Capítulo 45-suspeitas
Fiquei feliz por Sabrina perceber que havia mudado em relação a Giulia.
-vou sim, estou com saudades da Vivian-olho para Giulia, precisava falar com ela, mais a sós, longe de Sabrina- Giu será que poderíamos conversar é um assunto particular. Você se importa de conversamos Sabrina?
Ela me olha um pouco desconfiada, mais acaba concordando. Se afasta me deixando a sós com minha ex namorada.
-aconteceu alguma coisa Pietra?-pergunta preocupada.
-acho que é você que tem que me falar se aconteceu! - ela não entende a princípio- qual a ligação da Vivian com a Sabrina?
Vi minha ex empalidecer com minha pergunta, ali tive a certeza que algum mistério rondava aquela duas.
-você enlouqueceu, não há nenhuma ligação entre as duas!- o nervosismo dela fez com que minha certeza se fortalecesse, Giulia era o tipo de pessoa que não aguentava pressão, principalmente se escondia algo.
-Giu, você sabe que pode confiar em mim, apesar de tudo o que aconteceu, eu jamais faria algo pra prejudica-la!
Ela baixa a cabeça parecendo refletir sobre minhas palavras. Mas mesmo assim tento fugir da pergunta.
-Sabrina nem conhecia tia Vivi, se conheceram mais cedo, você estava La!
-Não estou te preguntado se Sabrina conhecia ela, até porque ficou bem claro que não! Estou perguntando qual a ligação entre elas? Elas se parecem muito Giu, se Vivian não fosse bem mais velha diria que eram irmãs…ou mãe e filha- Vi a outra empalidecer mais ainda, uma suspeita rondava minha mente- E isso, não é? A Vivian é mãe da Sabrina?
Minha ex baixa a cabeça em um silencio, que a denunciava. Antes de nos envolvermos, éramos amigas, até hoje não entendia como deixamos de ser, mesmo estando casadas. Acho que aquele relacionamento estava fadado ao fracasso, la no fundo nunca deveríamos deixar que aquela amizade, tomasse outras proporções.
Lembrei de conversas que escutei naqueles os dias que estou hospedada ali, o povo ali falava muito, não por fofoca ! Eles eram família e qualquer pessoa que se aproximassem deles mais de uma vez, eram considerados amigos verdadeiros. E foi assim que havia escutado algumas coisas sobre a mãe da namorada de Giulia, havia feito amizades com alguns nativos ali, alguns até trabalhavam na pousada, percebi com o passar dos dias que me envolvi com Dayse, que todos precisavam de alguém para escuta-los.
-Giu, lembra-se como éramos amigas, o quanto confiávamos uma na outra! -ela levanta sua cabeça e me sorrir-tenta confiar em mim, como antes!
-apesar de tudo o que aconteceu, eu confio em você. Sei o quanto também fui culpada, por nosso relacionamento ter chegado onde chegou!
-Então me fala o que está acontecendo, vi o jeito que ficou quando sua tia chegou!
Não tinha mais como fugir, Giulia decide narrar todos os acontecimentos que a levaram até ali. Fiquei com o coração apertado, só de imagina-la sofrendo outra vez por erros dos outros, sim porque Vivian não deveria tê-la envolvido naquilo tudo, ainda mais ela estando envolvida com Sabrina. Quando termina sua narrativa vejo algumas lagrimas em seus olhos, acho que por imaginar o que iria acontece quando sua atual namorada soubesse de toda a verdade.
-Mas porque Vivian não procurou Sabrina antes, quando o pai dela descobriu que estava doente?
-Ela ficou com medo de agravar mais o Estado de seu Sandro, e sua filha a rejeitar.
-Mas pelo que me contou, ela tentou uma aproximação o pai de Sabrina que não permitiu.
