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O Diário Sem Datas por anonimo42

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Palavras: 4464
Acessos: 1292   |  Postado em: 09/10/2017

Capítulo 7 O espelho.

- Você já a conhece? – Edmundo perguntou curioso.

- Não me lembro, mas talvez sim – Olhei para ela parada imóvel como um soldado nos encarrando – Você me conhece?

Umabel fitou-me por alguns segundo e balançou a cabeça positivamente e não disse uma só palavra.

- Ela não fala? – Perguntei ao Edmundo, o silencio dela me incomodava já que todos os outros falavam pelos cotovelos e ela ficava em silencio apenas observando.

- Ela só fala o alto enoquiano.

- Alto enoquiano? Pensei que só tivesse o Enoquiano – Já sabia que a linguagem dos anjos era o enoquiano mais ainda não sabia que poderia haver outro tipo de enoquiano.

- Ela é um arcanjo Rei então eles têm uma linguagem própria – Ele sentenciou.

- E como você se comunica com ela?

- Ela também fala a linguagem dos magos – Ele deu de ombros – Foi difícil encontrar ela e ainda mais coloca-la em uma caixa preta.

- O que seria uma caixa preta?

- A caixa preta é uma Caixa normal seja de qualquer tamanho onde você pode selar e guarda praticamente qualquer coisa, Alameth deve ter mencionado que tenho um arcanjo Rei e um Abissal comigo.

- Ela mencionou – Me recordei naquele instante de quando ela me pediu para recruta-lo.

- Melhor a gente ir – Ele olhou para Umabel com se desse uma ordem ou algo assim, sei lá um tipo de comunicação.

Umabel se aproximou de mim e pude ver claramente suas asas. Elas pareciam plumas brancas que refletiam quase um espectro azul claro e brilhante. Ela olhou para mim como se pedisse permissão para algo, ela apenas estendeu seus braços para mim como um abraço.

- Pisa nas Botas dela – Sugeriu Edmundo.

Eu fiz como ele havia dito. Ela olhou para cima e depois para ele que apenas assentiu e quando eu pisquei estava tão alto mais tão alto que até segurei com mais força nela, quando pisquei mais uma vez era como se estivesse no espaço além da terra, além de qualquer planeta ou do próprio sistema solar. Fechei meus olhos com medo de onde poderia estar indo e do que eu poderia ver.

- Pode abrir os olhos – Edmundo tocou meu ombro enquanto eu permanecia agarrada a Umabel – Chegamos.

Abri os olhos lentamente e soltei-a olhando o lugar escuro onde estávamos. Olhei o que parecia a sala de entrada de um grande castelo ou algo assim e estava escuro com bem pouca luz, atrás do Edmundo tinha uma porta enorme de madeira escura e quando Umabel saiu da minha frente no meio do salão havia um espelho do me meu tamanho. O espelho estava negro parecia não refletir nada.

- Você tem que ir na frente do espelho, ele vai te mostrar a porta.

Olhei para ele atrás de mim e Umabel que estava seria parada ali como uma estatua; olhei novamente para o espelho no meio do salão e caminhei em sua direção com passos receosos. Parei diante dele e não vi meu reflexo, era como se eu não estivesse parada ali diante dele, olhei para Edmundo e novamente para o espelho agora ele mostrava uma porta atrás de mim na minha direita. A porta de madeira escura tinha escudo entalhado. Olhei na direção de porta que refletia no espelho e caminhei lentamente para ela.

Empurrei a porta com a mão e uma luz forte me cegou momentaneamente então um campo verde com uma brisa calma e um sol quente como um abraço tomou conta de mim. A luz do sol que batia na grama baixa fazia o verde reluzir, no ar havia um cheiro de primavera se é que primavera tem cheiro. Caminhei pela grama indo na direção de uma arvore. Conforme me aproximava percebi ser uma macieira e nela havia uma moça sentada. Ela estava com vestido branco que parecia ter luz própria não pude ver seu rosto, mas tinha lindos cabelos castanhos claros quase um dourado escuro.

- Você sempre volta aqui – Ouvi uma voz atrás de mim.

Virei para ver quem estava falando comigo e dei de cara com aquele sorriso sarcástico. Era Lira não no corpo da Bella, era ela mesma ali na minha frente. Longos cabelos negros enrolados, olhos amendoados, lábios carnudos e rubros, vestida com um vestido que parecia na cor Marfim.

