Capítulo 56
-- Isadora amor... – jogou a bolsa no chão e abriu os braços – surpresa! – abraçou e em seguida beijou a loirinha que não tinha reação a nada – Eu sabia que você estaria aqui, esperando por mim. – Melissa que estava atrás assistiu a tudo, sem saber se era real ou um pesadelo.
-- O que? O que? – Isadora não conseguia falar mais nada.
-- Quando conversamos você me disse que viria para cá, então percebi que estava me chamando, precisava de mim e não queria pedir. – voltou a beijá-la. Isadora parecia uma boneca até ouvir uma voz rouca que lhe tirou do transe.
-- Não vai apresentar sua amiga Isadora? – Melissa perguntou em inglês para que a outra mulher entendesse. A loirinha a olhou, ainda perplexa, sem saber o que falar ou como falar. Por mais que gesticulasse, não conseguia articular qualquer palavra.
-- Hi, meu nome é Michelle Audrey, sou namorada de Isadora. – disse com um sorriso. – Você é?
-- Cristina Alcântara. – respondeu sem aceitar a mão oferecida. – Sou uma amiga de infância de Isadora. – forçou o sorriso.
-- Amiga de infância? – perguntou em português, saindo da mudez momentânea e olhando dentro dos olhos azuis.
-- Foi isso que entendi há pouco. – voltou a sorrir e completou em inglês. - Podem ficar a vontade – saiu, deixando as duas na varanda.
-- O que diabos você veio fazer aqui? – Isadora estava tão irritada que não percebeu que falava em seu idioma natal.
-- Não entendi amor.
-- Amor? Desde quando essa palhaçada? O que veio fazer aqui? – perguntou irritada.
-- Isadora eu queria fazer uma surpresa. – justificou.
-- Surpresa? Você acabou de arruinar a meus planos. – respondeu entrando atrás de Melissa, e quando já estava na sala, percebeu que a americana a seguia – Para! Não venha atrás de mim ou serei capaz de alguma loucura... – saiu irritada em direção ao quarto, abriu a porta e não viu a morena, voltou à sala e viu que ela saia do quarto de Enrico com uma chave na mão. – Melissa... Melissa – correu atrás da mulher mais alta que havia resolvido ser rápida. – Espera Mel! – a segurou pelo braço, e teve como resposta um olhar gélido e um rosto sem expressão.
-- Novamente? Mais uma vez você conseguiu me enganar. – declarou com uma voz cheia de rancor – Esta foi à última vez.
-- Espera... Mel, eu não tenho nada com ela. Não enganei ninguém.
-- Ela disse ali que você avisou que viria para cá... Ela entendeu sua mensagem pedindo que viesse. – sua expressão começava a demonstrar dor – Lógico! Você pensou que se a otária aqui não aceitasse suas loucuras, teria uma segunda opção, seu plano B. – puxou o braço, soltando-o da mão menor.
-- Você não é nenhum tipo de plano Mel... – não conseguia encontrar as palavras certas para se defender.
-- Realmente não será. – saiu em direção ao carro de Enrico. Isadora tentou abrir a porta, como não conseguiu, correu um pouco atrás do automóvel que se afastou em uma arrancada.
-- NÃO VAI!!! MELISSAAA! – acabou tropeçando e quase caiu. Michelle veio ajuda-la a se erguer, mas foi rejeitada. – SAI DAQUI! FORA! – gritou.
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-- Isadora, eu posso entrar? – ela abriu a porta e voltou para cama. – Meu carro sumiu, tem uma americana sentada na sala com uma mala ao lado e Cris não está aqui. – enfiou as mãos nos bolsos. – Resumindo: vocês brigaram. – concluiu observando-a.
-- Enrico, por favor, vai atrás dela... – pediu chorando – Ela ficou muito zangada.
-- Eu sei, mas é melhor deixa-la se acalmar um pouco. – tentou reconforta-la. – Pelo menos estavam bem, até a americana chegar, isso é um sinal de que só foi colocar as ideias em ordem.
