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Loba por Ams

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Palavras: 3405
Acessos: 1315   |  Postado em: 06/10/2017

A Capa do Padre

  Padre Michael mantinha os olhos na estrada, vez ou outra chicoteava o lombo do animal que puxava a charrete a fim de apressá-lo, o Padre sentia o frio aos poucos amenizar conforme as primeiras horas da manhã se aproximavam e o sol dava indícios de surgir ao longe no céu.

  A charrete contornou a grande entrada de pedra que se encontrava a frente, Padre Michael maneou levemente a cabeça ao porteiro quando sua montaria ganhou os portões e seguiu pela estrada de terra que adornava os muros do feudo, mas alguns minutos de silêncio se seguiram até que ao longe avistou o amontoado de pessoas e rapidamente puxou as cordas cessando a caminhada do animal, pigarreou alto para chamar a atenção do nobre acompanhante.


  -È aqui meu senhor.


  Louis Riquelme, o senhor das terras de Volois, desceu da montaria, carregava na face uma expressão contrariada. A verdade é que não havia gostado nada de ter sido requisitado em sua residência em Volois antes mesmo dos primeiros sinais de amanhecer, ignorando todos a volta dirigiu-se direto a seu administrador, um jovem que não devia ter mais que dezoito anos e que requisitará sua presença ali.

  Padre Michael seguia a seu lado realizando o sinal da cruz a cada passo dado, a pequena multidão ao ver o senhor das terras se aproximando tratou de se dispersar rezando em voz baixa a modo que quando Louis Riquelme de Volois chegou a seu administrador restavam junto a ele apenas alguns monges, estes um pouco mais distantes abaixados sobre o monte de carne e trapos jazidos ao chão.


  -É o sexto…

  -Sei contar, Juan! -Louis de Volois, se abaixou remexendo os restos do cadáver com um graveto resgatado do chão, sua face continuava impassível. -Ao que me parece foi apenas um ataque de lobo.


  Juan Henri não discutiu. Os restos do corpo mostravam as marcas de garra, pouco se via do que restara do rosto, Juan se encontrava estarrecido, não imaginava que um lobo pudesse fazer tal estrago, se perguntava como ele havia quebrado o muro de proteção, pois um pouco mais a frente na estrada se via o buraco na madeira deixado pelo animal, o administrador julgava que aquilo não fosse possível, nunca vira algo assim quando seu pai administrava aquelas terras, mas lá estava o cadáver.


  -Quem era? -Louis lhe perguntou sem realmente mostrar algum tipo de interesse.

  -Um padre exorcista, meu senhor. -respondeu um dos monges enquanto reverenciava o dono daquelas terras. -Foi mandado para Volois, a modo de investigar todas essas chacinas, mas ao que parece o demônio que corre por essas terras agiu antes do que esperávamos.


  Louis de Volois estudou o monge com seu olhar frio, a grande hostilidade fez o religioso se retrair refazendo novamente o sinal da cruz.


  -Interessante!


  Lois tornou a se abaixar cutucando novamente o falecido com um sorriso zombeteiro tomando sua face.


  Juan Henri tomou frente a situação.


  -Meu senhor, já não há mais como ignorar, os rumores estão cada dia piores, a mortes desses exorcistas, toda lua cheia, temo que a situação fuja ao nosso controle, nem mesmo os muros foram capazes de deter este animal…

  -Muita coincidência, acredito que as madeiras do muro apenas precisem ser trocadas, de certo que estavam podres, não acredito que você, Juan, leva a sérios esses rumores de demônios.

  -Claro que não meu senhor, mas mesmo que conhecidencia o senhor não pode negar que os fatos nos trazem até aqui e que o povo se apavora.

  -Coincidência Senhor de Volois? -o monge exasperado tornou a encarar o senhor. -Olhe para os restos desse homem  e diga-me que isto não te lembra o próprio satan, diga-me se uma criatura capaz de tal ato parece pertencer a este mundo, cá pra mim meu senhor que estamos a lidar com o próprio satanás.


  Juan se abaixou sobre os restos os estudando mais uma vez, agora bem amparado pela claridade dos sol, só então reparou em algo que todos haviam deixado passar, entre os restos do que um dia fora a mão daquele padre se encontravam pelos, curtos e cinzas assim como punhados de fios de cabelo num tom comum de castanho, o administrador correu então até o buraco deixado no muro constatando o que já esperava, ali também os pelos emaranhados na madeira eram acompanhados pelos fios de cabelo.   