- E onde é exatamente aqui?

- Ninguém sabe exatamente – Ela passou por mim deixando um forte perfume de flores e recostando no troco da arvore – Só você e quem permite tem acesso a esse lugar.

Olhei rapidamente para onde havia visto a moça e nada havia ali além de grama e folhas secas. Voltei a fitar Lira que parecia confusa e olhou para mesmo lugar que eu estava olhando há alguns segundos atrás.

- O que? – Ela olhou novamente para mim e para o lugar confusa. Senti um aperto no coração – Ah entendi - Ela soltou um suspiro e analisou bem a arvore – Uma macieira, Tarde de primavera – Ela arqueou as sobrancelhas e me fitou intensamente – Sabe; eu venho aqui há séculos literalmente e nunca havia reparado no que esse lugar era em si ou representava... Se colocar um riacho e cavalos ficaria mais evidente.

- Sabe que não sei do que está falando – Cruzei os braços sem entender o que ela queria dizer, olhei em volta e tinha a sensação de estar em casa, mas faltava alguma coisa, era como se aquele lugar fosse uma lembrança viva, era como se eu estivesse perdida dentro da minha própria cabeça em algum lugar no subconsciente esquecido e enterrado como um passado que não podia e nem conseguia me recorda – Esse lugar tem algo haver com os gêmeos e você?- Ela soltou um riso irônico olhou em volta, pegou entre as folhas secas na grama uma maçã vermelha como aquelas que vemos em desenhos e filmes editados por photoshop, o exemplar perfeito de uma maçã vermelha e suculenta. Ela olhou a maçã como se pudesse ver algo nela ou lembrasse algo – Lira?

- Olhe bem para mim – Ela ainda olhava para a maçã como se visse um filme nela – acha que era amor? – Ela olhou para mim e vi por trás daqueles olhos inveja misturado a sofrimento; era como olhar um poço com ela encolhida no fundo chorando e pedindo por ajuda silenciosa como quem não tem mais forças para lutar – Acha que faria algo do tipo para uma camponesa? Para sua assassina? Para uma traidora da própria espécie? – Vi seus olhos marejarem e senti uma dor forte no peito, angustia dentro dos olhos dela me fazia querer abraça-la, mas do nada ela começou a rir descontroladamente – Você nunca vai mudar? – Antes que eu pudesse responder ela olhou com frieza bem funda na minha alma que embora não estivesse no meu corpo, gelou-me por inteira – Pode ter feito tudo isso para ela, mas eu sei a sua fraqueza Rafaela e esse sempre foi o meu maior trunfo para roubar-te dela – Lira veio se aproximando de mim com o olhar gélido e escuro, mordeu a maçã e jogou a no chão; passou a língua sobre os lábios rubros e colocou as duas mãos nas minhas têmporas – Hora da aula de historia.

Ficou escuro por um instante que pareceu anos, uma dor forte veio como agulhas dentro da minha cabeça, tentei me concentrar e uma luz forte apareceu. O sol estava alto um cavalo castanho escuro na minha frente comia a grama verde e eu ao que parecia estava segurando as rédeas e passando a mão sobre seus pelos brilhante e macio. Sorri ao me dar conta de que era o cavalo que meu pai havia me dado de aniversario de 15 anos e desde então estava junto comigo.

- Você não cansa de dar atenção a esse garanhão? – Uma voz doce acompanhada por um sorriso gentil em lábios vermelhos como um rubi, longo vestido verde claro com bordados coloridos que se arrastava pela grama, pele branca e longos cabelos dourados como ouro sendo agitados pela brisa leve. Ela se aproximou e pegou em uma cesta próxima ao cavalo uma maçã e deu ao cavalo me fitando com aqueles olhos castanhos mel que variava quase para verde folha seca – Às vezes eu tenho ciúmes dessa atenção toda.

Ela abaixou o olhar fazendo carinho nele aparentemente envergonhada e isso era claro, pois suas bochechas ficavam rosadas e era uma coisa que eu já sabia a muito tempo. Aproximei-me tomando sua mão em um gesto gentil e delicado, passei meus dedos suavemente pelo seu rosto sentido a pele macia e quente. Pousei meu dedo sobre seu queixo o levantando para fazê-la me encarar, nossos olhares se prenderam por não sei quanto tempo era como uma conexão. Podia ver através dos seus olhos todo o amor que ela tinha por mim e isso era tão reciproco era como se fosse durar para sempre a atravessar qualquer limite, poderia arriscar e dizer incondicional, mas palavra alguma daria um significado ou descrição apropriada para o que sentimos uma pela outra.

