Entre Laços por Dud
Eu não sei se tem como, mas COMO COLOCA PARÁGRAFO? hahahaha
Tô postando pelo celular, muito difícil. Mas tá aí.
Capítulo 1 - Sacada
A aglomeração de pessoas aumentava a cada segundo, as vozes curiosas iam aumentando, alguns olhavam com pena, outros apenas querendo ver o que aquilo ia dar. Não era comum ver uma mulher no 4° andar ameaçando pular, ainda mais na cidade maravilhosa. Os cabelos negros estavam soltos, os olhos azuis esverdeados denunciavam extrema tristeza e lágrimas grossas escorriam pela bochecha, ela passeava os olhos pelas tolas pessoas ali, alguns bombeiros já haviam mandado as pessoas se afastarem, maldito medo, pensou a morena, antes tivesse pulado de uma vez, agora estariam levando o corpo pro IML.
- Tolos!
Ela só queria morrer em paz, o que tinha feito de tão ruim pra Deus pra receber esse castigo? Ela sabia que o que fazia não era a melhor saída, mas tinham perdoado uma prostituta uma vez, perdoar mais uma não seria tão difícil.
— Desce dessa janela - uma voz soou atrás da morena, que se assustou, acabou perdendo o equilíbrio e quase caindo, segurava pela madeira da janela, um vaso de planta caiu e ela olhou para baixo, o medo fazia seu coração quase sair do peito - Vem! - uma garota apareceu, os olhos escuros pareciam preocupados, ela olhava intensamente para a de olhos azuis acinzentados enquanto a puxava pelo pulso sem muito sucesso.
Na mesma hora, bombeiros apareceram pra ajudar, colocaram a mulher para dentro e deram uma olhada pra ver se havia algum machucado, um curativo foi posto na cintura onde havia um corte. Depois de um homem dar um esporro nela, todos foram embora, menos a menina que a pouco tinha tentado salvar.
- O que ainda faz aqui? – a de olhos azuis, quase verdes, olhava curiosa, conhecia aquela menina de algum lugar.
- Preocupação, - ela sorria sem jeito- aliás, sou sua vizinha do 402.
- Pode ir, não é como se eu fosse tentar algo de novo- ela sorriu amarelo, sem jeito, foi até o sofá e colocou as mãos no rosto, um suspiro e todas as lágrimas voltaram a descer, alguns soluços denunciavam o desespero.
- Quer falar o que aconteceu? – a pergunta saiu sem jeito, a voz era baixa e receosa, a loira sentou e a olhou.
- Além de ter que me prostituir pra sobreviver, eu descobri que não posso ter filhos, não posso engravidar, não po... – as palavras morreram na garganta e mais lágrimas desciam.
A loira apenas se levantou e tomou o rumo da cozinha, queria uma cafeteira e ficou satisfeita quando achou uma. Preparou um café forte e levou uma xícara para a morena, colocou na mesa de centro e suspirou.
- Cecília e você é a...?
- Manuela, me chama de Manuela- estendeu a mão e a loira apertou.
- Bom, eu acho que você deveria tomar um banho e descansar, deve estar exausta - Cecília levantou e sorriu - acho melhor te deixar um pouco sozinha, mas saiba, eu moro no final do corredor, pode bater assim que quiser ou precisar, não faço muito coisa que não seja estudar- ela riu de um jeito encantador e a morena a encarava com os olhos cheios de gratidão, num impulso a morena levantou e a abraçou - Não agradeça, por favor!
Cecília saiu do abraço e deu uma última olhada na morena antes de sair, era linda, os olhos eram de um azul forte, os cabelos ondulados e cheios destacavam o rosto bem desenhado, a boca carnuda tinha uma sorriso um tanto triste, o corpo... Cecília nunca tinha visto igual. Sorriu quando a morena abriu a porta e saiu, indo para o final do corredor, onde tinha uma porta de madeira clara.
Abriu a porta de seu apartamento e se jogou no sofá, uma loucura o que ela tinha acabado de passar, sempre via Manuela quando ia pra faculdade, a morena carregada um sorriso maroto e naquele horário sempre vestia roupas elegantes e que destacavam o corpo cheio de curvas, morria de vontade de chama-la pra sair, mas faltava coragem.
Depois de longos minutos pensando em tudo, levantou e foi para o banho, o apartamento que era localizado na zona sul do Rio, era grande e espaçoso pra uma pessoa só, tinha sido presente dos pais quando a mesma fez 18, agora com seus 21, se encontrava mais perto da formação na faculdade que tanto tinha sonhado, estava no terceiro ano de direito, notas excelentes, estágio melhor ainda, tudo o que sonhava, a vida que as pessoas sonham. Sem falar nos pais super amorosos e pensando neles que terminou o banho, precisava visita-los, colocou um short preto e uma blusa no estilo cigana, um allstar no pé e a chave do carro na mão, assim que saiu, passou pela porta da morena, algo pedia pra ela não bater, mas quem ligava? Não tinha nada a perder.
Toc! Toc! Toc! Três batidas e mordeu a língua quando Manuela abriu a porta, claro que tinha algo a perder, a sanidade, a mesma se encontrava apenas de calcinha e uma blusa de manga, a cara de sono e os olhos um pouco inchados denunciavam que estava chorando um pouco.
- Desculpa te atender assim, - Manuela estava vermelha, passou metade do seu corpo para atrás da porta - eu achei que fosse uma pessoa, ela está pra chegar.
- Sem problemas, eu que vim sem avisar. – a loira com certeza estava no automático, mas despertou quando o barulho do elevador soou pelo corredor e uma ruiva saiu de lá, linda por acaso, olhos verdes, os cabelos batiam no ombro, sardas por todo o rosto mas consideravelmente poucas.
- Manu, meu Deus, como você tá? – a ruiva ignorou totalmente e foi direto abraçar a morena.
- Estou bem, Ju, preciso tanto de você. – Manuela saiu por completo de trás da porta, o que fez a loira segurar a respiração e desviar os olhos pra um ponto qualquer.
- Bom,- a loira se pronunciou de modo baixo, querendo sair o quanto antes, estava nervosa e isso era nítido, pelo menos na cabeça dela - estou indo nessa, a gente se vê Manu, fica bem!
- Obrigada Cecília, pela preocupação e por tudo.
Manuela viu a loira se virar tímida e sair em passos largos para conseguir pegar o elevador que ainda estava no andar, assim que a loira entrou no elevador sorriu.
- Eu vi esse sorrisinho, Manuela!- a ruiva provocou.
- Que sorriso? Tá louca? – a morena entrou e se sentou no sofá - Ela salvou a minha vida hoje, foi ela.
- Não sabia que anjos da guarda podiam ser tão gatas, uma loira dessa...
- Cala a boca, Júlia - riu divertida com a situação e foi abraçar a amiga, mesmo com os minutos de descontração, ainda sentia a dor e o peso das palavras que escutou mais cedo do médico, precisava de sua melhor amiga, precisava do colo dela, ela saberia o que falar, sempre sabia, recorria a ruiva em todos os momentos da sua vida e vice versa.
Fim do capítulo
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Val Maria
Em: 11/09/2017
Boa tarde autora,EU simplesmente adoro esse tipo de enredo.
Vou acompanhar sua estória, mas por favor não abandone a,e muito ruim quando a autora abandona a estória e retira do site,fica um gosto de frustração .
Adoreii o primeiro capitulo.
Volta logo.Beijos
Val castro
Resposta do autor:
Espero que continue gostando... Eu expliquei nas notas finais do cap. o ''afastamento''. O seu comentário me ajudou muito a voltar, tenha noção disso. Beijosss
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