-Tudo isso se agravou, quando meus avos resolveram tirar tudo de meu pai, por ele ter casado com tia Vivian, antes de tudo acontecer ele e a mãe de Sabrina ainda voltaram aqui no Brasil para tentar conseguir a guarda dela, ela deveria ter uns 2 a três anos nessa época. Depois com a falta de recursos tia Vivian quis retornar para o Brasil para ficar junto da filha, ai descobriu estar grávida de Geno, foi quando os pais de minha mãe ofereceram ajuda, como eu tinha a herança que era de minha mãe, mas só poderia receber quando fosse maior de idade, eles resolveram emprestar o dinheiro, contato que me tornasse sócia dos restaurantes, quando os dois voltaram para o Brasil aconteceu tudo o que te contei.
-Espero que Sabrina entenda que não foi escolha de sua mãe se afastar.
-Ela não se afastou totalmente, com a ajuda de Berta, pode ajudar na criação da filha.
Ficamos ali por algum tempo conversando, senti que Giulia estava mais aliviada por ter com quem conversar, sobre o drama que se tornou sua vida. Não falei nada, mais sentia que aquilo tudo não terminaria tão bem, quanto Vivian suponha.
...
P/ MARI
Depois do dia em que Leticia havia ido atrás de mim na pousada, Amália parou mais de implicar com ela. Estava me sentindo feliz ao lado dela, quase todos os dias dormíamos juntas em minha casa, até o dia em que me convidou para um jantar em sua casa, não sei explicar, mais ainda me sentia sem jeito com Berta por perto.
Tentei argumentar, foi quando ela me falou que Bernardo estaria junto no jantar, resolvi deixar a timidez de lado e enfrentar, já que não seria a única vez que nos reuniríamos, pois queria que meu relacionamento com Amália durasse por um longo tempo, e bem longo de preferência.
No dia do jantar me arrumo com esmero, assim que estaciono minha moto enfrente a casa de Berta sinto um frio percorrer minha espinha, estaciono e sigo em direção a porta. Mal aperto a campainha, a porta é aberta por um Geovane com um sorriso cínico no rosto, sabia que ele ia fazer gracinhas em relação ao jantar de família, como Amália falara, afinal sempre fui uma solteira convicta.
-Pensei que ia ligar inventando alguma desculpa para se esquivar do jantar, mais pelo visto minha irmãzinha soube como te amarrar! - Da passagem para que entrasse- e antes que me pergunte ela ainda não terminou de se aprontar, deve estar indecisa sobe o que vestir.
-Boa noite minha filha, fique à vontade, já que conhece a casa mesmo!
Lembrei de quando Berta me acolheu, logo após meus pais me expulsarem de sua casa. Lembro que na época era uma adolescente e Amália já uma mulher com seus 24 anos. Desde aquela época já me encantava com sua beleza, chegamos a conversar algumas vezes, antes de nos beijarmos na praia, ela chegava até ser atenciosa comigo! Tudo mudou mesmo, depois daquele beijo, nessa época por mais que me visse com algumas meninas, não chegava a implicar comigo, mas depois do beijo ela parecia gostar de usar o sarcasmo quando me via.
-Quer dizer que o negócio entre você e Amália é sério mesmo, depois de anos escutando minha amiga tomando vários porres por sua causa, finalmente se acertaram- Bernardo junta-se a nos na conversa, esse parecia bem à vontade no ambiente.
-Bernardo! –Amália repreende o amigo. Ela estava divina vestida em uma saia um pouco acima do joelho, uma blusa de alça que fazia par com a saia e calçava um saltinho não tão alto de tiras.
Se aproxima de onde estava sentada, depositando dois beijos em meu rosto. Minha vontade era de toma-lhe os lábios que pareciam bem convidativos, cobertos por um batom vermelho.
O jantar correu a mil maravilhas, aos poucos me sentia à vontade com Berta. que se antes já me tratava bem, naquela noite me tratou como um de seus filhos. Percebo naquele momento que tinha a aprovação da senhora em relação a meu envolvimento com Amália.
Depois da refeição Berta se retira justificando estar cansada, deixando os mais novos em uma conversa animada. Já estava tarde quando Bernardo se despede, ia fazer o mesmo, por mais que minha vontade fosse ter minha amada junto a mim.