- Então deveria ter ciúmes de si própria, pois a única pela qual tenho devoção e tem toda a minha atenção é apenas você – Ela sorriu contente e me aproximei lentamente de seu rosto para beija-la.

- Uhumm – Alguém pigarreou e olhei imediatamente – Atrapalho vocês duas?

Era uma moça mais nova que eu sob um guarda sol branco cheio de rendas segurado por uma escrava de pele mulata olhando para nos duas ali. Conhecia a moça de longos cabelos castanhos como chocolate abanando um leque igualmente branco e um sorriso malicioso no rosto. Carmen estava em um vestido rodado com aquelas armações de sustentação na cor azul claro. Ela era minha prima que havia sido criada praticamente como minha irmã e estava sempre acompanhada da mesma escrava que era sua meia irmã para a vergonha da minha tia.

- Imagina – Eu me virei olhando para ela ali parada apenas sorrindo e abanando o leque – Você nunca atrapalha nada – Falei irônica – não me diga que veio de carruagem  até aqui?

- Acha mesmo que vou subir em um bicho desse – ela falou com desdém – E deixe meu pai ver você trajando essa roupa Valentina... Ele ficaria chocado.

- Temos sorte do seu Pai não ser o meu Pai – Pisquei para ela – A opinião do meu pai é a única que importa até mesmo para você ou não estaria tanto tempo noiva do Conde.

- Acho que prefiro o Titulo de Duquesa – ela falou sarcástica – Mas temo que esse Titulo já esteja predisposto para você  Sophia.

- O que te faz ter tanta certeza? - Sophia falou irônica – As coisas podem mudar sabe – Ela colocou as mãos para trás como uma criança de falsa inocência.

- Então pode haver uma chance? – Minha prima a encarrou divertida.

- Vocês duas nunca vão crescer – Revirei os olhos e dei as costas para as duas; indo na direção de um saco amarrado a cela do cavalo para pegar uma escova.

- Talvez esse titulo seja dado ao belo garanhão, não acha Sophia – Ouvi o pequeno riso das duas divertindo-se.

- Eu acho mais justos que seja o cavalo a ganhar – Sophia disse indo para perto de Carmen.

- Vocês duas – Larguei o saco e me virei para fitar às duas que sorriam para mim se divertindo com a situação e não pude segurar o sorriso também – Eu já sei o que fazer com vocês.

Sai em disparado correndo atrás da minha prima enquanto Sophia corria para outro lado fugindo de mim junto com minha prima, nessa brincadeira eu peguei minha prima que ria como uma criança e coloquei no colo levando a para a beirada do riacho, ela se debatia pedindo que não a jogasse na agua, mas antes que eu pudesse joga-la na agua o som do trote de cavalos me fez parar e olhar para onde tinha um caminho que levava até a estrada onde possivelmente ela deixara a carruagem.

- Parece que essa brincadeira vai ficar boa.

Olhei para outro lado do riacho e vi três cavalos com três rapazes. Coloquei minha prima no chão e Sophia se aproximou de mim também olhando os rapazes que se dirigiam para passar pela pequena ponte de madeira sobre o riacho.

O rapaz do meio desceu junto dos outros três e veio vindo em nossa direção.

- Duquesa o que faz tão longe de casa? – O rapaz estendeu a mão para me cumprimentar e aceitei cordialmente assim como dos outros que nos cumprimentaram como cavaleiros fidalgos.

- Apenas aproveitando o dia – Sorri gentilmente.

- Carmen podemos conversa? – Rapaz alto falou olhando para minha prima.

- Ferdinand não acho uma boa ideia.

- A escrava pode nos acompanhar então a honra de sua prima estará segura.

- Mesmo assim não acho apropriado – Respondi tentando ser gentil com a teimosia do Conde, embora ela fosse o noivo dela a presença de uma escrava não representava muita coisa.

- Mais inapropriado que vocês três aqui sozinhas no meio desse bosque?

- Elas não estão sozinhas – Gregório apareceu vindo da trilha que levava até a estrada.

- Perdoe-me – Ferdinand falou abaixando o olhar - Eu não sabia... Imaginei que...

