Capítulo 54
-- Tudo certo Francisco, todos já sabem a verdade.
-- Melissa? Como ela reagiu?
-- Ah meu amigo, explodiu como havia previsto. – estava exausta. – Quero resolver essas lacunas em branco e voltar.
-- O que aconteceu? Quero todos os detalhes sórdidos. – Isadora contou toda a história, inclusive a conversa anterior com Melissa quando ficaram sozinhas. – Meu Deus “pimenta”, vocês duas são fogo, tem noção disso?]
-- Acredite, o meu gênio perto do dela é um brigadeiro.
-- Vocês têm algum plano B? – neste momento bateram a porta do quarto de Isadora.
-- Fran, eu preciso desligar estão chamando a porta.
-- Depois avisa as últimas notícias. – despediram-se e logo que Isadora abriu a porta, surpreendeu-se com Melissa.
-- Melissa? Por que não abriu? O quarto é seu, esqueceu? – disse surpresa.
-- Isadora, nós precisamos conversar. – demonstrava preocupação.
-- Aconteceu alguma coisa com Ju? Alguma notícia?
-- Eles querem nos matar. – repetiu, entrou no quarto e sentou com ar de derrota em uma cadeira no canto. – Eu me preocupo por você e pelo meu filho. – passou a mão pela barriga.
-- Júnior me ajudou em tudo isso, estou preocupada com a segurança dele. – olhou para morena – Vê-la que está com medo não é normal.
-- Não estou preocupada comigo ou com medo. Só penso em meu filho, ele é o que mais me importa. – olhou para loirinha que a observava como se a avaliasse. - Isadora... – tentou se aproximar, mas ela se afastou. Melissa não desistiu e continuou se explicando. - Também me preocupo com Júnior, mas agora, minha maior preocupação é você e meu filho. – voltou a se aproximar, segurando-a pelos ombros – Preciso proteger vocês, o sapo sabe se proteger.
-- Droga Melissa! – abaixou a cabeça entre os longos braços. – Imagina se aquela louca da Bruna descobre que Júnior nos ajudou... – foi interrompida pela morena.
-- Eu também não quero que nada aconteça a ele, mas a prioridade é você e meu filho. Júnior é descolado, e tenho certeza que tudo vai dar certo.
-- Eu... Eu não deveria ter começado com essa investigação, olha quanta gente estou envolvendo.
-- Fez uma coisa que me prometeu. – quis ser solidária com a pequena. – Seguiu seus instintos.
-- Para que? – fitou os olhos azuis – Alguma coisa mudou? Valeu a pena? Só coloquei as pessoas que amo em perigo.
-- Você cumpriu o que havia me prometido. – declarou curvando-se um pouco para vê-la melhor.
-- Só não consegui o que mais sonhei. – assumiu com pesar.
-- Isadora... – curvou-se mais, procurando ficar de frente para a loirinha, apoiando uma testa na outra – Isso foi à coisa mais linda que alguém poderia fazer por outra, e, eu não permitirei que nada de ruim aconteça com este ser que nem conheço, mas amo com todas as minhas forças... – olhou para sua barriga esfregando a mão, e depois inspirou profundamente, soltando em seguida o ar - e nem contra você, a pessoa mais importante da minha vida e a única que conseguiu fisgar o meu amor. – Isadora a observou com os olhos úmidos e quando se aproximou para beija-la alguém bateu a porta. – Quem?
-- Cristina, eu vou ao hospital. – explicou-se - Seu pai saiu da UTI.
-- O que? – abriu a porta e viu o sorriso estampado no rosto da mãe.
-- Tudo bem minha filha, seu pai saiu daquele lugar e agora podemos acompanha-lo.
-- Ele não corre mais perigo? – perguntou emocionada e Ester passou a mão pelo rosto da morena.
-- Não. – respondeu emocionada. Isadora se aproximou e Ester puxou as duas para um abraço triplo.
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Enrico as acompanhou até o hospital, Daniel ainda estava sonolento, e apesar das reclamações de Melissa, Ester e Enrico não a deixaram ficar, acompanhando o pai. Isadora e Melissa retornaram para casa, acompanhadas de José.
-- Eu vou dormir, o dia foi repleto de emoções. – despediu-se das duas mulheres e subiu.
Melissa e Isadora se olharam, e a foi a morena a primeira a quebrar o silêncio.
-- Comeu alguma coisa no hotel?