-- Não. – olhou para o moreno. – Eu havia dito que queria voltar para os Estados Unidos. – limpou o rosto. - Conheço a Mel, ela não voltará.
-- Agora vejo o olho do furacão. – tentou brincar – Por que não pretende ficar aqui? O que aconteceu realmente?
-- Michelle é minha ex-namorada... – olhou o homem com um pouco de vergonha. – Pode parecer uma coisa, mas não é. Em momento algum eu troquei a Mel, mas confesso que tentei... – enxugou as lágrimas – Começamos a ficar quando li sobre o casamento... – não sabia o que dizer – eu...
-- Não precisa se explicar para mim, não estou julgando-a, e a conheço bem o suficiente para acreditar nas suas palavras. Quero entender o que lhe fez mudar de ideia em relação a morar aqui no Brasil.
-- Você é uma pessoa muito boa. – abraçou-se ao homem, acalmando-se mais, e logo depois voltou a explicar a situação. – Então?
-- O que?
-- Não vai me dizer nada por querer fazer minha carreira fora do Brasil? – Enrico a olhou e pensou um pouco antes de falar.
-- Sabe Isadora, não sou de planejar e traçar rumos. Sou de sonhar e correr atrás dos meus sonhos. – deu de ombros. – Também não sou de ficar muito tempo debruçado no passado. – ajeitou-se melhor sobre a poltrona. – Passado é para nos ensinar: erramos, aprendemos e não voltamos a errar de novo. Uma coisa é certa: não deixe de correr atrás dos seus sonhos, porque se eles não derem certo, foi por culpa do destino e não de ninguém. Não pode censurar a Melissa, ela também tem os sonhos dela. – sorriu - Só lhe peço que não volte atrás, seja correta, coloque um ponto-final nessa história e não reticências. Mas se a quer e deseja assumir essa criança, apoia-la e casar, pegue o boi pelos chifres e lhe diga isso, mas a olhando nos olhos.
-- E a amo muito Enrico, mas, também amo ser jornalista e essa vida sem rotina.
-- E o casamento tem rotina.
-- Não! Não é isso. – passou a mão pelo cabelo – Não estou falando de casamento, estou falando da vida profissional. Tenho dois caminhos: ficar aqui no Brasil, não ter as oportunidades que tenho lá fora e viver o sonho de infância que é casar com a mulher da minha vida. – deixou as lágrimas rolarem.
-- O outro caminho?
-- Voltar e continuar com meu trabalho que sonhei a vida toda e ter mais reconhecimento, sucesso e dinheiro para nunca mais viver as sombras de alguém.
-- E não ter o amor de infância. – ela o olhou com tristeza.
-- Ela pode vir comigo.
-- Ela tem sonhos como você, e não são diferentes. – forçou o sorriso. – Sabe o que acho engraçado? Vocês são iguais, uma completa a outra e por isso não se entendem.
-- Pode ser... – respondeu com pesar.
-- E além de se completarem, se amam. – abaixou-se diante da loirinha. – Pese na balança o que vale mais a pena: sucesso e sonho realizado ou frustração profissional, mas sucesso no amor.
-- Assim, desta forma, parece simples.
-- A vida é simples, nós quem complicamos. – beijou o topo da cabeça loira e saiu.
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Michelle permaneceu na varanda, sentada, esperando que Isadora retornasse, coisa que não aconteceu. Horas depois Eliezer chegou da cidade com Rute e Júnior, os três estranharam a presença da americana, e quando o velho homem descobriu o que havia realmente acontecido, mandou que Enrico traduzisse tudo o que ele queria dizer, no entanto, Rute pediu ao pai para não ser tão severo, e sobrou para Enrico e Júnior leva-la para pernoitar em algum hotel da cidade.
-- Eu não quero essa gringa aqui quando Melissa chegar.
-- Vô... – Júnior tentou argumentar, mas o velho Eliezer não deu chances.