- Imaginou que por elas estarem sozinhas aqui poderia ter algum tipo de liberdade Conde? – Gregório falou de forma seria e ríspida.

- Não, não realmente só...

- Acho que está na hora do senhor e seus amigos irem.

- Está me mandando embora? – Ele falou entre dentes encarando Gregório.

- Jamais Conde, apenas sugerindo – Gregório se aproximou de mim e sorriu para ele gentilmente – Está na hora delas retornarem também.

- Concordo – disse em um sorriso olhando o clima de embate dos dois temendo uma briga entre o irmão de Carmen e Ferdinand.

- Realmente está tarde – Carmen falo olhando para o céu tentando amenizar o clima, Sophia se aproximou de mim e segurou firme minha mão.

- Farei a corte mais tarde – Ferdinand olhou para Sophia e para mim e sorriu sarcasticamente, havia maldade em seu olhar para nos duas – Acho que essa você perdeu meu caro Lucio.

- O que está querendo dizer Ferdinand? – Sophia o questionou segurando com firmeza minha mão e olhando gelidamente para o Conde.

- Ora nada... Foi um comentário inocente para meu amigo Lucio, mas me surpreendo que uma moça de tão baixo titulo esteja na companhia da Duquesa e tão bem conceituada na corte... Se me permite eu gostaria de saber o segredo de tal sucesso?

- Conde, tenho grande apresso pela sua família e acredito que suas palavras possam sugerir um caráter duvidoso colocando em risco sua posição na corte, sobre hipótese nenhuma queremos esse tipo de abalo para tal honrada família... e só para que fique claro a presença de Sophia comigo incomoda  vocês de alguma forma? – Falei me aproximando dele e usando da ironia na voz.

- De forma alguma...

- Já basta vocês dois – Gregório falo severo me puxando para trás.

Ferdinand não disse uma só palavra e subiu em seu cavalo acompanhado dos amigos e partiram da li em silencio apenas laçando um olhar de desapresso.

- Gregório da onde você apareceu? – Carmen olhou o irmão com as mãos na cintura claramente irritada com toda a situação.

- Papai pediu para vir busca-las – ele falou dando de ombros.

- E precisava disso?

- Desculpe Carmen, mas seu noivo é um completo... – Sophia parou para pensar – cretino, não achei uma palavra mais coerente e educada.

- Ele só é arrogante – Ela falou revirando os olhos.

- Quando diz busca-las se refere a mim também? – Perguntei a ele.

- Sim, Tristan está na sua Casa – Ele falou serio.

- O que o príncipe faz lá – Perguntei confusa.

- Eu não sei, mas acho deve se vestir apropriadamente – Ele me olhou de cima a baixo.

- Porque vocês implicam tanto com minhas roupas – Falei irritada – Tristan praticamente cresceu comigo e sabe como me visto.

- Meu amor ninguém está implicando com você – Sophia falou passando a mão pelos meus ombros – Mas não acha que essa roupa está meio suja.

- Quanto açúcar meu Deus – Carmen falou já saindo enquanto a escrava a seguia calada – Procurem um lugar mais privado e não demorem.

- Obrigado por entender o que eu disse Sophia – Gregório piscou para ela com um sorriso – E não demorem.

Ele saiu seguindo sua irmã e a escrava pelo caminho enquanto olhei para Sophia fingindo uma falsa irritação.

- Pode desfazer esse bico – Passou o dedo rápido sobre meus lábios e sorriu divertida corando rapidamente com meu olhar bobo que só era dedicado a ela. Abracei com todo o carinho e depositei um beijo delicado sobre sua testa e ela sussurrou no meu ouvido – Amo-te.

Voltei a sentir uma enorme dor de Cabeça e tudo ficou escuro novamente e no segundo seguinte as mãos frias e olhar gélido da Lira me encarava.

- Está gostando? – Ela falou irônica.

E mais uma vez ela pressionou os dedos sobre minhas têmporas e dor veio mais forte e novamente tudo ficou escuro e claro com sol me cegando. Estava deitada sobre um pano olhando o pôr-do-sol  até meu olhar ser desviado para  Sophia ao longe com os cabelos agitados pelo vento olhando para mim sorrindo enquanto recolhia maçãs sob a macieira... Do nada estava em pé em um quarto iluminado por velas olhando para ela sentada diante de um espelho com lagrimas nos olhos escovando seus longos fios dourados. Aproximei-me colocando a mão sobre seus ombros, mas não sentia nada e ela permanecia olhando fixamente o espelho e escovando o cabelo em um gesto automático e as lagrimas descendo. Abaixei-me ao seu lado e olhei para ela.

