Dueto: perdurável

8º aniversário da Jeannine

Luiz e Mieko, parece que foram feitos um para o outro, um daqueles casais que quando são vistos juntos, geralmente as pessoas comentam que combinam e que formam um belo casal. Inicialmente, Mieko levou um susto quando o resultado do exame foi positivo, sempre quis ser mãe, mas ainda era cedo, foi um choque, teve negação e desespero. Diferente de Luiz, que comemorou intensamente a paternidade desde o início. Quando descobriram que o bebê era um menino, o paizão ficou ainda mais radiante. A gestação foi saudável, sem surpresas e sem problemas. O casal tinha um combinado, se fosse menina, Mieko escolheria o nome. Já se fosse menino, Luiz poderia escolher e contou com a ajuda da irmã.

- Lay, pensei em três nomes, me ajuda!

- Quais?

- Luiz Filho (falou segurando a risada).

- Deixa de ser bobo. Você está brincando né.

- Estou sim e sua cara foi hilária.

- Palhaço!

- Pensei em Enzo, Gael e Nicolas.

- Uau! Nomes bonitos, gostei dos três.

- Me ajuda a decidir.

Os dois olharam os significados dos nomes e ficaram um bom tempo pensando; até decidirem por Nicolas, que significa vitorioso.

Nicolas nasceu em uma sexta-feira, às cinco horas da tarde, pesando 3,250 kg, com 50 cm de comprimento, todo perfeito e lindo. Luiz acompanhou e filmou todo o parto. A família ficou toda em festa com a chegada de mais um integrante. Vitória fez questão de ser a pediatra do sobrinho e os pais de primeira viagem seguem à risca todas as orientações dela. Luiz é um pai maravilhoso, aprendeu a fazer massagem na barriguinha do bebê, que algumas vezes teve cólica e auxilia Mieko em tudo; aprendeu a trocar fraldas e até a dar banho em Nicolas, que é muito dorminhoco.

Jeannine se apaixonou pelo priminho e já queria que o pequeno crescesse logo para brincar com ela. Certa vez, Mieko tinha terminado de amamentar Nicolas e Jeannine pediu:

- Tia Mie, deixa eu experimentar seu leite?

Lay, Luiz e Vitória ficaram sem reação, pois ninguém esperava aquele pedido.

- Claro, deixo sim. Luiz, pegue o Nicolas, por favor. Jeannine, senta aqui no meu colo.

- Filha, toma cuidado para não machucar a sua tia, não pode morder, tem que ch*par e devagar (orientou Vitória).

Jeannine se acomodou no colo de Mieko e sugou por alguns segundos.

- Não é gostoso. Melhor dar comida para o Nicolas (afirmou).

Todos deram risada com a espontaneidade da criança.

- Você quer ter um irmão ou uma irmã? (Mieko perguntou).

- Não (ela respondeu rapidamente).

- Porque não? (Luiz questionou).

- Nem sei, mas não quero.

- Você não quer ter um irmãozinho para brincar com você? (Mieko pergunta).

- Quando o Nicolas crescer a gente brinca e eu já tenho coleguinhas para brincar.

- Ela gosta de ser filha única (Lay comentou).

- Eu e a Mieko, queremos mais um daqui uns anos (Luiz contou).

- Verdade, quando Nicolas estiver um pouquinho maior, tentaremos uma menina.

- E vocês? (Luiz indagou).

- Nós não temos planos para aumentar a família não (Lay revelou).

- Eu sempre sonhei em ser mãe e adotar. Não posso gerar (Vitória se manifestou).

- E você Lay, não tem vontade? Poderiam fazer inseminação (sugeriu Mieko).

- Não, só de imaginar me apavoro. Eu não consegui nem assistir a filmagem do nascimento do meu sobrinho, no lugar do Lu, eu nem participaria do parto e muito menos filmaria; cairia desmaiada isso sim.

- Sério? (Vitória perguntou dando risada).

- Sim e não ria (reclamou fazendo bico).

- Lay, temos que ir (Vitória falou consultando o relógio).

- Ruiva, temos mesmo.

- Mas, já? Fiquem, vou fazer pudim (disse Mieko).

- Cunhada, é que a Jeannine, tem uma festinha mais tarde e ainda nem compramos o presente da aniversariante.

As três se despediram e seguiram para uma loja de brinquedos. Compraram dois jogos de tabuleiro.

- Jeannine, como é presente para a sua amiguinha, pedi para embrulhar e colocar num pacote bem bonito (Vitória explicou).

- Obrigada! Não tenho mais medo destes papeis, são bonitos e coloridos. Só não podem pegar fogo.

- Princesa, tudo bem? (Lay perguntou).