-- Não João Matias. Eu não quero que minha neta chegue e se encontre com esta mulher em minha porta. Ainda mais grávida, com meu bisneto naquela barriga. Enrico, por favor, leve-a daqui ou esqueço a boa educação e a jogo no rio com mala e tudo. – saiu sem chances para argumento.
-- O vô falou “um tico”, mas disse tudo. – Junior concluiu sorrindo.
-- Vamos conversar com a tal Michelle e leva-la daqui. – Enrico preferiu agir rápido.
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Isadora passou o resto do dia no quarto, abraçada ao travesseiro com cheiro de verbena e sálvia, o mesmo cheiro do cabelo da morena.
“O cheiro dela é tão gostoso...” – lembrou-se que horas antes estavam se amando naquela mesma cama. Ouviu alguém bater a porta. – Pode entrar. – limpou o rosto.
-- Agora somos nós dois. – Eliezer disse com autoridade. – Decidiu o que vai querer da vida?
-- Não é tão simples assim. – limpou o rosto e se sentou.
-- Mandei que levassem a gringa daqui. - declarou quase rosnando. – Onde estava com a cabeça quando deu o endereço daqui? Sabe que Melissa vive neste sítio.
-- Eu não passei. – respondeu irritada, mas, ao perceber a expressão do avô, baixou o tom de voz. – Não sei como ela descobriu vô.
-- Não tem mais como consertar isso, então agora é pensar para frente. – andou em circulo. - O que vai fazer?
-- Ainda não sei. – Eliezer balançou a cabeça em negação.
-- Seja o que decidir, lembre-se que ela está grávida e não quero que aconteça nada com eles.
-- Com seu bisneto? – perguntou com sarcasmo. - Só seria seu bisneto se fosse meu. – disse irritada.
-- Ele também é meu. – afirmou com autoridade. - Não formamos laços familiares apenas com o nosso sangue, basta haver amor. – olhou para neta e completou. – Pense bem nisso e reflita melhor. Seja lá o que acontecer, Melissa sempre será minha neta.
-- Está bem, desculpe! – andou pelo quarto e só então se abriu com o avô. - Por que ela não me deixou explicar vovô? Melissa é sempre esta cabeça dura e só faz aquilo que acha certo e verdadeiro. – desabafou
– Cansei, não tenho mais forças.
-- Não desista. Melissa tem a cabeça dura, mas uma coisa é certa, ela a ama. – beijou suas mãos – Tenho certeza que aquela americana falou alguma coisa a mais.
-- Não sei. Eu fiquei paralisada. – pensou um pouco - Ela ligou para mim alguns dias atrás e Mel ficou com ciúme, e hoje, apareceu do nada. Parecia realmente que eu havia combinado de nos encontrarmos aqui. Não culpo Melissa por completo, mas ela deveria ter confiado em mim.
-- Minha filha, depois do que você fez, eu não confiaria. – sentou-se. - Por mais forte e indestrutível que pareça, Melissa é frágil. E muito mais do que você, mas se esconde em uma casca grossa. Ela prefere colocar o lado “negro” – falou fazendo aspas com os dedos – para fora a assumir uma insegurança ou dor, e você causa os dois nela.
-- Nunca mais vou conseguir quebrar este gelo? – perguntou com tristeza – Ela será incapaz de ver que a amo por causa dessa insegurança?
-- Não sei minha filha. – abraçaram-se.
-- Pegue leve, essa gravidez teve seus altos e baixos.
-- O senhor realmente está adorando essa gravidez, não é?
-- Claro. – sorriu – Não era para gostar? Filho da minha neta postiça. – avaliou a loirinha. – Isadora, você não está aceitando essa gravidez, não é? – a loirinha bateu forte com a mão sobre a mesa e circulou.
-- Como eu vou gostar? O senhor sabe quem é o pai? Sabe o que Joaquim fez com minha vida?