---------------------------------------- // -------------------------------------


  Louis Riquelme era um jovem fidalgo que acabara de completar seus dezenove anos quando recebeu a notícia que seus pai o até então Senhor de Volois havia falecido, fazendo dele o jovem senhor daquelas terras, a verdade é que Louis de Volois não tinha apreço nenhum por aquelas terras, arrogante, egocêntrico, autoritário e presunçoso, Louis Riquelme se mudará para a residência de Volois afim de supervisionar de perto o serviço de seu administrador, mesmo contrariado em ter que largar suas experiências na capital da frança, Louis de Volois se mudara, levando consigo apenas o necessário para dar continuidade a suas pesquisas na alquimia, ele sentia que estava próximo de algo, assim como os grandes alquimistas do ano de 1500 o senhor de Volois desejava obter a tão desejada Pedra Filosofal, vida eterna, transformar pedra em ouro, isto, era o maior sonho do fidalgo, e ele sentia que estava próximo, porém no momento sua atenção estava longe de sua amada alquimia, a descoberta de seu administrador Juan Henri, fez com que os boatos de que o demônio andava por aquelas terras se espalhasse. Em toda a terra de Volois o povo sussurrava suas crenças sobre o até então lobisomem, fazendo então que o Senhor fosse forçado a tomar alguma providência, por este motivo Louis de Volois partira acompanhado de seu administrador até um dos vilarejos em suas terras, a fim de interrogar uma testemunha que jurava ter visto o tal lobo no dia da morte do Padre.

  Louis Riquelme pensou em ignorar, provavelmente aquele seria mais um alarde falso, mas como o vilarejo era próximo ao local da morte teve de ir.

  Ao menos a caçada ao lobisomem o permitia se exibir perante o povo de suas terras, e seu ego gostava da submissão com que os outros se dirigiam a ele, todavia a caçada o afastava daquilo que lhe despertava prazer.

  Foi pensando em seus prazeres que passou pela entrada do pequeno vilarejo,seu servo representante ali, Ronald Grand já o esperava para o conduzir até a testemunha, calado Louis de Volois caminhou junto ao servo e o administrador, deixando que o segundo conduzisse a situação e posteriormente o interrogatório, se afastou um pouco de onde os empregados conversavam e permitiu que seus olhos correrem por aquelas terras, porém em meio ao caminho de sua vistoria sua atenção sua atenção se voltou a uma jovem silhueta, bela e graciosa, não percebeu quando o servo se aproximou começando um pequeno discurso de como aquelas terras vinham se valorizando.


  -Quem é a moça? -o interrompeu, imponente.


  Ronald Grand acompanhou o olhar do senhor estufando o peito de orgulho ao lhe responder.


  -Eis minha filha, a mais velha delas, Melisa.

  -Ela é uma moça tão formosa caro amigo, como não a reparei antes, acaso escondes ela? -louis tinha um brilho selvagem no olhar ao contemplar a garota, brilho este que não foi visto pelo tolo servo.

  -Creio eu, meu senhor que já a tenha visto, porém Melisa mudou muito no último ano, minha filha é uma pequena dama, me lembra muito minha finada esposa, sinto-me triste em pensar que em alguns dias irei casa-la, Angelo o sortudo, filho do ferreiro.

  -Vai casa-lá… Não me lembro de autorizar tal ato, pensava em fazer isto sem meu concentimento?


  O senhor de Volois mudou seu tom de voz, agora rude ele impunha suas palavras ao criado, Ronald engoliu em seco.


  -Jamais cometeria tal disparate meu senhor, foi vosso pai que escolheu a data do casamento, no aniversário de doze anos de Melisa, vosso pai estava visitando o castelo das masmorras e ele mesmo escolheu a data para quando a menina completasse seus quinze anos, jamais me ocorreu que deveria pedir também a tu meu senhor.


  As palavras do pobre pareceram convencer o jovem senhor, o mesmo tirou algumas moedas do bolso entregando ao servo com um singelo sorriso a nascer no rosto.


  -Pegue meu amigo, um presente meu aos noivos.


