Despedida por Lily Porto
Chegamos ao final...
Capítulo 81 - ÚLTIMO CAPITULO - Despedida
Donatella
– Isso amor, peguei o ônibus das 16 hrs, com as paradas nas cidades, devo chegar na rodoviária por volta das 20 hrs. O que? Claro que estou indo pra ficar, minha linda! É, ainda falta pegar umas coisas no apartamento daqui, mas sua mãe ficou de emprestar o carro dela que cabe mais coisa, pra gente pegar o que faltou, daí fica mais fácil. É isso, sim! Hoje eu durmo com você e a partir de hoje a gente não se perde de vista nunca mais.
Desliguei o telefone com a voz meio embargada, eu havia esperado tanto por aquele momento e ele finalmente havia chegado. Eu e Anna passamos por tanta coisa para finalmente podermos realizar o sonho de morarmos juntas. Eu estava tão ansiosa, tão empolgada, tão realizada.
O melhor momento da minha vida com certeza tinha sido os nossos quase 6 meses morando em Paris. Eu queria muito aquele convívio diário com a Anna de novo e fiz tudo para merecê-lo. Na verdade, fizemos! Minha portuguesinha se dedicou demais entre faculdade, trabalho e o nosso namoro.
Estou voltando para a mesma casa, mas agora volto formada em Artes Plásticas e com uma aliança dourada no dedo anelar da mão direita. É gente, noivas! É isso que eu e Anna somos agora.
Fiz o pedido num desses churrascos em família lá na casa da Anna. A vergonha só não foi maior porque dividi a cena com meu cunhado e agora melhor amigo, Lourenço.
A gente combinou tudo para pedirmos nossas namoradas em casamento, juntos. Ah... detalhe, marcamos a data do casamento para o mesmo dia também. É isso ai, dois casamentos em apenas uma cerimônia.
Marcamos pra daqui a 8 meses, seria algo simples, uma bênção, troca de votos e uma pequena confraternização dos familiares. Todos ficaram felizes e emocionados com os noivados. Imagina nos casamentos?
Eu era a única que não tinha parente nenhum pra levar a cerimônia. Como sabem, minha relação familiar sempre foi complicada e não tenho contato nenhum com os meus parentes. Ah, minha mãe acabou falecendo no último ano devido a complicações de uma pneumonia. Fiquei bem chateada, apesar de tudo que passamos eu sempre a amei, ela era minha mãe, né?
Mas com tudo o que passei na vida, estava tendo a oportunidade de escrever uma nova história. E o objetivo era que o final fosse feliz dessa vez.
Eu e a Anna não tínhamos muitos planos, a gente só queria morar junto, casar, se curtir. Apesar do bom tempo de namoro, a distância e os compromissos impediram que tivéssemos aquela convivência que tivemos em Paris. E era aquilo que a gente queria de volta.
Claro, não seria em Paris e nem com toda aquela maravilha que aquela cidade tem a oferecer. Mas aqui tínhamos Sophie e Felipe "fazendo zoada" pela casa inteira quase todos os dias. Aqueles dois eram adoráveis e vê-los interagindo com a irmã mais velha me fazia admirá-la cada vez mais.
Sim, a gente quer ter pelo menos 2 filhos. Mas não agora, como eu disse, queremos curtir o casamento, que aliás já tá bem próximo. Queremos viajar, planejar, namorar, se estabilizar um pouco financeiramente. Mas sim, sonho em ter pedacinhos meus e de Anna Pacheco bagunçando a nossa casa toda.
Deus tem sido muito generoso comigo e só tenho a agradecer, pela Anna, pela família que ela "me deu", pelas minhas conquistas individuais e pelo quanto eu me sinto pronta para deixar todo e qualquer sofrimento pra trás e, sem reservas, me entregar para todas as possibilidades de ser feliz ao lado das pessoas que eu amo e que eu sei que me amam também.
Valeu a pena ter passado por tudo aquilo. Tudo aquilo serviu de bagagem, de base pra formar a Donatella de hoje. A Dona de hoje é mais forte, mais resiliente, com mais capacidade de assimilar o golpe e seguir, sorrindo e com fé e confiança pra ser feliz todos os dias, mas cada dia de uma vez.
Lourenço
Alguns anos se passaram desde que meus irmãos nasceram, os nossos maiores tesouros.