-- Joaquim não presta, prova disso está aí, sendo procurado pela polícia. – pegou a neta pela mão e levou até a poltrona. – Minha filha, a vida de Melissa não foi tão fácil desde que você foi para os EUA. Primeiro entrou em uma depressão sem fim, depois fugiu de tudo e todos, só Enrico mantinha contato. E foi em uma destas fugas que caiu na armadilha traiçoeira daquele delinquente.
-- Ela não teve ninguém?
-- Como ter alguém? Em que momento? Essa menina era uma tristeza, parecia uma morta viva. E agora teve esse acidente com o pai... – esfregou as mãos da neta. – Pense um pouco... – a olhou dentro das esmeraldas. - Essa criança não teve culpa e nem pediu para vir ao mundo, mas será muito amado por esta mãe que é maravilhosa, por seus avós que sabem como ele foi concebido, mas aceitaram e por mim, que não tenho laços de sangue e amo tanto. Reflita sobre tudo minha linda. – beijou as mãos e cabeça da neta e saiu, deixando-a sozinha.
Isadora não quis sair do quarto, estava sem fome, e apesar dos apelos de Júnior e Rute, não quis comer nada. Ela tomou um banho e vestiu a camisa que Melissa havia usado na noite anterior, queria se impregnar com o cheiro da morena.
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Melissa saiu do sítio sem rumo, não sabia o que fazer, apesar da vontade de quebrar a americana em pedaços. – “A culpa é de Isadora, ela não tinha como saber o endereço, e nem muito menos onde estávamos... Isadora combinou tudo, era um plano B no caso da gente não se acertar, elas estavam juntas”. – o ciúme, a insegurança, o medo tudo contribuía para sua cegueira. – “Não vou mais chorar por você Isadora, vou tocar minha vida sozinha com meu filho.” – enxugou a lágrimas com o dorso da mão. – “Meu filho, minha única razão”. – Deitou-se no banco do carro e permaneceu lá por horas, era noite quando resolveu sair e entrar no rio para tomar um banho. – “Minhas energias vem da terra, dos rios, dos animais... Vem da natureza.” – molhou o corpo por inteiro sem se importar com a agua gelada. Ela chegou ao sítio molhada, todos estavam jantando e foi Rute quem a viu primeiro.
-- Melissa? – todos olharam para morena.
-- Onde você estava? – Enrico perguntou preocupado.
-- Pensando na vida. – respondeu sem muito interesse.
-- Vá tomar um banho quente e tirar estas roupas, depois eu levo um chá quente. – Rute ordenou sem espaço para protestos. Ela saiu em direção ao quarto. – O que estas duas ainda irão aprontar?
-- Minha filha, o pior que desta vez, é Isadora quem está jogando a felicidade fora.
-- Converse com ela papai.
-- Este tipo de decisão só ela mesma pode ter.
-- É dona Rute, depois aconselhamos e não dá certo, sobrará para um de nós, tranquilamente. – Enrico completou com desânimo.
-- Em briga de colher e xícara não se mete o adoçante. – Júnior pensou alto e todos pararam para observá-lo.
-- Come mais um pouquinho, meu filho. – Eliezer pediu com carinho ao jovem.
************************************
-- Melissa? O que aconteceu? – pulou da cama após vê-la toda molhada.
-- Estava no rio.
-- Esta hora? Melissa está frio. – constatou irritada. - Entre já naquele banheiro e tome um banho quente. – a morena a olhou por alguns segundos, mas preferiu não discutir, entrou no banheiro. Isadora foi atrás, mas teve a porta fechada impedindo sua passagem.
A morena tomou banho e saiu enrolada em uma toalha, pegou uma roupa e voltou até o banheiro, retornou minutos depois e encontrou um par de olhos verdes lhe observando.
-- Mamãe deixou esse chá aqui. – entregou para morena que pegou e bebericou um pouco.
-- Vamos conversar?
-- Sério? Vou ter mesmo a chance de me defender? – perguntou irritada.
-- Estou chamando, ache o que quiser.
-- Eu não passei o endereço daqui para ela.