-- Não, estou com fome.
-- Venha, vamos ver o que temos na cozinha, posso preparar alguma coisa para comermos. – brincou.
-- Você cozinhar? – havia um brilho divertido nos olhos verdes.
-- Tenho muitas habilidades.
-- E cozinhar não é uma delas. – permaneceu brincando. Melissa deu de ombros e sorriu.
-- Macarrão instantâneo?
-- Não! – a olhou com interesse. - Não aprendeu a fazer nada diferente?
-- Ah Isadora, aprendi muitas coisas, mas não tive tempo para isso de cozinhar. – protestou. – Faz alguma coisa? – pediu com uma expressão de cachorro que caiu do caminhão de mudança. – Estou com uma saudade do seu tempero...
-- EXPLORADORA! – brincou e puxou a morena pela mão em direção a cozinha. – Sentiu falta só da minha comida? – Isadora sentiu um puxão pela mão e logo em seguida, sem tempo para mais nada, sentiu uma língua invadir sua boca, e logo um beijo faminto dominou seus sentidos.
-- Senti falta de outras coisas, mas acho melhor, comermos... – Isadora a olhou com um brilho diferente nos olhos verdes. - Algum alimento. – completou após beijá-la.
-- Aguça um pouquinho mais minha imaginação... – pediu sorrindo - Quem sabe invento uma comida diferente? Mais gostosa? – sugeriu com malícia. Melissa a puxou para outro beijo, apertando-a mais.
Isadora preparou a comida, enquanto Melissa ajudou cortando verduras.
-- Amo sopa de carne com legumes. – sussurrou no ouvido da loirinha.
-- Não se esqueça das torradas com requeijão. – Isadora brincou, observando o brilho brincalhão nos olhos azuis.
-- Prefiro outro tipo de coisa com o requeijão. – abraçou-se por trás, e beijou a nuca da sua pequena. Isadora se lembrou das várias discussões com a morena.
-- Mel, por que você ligou para mim alguns meses atrás e depois desligou?
-- Eu não quis atrapalhar. – respondeu com a cabeça baixa e um fio de voz.
-- Mel... – passou a mão no rosto da mulher mais alta – Ouviu alguma coisa? O que Michelle me disse?
-- Michelle... – falou baixinho, nomeando o fantasma que havia lhe atormentado - Ela e você... – levantou a cabeça e fitou a loirinha nos olhos – São namoradas?
-- Nós acabamos quando comprei a passagem para voltar ao Brasil.
-- Isadora...
-- Amor foi só com você. – a olhou dentro dos olhos azuis. – Só amei você. – repetiu voltando a se abraçar a morena, beijando-a em seguida.
-- Amou? Passado? – afastou-se.
-- Amo Mel, mas precisamos pensar em tudo o que nos aconteceu.
-- O que aconteceu? Amadurecemos com isso e agora podemos pensar em nossas vidas, voltarmos para nossa casa e...
-- Sua casa. - interrompeu antes que ela continuasse.
-- Minha? Isadora, nós sonhamos juntas, traçamos somos planos juntas, construímos o haras juntas.
-- Com seu dinheiro, Melissa.
-- Isso nunca importou antes, por que agora estabelecer limites? Isso não é meu ou seu, isso é nosso. – gesticulou. – Isadora, por favor, podemos voltar quando todos forem presos, e nos esquecermos de tudo isso.
-- Esquecer? Quer que se esqueça de tudo quando você tem isso? – apontou para barriga da morena. Melissa colocou a mão na barriga e se afastou com os olhos úmidos e só então Isadora percebeu que havia lhe magoado. – Mel, desculpa. Fui de uma grosseria impar agora.
-- Não precisa se desculpar, apenas foi sincera.
-- Não Mel! – acariciou o rosto da morena – Desculpe! – beijou seu rosto e seus lábios, mas Melissa permaneceu sem reação. – Melissa...
-- Vamos dormir. – a pegou pelas mãos e chamou. – Vamos para o quarto, estou com sono.
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-- Mel, eu acho muito estranho dormir no seu quarto.
-- Estranho? Isadora, nós já dormimos no meu quarto antes.
-- Não como agora. – sorriu – Algum problema?
-- Não. – sorriu sem graça – Vou tomar um banho.