  Ronald Grand pareceu ponderar por um momento sobre a bondade de seu senhor, no entanto ao se deparar com a ira contida naqueles olhos baixou a cabeça recebendo as moedas de bom grado.


  -Eles ficaram muito felizes, meu senhor com tua bondade.

  -Claro, claro. -Louis estudou o rosto do outro antes de completar. -Porém a este preço, espero que saibas que espero sua filha ainda virgem após o casamento em meus aposentos.


  O servo sentiu sua face empalidecer, olhou para o senhor sem crer no que ouvira, e exasperou-se ainda mais ao constatar no olhar cínico que ele não brincava.


  -Deixe a menina Senhor de Volois. -os dois homens se viraram se deparando com uma velha mulher.

  -E quem és tu para afrontar-me?

  -Não ligue para ela senhor, é minha sogra, a muito já não anda boa das ideias. -Ronald tratou de interceder antes que a ira do senhor se aflora-se.

  -Quieto Ronald, ou se esqueceu com quem fala. -Ronald tornou a estremecer perante a sogra, se sentia diminuído perante as duas figuras a sua frente. -Sou Luercia de Lykos, filha de Luanda de Lykos, conhecida a todos por Lycaon, assim como minha mãe também carrego o mesmo apelido.


  Louis de Volois se esforçou um pouco até se recobrar do nome, Lycaon jovem bruxa que matara muitos em suas terras, aquela a qual as maldições lançadas nunca deixaram de se cumprir, seu nome era conhecido até pelas ruas de Paris, mesmo anos depois de ser enforcada e queimada muitos ainda se assombravam ao ouvir aquele nome.


  -E tu és bruxa também? -agora sua voz minha cheia de receio e temor.

  -Jamais meu senhor, dela carrego apenas o apelido, no entanto se fosse tu daria mais ouvido aos meus dizeres.

  -Se não és bruxa não vejo o que temer, espero sua filha, intacta para mim.


  O senhor de Volois partiu então, seguido por seu administrador.


---------------------------------//-------------------------------------



  -Eu amo o Angelo, é dele meu coração, não posso me sujeitar a isso, não posso. -a pobre menina chorava no colo da avó, seu pranto podia ser ouvido de longe.

  -Sinto muito minha filha, mas terá que passar por isso… -o pai também chorava ante o desespero da filha, mas se sentia atado naquela situação. -Se tu se negar é bem capaz de nos trazer a morte, é isto o que queres Melisa?

  -Eu prefiro morrer, mil vezes a morte a deitar-me com um homem como ele.

  -Cala-te Melisa, ele é nosso senhor, pertencemos a ele, trabalhamos para ele, é dele nosso sustento, nossa vida.


  Melisa deixou sua casa ainda aos prantos, foi ao encontro de seu amor, rogando a Deus que não permitisse que passasse por tal atrocidade, se a justiça divina existia, ela a esperava agora.

   Angelo avistou a noiva ainda longe, abandonou a peça em que trabalhava indo a seu encontro, quando se aproximaram a jovem se jogou em seus braços despejando sobre ele seu penar, e entre um soluço e outro se deixou reconfortar entre as carícias do amor, mas toda aquela paz que o jovem lhe transmitia não durou muito.


  -Melisa, tu teras que se sujeitar a isso. -aquelas palavras vieram como facadas em seu peito, não esperava por isso, não sabia como lidar, e novamente se entregou ao choro.    -Meu amor, ir contra as vontades do senhor só nos trará a morte.

  -Pois prefiro morrer Angelo.

  -Minha amada, prometo que te farei a mulher mais feliz quando nos casarmos, mas negar a ele algo que deseja significa morrer, se houvesse alguma maneira… eu não suporto pensar em outro homem contigo, mas….


  A moça apenas chorava sem emoção, o jovem casal permaneceu abraçado até não haver mais lágrimas a serem derramadas.


  -E se fugisse-mos. -a ideia pareceu ainda mais absurda após o rapaz pronunciá-las, mas Angelo amava demais aquela mulher para deixa-la assim, ele precisava fazer algo para livrá-la daquilo.

  -Desafia-lo significa morrer. -repetiu Melisa.


  O jovem estudou o rosto da amada em busca de uma confirmação, colou seus lábios aos dela em uma pequena demonstração de seu amor e ao se separarem sentenciou.


