelo nas masmorras sairá ileso do dilúvio, no entanto o senhor de Volois se desagradava ao pensar em dividir seus servos uma de suas acomodações.
-Como estão os padres? -indagou virando-se para Juan.
-A igreja por algum milagre continua intacta, e o mosteiro teve poucas avarias, nada que não possa ser consertado em um dia ou dois.
-Certo. Que os mais desafortunados sejam encaminhados para estes dois abrigos, lá o povo poderá rezar assim como gostam em tal situação, o castelo das masmorras ficará para mim e minha gente.
Juan já esperava tal reação, até mesmo havia mandado avisar sua esposa Aimé que preparasse o local para seu senhor, no entanto, mesmo que esperado Juan ainda se entristecia pelos servos.
Louis Riquelme não voltará aquelas masmorras a exatos quinze anos, era como se aquele lugar fosse assombrado pelos fantasmas daquela noite em que castigada, Melisa fora jogada aos lobos, ao amanhecer daquela noite de 1500 sobre a capa de padre restaram apenas pedaços de carne e ossos, souberam ser da jovem pois o corpo carregava em seu peito a marca da escória, mesmo que desfigurada. Desde aquele dia Juan pagava pelo erro de seu senhor, cumpriu seu juramento de proteger Aimé, quando a jovem cresceu e começou a despertar os olhares masculinos lhe propôs casamento, para afastá-la de qualquer perigo, Louis não ousaria desejar sua mulher. Com o tempo aprendeu a amá-la, mesmo que Aimé nunca lhe mostrasse mais que o mesmo olhar frio, maldito seja aquele dia.
Juan nunca a vira sorrir de verdade, o que mais se aproximou disso foi o singelo riso que a jovem soltará ao lhe dizer que jamais a forçaria a ter algo com ele, partiria da vontade de Aimé a consumação do casamento. Ela nunca o procurou, e com o passar dos anos Juan se acostumou a seu papel de tutor, o administrador chegou a temer que algum dia Louis exigisse algo com a jovem, Aimé se tornara uma linda mulher, certamente a mais bonita entre as demais empregadas, Louis sempre usava de seu poder para ter uma delas em sua cama, mas ao que parecia o olhar selvagem dela o manteve afastado, o senhor de Volois abençoará a união dos dois e ignorava Aimé, o administrador ficava aliviado por isso, em outras condições ele tinha certeza que seria feliz com aquela mulher, mas o destino dera outro rumo a eles, só lhe restava se conformar, se Louis Riquelme ao menos cuidasse de seu povo
-Algo mais Juan?
A voz do senhor o acordou do breve devaneio, o administrador se recompôs antes de lhe responder.
-Não meu senhor, ordenarei agora que suas vontades sejam cumpridas, no mais tardar até a noite tudo será ajeitado, e dentro de algumas horas sua carruagem estará pronta para levar a ti e nossa senhora até o outro castelo.
-Ao trabalho então!
Naquela tarde Louis Riquelme partiu rumo ao castelo das masmorras, munido de suas coisas e sua gente.
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Aimé servia o chá calmamente, a louça de aspecto muito fino estalou quando está pousou o bule em seu descanso, teve vontade de xingar, mas se conteve ao notar que Amelia de Riquelme lhe olhava com certo interesse.
Odiava esses momentos, era repugnante ter que suportar a companhia da senhora, não que Amelia fosse de todo o mal, mas a muito Aimé decidira odiar tudo referente a Louis Riquelme, a quinze anos se dedicava a mascarar seus sentimentos, a todos só dirigia seu olhar selvagem, assim se protegia de qualquer um que tentava uma aproximação, seus momentos felizes eram apenas seus e de ninguém mais, assim como todos de seu clã, se entendia melhor com os lobos que com os homens.
-Eu estou gravida.
Aimé não compreendeu o que Amelia dissera, apenas quando foi repetido pela terceira vez aquelas palavras fizeram sentido em sua cabeça.
-Tem certeza?