-- Ei, volta aqui... – puxou a morena para deitar na cama. Ela tentava quebrar o clima que ficou entre as duas depois de revelar o que pensava a respeito da gravidez. – Ah me deixa curtir um pouquinho seus beijos, estava morrendo de saudades deles. – brincou. As duas deitaram na cama, e Melissa acabou cedendo aos beijos e carícias.
-- O que é isso aqui? – apertou o bolso do jeans de Isadora e sentiu uma coisa dura.
-- Sorry! – pediu sorrindo - Meu celular.
-- Passa para cá, vou colocar na cômoda, próximo ao meu. – a loirinha lhe entregou e se ajeitou na cama, apoiando-se com os cotovelos.
-- Estou preocupada, ninguém manda notícias de Júnior. – Melissa a olhou pensativa.
-- Tudo dará certo, aposto no potencial do meu amigo. – Isadora retirou a blusa e deitou melhor na cama, enquanto Melissa falava - Pedi a Enrico para nos avisar sobre qualquer novidade.
-- Eu quero ficar quietinha aqui com você. – abriu o jeans e deixou que a morena retirasse. Melissa a envolveu mais, abraçando-a apertado. - Meu amor... – beijaram-se, e no momento que as pequenas mãos começaram a desabotoar os botões da camisa da morena, o telefone celular de Isadora tocou, e as duas sorriram. – O que seria da nossa história sem um telefone? – brincou.
-- Deixe que eu pego para você, pode ser alguma novidade sobre... – olhou o visor e completou. - Junior. – leu o nome Michelle. – Não é. – constatou com tristeza, e entregou o aparelho para Isadora que leu o nome e suspirou. – Pode atender, não tem problema. – disse após perceber a dúvida surgir nos olhos verdes.
-- Oi Michelle... – Melissa fez menção em se levantar, mas Isadora a segurou pelo braço e fez um sinal negativo com a cabeça, mesmo assim a morena se desvencilhou e saiu da cama, indo em direção ao banheiro.
-- Droga! – estava com raiva de si mesma. – Só Isadora estalar os dedos e você cai na conversa dela. – havia fechado a porta com chave. Olhou-se por alguns minutos no espelho, avaliando-se, questionando-se sobre tudo o que havia acontecido naquele dia. Parecia ser normal, como qualquer outro dia, mas aconteceu uma avalanche de revelações, e agora estava ali, com único amor da sua vida e ela não parava de surpreendê-la, mas agora, com seus próprios pensamentos, como o que demonstrou desinteresse em voltar a viver com a morena e juntas criarem o filho que esperava.
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-- Michelle? Aconteceu alguma coisa? – perguntou segurando a raiva.
-- Não meu doce, apenas saudades. – confessou feliz em falar com a loira.
-- Poxa Michelle, fazer uma ligação internacional só para isso. – desabafou irritada.
-- Isadora parece que você não aprecia boas surpresas. – ficou chateada com a agressividade da ex-namorada.
-- Desculpe-me, estou cansada... – olhou a porta do banheiro, imaginou o corpo de Melissa nu, sentiu um desejo latente entre as pernas – Quando o telefone tocou, não estava em um bom momento para falar.
-- Problemas familiares?
-- Também. – não queria prolongar a conversa.
-- Isadora, eu quero apenas que você saiba, o quanto sua ausência me fez perceber a importância que tem na minha vida.
-- Michelle...
-- Não Isadora, eu quero continuar, não negue essa oportunidade a nós duas.
-- Não posso, estou com minha cabeça cheia, e preciso resolver um assunto pendente. – ouviu o barulho do chuveiro. – Michelle, eu preciso desligar quando retornar nós conversaremos.
-- Quando retorna? Quero lhe ver logo.
-- Eu não tenho ainda uma data definida. Passarei um tempo com meu avô.
-- Deixe-me ir com você? - pediu cheia de esperanças.
-- Para onde? - perguntou confusa.
-- Ficar com você e seu avô, eu sei o quanto o ama, e seria uma ótima oportunidade para nós duas.
-- Sem chances! – cortou a conversa - Agora preciso ir. - estava impaciente e com a imaginação a mil.
-- Por favor, avise-me, ao menos para saber. – pediu com pesar, percebendo o quanto a loirinha estava distante.
-- Aviso, não se preocupe. – respondeu sem dar chances para um novo assunto e desligou. Voltou a olhar a porta do banheiro, não sabia se invadia o local e se oferecia para um banho, ou aguardava a morena.
