No dia seguinte de irmos à cidade, levei Vivian pra conhecer a fazenda do senhor Olavo o senhor falecera e havia deixado as terras para seus filhos, sempre levava algum hospede ali eles mesmos me deram autorização pra frequentar o lugar, lá tinha uma área de cachoeiras pois ela havia me falado que sentia muita falta do cheiro que aquelas terras produziam.

Giulia foi conosco, desde que a madrasta chegou não desgrudava de mim, não achava ruim, mais achava estranho já que ela deveria dar mais atenção a mulher de seu pai.

-Vamos ficar aqui- paramos em uma das ocas que existia ali, o lugar era divino algumas pessoas se banhavam no rio, bem embaixo as cascatas.

-Isso é uma das coisas que mais sinto falta daqui! - Não sabia se tinha entendido mal sua colocação, mas aquilo realmente era novidade.

-Como assim! - Ela e Giulia me olham surpresas- você já esteve aqui antes?

-Quis falar, aqui no Brasil! Há muitos lugares lindo ao qual sinto saudades- Giulia estava sem jeito, era estranho pois desde que Vivian chegou ela ficou mais calada.

-Faz quanto anos que não vinhas ao Brasil? - Tinha ficado curiosa, a senhora parecia não somente ter saudades das paisagens e lugares maravilhosos de nosso País, mas de outras coisas.

Queria saber mais daquela senhora, que parece ter criado minha amada com tanto carinho.

-A alguns anos, mais meus pensamentos sempre estiveram aqui nessas terras.

-Amor, vamos tomar banho, essa agua parece estar convidativa, e está tão quente!

-Quer vim conosco Vivian? - Perguntei somente por educação, tudo bem que a senhora não se importava nenhum pouco com a condição sexual da enteada, mas não me sentiria bem trocando carinhos com Giulia na sua frente, e era exatamente aquilo que queria naquele momento, trocar algum carinho com minha namorada!

-Não meninas, aproveitem! Vou ficar aqui apreciando a paisagem! -Apesar Das poucas pessoas que estavam ali, alguns olhares se fixaram em minha Italiana quando essa ficou somente de duas peças, me deixando com ciúmes. Me aproximo dela segurando sua mão, antes de caminharmos em direção ao riacho, queria deixar bem claro para quem quer que estivesse olhando, que ela tinha alguém.

Já na dentro do riacho, nos afastamos um pouco dos outros. Ela me abraça por trás encostando seu corpo totalmente no meu, amava sentir seus braços em torno de mim, aquilo me transmitia uma sensação de paz, de leveza que só ela sabia me dar. Seus lábios passeavam próximo a meu ouvido causando-me arrepios.

-hummm, gostoso, estava com saudades disso-ela para o que estava fazendo, me deixando sem entender o por que. Viro-me fazendo com que ficássemos frente a frente.

-Como assim amor, todos os dias estamos juntas!

-Eu sei, só que ultimamente me parece tão preocupada, as vezes até área! - Ela me olha de um modo que não soube definir, como se desculpando por algo.

-Me desculpe, só estava preocupada com a chegada de minha tia, e com sua segurança-sua carinha triste oprimiu meu peito, parecia uma criança desamparada-prometo que não vou deixar que nada nos afaste!

-Eu sei amor, não estou te culpando de nada, só comentei isso porque sinto sua falta, sinto falta da sua entrega quando fazemos amor!

-Te prometo que irei te compensar! Também sinto falta, vamos sair hoje, somente nos duas...

-E sua tia? Será eu não ficara chateada!

-Não, ela vai entender, deixa que converso com ela.

....

P/PIETRA

Como podia estar apaixonada por alguém que além de irritante era casada, mas parece que esse fato me escapava quando estávamos juntas. O que sentia por ela era totalmente diferente do que senti ate mesmo por Giulia! Ela me satisfazia totalmente, meu corpo amava seus toques, seus beijos, sabia que também a satisfazia, sentia isso todas as vezes que terminávamos de fazer amor.