  -Iremos fugir meu amor, logo após a cerimônia iremos fugir.


-----------------------//-------------------         



  Louis Riquelme bufou de raiva, seus desejos a flor da pele pediam para serem saciados, a dias sua imaginação aflorava sobre a imagem da jovem, nada nem mesmo sua amada alquimia supria as vontades que ela lhe despertava, tentara se distrair até mesmo com a caçada inútil ao lobisomem, mas a dias não surgiam novas pistas, Juan Henri planejava uma armadilha para aquela noite, esperava capturar o lobo naquela lua cheia, porém o Senhor de Volois tinha outra coisa em mente naquele dia, Melisa, já se passaram cinco horas desde que a jovem se casará, ela deveria ter vindo a seu encontro e sua demora fazia seu sangue ferver entre o ódio e o desejo, a porta de seu quarto foi aberta e seu desagrado ao se deparar com o administrador ao invés da moça, não poderia ter sido maior.


  -Eles sumiram, meu senhor.

  -Traga-me o pai! O açoite até que lhe conte o paradeiro da filha.

  -Meu senhor, foi ele quem me pediu para procurá-lo, me pareceu aflito, aquele homem é covarde demais para ir contra ti dessa forma.

  -Então o prenda na masmorra, diga-lhe para rezar que eu encontre a filha mais velha, ou a mais nova pagará, diga-lhe que ou Melisa aparece ou perseguirei e matarei a todos de sua família…. Faça melhor Juan o açoite na frente da filha mais nova, dez chibatadas, e então lhes conte o que farei, e o tranque nas masmorra!

  Juan Henri trincou o maxilar contrariado, antes de saldar seu senhor, não havia o que fazer, desobedece-lo só o traria a morte.

  Oito, oito vezes o administrador desceu a chibata em Ronald Grand antes que o mesmo caísse morto a seus pés, a sogra do pobre o olhava com pesar, decerto perceberá o quanto ele odiara cumprir aquela ordem, já a criança, a filha mais nova Aimé, tinha fúria no olhar, seus olhos vermelhos chegavam a cintilar ao encarar o assassino de seu pai.


  -Devo levar o corpo agora.


--------------------- // ----------------


  O casal se esgueirava entre as árvores da mata fechada, Angelo segurava firme a mão da esposa, o plano era chegar sair das terras de Volois, o jovem levará consigo todas as suas economias, e as do pai a quem roubara, a todo o momento o casal se assustava, o medo de serem assaltados ou  mortos pelos lobos que viviam naquela região nem se comparava a o de serem pegos pelo senhor, caminharam por horas, parecia que só haviam eles no mundo chegaram a pensar que estavam perdidos, até que o primeiro latido surgiu, desesperam-se, apertaram o passo, mas a cada minuto os latidos aumentavam seguidos agora pelos cascos de cavalos, Melisa jogou-se ao chão exausta, as vestes arranhadas, as pernas riscadas pelos espinhos do tortuoso caminho.


  -Foge Angelo, é a mim que ele quer.

  -Não deixarei você meu amor, e duvido que se partisse ele não me caçaria, desafia-lo significa morrer.

  -Então não daremos esse gosto a ele.


  Angelo assustou ao ver a amada puxar uma faca da faixa presa a cintura do vestido e ainda mais quando ela a levou ao próprio peito.


  -Ele não terá nenhum de nós vivos. -o rapaz tomou a faca da mão da amada. -Fecha os olhos meu amor.


  E Melisa fechou, mas a morte não veio, quando voltou a abri-los, Angelo agonizava ao chão com uma lança fincada em sua costa, e ela gritou, gritou ao encarar o sorriso zombeteiro na face de Louis Riquelme, gritou até a voz começar a falhar, e então deixará de gritar, de ter medo, até mesmo de respirar, e embora seu coração continuasse batendo, e seus olhos acompanhavam cada cena a seguir, cada gota de seu sangue que escorria e se misturava a do homem sobre si, Melisa já estava morta, sua alma morrerá no momento que a corda se enrolou sobre o pescoço de Angelo, no momento que os olhos do amado brilharam pela última vez “Para servir de exemplo” o Senhor de Volois gritará a seus guardas antes de se jogar sobre ela, no momento que Angelo partiu desse mundo, Melisa deixou de sentir.