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Melissa deixou que suas lágrimas rolassem enquanto estava embaixo do chuveiro. Ouviu batidas na porta e em seguida a voz de Isadora.
-- Mel será que podemos conversar? – sentiu todo o corpo tremer de medo, imaginando mil coisas a respeito do telefonema. Ela saiu do banho, vestiu o roupão, e só então respirou fundo, preparou-se para uma provável discussão.
-- Estou saindo. – ao abrir a porta, deparou-se com os lindos olhos verdes que expressavam um brilho de cobiça.
-- Sobre o que aconteceu hoje, ou melhor, aqui... – não sabia o que dizer, o desejo falava mais alto. Antes que a loirinha abrisse a boca, o telefone da morena tocou, ela olhou e viu que era Enrico.
-- Então? – perguntou ansiosa esperando notícias de Júnior.
-- Estamos aqui na sala... – o homem estava um pouco envergonhado – Será que é um bom momento para conversarmos?
-- Lógico. – respondeu fitando as esmeraldas – Estamos descendo. – desligou e jogou o celular na cama – Enrico nos aguarda na sala. – voltou até o closet, pegou uma calça folgada, e uma camisa de lã. Isadora permaneceu observando-a, analisando o corpo que tanto desejava, e só então percebeu a correntinha com as iniciais das duas.
-- Você não tirou? – perguntou casualmente. Melissa estava distraída e não entendeu o que ela havia perguntado.
-- Ahã? – abriu uma expressão de dúvida.
-- As letrinhas. – apontou.
-- Ah! Sim, eu não a tiro por nada, sempre deixo aqui.
-- Você dormiu com Joaquim usando-a? – perguntou no impulso, e só percebeu a garfe, após ver a dor se abrir no rosto de Melissa. - Desculpa... – pediu com os olhos úmidos.
-- Eu não sei como aconteceu, falei a verdade.
-- Desculpa. – virou-se para sair do quarto.
-- Isa! – chamou sentindo um nó na garganta. - Podemos conversar sobre isso depois. – olhou a loirinha com pesar – Precisamos descer e falar sobre Júnior. – ela assentiu e entrou no banheiro.
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-- Então? Encontraram Júnior? – perguntou disfarçando sua dor.
-- Tudo indica que pretendem sair do País.
-- Eles não usarão aeroportos, tem um chamado da polícia. – José concluiu.
-- Isso nos leva a quase nada de concreto. – Enrico bufou se servindo de uísque.
-- Quase nada de concreto... – a morena pensou alto. – Identidades falsas eles já possuem, agora é sair do Brasil e liberdade.
-- Não é tão fácil. Ulisses emitiu um alerta pela Interpol. – Melissa bateu com os dedos no braço do sofá e gritou.
-- Isso! – todos olharam para ela – Onde tem pista de pouso particular? Onde eles poderiam usar Júnior como escudo?
-- Lógico! – Enrico disse empolgado – Cris, o rádio do escritório ainda funciona?
-- Sim. – olhou o homem mais velho – Vovô será que tem alguém no escritório? – o homem olhou o relógio.
-- Na fazenda? Acredito que sim. Vamos tentar. – todos se dirigiram até o escritório. Melissa percebeu o olhar de medo de Isadora e a abraçou.
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-- Oh meu Deus! – disse um dos colonos tentando mexer no rádio que ficava na casa do capataz da fazenda de José Alcântara. – Esse bicho é muito cheio de “butão”. – Alô, câmbio!
-- Quem é?
-- Sô ieu seu Zé, Carniço.
-- Caniço, onde está Pereira?
-- Oh seu Zé, ele foi inté cidade. Seu Joaquim tá aqui, ele truxe uns home e mais uma muié.
-- Caniço, escute, junte os homens e prenda essas pessoas, eles estão sendo procurados pela polícia. – disse apreensivo.
-- Oh seu Zé, isso é de “veldarde”?
-- Não estou brincando homem. – repreendeu José. Neste momento, o homem sentiu um objeto frio encostado ao seu pescoço.
-- Deixe esse rádio ai e fique quietinho. – Joaquim ameaçou, falando alto o suficiente, deixando que os outros ouvissem.
-- O que você estava fazendo seu idiota? – Bruna perguntou. Enrico reconheceu a voz da irmã e ficou pálido. Melissa olhou em volta e fez sinal de silêncio para ninguém falar, ela saiu da sala e ligou para polícia.
-- Estava tentando ligar o rádio. – Joaquim respondeu – No mínimo para o patrão.