-Eu também já vou meu amor, está ficando tarde!
-Dormi aqui- vejo em seus olhos refletirem o mesmo desejo que o meu. Queria muito ficar com ela, mais apesar de sua mãe ter sido carinhosa comigo, ainda estava sem jeito e dormir em sua casa talvez causasse um desconforto para senhora.
-Amor, sua mãe pode não gostar! -Procuro me desculpar, não queria que ela achasse que não quisesse estar com ela.
Naquela noite não fizemos amor, ela entendeu minha posição em relação a sua mãe, apenas dormimos abraçadinhas. Pela manhã sai cedo pois teria que ir em casa trocar de roupa, para em seguida retornar a pousada.
Já estava fora do quarto, Amália continuava a dormir quando chego na sala, Berta me surpreende, estava preparando o café da manhã para seus filhos.
-Bom dia minha filha, que bom que dormiu aqui, aproveita e toma café antes de sair!
Fiquei muito sem jeito, mas o modo despojado com que a senhora me tratou acamou um pouco minha vergonha, para não fazer desfeita me sento a mesa e faço a refeição juntamente com a senhora.
-Quando vai procurar seus pais, para uma nova conversa? Já se passaram anos desde que te expulsaram de sua casa, não está na hora de se aproximarem?
-Meus pais ainda não me aceitam Berta, acho que nunca iram me aceitar!
Baixo minha cabeça, aquele assunto por mais que já tivesse passado anos, ainda mexia comigo profundamente. Sentia falta de meus pais, de meus dois irmãos gêmeos que na época era duas crianças, mas tinha medo de procura-los e ser novamente rejeitada.
-você so vai saber se continuam com a mesma opinião, se for atrás. Entenda Amália, não é fácil para um pai e uma mãe aceitar que a filha goste de mulher, já se perguntou o quanto eles também deve ter ficado arrasados, frustrados com tudo o que aconteceu.
-Porque eles não podem ter um pouco da sua compreensão, nunca vi você julgar Geovane por seu modo de vida e agora Amália.
-As pessoas são diferentes minha filha, logico que queria outra vida para meus filhos, mais não posso força-los a viver a vida que quis pra eles, nunca! Ir contra suas naturezas e consequentemente os tornaria infelizes.
Aquilo falado pela senhora não saiu de minha cabeça por alguns dias, talvez Berta estivesse com a razão, nunca me coloquei no lugar de meus pais, não sabia como se sentiam com tudo que aconteceu, me afastei totalmente deles dizendo pra mim mesmo que não me amavam, pois se realmente me amassem, teriam me dado apoio.
...
P/AMALIA.
Acordei sentindo falta da guia ao meu lado, com certeza já tinha ido embora, tinha me avisara na noite anterior, que precisaria sair cedo pois passaria em sua casa ainda pra trocar de roupa.
Fiz minha higiene matinal, quando sai do meu quarto estranho a mesa do café posta, geralmente tomávamos café na pousada pois minha mãe saia cedo, mas essa ainda se encontrava na casa.
-o que aconteceu mãe, ta sentindo alguma coisa? -Pergunto preocupada, dona Berta sempre foi muito ativa, e a alguns dias que a vejo preocupada com algo.
-Estou bem minha filha, já estou de saída para trabalhar.
-Mas a senhora nunca atrasa, sempre chega no trabalho antes ate da Sabrina que é a dona. O que aconteceu pra atrasar hoje?
-Queria conversar com Mari, tive uma leve intuição que havia dormido aqui- devo ter ficado que nem um tomate, minha mãe me olhava com um meio sorriso no rosto.
-Ficou tarde e pedi que dormisse aqui!
-eu não me importo minha filha, gosto da Mari, ela é uma boa menina e se estar te fazendo feliz, só posso agradecer por isso- amava minha mãe, o modo como enfrentava todas as dificuldades e por ter nos criado sozinha, só fazia com que além de ama-la a admirasse a cada dia que passava- só queria conversar com ela a respeito de seus pais, queria que parasse com essa magoa que carrega, desde que a expulsaram de casa. Não comentei nada com ela , mas eles sempre perguntam por ela quando nos encontramos.