-- Pensei que ela estaria aqui. – Isadora revirou os olhos com impaciência.
-- Sabe muito bem que vovô não a deixaria ficar.
-- E você?
-- Eu nem a convidei. – suspirou. – Realmente falei que viria para o sítio, mas não falei o endereço.
-- Vamos ser objetivas como você gosta. – disse após colocar a xícara sobre a mesinha. - O que pretende daqui para frente?
-- Você. – foi à vez de Melissa revirar os olhos, cansada.
-- Vou até sentar porque senti que a noite será longa.
-- Sem armas, por favor, vamos ser sinceras uma com outra e falarmos sobre tudo o que nos desagrada.
-- E você vai cumprir esse acordo?
-- Se estou propondo... – respondeu sem paciência. – Vamos lá Melissa Cristina, essa sua raiva foi por causa de Michelle, mas realmente, não passei o endereço daqui para ela. E você sabe muito bem que vovô seria o primeiro a expulsá-la.
-- Estou falando de mim, da minha vida... – passou a mão pelo cabelo – Do meu filho. – a olhou nos olhos e fez um silêncio por segundos – Isadora, você não vai querer compartilhar nossas vidas. Não vai querer me ajudar com o meu filho, e nem muito menos formar uma família com nós dois. – a loirinha correspondeu ao olhar de Melissa, estava perdida naquelas bolas azuis e sem palavras com tanta objetividade.
-- Mel...
-- Estamos colocando as cartas sobre a mesa e esclarecendo todas nossas dúvidas.
-- Eu sei disso, lembre-se que eu pedi por isso. – andou pelo quarto e se aproximou da janela, olhou o céu estrelado. – Eu só queria que nossas vidas fossem as mesmas de antes, assim como esse céu cheio de estrelas.
-- Nada é como antes, nem mesmo esse céu. – respondeu observando-a. Isadora voltou a olha-la e concluiu.
-- Mel... – respirou fundo e prosseguiu. – Não tenho estrutura para aceitar essa criança. – Melissa sentiu o coração acelerar e a barriga embrulhar. – Eu juro que pensei muito, mas penso em Joaquim e desanimo.
-- Obrigada por ser sincera. – foi até Isadora e pegou sua mão. – Por isso não quer ficar? – a loirinha sentiu seu corpo tremer com aquele contato, e não resistiu à emoção, deixou as lagrima rolarem.
-- Não só isso. – suspirou - Preciso voltar para realizar meu sonho e provar que posso vencer com meu próprio mérito.
-- Provar? Isadora, você acaba de ganhar um prêmio jornalístico... Meu amor, não precisa provar mais nada a ninguém.
-- Acha que foi fácil viver a sua sombra? Seu avô está bonzinho agora, mas sempre me humilhou e achou que era interesseira e uma péssima influência. – limpou o rosto – Além do meu pai...
-- Ele não conta mais, por favor...
-- Para Melissa! – pediu quase implorando entre lágrimas. - Pode parecer bobagem para você...
-- Shiii! – Melissa a abraçou e falou baixinho. – Eu não entendo, mas vou respeitar. – Isadora a olhou surpresa.
-- Vai?
-- Vou sim. – forçou um sorriso.
-- Então... Quer dizer... Isso é um sim?
-- Depende do que... – beijou o topo da cabeça loira.
-- Vai aceitar... Mel, você vem comigo para os EUA? – Melissa apertou o abraço.
-- Não. – a loirinha a encarou.
-- Mas...
-- Isadora, você está livre para correr atrás dos seus sonhos, enquanto eu farei o mesmo.
-- Isso é um fim?
-- Depende do que o futuro nos reserva. – ficou de frente para loirinha, limpando seu rosto. – Eu não posso fazê-la engolir minha gravidez e aceitar meu filho a força. Se fosse outra época e circunstâncias, eu correria atrás do seu perdão e do seu amor, mas não posso, eu amo esse bebê antes mesmo de conhecê-lo. – jogou as mãos para cima e andou em círculo. – Pensei realmente que você poderia ser a mãe dessa criança comigo, e me iludi sim. Sonhei com você chegando aqui no sítio e me falando isso: “Mel, você não está só. Eu quero ser mãe dessa criança com você e formarmos uma família.” – explicou-se. – Queria uma chance de voltar a ter o que tínhamos antes.