-- Seu Zé...
-- Cala a boca. – Bruna ordenou com sarcasmo e sorrindo. – Mate-o.
-- Bruna, não! Isso não é necessário. – Joaquim tentou argumentar. – Ele é apenas um João da vida que não tem nada.
-- Claro que é necessário. – sorriu alto – Traga aquele idiota aqui.
-- Bruna deixe-o ou perderemos nosso refém. – neste instante Melissa retornou da sala com uma expressão preocupada, e sentiu dois braços pequenos a envolver com os olhos cheios de água. Ela aceitou o abraço de Isadora, confortando-a, fez sinal para que permanecessem em silêncio.
-- Vou deixa-lo em paz. – sorriu novamente e deu uma coronhada com o revolver no rapaz que já estava grogue com a droga que lhe foi dada. Ela colou o cano da arma na testa do colono e puxou o gatilho. – Viu como se faz um serviço bem feito? – perguntou a Joaquim que demonstrou pavor ao ver o homem morto em cima de uma poça de sangue. Ela limpou a arma com suas digitais, colocando-a, em seguida entre a mão de Júnior que estava drogado. – Agora a minha querida amiguinha Isadora, vai sofrer vendo o melhor amigo preso, respondendo por um crime que não cometeu. – em seguida ligou para polícia, chorando, desesperada, avisando que havia encontrado um corpo na fazenda do seu avô, e quando o sargento perguntou seu nome, ela respondeu Melissa Cristina.
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Na biblioteca todos estavam atônitos, assustados com o que acabavam de ouvir.
-- Minha irmã – sussurrou Enrico caído na cadeira.
-- Eles não podem fugir. – disse José.
-- Avisei a polícia e expliquei tudo. – Melissa justificou abraçada a Isadora que a apertava cada vez mais contra seu corpo.
-- Mel...
-- Psiu! Estou aqui... – beijou o topo da cabeça loira. Horas depois, todos estavam nervosos e preocupados com o rumo das coisas. Isadora havia adormecido nos braços de Melissa que a embalava como um bebê. As notícias chegaram por telefone.
-- Alô! – Enrico atendeu e ouviu todas as notícias, e desligou após alguns minutos. – Eles fugiram, mataram Caniço e drogaram Júnior, mas já levaram para o hospital. – olhou para morena – Ele é muito conhecido por aquelas bandas.
-- Ele nasceu no Estado, seu pai é um deputado, normal. – José concluiu.
-- Eles não desconfiaram dele? – Melissa perguntou preocupada.
-- Sabem a verdade, quando você falou do rádio, foi fácil sintonizarem também. – neste instante Isadora acordou e a morena a convidou para subirem.
-- O que aconteceu? – perguntou confusa.
-- Shiiii... Vamos subir, depois conversamos. – levantou apoiando a mulher menor, ajudando-a a ir para o quarto.
-- Dorme comigo? - choramingou sonolenta.
-- Claro meu amor. – pensou - “Desculpe sapo Caco, mas hoje serei egoísta, preciso ficar aqui com a mulher da minha vida, e tentar fazê-la me aceitar de novo.” – olhou a barriga e passou a mão carinhosamente.
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Passava das onze horas quando Isadora acordou, sentindo-se completamente relaxada, fazia tempo que não dormia tão bem, e acordava tão revigorada. Ela olhou para cima e seus olhos se encontram com os azuis que emanavam um brilho brincalhão.
-- Ei dorminhoca. - chamou sorrindo, abraçando-a mais.
-- Dormi assim? - olhou o corpo e percebeu a camisa. - Mel, você trocou minha roupa? - perguntou com ar de preocupação, olhando a morena que segurava o sorriso.
-- Existem coisas que realmente não mudam. - constatou com ar divertido e recebeu um beliscão. - Au! Realmente as coisas não mudam. - apertou mais a loirinha que permaneceu sorrindo.
-- Eu a amo meu potinho de mel. – sorriu. As duas mulheres se entregaram uma aos braços da outra, na tentativa de refazerem o caminho que levava ao prazer. Melissa retirou à camisa da loirinha, e admirou o corpo de penugens claras, completamente nu. – Vem fazer amor comigo. – pediu com malícia e Melissa atendeu, no entanto, Enrico as interrompeu, chamando-a.
-- Cristina, por favor, é urgente, abra a porta e venha até aqui.