- Ela não pode te ver, nem te sentir quantas vezes eu terei que repetir – alguém disse do canto escuro do quarto e não pude ver quem.

- Como assim? – Perguntei confusa.

O choro de Sophia aumentou e ela parou de escovar os cabelos e jogou a escova contra o espelho o quebrando em vários pedaços, enquanto jogava as coisas de cima da penteadeira no chão cortando suas mãos nos cacos do espelho, o desespero era aparente em seus olhos. Ela abriu seu armário e tirou todas as roupas a jogando no chão e rasgando algumas, jogou a cômoda sobre o chão. Algumas batidas na porta a chamaram sua atenção, mas ela gritou ferozmente.

- Eu já disse Carmen me deixei em paz – Ela continuo destruindo o quarto com o sangue pingando pelo chão e marcando tudo que ela tocava.

- Você precisa deixa-la – A voz disse soltando um suspiro – É por sua culpa que ela está desse jeito.

- Não posso deixa-la – Olhei para ela agora que havia parado com tudo e tinha na mão um cordão com um anel – Como eu poderia deixa-la aqui?

Ela se agarrou ao anel e deixou seu corpo cair no chão próximo à cama e voltou chorar como uma criança. Comecei a sentir meu coração aperta um dor grande de perca e vazio, olhei o quarto bagunçado com sangue e coisas quebradas. Aproximei-me dela e sentei no chão olhando seu rosto inchado e olhos vermelhos que refletia uma dor e vazio tal como eu estava sentindo naquele momento. Passei a mão tentando inutilmente acariciar seu rosto e fazer com que ela se acalmasse.

- Eu sei que pode me ouvir – Ela disse em meio ao choro, arregalei meus olhos- Sei que esta aqui e posso te sentir – ela olhou em volta procurando algo – Por favor, não me de... Deixe – Ela caiu no choro compulsivo.

- Eu estou aqui meu Amor – Coloquei minha mão sobre a dela.

- Quantas vezes vou ter que repetir, ela não pode te ouvir... Ficar aqui só a fará ficar assim.

- Você não entende.

- É claro que entendo, mas confia em mim vocês se encontraram novamente.

Soltei um suspiro olhando para ela meu coração estava apertado, mas sabia que era verdade deveria deixa-la e seguir em frente. Levante olhei para a porta e novamente para ela recolhida nos próprios braços segurando firme o anel. Dei alguns passos em direção a onde a voz vinha.

- Não faça isso – Ela levantou os olhos fitando nada – Já disse não me deixe aqui sozinha.

Parei e olhei para ela tentando entender. A voz me disse que ela não podia me ver nem me sentir então seria coincidência ela falar aquilo justo quando decidir deixa-la. Das sombras saiu uma mulher de cabelos negros curtos e vestido rosa claro e olhou para mim confusa. Ela olhou para Sophia e chegou perto o suficiente para encarar e analisar. Olhou para mim ainda confusa.

- Por que tem que leva-la? – Sophia disse mais uma vez fitando o nada.

- Isso não pode estar acontecendo?

- O que quer dizer com isso? – Senti o brilho da esperança brotar no meu peito.

- Vem aqui – Ele me chamou e me aproximei, os olhos de Sophia se encheram de água – Nunca tinha visto isso.

- Visto o que exatamente?

- Ela pode te sentir – Ela abaixou-se para encarar Sophia e passou carinhosamente a mão sobre os fios dourados – Achei que não era possível quando ela falava comigo quando pequena.

- Você é quem? – Perguntei sentindo uma pontada de ciúmes pelo carinho demostrado da moça de cabelos escuros.

- Aniel – Sophia Falou como se pudesse ouvir nossa conversa.

- Exatamente, sou anjo da guarda dela – Ela sorriu – Minha criança sabe que ela precisa ir.

- Não, ela precisa ficar comigo – Sophia falou relutante.

- Ela pode nos ouvir? – Perguntei meio assustada e confusa com a situação.

- Não sei – Deu de ombros – Pode nos ouvir?

Sophia levantou e olhou em volta procurando alguma coisa e ficamos paradas observando tudo, até ela parar diante de mim e parecer me encarar.

- Não pode me deixar – Ela falou em um fio de voz.