Sentia o seu ciúme todas as vezes que estava com minha ex-namorada. me aproximei mais de Giu desde que soube a verdade sobre Sabrina e sua mãe, queria que ela pudesse contar com meu apoio, sabia que aquela história não ia terminar bem, o pouco que conheci de Sabrina era bem capaz de ela acusar a namorada de esconder-lhe a verdade. Entendia o lado de Giulia afinal Vivian foi uma mãe pra ela desde que se casara com seu pai. Apesar de Vivian nunca ter sido a favor de meu relacionamento com sua enteada, não tinha magoas dela, talvez visse que não era a pessoa certa, pra sua enteada.

Estava indo no chalé de Dayse , queria fazer uma surpresa, convida-la para sair aquela noite, como Bernardo estava na pousada, poderíamos ir a seu bar sem que houvesse qualquer tipo de comentários, estava chegando a seu chalé a porta estava somente encostada ela falava com alguém ao telefone.

-Não vou falar nada, será que não entende que estamos vivendo apenas momentos, quando tudo isso passar ela voltara para a Itália e voltarei pra minha vida de antes.

Ela estava falando de mim com a pessoa ao telefone, um aperto em meu coração me tirou o folego. Ela retornaria pra sua mulher quando tudo isso acabasse. Minha vida realmente era na Itália, mais de alguma formas aqueles dias que estávamos juntas, comecei a fantasiar em uma vida juntas.

Escutava a tudo sem me fazer presente, com quem será que está falando? Desde que começamos a nos encontrar ficou acertado, que somente nos duas saberíamos, mas já tinha conversado com Giulia a respeito desse relacionamento, e pelo visto não fui a única a descumprir o acordo, mas com quem ela falava?

Ela calou – se com certeza havia encerado a conversa, não saia da minha cabeça dela falar que estávamos somente curtindo, podia ser curtição pra ela, mas eu estava realmente me apaixonando. O que faria quando tudo isso acabasse! Uma tristeza tomou conta de meu coração, só de pensar em não a ver mais.

-Oi faz tempo que está aí?  -Dayse me olhava desconfiada, está tão entretida em meus pensamentos que não a vi se aproximar.

-Não, cheguei agora! -minto. Seu olhar ainda era de descrença com minhas palavras-vim te convidar pra irmos até a praia do amor à noite, poderíamos jantar por lá e aproveitar um pouco a noite.

Havia perdido um pouco o ânimo com a conversa que escutei, mas se era para aproveitar, aquela era a melhor forma estando hospedada na ilha, queria aproveitar o máximo de sua companhia, antes de retornar a minha vida de antes.

-Vou adorar, estava mesmo pensando em convida-la para que saíssemos. Aqui parece que ninguém se esconde.

-Eu não preciso me esconder de ninguém-fui até um pouco grossa- a comprometida aqui é você!

Ela arqueia a sobrancelha ao meu tom de voz, não sei dizer o porquê, mas sempre achava que Dayse se divertia com aquela situação, principalmente quando eu dava demonstrações de meu ciúme.

-Eu também não devo! Aqui, ninguém me conhece, ninguém sabe de minha vida.

-Somente o pessoal todo da pousada, já que você andava pra cima e pra baixo com sua digníssima mulher-usei de deboche.

Aquele sorriso cínico outra vez se faz presente em seu rosto

-Olha que você está ofendendo a Alessandra, e ela não está aqui pra se defender!

-Não estou ofendendo ninguém, quer saber de mais, esquece que vim aqui.

Já ia pegar o caminho de volta, quando ela me puxa e me beija ali mesmo na entrada do chalé onde várias pessoas poderiam nos ver. Como sempre me entrego as suas caricias, a seus beijos. Só depois de algum tempo que me solta, foi que medi as consequências daquele ato impensado.

-Ficou maluca!  O que iram pensar de mim, você é casada!