-Acho que sim... -Amelia mordeu os lábios inconsciente, gesto que a não passou despercebido pela outra, a senhora já se arrependia da confissão, Aimé lhe despertava algo desconhecido, Amelia não sabia como explicar, por vezes tentara se aproximar da jovem, mas sentia que se ela se incomodava, era quase como se ela se obrigasse a manter o convívio, não havia do que reclamar Aimé era ótima no que fazia, vira isto mais de perto ainda nas últimas semanas que ocorrera a tempestade, além de ser uma mulher muito inteligente se comparada as outras criadas, Amelia adoraria uma aproximação, alguém com quem conversar, no entanto por mais que tentasse chamar sua atenção ela era fria, outra que coisa que Amelia reparou foi que a mulher sempre se afastava quando seu marido estava por perto, se perguntava se Louis era a causa de tal frieza.
-Nosso senhor deve estar feliz eu imagino. -comentou Aimé educadamente voltando a encher a xícara.
-Ainda não tive coragem para contar, louis anda tão irritado por esses dias…
-Bom talvez seja mais sensato se manter calada.
O tom usado foi seco, a senhora a olhou como se a estudasse, Aimé então sorriu brevemente, a fazendo corar pelo ato inesperado, provavelmente era a primeira vez que Amelia via seu riso, e achou que o ar alegre combinava muito mais com a mulher que logo tratou de se explicar.
-As últimas semanas tem sido agitadas, talvez com os sustos e as preocupações minha senhora esteja interpretando mau os sinais, melhor aguardar pela certeza não é?
Amelia pareceu ponderar sobre a nova perspectiva assentindo em silêncio.
-Vendo por este lado você pode ter razão, o mais sensato é esperar… Louis deseja um filho, tenho que deixá-lo feliz.
-A senhora deveria se preocupar mais com a própria felicidade não com a dele, afinal um filho nem sempre traz felicidade. -a quelas palavras foram ditas com uma seriedade que fez os pelos de Amelia se arrepiarem.
Aimé tratou de se retirar, não suportaria ter que ouvir os lamentos da senhora sobre o esposo, Louis Riquelme era a seu ver a personificação do próprio satã, e só de imaginar que ele teria um herdeiro lhe despertava um ódio irreal, ele fora amaldiçoado em vida, e os seus a tempos esperavam por vingança, vingança por seu pai que morrera a suas ordens, por sua família destruída, obrigada a viver escondida, renegada.
Ela encostou-se a parede, a raiva chegava a cega-lá, sabia que Amelia não era culpada, a mesma só se casará com Louis a um ano, não conhecia o monstro que era o marido, o casamento fora algo arranjado pela família na busca pelo poder, e mesmo se um dia Amelia procurasse saber o porque a empregada tinha asco de seu senhor nada encontraria, sua família havia sido apagada de todos os registros, seu pai jogado em uma cova qualquer sem direito a um nome, a uma despedida, tudo a mando do senhor de Volois, Aimé rezava por um aborto, que como os seus, Louis Riquelme morresse sem herdeiros, deixando livre o povo daquela região.
Socou a parede a fazendo tremitar, e olhou suas mãos compreendendo porque seu ódio estava tão grande, hoje seria noite de lua cheia.
Seus olhos começavam a arder, seus membros doíam e o ódio bestial parecia tomar conta de si, logo a sede por sangue começaria. Se apressou em deixar o castelo, logo a dor seria insuportável, os pelos crescerem, então as garras tomariam forma, quebrando seus ossos e os remodelando, seu corpo iria se esticar, se modificar, até não lhe sobrar nenhum traço humano, apenas sua consciência restaria.
Aimé respirou fundo apertando o passo se esgueirando com cautela para fora do castelo, se transformaria em loba, iria rever os seus, se focou nisso, apenas aquilo importava, estar em seu lugar.