-- Mas nós podemos...
-- Não Isa. – voltou a forçar o sorriso. – Não vou lhe fazer aceitar... – balançou as mãos se explicando. – Fazê-la engolir essa situação... Minha gravidez e meus problemas.
-- Melissa... – silenciou os lábios da loirinha, olhando-a nos olhos.
-- Não Isa. – foi em direção à porta.
-- Para onde vai? Não precisa sair e...
-- Só vou até a cozinha pegar um suco ou agua.
-- Não precisa. Eu vou para você. – apontou para o corpo maior. – Digamos que não está vestida apropriadamente.
-- Isadora, todos lá embaixo já me viram só de camisa. – a loirinha a olhou irritada.
-- Lógico! Melissa, você vive se expondo. – Melissa teve vontade de rir, mas estava muito desanimada e sem forças.
“Como eu queria que esse ciúme lhe trouxesse de volta para mim.” – pensou um pouco sentida.
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Duas semanas depois...
-- Obrigada Ada, aguardarei sem problemas. – respondeu com educação após descobrir que Melissa estava em reunião, mas, pelo tom de voz que ouviu quando a porta foi aberta rapidamente, tinha a certeza que a morena estava sacrificando um dos funcionários.
-- Ada, eu não sei como aguentamos... – o homem que acabava de sair da sala reclamou e depois saiu irritado. – Ela fica pior a cada dia, às vezes rezo com a volta do senhor José. – desabafou.
-- Aguentamos porque apesar de tudo, ela é justa e paga muito bem. – foi à resposta da secretaria, o que deixou Isadora surpresa. Não demorou e a porta abriu, os olhos verdes foram capturados pelos azuis como se fosse um ímã.
-- Dona Ada, a senhora pode... – parou de falar quando se deparou com os olhos de Isadora. Melissa fechou o cenho e declarou após engolir seco. – A sala de Enrico é no outro lado do corredor.
-- Pretendo conversar com a sobrinha dele, e não com ele. – respondeu com calma e segurança. Melissa se afastou da porta, Isadora olhou dentro das safiras, sorriu e entrou na sala.
-- Então? – perguntou entrando logo atrás, após fechar a porta.
-- Amanhã retornarei ao meu serviço, nos Estados Unidos. Acredito que você saiba que não tive mais contato com Michelle. – Melissa balançou a cabeça em positivo e sentou, olhando-a nos olhos. - Estou aqui apenas para dizer que a amo, mas do que a mim mesma, e quero que venha comigo. – ela se aproximou de Melissa que permanecia inexpressiva – A amo, mas não a quero pela metade, então você tem até amanhã para pensar nisso. – aproximou-se da mesa da morena e anotou alguma coisa na agenda aberta – Anotei o horário e número do meu voo... – olhou bem os olhos azuis e concluiu – Eu quero você e seu filho, vamos tentar construir nossa família, mas lá nos Estados Unidos, longe de tudo por aqui. – Isadora saiu e não percebeu os olhos azuis úmidos. Melissa se jogou na sua cadeira e colocou os braços para trás, segurando o choro. Segundos depois ela olhou para agenda e pensou na possibilidade de se encontrar com a loirinha.
Fim do capítulo
E agora? Alguma opinião? Boa semana, bjs
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Sam Sampaio
Em: 05/09/2017
Se a estória tiver uma lógica sequencial, então a Mel não irá. A Isa voltará para os EUA e fará mais sucesso, ganhando aqueles vários prêmios, que foi mostrado no início da estória. Anos passarão e a Isa voltará para o Brasil para uma cerimônia, que ficou em suspenso em uma dos capítulos, no qual o Eurico está falando para a Mel que a Isa voltou para o Brasil, aí ele fala dessa cerimônia. Quantos capítulos até o fim?