Felipe e Sophie mudaram as nossas vidas. Com o nascimento dos pequenos toda a nossa rotina mudou. Claro que pra melhor. Lembram que por conta deles eu e a Vê assumimos a nossa relação?
Pois é, depois daquele dia eu comecei a estudar a hipótese de construir a minha família ao lado da minha namorada. E assim seguimos amadurecendo esse "sonho".
Há pouco tempo eu e a Vê fomos pra Inglaterra, passamos um ano lá estudando. Foi um ano maravilhoso, e de certa forma esse convívio fez a minha vontade de casar com ela aumentar. Mas antes de dar esse grande passo resolvi fazer o teste final. Afinal moramos juntos em outro país. Onde estávamos apenas eu e ela.
Voltamos para Natal e fiz um convite a ela. Lembram daquele apartamento que a mãe Bah mobiliou pra mim quando eu dei um de "rebelde sem causa"? Então, assim que cheguei conversei com ela sobre ele e prontamente a dona Bárbara me entregou as chaves dele.
E fiz a proposta a Vê de morarmos juntos. Eu vivia na casa dela e tal, mas ainda morava com minhas mães.
Esqueci de contar pra vocês, mas antes de ir pra Inglaterra eu comecei a trabalhar em uma outra empresa, pois é, pedi demissão da Vital History e estou trabalhando em uma empresa que tem sede no Brasil, e filiais em alguns outros países.
Voltando ao lance do casamento, eu e a Vê estamos morando juntos mesmo a dois anos. Claro que temos as nossas divergências e tudo mais, afinal vida de casal é assim mesmo. Mas nada que me faça desistir de continuar a pôr os meus planos em prática.
Volta e meia o Ju tá por lá nos fazendo companhia, a pouco tempo dei um gato siamês a Vê, e Gael é louco pelo meu irmão, imaginem vocês que é só o Ju entrar no apartamento que ele sai de onde estiver pra brincar com ele. Ele ama o Ju, ah e os pequenos também, é só ver o Fê e a Sophie que ele corre pra perto, os pequenos outro dia colocaram até pompons de cabelo nele, não me perguntem como eles conseguiram fazer isso, mas fizeram. As minhas mães quase me proibiram de trazer os pequenos pra cá.
Afinal naquela mesma noite o Fê teve uma crise de cansaço. E a mãe Bah ficou uma fera comigo. Mas quando chegamos lá pra visitar os pequenos e mostramos as fotos ela se derreteu inteira. E agora passamos a visitar minhas mães com o Gael, quem não gostou muito disso foi o Billy, super ciumento ele é com os meus irmãos. Rolou até uns desentendimentos entre eles no início, mas hoje em dia ele e o Gael são grandes amigos.
E sim, a minha experiência deu certo e estou planejando com a minha cunhada os nossos noivados. É supressa e vamos pedir as nossas namoradas em casamento no mesmo dia.
Dia esse que demorou mais que tudo pra chegar. Mas chegou, e aqui estou eu, melhor. Estamos nós. Frente a frente delas, com toda a família reunida pedindo elas em casamento.
Na verdade, já pedimos, estamos naquele momento de espera angustiante, pois é. Elas estão chorando, enquanto eu e Dona estamos ajoelhados lado a lado esperando as nossas respostas. Que claro, esperamos que sejam "sim".
– Amor, – enxugou o rosto com as mãos – você poderia ter me contado dessa surpresa. – sorriu. – Claro que eu aceito casar com você.
Levantei abraçando e beijando a minha futura esposa dizendo:
– Eu te amo Vê. E o que eu mais quero agora é casar contigo.
Ao nosso lado Anna ainda deixou Dona ajoelhada esperando a resposta. Dava pra ver a angustia nos olhos da minha cunhada e a emoção nos olhos da minha irmã. Até ela falar.
– Dona, eu sou perdidamente apaixonada por você – agarrou minha cunhada a levantando e beijando. – Claro que eu aceito casar com você meu amor.
Os presentes explodiram em palmas e gritos, depois todos nos parabenizaram e assim passamos esse belo dia.
Ah, a mãe Carla não pode vir para o noivado, estava viajando com a Joana. Lembram dela? Elas casaram e estavam em lua de mel. Resolveram passar um mês na Espanha. Por isso não puderam vir. Mas deram certeza que viriam no casamento que será em poucos meses.
Anna
Coração batendo na boca aqui. Hoje é o grande dia, o dia em que eu e Dona vamos oficializar a nossa relação.