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Juan Henri trabalhou até tarde naquele dia, quando por fim deu seu dia por encerrado e voltou a seus aposentos o encontrou vazio, só então se lembrou que era uma noite de lua cheia, triste se pôs a tirar sua botas imaginando onde Aimé poderia estar, a quatorze anos o administrador descobrira a verdade sobre a esposa, e por seus ressentimentos por aquela noite guardara o segredo, mas as lembranças sobre aquela revelação ainda estavam vivas em sua memória.
Naquela madrugada de 1500 após deixar Aimé segura em seu quarto, Juan decidiu tentar salvar Melisa, aproveitou a troca dos guardas e se embreou pela floresta, caçou a jovem madrugada a dentro, mas não encontrou sequer um rastro, quando retornou ao castelo soube por um dos guardas sobre os restos encontrados, viu com seus próprios olhos o que sobrara da pobre, Louis Riquelme fez pouco caso partindo para seu outro castelo não voltando a pôr seus pés naquelas masmorras.
No decorrer dos meses Juan viu as coisas se acalmarem, Louis Riquelme se enfurnou em sua torre particular testando seus experimentos, e abandonou de vez seu povo deixando que o administrador cuidasse de suas terras, assim a vida de Juan seguia, no entanto algo fora do comum tornou a acontecer, crianças desapareciam das vilas sem deixar rastros, o povo dizia que era o próprio satã o responsável pelos sumiços, corriam boatos que o senhor de Volois tinha um pacto com o demônio e que lhe pagava com as almas puras das crianças, Juan não acreditava na sandice do povo, mas pediu que um exorcista fosse chamado pela igreja, caso fosse esse o caso ele resolveria.
Alguns dias depois o corpo de religioso fora encontrado, retalhado por um lobo, e voltou a acontecer o mesmo na lua cheia que se seguiu, cansado de tudo aquilo o próprio administrador se vestiu de padre e seguiu pela estrada em uma noite de lua, enquanto caminhava Juan pensava em Aimé, se algum dia lhe perdoaria pela morte do pai, talvez se desse um fim ao monstro pagasse um pouco de seus pecados.
A besta pesava em sua mão, o dedo no gatilho pronto para disparar a qualquer momento, Juan já pensava em voltar para o castelo quando o animal surgiu, correndo veloz em sua direção, a forma ainda meio humana, correndo em duas patas e aquele olhar frio que lhe era tão familiar, ai veloz em sua direção, a cerca de madeira em pedaços as suas costas, o administrador não pensou em nada quando atirou a primeira flecha, o animal tombou de lado uivando de dor, Juan aproveitou a chance para armar novamente a besta, travou a flecha na arma e qual não foi seu desespero quando a mesma falhou ao puxar o gatilho, o animal já corria novamente em sua direção, ainda meio homem meio lobo, juan viu a morte passar diante de seus olhos quando as garras formaram um ataque, suas pernas cederam e ele tombou ao chão antes que o golpe lhe atingisse.
Horas depois o administrador acordou, o rosto coberto pela terra batida, o corpo úmido da brisa noturna, a imagem do animal tão viva em seus pensamentos, ele o deixara viver, o céu já clareava quando entrou em seus aposentos, trocou rapidamente de roupas se livrando da capa de padre, precisava contar a alguém.
O quarto que pertencia a Aimé estava vazio, o administrator sentou na cama, seu corpo estava tenso, não sabia o que pensar, mas quando viu a jovem surgir no quarto através de uma pequena passagem pela parede, o vestido rasgado deixando os ombros a mostra,, um ferimento já cicatrizado, a flecha apertada em sua mão, quando seus olhos se encontraram com aqueles vermelhos chorosos, Juan apenas lhe estendeu os braços oferecendo carinho.