-- MERDA ENRICO! – vociferou e levantou-se para abrir a porta. – O QUE FOI AGORA?
-- Melissa Cristina, eu quero saber o que você fez com meu filho? – a velha senhora questionou, após vê-la descabelada e vestida apenas com roupão. A morena fechou o cenho, queria matar o amigo e depois proporcionar a ex-sogra todos os tipos de torturas que conhecia.
-- A senhora não sabe? – foi irônica – Roubo, fraude, descaminho, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, chantagem e assassinato. Quer mais alguma coisa? Deixe-me ver o que posso alegar mais... – estava sendo sarcástica.
-- Meu filho não faria isso. – entrou no quarto sem chances de Melissa afasta-la, deparando-se com Isadora deitada, com o lençol cobrindo-a, mas era notório que estava nua. – O que esta mulher faz aqui?
-- Acho que senhora não vai querer saber. – respondeu retornando para dentro do quarto.
-- Saia já desta cama sua “messalina”. – ordenou e em seguida, sentiu uma mão forte lhe puxar pelo braço e seus olhos negros se encontraram com os azuis nublados.
-- A senhora vem à casa dos meus pais, invade meu quarto e chama a mulher que eu amo com este termo pejorativo? – cuspiu com raiva. Enrico tentou intervir, mas foi empurrado com a outra mão. A mulher mais velha sentiu o sangue fugir, nunca tinha visto aquela expressão em Melissa, e nem muito menos esperava esta reação. Isadora vendo o pequeno demônio interior da morena sair, resolveu intervir.
-- Mel deixe-a, ela não vale a pena. – pediu com carinho colocando a mão sobre a mão maior que segurava com força o braço da velha senhora. Com a outra mão Isadora segurava o lençol que envolvia o seu corpo nu. A loirinha sentiu a mão da morena se fechar mais – Amor, não se iguale a ela, por pior que seja, é a avó do seu filho. – Melissa abriu a mão e olhou a velha com severidade.
-- Agradeça a ela... – olhou Isadora – A integridade deste corpo sujo... – usou um tom de desprezo - E nunca mais, ouça bem, nunca mais fale alguma coisa ou chegue perto dela. – apontou a cabeça em direção a Isadora. – Sua bruxa velha!
-- Eu não me assusto com você sua caipira. – respondeu com arrogância, para logo se arrepender vendo a mão maior se erguer.
-- Mel, não! – pediu baixinho - Saia daqui! – disse rispidamente. – Antes que eu mesma lhe coloque a pontapés na rua.
-- Irei com prazer, mas saiba que meu neto será criado por mim, farei o impossível para afasta-lo do monstro que é sua mãe. – neste momento Isadora se jogou na frente do corpo maior e falou com a mulher mais velha.
-- Saia daqui, e pare de provocar porque não irei mais intervir a seu favor. – advertiu – Vem amor. – afastou Melissa da mulher. Olhou com profundo pesar para Enrico que assistiu a tudo calado, o homem sabia que a morena iria desviar sua raiva se ele se metesse, assim como Isadora fez. – Ela já foi amor. – disse acariciando o rosto da mulher mais alta.
-- Aquele estúpido fugiu e deixou o sarcófago com as múmias para mim. – reclamou. Isadora segurou o sorriso e respondeu com uma das suas tiradas.
-- Aquela ali está mais para embutido de botox do que múmia. – abriu o sorriso que era o calmante necessário para Melissa.
-- Será por isso que gastei uma nota nos últimos meses com isso nas minhas vaquinhas? – sorriu.
-- Amor, suas vaquinhas devem precisar de butox, e não de botox, mas, em todo caso, é bom deixar bem guardado, as múmias também devem atrair grandes quantidades de moscas, parasitas e outras coisas. – as duas caíram em gargalhadas, deixando-se voltar à antiga cumplicidade que existia entre elas.
-- Mesmo assim, atrapalharam meus planos, e agora preciso chutar algum traseiro, isso me faz sentir melhor.
-- E N R I C O!!! – Isadora gritou, observando a curiosidade nos olhos da morena. – Meu traseiro é muito lindo para ser chutado. – neste momento sentiu Melissa arrancar o lençol. – Aiiiii!!! – viu o sorriso malicioso da mulher.
-- Alguém me chamou? – perguntou aparecendo a porta.
-- Ela precisa chutar alguns traseiros. – falou sorrindo e escondendo-se atrás da morena.