- Tudo. Qual roupa vou vestir para ir no aniversário?

- Uma bonita e confortável, para você brincar e vou trançar seu cabelo.

- Coloca fitas?

- Sim!

Lay trançou o cabelo da filha com fitas coloridas e no final da tarde deixaram Jeannine na festinha de aniversário da Yanna. As duas estudam juntas, Yanna é um ano mais velha e também faz balé com Jeannine, as duas amiguinhas são inseparáveis.

Um mês após o aniversário, Jeannine recebeu um novo convite de Yanna.

- Mães, posso fazer piquenique com a Yanna?

- Quando? (Vitória perguntou).

- No sábado, lá no sítio da avó dela.

- Mas onde fica este sítio? (Layza questionou).

- Não sei, mas ela disse que é bonito e que tem bichinhos.

- Melhor conversarmos com a mãe dela e ver direito isso (Lay sugeriu).

Ainda naquele dia depois da aula de balé. Jeannine puxou as mães para falarem com a mãe da Yanna.

- Oi tia Lu.

- Oi Jeannine, tudo bem?

- Tudo!

- Olá! Meu nome é Luciene e sou a mãe da Yanna. (A loira se apresentou).

- Olá! Meu nome é Vitória e somos as mães da Jeannine.

- Prazer, Layza. Como vai?

- Bem. Yanna adora a filha de vocês e a Jeannine é um amor de menina.

- Obrigada! (Vitória e Layza agradeceram juntas).

- No sábado, vamos fazer um piquenique para a Yanna e os priminhos, no sítio da minha mãe. Eu falei que ela poderia chamar uma amiga.

- Jeannine nos contou sobre o convite. Onde é o sítio? (Lay perguntou).

- Em Atibaia, vamos sair no sábado de manhã, almoçamos na cassa da minha mãe, à tarde será o piquenique e retornamos antes de escurecer.

- A Jeannine pode ir? (Yanna pediu).

- Podem ficar tranquilas que não descuidarei nenhum minuto e elas nem dão trabalho.

- Pode ser então né Lay (Vitória consultou a esposa).

- Sim, tudo bem.

- Eba! Vai ser muito legal (Yanna comemorou).

- Obrigada (agradeceu Jeannine).

- Pretendo sair de casa às 9 da manhã (Luciene informou).

- Tudo bem, nós levamos ela no sábado então (Vitória acrescentou).

Elas se despediram e foram para casa. Jantaram juntas e depois colocaram a criança para dormir.

- Acho que a mãe da Yanna já sabia de nós, nem ficou surpresa quando nos apresentamos como mãe da Jeannine.

- Nós já cruzamos com ela nas reuniões do colégio e apresentações do balé. Você não lembra?

- Não.

- Nunca tínhamos conversado com ela, mas eu já tinha visto ela outras vezes.

- Andou reparando na mãe da amiga da nossa filha é dona Vitória?

- Deixa de ser boba e você sabe que prefiro morenas (falou beijando a esposa).

- Nossa nem perguntamos o que temos que mandar para o piquenique.

- A gente monta uma cestinha com algumas guloseimas.

- Bate uma insegurança, deixar nossa pequena sair sem nós e desta vez nem é com os nossos pais.

- Se fosse para dormir fora e passar todo o final de semana neste sítio, eu não iria concordar. Mas só um dia e as duas estão animadas. Vai dar tudo certo né;

- Vai sim. Agora, vamos descansar, amanhã temos que acordar cedo.

- Boa noite amor.

- Boa noite, te amo!

Jeannine ficou toda ansiosa e até o dia do passeio, só falava sobre o esperado piquenique. Na sexta à noite, enquanto Layza montava uma mochila com alguns pertences para a filha levar, tais como escova de dente, troca de roupa e blusa de frio. Vitória preparou uma cesta com bolo, balas, pirulitos, sucos em caixinha e salgadinhos. No sábado uns dez minutos antes do horário marcado chegaram na casa de Yanna, que já aguardava no portão. Conversaram com a mãe da outra criança, trocaram telefones e combinaram o horário do regresso.

Jeannine e Yanna adoraram o passeio. Elas brincaram muito e não se desgrudaram. No final da tarde retornaram para São Paulo, Layza e Vitória já aguardavam o retorno da filha, agradeceram a Luciene e avisaram que qualquer dia retribuiriam o passeio.

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|8º aniversário da Jeannine| Desta vez, a festa foi na casa dos avós Bernardo e Consuelo. Com toda a família reunida e foi a primeira vez que Yanna participou.

“Não sei se a vida é curta ou longa demais para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas”. |Cora Coralina|

Fim do capítulo