-Não vão pensar nada de mais, somente que somos amantes.

-E você fala isso na maior cara de pau, e se sua mulher resolver voltar aqui?

-Simples, se ela voltar, falo que você me agarrou-sorri cinicamente.

-Você é insuportável mesmo, não sei como fui me...-me calo antes que me denunciasse.

-Não sei como eu fui...complete o que ia falar.

-Não sei como me deixei levar por você!

Jamais admitiria que estava completamente apaixonada por ela, precisava me afastar antes que esse sentimento me levasse ao fundo do poço! Mas antes queria ter um tempo com ela, uma despedida, já que em sua concepção estávamos apenas “ ficando sem compromisso” ia me fazer entender também assim.

-O que foi, calou-se, isso não é de seu feitio? - Ela me observava, como se quisesse ler meus pensamentos.

-É porque não tenho nada pra falar, me deixa ir preciso resolver algumas coisas- já me virava pra sair de perto dela, quando segura meu braço novamente.

-Nosso encontro, está de pé ainda?

-Esta sim, nos encontraremos a noite!

-Porque não ficas aqui comigo, pelo menos o período da manhã, tenho certeza que foi por isso que veio aqui, porque estava com saudade.

Realmente, um dos meus motivos de ir até ela, era a saudade! Estava com saudade de seus beijos, de seus toques. Mas depois de escutar a conversa que estava tendo, Deus sabe com quem! Minha vontade agora era ficar sozinha e pensar.

-Como disse, preciso resolver algumas coisas. Deixei muitas coisas pendentes na Itália, pendencias que somente eu, posso resolver.

Ela me olha agora com os olhos arregalados, sem o costumeiro deboche.

-Tudo bem! Mas tarde nos falamos.

Sai de perto dela , antes que meus olhos me denunciasse, pois lagrimas escorriam em minha face.

....

Depois de minha conversa com Sabrina, foi que percebi o quanto estava deixando que aquela situação toda influenciasse em nosso relacionamento. Na teoria, achava que ela não havia percebido, não meu afastamento como ela afirmara, e sim minha preocupação! havia falado a verdade pelo menos em relação a Leonardo, pensava dia e noite em sua segurança, ainda mais quando escutei no dia anterior quando ouvi Amália falar, que este estava rondando a pousada.

Tinha que parar com o medo que estava de minha tia a qualquer momento falar algo que a denunciasse, como aconteceu quando estávamos no riacho. Conversei com minha madrasta a respeito do meu jantar com sua filha, ela foi totalmente compreensiva, me falou ainda que tinha percebido o quanto eu estava sobressaltada, com toda aquela situação.

Estava terminando de me arrumar, Sabrina se arrumara e comunicou que me esperaria na pousada, pois tinha que falar com Berta, estava linda! quase a prendo em nosso quarto e saciado o desejo que estava em fazer amor ela.

Encontrei Sabrina com Berta e sua mãe, a mais velha comentava algumas passagens da infância de sua filha de coração, minha tia escutava a tudo fascinada em saber mais um pouco da vida de sua filha. Oprimia-me o peito, quando olhava a forma como ela observava sua menina quando esta não estava olhando, era como se quisesse recuperar o tempo que esteve distante.

-Vamos amor- o sorriso no rosto, era a comprovação que aprovara minha vestimenta, usava uma calça jeans preta colada, destacando meu bumbum, e uma camisa de manga de seda transparente, que puxei acima do cotovelo, por dentro uma blusa de alça fina combinando com a calça, pra finalizar uma bota estilo social.

-Você está linda, vou ter trabalho para afastar os olhares de você essa noite.

-Realmente está linda Giulia! Aliás sempre foi muito bonita, mais desde que conheceu Sabrina parece resplandecer.

-Deve ser porque me sinto plena, ao lado dela- ela me sorria de um modo encantado, retribuindo minhas palavras com seu lindo sorriso.