Resposta do autor:
Sam, melhor não esperar lógica no que escrevo, até eu me surpreendo com as mudanças de rumo que faço. Nesta história por exemplo, escrevi anos atrás e agora enjoei o jeito da Isa que é infantil e manipulador, mas até bem pouco tempo atrás, eu amava o jeitinho dela. Não sei quantos faltam, na original já teria terminado. Beijos
Mille
Em: 04/09/2017
Esta nas mãos da Mel ir ou permanecer no Brasil!!!
Ambas tem seus sonhos só que com distâncias, se a Isadora fez nome nos Estados Unidos poderia ser no Brasil.
Como disse o Enrico não adianta tentar colocar a convence-la a ficar ou a Melissa ir com a Isa quem dará a resposta? será o coração delas, só torcemos que o destino as una novamente.
Bjs e até o próximo, uma ótima semana
Resposta do autor:
Ela não pensa nisso, a ambição falou mais alto e logo entenderão: na cabeça dela, fazer sucesso nos EUA, seria mais fácil para o reconhecimento internacional. Bjs
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Thaly
Em: 04/09/2017
Bom quero muito que as duas se acertem, acho que fazem um casal muito bonito por tudo o que passaram até reconhecerem esse sentimento, mas acredito que só o fato existir o amor não seja um motivo soberano para fechar os olhos pra tudo, a Isa se tornou uma mulher ambiciosa e egoista e a Mel já correu muito atrás dela entao acho que ela não dwve se submeter a mais um capricho ou vontade da Isa, ela tem que ser forte e viver a sua nova vida ao lado do seu filho e acredito que com o passar do tempo a Isa vai ver que não adianta fama e status se não se têm ao lado uma companheira que realmente a ama e que lutou sempre por elas, dinheiro e falsas amizades sempre passam.
Resposta do autor:
Mas será que depois desse tempo e se descobrir sozinha vai ter solução? A vida de ambas rolou e Isadora talvez não tenha esse tempo. Vamos esperar. Beijos
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SPINDOLA
Em: 04/09/2017
Sinceramente, a Mel não deveria ir ao enconto da Isadora não. Ela aceitou ser ameaçada e fujiu e agora quer que a outra fique correndo atrás dela.
A Isadora tem que ir embora sozinha e perceber que fez a pior escolha, e depois pedir de joelho pra voltar, mas sofrer um pouquinho, a Mel deveria conhecer alguém para fazer a isa sofrer um pouco. Quem tem que correr atrás é a Isa e não ao contrário.
Bjs
Resposta do autor:
KKKKKKKKKKKKKKK........ Também penso assim, como dizem por ai: bobeou, dançou!
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juno2018
Em: 04/09/2017
Que triste! Arruma aí outro par para a Melissa. Muito decepcionada com as escolhas de Isadora desde que foi embora :((
Acho que preciso ler a primeira versão. kkkkkkkk
Sucesso sempre!!!
Resposta do autor:
Ela fez essa escolha, e agora tem que arcar com as consequencias. Vamos esperar, será que tem volta?
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patty-321
Em: 03/09/2017
Que situação difícil, quem abrirá mão de seus sonhos? Eu entendo a Isadora é a mel tb. Sonhos antagônicos. Acho q mel não vai. Vai ficar separadas mais um pouco. Boa semana. Bjs
Resposta do autor:
Oi Patty, acho que nenhuma das duas. Mais um pouco ou para sempre? Vamos esperar... Bjs
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ik felix
Em: 03/09/2017
Eita que essa situação é muito complicada porque uma terá que abrir mão de algum plano pessoal se quiserem ficar juntas, compicado.
Mas espero encontrem um meio termo e fiquem bem juntas.
Boa semana e até a próxima, beijo.
Resposta do autor:
E como é complicado! E como nenhuma quer abrir mão... Bjs
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