-- Bem, Júnior ficou em Goiás, deve voltar na sexta, então, BETOOO!!! – gritou pelo segurança.
-- Perdi a vontade! – declarou distraidamente – Cansei. – olhou a loirinha e pensou na vingança. – Isadora, seria melhor cobrir sua bundinha redondinha. – piscou e saiu sorrindo. Deixou a mulher menor completamente ruborizada e Enrico se divertindo com a situação.
Fim do capítulo
Gente, estou mudando quase tudo, ninguém tá comentando, depois não reclamem kkkkkk... Minhas ideias estão a mil, muita coisa fervilhando, desilusões a vista, e não vai rolar arrependimento não... Vou prosseguir com minha roleta das mudanças. Beijos e boa tarde a todas! Fuiiiiiiiiiiiiiiii!!!!!!!
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Deeh23
Em: 31/08/2017
É a primeira vez que estou lendo, então não posso falar sobre as mudanças. Mas a história estou adorando, quero muito que elas se acertem de vez, é que Isa passe logo a amar esse bebê como se fosse o dela!
Resposta do autor:
Está gostando? Isso que importa...kkkkkk.... Não sei quando isso vai acontecer, e se vai. Beijos
patty-321
Em: 31/08/2017
O final do capítulo foi bom demais, lembrando a cumplicidade delas do início. Lindas. Que bom que o sapo caco tá bem e q desgraçada essa Bruna, Mata por prazer e o.imbecil do Joaquim e um pau mandado dela, frouxo. Quero q a mel faça eles de tapete. Adorei q o Daniel não morreu, o amor dele com a esposa e tao lindo. Amando as mudanças. Bjs
Resposta do autor:
Palavra da vez: mudanças! Aguarde... hehehehehehe. Beijos
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Rafaela L
Em: 30/08/2017
Boa noite Rafa!
E poõe mudança nisso!!!
Adorei vc não ter matado Daniel,e também o vô dá Mel estar aceitando-as.Enquanto as meninas..Isa tá parecendo que virou capricorniana! mto fria e distante de Melissa.E a relação com Michele,parece até ser indefinida,ao menos é o que a loira deixou a entender pra esse ex caso.O que mais notei nessas mudanças,é o quanto Isadora amadureceu.Gostei mt dessa nova "ela"
Tô sentindo falta do Júnior..e de mais doce entre elas.Sempre algo atrapalhar p que não cheguem aos enfins.Isso qdo elas mesma n o fazem.
Parabéns Rafa, sinceramente p mim ficou melhor ainda.
Ei..o bb dessa vez podia ser menina,e se parecer com a mãe loira.Que tal!?
Resposta do autor:
Isadora amadureceu, mas, tornou-se fria e introspectiva. Não sei até onde isso será bom para Mel. Obrigada. Beijos
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ik felix
Em: 30/08/2017
Rafa é a primeira vez que leio, por isso, não posso falar das mudanças. Mas o rumo que está tomando para mim tá bom, pois as nossas heroinas estão juntas. Beijo e até o próximo!
Resposta do autor:
Espero que continue gostando lá na frente. Beijos
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crisley
Em: 30/08/2017
Ei linda, TD bem? Não comentei, mas notei sim a um tempo que a historia mudou alguns pontos e eu tô amando ler, torço sempre pelo amor dessas duas figuras, amo as tirados do sapococo kkkkk, falta dele eim, bom no mais estou eu cá a espera de mais capítulo seu, bjs fica com Deus.
Resposta do autor:
Oi Cris, espero que goste das mudanças, e Junior está voltando aos poucos. Beijos
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Nana2014
Em: 30/08/2017
Rafa ja era apaixonada c este romance da primeira vez q eu li...agora c as mudanças continuo amando cada novo cap postado.....espero q a Mel e a Isa xonsigam superar todos os obstaculos como da primeira vez..... E não judia muito não viu.... Bjs volta logo
Resposta do autor:
Será que estou judiando com a entrada desta médica? E Isa ainda vai aprontar, espere e lerá. Beijos
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NeyK
Em: 30/08/2017
As mudanças estão ótimas, agora elas tem que deixar dessa agonia e ficar logo bem, pq ainda tem que infrentar muita coisa e acho que chegou a hora de fazer isso juntas.
Resposta do autor:
Este comentário foram capítulos atrás: ainda pensa assim ou mudou de ideia? Beijos
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