No percurso até o restaurante, pensei que havia sido bom sairmos, só assim Berta poderia conversar mais à vontade com minha tia, sem estarem sempre ressaltada pelo aparecimento de Sabrina e faze-la entender que deveria conversar o mais cedo possível com sua filha, havia comentado minha opinião com ela, mas teimava em querer se aproximar mais de Sabrina.

-Amor, seu irmão vira quando? - A olho sem entender, percebendo minha confusão se explica- Vivian me falou que ele pretende vir para te ajudar a montar o restaurante. Eu gostei da notícia, não sei te explicar mais desde a primeira vez que me mostrou a foto de Geno no bar, que fomos lembra! Tive curiosidade em conhecê-lo.

Fiquei pasma com a notícia. Ainda mais isso agora! Tia Vivian tinha de conversar com ela antes da chegada de nosso irmão, pois aquele lá, era um completo sem noção e poderia, mesmo sem querer pôr tudo a perder.

-Pelo jeito Vivian não te contou a surpresa, me parece que conversou com ele hoje!

-Realmente é uma surpresa para mim, principalmente depois das broncas que dei nele, por conta de sua administração nos restaurantes da Itália!

Talvez Geno contornasse melhor aquela situação, afinal ele era o único que não fazia parte daquilo tudo, eu precisava saber se sua mãe havia falado com ele a respeito de sua outra filha, senão ele ia estar tão inocente naquela história, quanto Sabrina.

-Vai ser bom conhecer meu cunhadinho! - “cunhado E irmão” meus pensamentos estavam confusos- Ele parece tanto com Vivian! Ainda lembro da foto que me mostrou dele- parecia que estava sentindo a ligação dos dois, ela falava de Geno com um carinho fora do comum, para quem não o conhecia ainda.

-Tenho a certeza que ele irá te adorar, como eu a amo! Mas vamos parar de falar em minha família, essa noite quero curtir você. Não quero pensar em mais nada!

Quando chegamos ao restaurante já passavam das 20:00 horas, havia poucas pessoas, assim era bom pois aproveitaríamos mais o ambiente. O rapaz que nos atendeu era bem jovem, não parava de olhar Sabrina, enquanto esperava que fizéssemos os pedidos, aquilo me incomodou consideravelmente.

-amor, quero que você escolha nossos pratos- falo de proposito, o rapaz me olha constrangido, só agora percebendo nossa ligação- tem alguns pratos que ainda não experimentei e não sei se são gostosos- ela rir , com certeza tinha percebido minha manobra de tirar aquele pirralho de rota.

Ela escolhe os pratos, eu não parava de olhar séria para o garçom, que se retirou e quase tropeça em uma das cadeiras que estava um pouco afastada da mesa.

-O rapaz ficou sem jeito amor! - Ela me repreende apesar de estar se divertindo com a situação.

-Quem manda ficar de olho na mulher dos outros, ele que vá arrumar uma!

Quando veio com pratos e o vinho que pedimos, mal olhou para Sabrina e logo em seguida se retirou.

Apreciei o prato que minha amada escolheu, estávamos bebericando o vinho que pedimos para acompanhar o prato, ela ainda queria ir no bar de Bernardo antes de irmos para o hotel que reservei. Terminamos e seguimos caminhando pelo calçadão, a noite estava propicia para um passeio, as pessoas pareciam terem tido os mesmos pensamentos pois em alguns bares grupos de jovens se reuniam.

Quando chegamos ao bar, Sabrina me puxa para que entrássemos, apesar de ser a beira mar, Bernardo construiu um lugar mais reservado pra quem preferisse namorar sem os olhares de quem caminhava pela praia, mas naquele momento queria era mesmo apreciar o movimento lá fora.

-Por que não ficamos lá fora amor, próximo a praia, a noite não está tão fria!

-Olha quem está ali! – Fala espantada e aponta para um canto também um pouco reservado, Pietra e Dayse estava em uma conversa intima, com as mãos entrelaçadas sobre a mesa

Fim do capítulo