- Sophia sabe que não pode mantê-la aqui assim como não pode com sua mãe.

Olhei para Aniel e novamente para Sophia e tentei segurar sua mão sabendo em meu coração que não poderia ficar mesmo que parti fosse a maior dor que teríamos que suporta meu lugar não era mais aqui.

- Sophia, estou aqui enquanto desejar – Ela soltou um suspiro e deitou na cama sobre toda aquela bagunça e em poucos minutos quieta ali ele pegou no sono. Aniel olhou seria para mim e eu a ignorei; passei minha mão suavemente pelos longos cabelos dela – Eu sei que seu maior desejo é de que eu permaneça aqui, mas agora aqui não é meu lugar. Eu sinto muito que tenha que parti agora sem aproveita nenhum pouco do tempo que temos respirando -  Dei um longo suspiro juntando forças para me despedir – Eu diria que te amo mas isso parece tão pouco para o que realmente sinto por você, jamais encontrei uma palavra ou palavras que pudesse te fazer sentir todo amor que tenho dentro de mim, só consigo olhar para você e simplesmente olhar para sempre, como se meu mundo se ligasse a você e somente a você. Tudo o que eu queria era mais tempo para te ver sorrir, para abraça-la e estar aqui sendo amada por você. Mas agora você precisa abrir seu coração e ser feliz na vida que lhe segue estarei sempre nela de um jeito diferente aguardando nosso próximo encontro. Por favor, entenda que não estou te deixando para sempre.

Levantei da cama olhei para Aniel em pé encarando-me com olhos rasos.  

- Ela ficará bem.

Fechei os olhos e os abri dando de cara com os olhos frios de Lira, meu rosto parecia molhado eu a empurrei tirando suas mãos das minhas têmporas. Limpei o meu rosto rapidamente e a encarrei seria, minha cabeça doía e meu peito se instalava um vazio angustiante.

- Porque fez isso?- cuspi as palavras visivelmente irritada.

 - Para você entender que esse lugar não é para mim e que agora eu sei para quem é – Ela falou ríspida – Agora eu sei quem é a garota que sempre senta nessa macieira, sabe que ela está bem perto de você? Sabe não é? – Ela gritou na ultima pergunta.

- Já chega dessa novela não é Lira? – A voz seria de Alameth se fez presente – Acho que precisamos de uma lição aqui.

Alameth estava com roupas simples e cinza escuro com cabelos longos e negros bagunçados, olho pálido e sem vida, era a primeira vez que a  via realmente a ela parecia uma mendiga se não estivesse limpa.

- Alameth vou me controlar – Lira mudou a voz como se estivesse com medo de algo – Prometo.

- Rafaela eu acho que por hora você já dormiu demais, hora de acorda – antes que eu pusesse dizer algo estava em minha cama com a claridade do dia batendo na cortina do meu quarto, respirei fundo e passei mão pela testa visivelmente suada. Levante passando mão pelo rosto me lembrando de tudo que tinha acontecido, se eu tinha sonhado ou alucinado. Peguei cordão no meu pescoço e analisei soltei o novamente. Abri a porta do meu quarto e fui ao banheiro passei pelo espelho sem olha-lo.

- Rafaela é você no banheiro – Minha mãe perguntou.

- Sou – Me apoie na bancada da pia olhando para porta fechada.

- Ué acordou sem ninguém chamar, que milagre.

- Mãe me deixa – Cocei meu olho e olhei para o espelho vi no reflexo do espelho algo vermelho do lado no rosto, passei a mão senti um liquido, olhei meus dedos constatando que era sangue. Lavei imediatamente em um desespero e quando me curvei para lavar o rosto uma dor forte no meu peito se instalou, levantei minha blusa olhando no espelho um marca roxa meio amarela que se estendia por todo o meu tórax. Parecia que eu tinha levado um golpe muito porte naquele lugar, me recordei de Edmundo me dando o Golpe balancei a cabeça em negativa.

Retornei para o meu quarto e olhei o travesseiro sujo de sangue, como explicar para minha mãe um roxo gigante no meio do peito sangue no travesseiro.

 

 

Continua

Fim do capítulo

Notas finais:

Nossa edição dominical atrassada por que essa que vós fala se empolgou demais escrevendo hoje que até esqueceu da hora.

Para quem ficou com preguiça asemna inteira até me supreendi hoje.

Amanhã/hoje tem mais.

bjs 


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