Aquilo sim era uma bela surpresa, sempre imaginei que os pais da guia a tivesse banido definitivamente de seu convívio, jamais me passaria pela cabeça, que os dois quisessem saber sobre o bem-estar da guia.
-Porque a senhora nunca comentou isso?
-Porque via como ela ainda se ressentia com eles, mas agora que faz parte da família, quero que ela enfrente esse fantasma de seu passado.
Antes que falasse mais alguma coisa se despede e sai, me deixando pensativa com tudo que havíamos conversado.
Os dias passam e nada de Mari falar a respeito da conversa que teve com minha mãe, a princípio achei melhor não comentar nada, sabia o quanto era difícil aquele assunto pra ela, desde que começamos a nos entender, todas as vezes que o assunto era sua família via tristeza em seus olhos.
No dia da chegada de dona Vivian, tia de Giulia estava , conversando com Pietra, essa era outra que não se decidia, todos ali já sabiam do envolvimento dela com a advogada, mas nenhuma das duas assumia o envolvimento, havia ficado notório pra todos desde que Alessandra passara alguns dias na ilha.
A chegada de Giulia com sua tia fez com que interrompesse justamente esse assunto que a Italiana, insistia em fugir. A aproximação de minha amiga com a senhora me causou perplexidade, como duas desconhecida poderiam parecer tanto, o sorriso, os gestos aquilo era muito estranho, estranhei mas ainda quando a senhora abraça minha mãe sorrindo como se a conhecesse, o olhar de Giulia sobre mim, que parecia querer saber algo.
Quando Sabrina me convida para um jantar em sua casa, para apresentar a tia de Giulia vi ali a oportunidade de analisa-la melhor. Sabia que minha chefe iria convidar também Mari, liguei para guia para que essa me encontrasse antes de seguirmos para a casa de Sabrina.
La já estavam Geovane, Bernardo que fora a pedido da amiga e minha mãe! Era inacreditável, dona Berta largar a cozinha da pousada nas mãos de sua assistente, todos ali sabiam o ciúme que tinha de sua cozinha, como ela mesma a intitulava.
Mari não comentou, mas via pela sua expressão como também havia se impressionado com a semelhança entre a dona da pousada e sua homenageada, acho que somente o palerma de meu irmão não havia percebido. Faltavam chegar Pietra que descobri ter sido convidada por minha amiga, e Dayse que andava sumida desde que Alessandra deixou a ilha.
A advogada chega, logo atrás surge a Italiana que estava lindíssima como sempre, ela havia parado de dar em cima de Giulia, desde que se envolveu secretamente com a advogada, as duas até conversavam e Sabrina não demonstrava se importar, minha amiga tinha plena convicção do amor de sua Italiana.
Estava conversando com Dayse e Mari . Em outro canto estavam Pietra com Geovane, que não perdia a mania de chama-la de Pedrita, Bernardo estava com Sabrina e Giulia em uma conversa animada, Quando surge na sala dona Vivian, todos os demais se voltaram para ela.
-Gente, essa é Vivian tia de Giulia, que irá passar uns dias conosco! –Os olhares de questionamentos eram muitos, mas somente um se fez audível.
-Não tinha reparado a senhora é muito parecida com Sabrina, parecem até irmãs- Geovane como sempre, não sabia se calar!
Fim do capítulo
Boa tarde meninas!
me desculpem pelo taso na postagem.
espero que curtam o capitulo.
bjss
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lis
Em: 09/09/2017
Boa noite Ro, tudo bem? Eita que agora o bicho vai pegar hein, espero que a Sabrina entenda o lado da Giulia e não fique com raiva dela
Resposta do autor:
boa noite linda!
a verdade vindo a tona, Giulia tem que ser forte pois acho que sabrina ira ficar chateada.
bjss
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