Entre os braços fortes que a acalentava Aimé confessou seu penar, os antepassados da jovem vieram da grécia antiga, ela era uma descendente de Lycaon, um imperador grego, Lycaon era um homem cruel, fanático pelos deuses do olimpo, em seus rituais sacrificava seu povo como oferenda, ela sabia apenas o que lhe foi contado através das gerações, que Zeus se transformou em homem e foi até o palácio de Lycaon lhe pedir abrigo, e o rei afim de comprovar se aquele homem era mesmo um deus ordenou que o servissem carne humana na refeição, Zeus ao ver aquilo atirou nele um de seus raios e emquanto o rei fugia da ira do deus, seu corpo foi se transformando no de um lobo, e a mesma maldição foi aplicada a seus filhos, que eram tão cruéis quanto o pai, assim os filhos de Lycaon se espalharam tendo seus próprios descendentes, e por demonstrarem arrependimento pelos erros de seus antepassados ganharam de Nyx a deusa da noite o dom de voltarem a ser homens nas noites de lua cheia.
Aimé ouvira aquela história de sua avó, não sabia dizer a Juan o quanto aquilo podia ser verdade, mas o que tinha certeza era que sua tataravó uma bruxa já do passado século 14, realizava seus próprios rituais pagãos na ultima lua cheia de outono, e foi em um desses rituais quando a velha bruxa se entregou a um dos descendentes de Lycaon que sua bisavó nascera, e ao contrário dos seus antepassados nas noites de lua ela se tornava o lobo, Aimé acreditava nesse ritual pois dele nasceu sua avó Lúcia, que também carregava no sangue a maldição, e mesmo que sua avó tenha lhe dito que se negava a se deitar com os lobos sua mãe também fora herdeira da maldição, está fora morta em uma noite de lua em uma armadilha para lobos, Melisa no entanto escapara de carregar o sangue de Lycaon, já ela Aimé era a portadora daquele fardo.
Naquela noite em que Juan encontrou os pelos no corpo dilacerado, fora Aimé, a jovem havia sido descuidada ao sair na calada da noite e fora vista por uma das vizinhas, a mesma com quem Juan pegara o testemunho sobre o lobisomem.
Aimé se culpava por tudo que acontecera, se tivesse tido um pouco de cautela Louis Riquelme jamais teria posto os olhos em sua irmã, sua família ainda estaria ao seu lado, Juan não seria o assassino de seu pai.
-Hoje a noite, você poderia ter me matado Aimé, porque não o fez?
-Eu senti seu cheiro e parei, eu não podia mata-lo Juan…
-Deveria ter me matado, assim se vingaria pela morte de seu pai, de Melisa.
-Melisa ainda vive.. -a confissão pegou o administrador de surpresa, ele mesmo vira os restos, a marca da escória queimada no peito a pele dilacerada, Aimé pareceu ler seus pensamentos. -Aquele era o corpo de Angelo, minha avó cortou o couro do peito de Melisa e ajuntou sobre o cadáver dilacerado pelos lobos.
-Por deus Aimé, se o que me diz for verdade temos que cuidar de sua irmã.
-Melisa vive entre os lobos agora, eu a visito nas noites de lua cheia, vovó me ensinou tudo sobre as passagens secretas sob Volois, assim posso sempre ir até ela.
-Me leve até lá então, tenho algumas economias, podiamos a tirar daqui, Paris talvez seja segura.
-Juan. -o administrador calou-se ao encarar os olhos frios. -Ela não ira, a poucos dias Melisa deu a luz a um bebê, um filho bastardo daquele demônio que se diz nosso senhor, nossa família não deixará essas terras enquanto não houver vingança.
-E você continuará a matar Aimé?
-Te prometo que não matarei mais ninguém além do senhor de Volois.
-Senhor Juan! -a voz da criada o trouxe ao presente, quase quatorze anos depois daquele dia, o administrador ainda parecia meio aéreo quando lhe ordenou que prosseguisse. -Nosso senhor pede sua presença em seu gabinete.
Foi com um sorriso no rosto que Juan seguiu ao encontro do senhor, lois Riquelme finalmente voltará ao castelo das masmorras, e como prometera Aimé naquele amanhecer de 1500, a vingança um dia chegaria, e o administrador podia jurar agora que ela estava bem próxima.
Fim do capítulo
Tá ai mais um cap, logo volto com o proximo, não deixem de comentar, me digam o que estão achando.
bjs Ams
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