----------- // -----------


  Melisa era apenas um corpo e nada mais, seu ventre machucado das horas de tortura que passara com o Senhor, onde ele realizará seus mais cruéis desejos sórdidos, em seu corpo as marcas de unha por onde as mãos dele lhe tocaram e em seu peito, cravado a ferro quente, a marca da escória de Volois brilhava banhada a sangue. O cadáver de seu pai estirado a seus pés era agora retalhado pelo senhor diante de seus olhos.


   -Eu poderia ter sido bom contigo Melisa, mas tu me desafiaste. -Louis Riquelme parecia ainda mais fora de si, sibilava de ódio sobre o silêncio, e a tortura continuou até que se desse por satisfeito. -JUAN!


  O administrador ao ouvir o chamado adentrou o aposento, seus olhos percorreram a masmorra, se detendo a jovem, ao brasão da escória queimado em sua carne, Juan se perguntava como ela podia suportar tanto, seu desejo era correr até ela e ampará-la em seus braços, e lhe trazer de volta o sorriso verdadeiro que muitas vezes ela o dirigiu, mas ir contra o senhor era pedir pela morte, então ele conteve suas vontades reverenciando seu senhor.


  -Leve-a para a floresta, a cubra com o manto do padre, tu não precisava de uma isca? A jogue aos lobos é mais do que ela merece.


  Juan não disse nada, se apressou em soltar as amarras que a prendiam levando-a em seu colo, mas estancou no lugar ao ouvir a voz da jovem.


  -Um dia Louis Riquelme de Volois, eu tomarei tudo aquilo que é seu, seu ouro, seu orgulho, sua dignidade e quando não tiver mais nada em sua vida eu o retalharei pedaço por pedaço…


  A voz saiu baixa, fria, como uma sentença proclamada, Louis Riquelme ao se dar conta do que fora dito soltou uma sonora gargalhada ao passar por eles.


  -Eu já tirei tudo o que queria de ti, já está morta e os mortos não andam por esta terra.


O Senhor Feudal partiu, Juan fez o que lhe foi ordenado, desejando que a morte viesse logo buscar aquela alma tão sofrida, para Melisa o Administrador desejava somente a paz, e ao deixar o corpo semi-morto em meio a floresta jurou a si mesmo não deixar que nada acontecesse a irmã menor, por este motivo voltou a pequena casa onde mais cedo chicoteara o pai, encontrou a menina sozinha, nenhum sinal da velha, temeu que Louis houvesse feito algo, mas logo descartou a hipótese, ele estava entretido demais com Melisa, e se houvesse se lembrado do resto da família obviamente era a ele que passaria suas ordens.


  -Onde está sua avó Aimé?


  A pequena lhe ignorou, Juan teve a impressão que ela escondia algo, mas fingiu não notar, as horas passavam e nada da velha retornar.


  -Ela não vai voltar não é? -a pequena acenou uma leve confirmação. -Então você virá comigo, eu te protegerei de agora em diante.


----------------------- // ----------------------


  Melisa despertou com a dor em seu corpo, a boca seca, se arrastou por metros até seu corpo afundar sobre as águas de um pequeno riacho, a água parecia limpar sua alma, levando as impurezas deixadas sobre seu corpo, vislumbrou do outro lado da margem uma pequena caverna e usou suas últimas forças para se esgueirar até lá, quando sua costa tocou a parede úmida e suas forças por fim a abandonaram, dentro de sua cabeça só ecoava uma única palavra.

Vingança….Vingança….


---------------------- // -------------------

 

   Louis Riquelme se escorava na janela em seus aposentos no castelo sobre as masmorras, seus olhos não abandonaram por um minuto a floresta a frente, mesmo que a escuridão o deixasse ver nada, quando o primeiro uivo cortou a noite sorriu satisfeito, deixou a janela pela primeira vez tomando consciência que suas vestes ainda continham o sangue da imunda, e ao olhar para sua mão coberta pelo sangue dela, um arrepio o tomou, entre os cabelos presos a seus dedos, pequenos pelos cinzas se enroscavam.

Fim do capítulo

Notas finais:

Volois = nome ficticio das terras onde se passa esta história.

Era costume da época que senhores de terras ou com titulo nobre os incorporasse ao nome ex: Louis Riquelme, senhor das terras de Volois = Louis Riquelme de Volois.

 


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