Parece que foi ontem que eu estava totalmente perdida, sem saber que rumo seguir na vida profissional, na amorosa. E agora estou formada, apaixonada pela profissão e mais ainda pela bela negra com quem quero dividir o restante dos meus dias.
O mano e a Vê também vão casar com a gente, quer dizer não "com a gente", mas no mesmo dia e local que nós duas. Onde? No resort mais bacana da região. A Cléo conhecia o dono, parece que foi cliente da empresa e por isso ofereceu o espaço por um preço bem bacana.
Alguns convidados passaram o fim de semana no resort, outros foram só pra cerimônia. Foi uma cerimônia íntima, só as famílias e alguns amigos bem próximos, acho que não chegava a 50 pessoas.
Dona estava com um vestido azul, de alças, bem simples sabe, e magnífico. O Juninho entrou com ela, todo cheio de pose. Em seguida a mãe Bah conduziu Lourenço ao altar. Ela segurou muito pra não chorar, eu estava escondidinha, vendo tudo e também foi difícil conter as lágrimas.
Verônica entrou na sequência, de braço dado com o pai. Um senhor baixinho e careca, com um humor divertidíssimo. Ela optou por um vestido clássico, manga 3/4 e o mano quase desmaia ao cruzar seus olhos com os dela.
E eu fui a última. Entrei com a mãe Carla, acreditam? Ela fez questão de me conduzir até o altar. Ela realmente era uma nova mulher e havia superado todos os desafios dos últimos anos desde que seu casamento com a mãe Bah terminou.
Meu vestido era off white, de maga curta e longo, ia até os pés e neles uma sandália com salto médio. Minha mão estava gelada e eu trêmula, mas a mãe Carla foi tão doce, sabe? Tão gentil, me tranquilizou até eu encontrar minha amada com os olhos marejados.
Eu aguentei bem pra não chorar e olha que sou super manteiga derretida. Eu só me desmanchei em lágrimas quando Juninho conduziu a Sophie e o Felipe até o altar, junto com o Billy e todos eles levando as alianças. Eu não podia estar mais feliz e realizada. O que tocava no fundo? "Quando" de Milena.
Voltei a tremer quando Dona colocou a aliança no meu dedo. Eu tinha tanta certeza de tudo aquilo, estava tão envolvida, a vontade de realizar todos os meus sonhos ao lado da minha princesa era tão grande. Eu não poderia estar mais feliz.
Curtimos bastante a festa, a decoração estava linda, o restaurante que trabalho me presenteou com os doces da festa e a pista de dança ficou cheia a todo momento.
Não via a hora de ir pra casa, aquele salto estava me matando. Mas quando achei que fossemos pra lá, Dona me pegou no colo e me conduziu até a suíte principal do resort.
Ela havia preparado uma surpresa linda. Tinha uma porção de fotos nossas, desde a época que éramos amigas, fotos de Paris, da nossa época de namoro.
Tinha flores de todo tipo, meus doces favoritos, música, champanhe. Eu ali perdida na minha surpresa até que surge minha esposa, com uma lingerie amarela e muito amor pra dar.
Ela tomou meus lábios com os seus lentamente, enquanto percorria meu corpo com as mãos. Arrepiando todo ele com seu toque, a minha lingerie era branca e pensei que iria surpreendê-la com o que havia planejado para nossa noite de núpcias.
Mas como sempre, bastou eu ver aquela linda negra sobre mim que perdi a noção de tudo. Onde antes ela percorreu com as mãos passou a beijar lentamente com o olhar conectado e preso ao meu. Voltou a minha boca e me deu um beijo mais urgente e cheio de amor.
Ela o intensificou e passou a rebol*r sobre meu corpo, que não mais pertencia a mim, e sim a ela. Ela me deixou nua e começou a ch*par meus seios, enquanto lentamente me penetrava, dizendo juras de amor ao meu ouvido.
Parecia que era a primeira vez que fazíamos amor, meu corpo falava por si só. Comecei a gem*r de forma audível gritando o nome da minha esposa e dizendo o quanto a amava, e me entreguei mais uma vez ao prazer que só aquela mulher me proporcionava.
Dona dançou pra mim, Dona dançou comigo, se declarou, me seduziu, me embebedou e fez amor comigo do jeito mais viciante do mundo. Eu jamais me cansaria de fazer amor com aquela mulher, a minha mulher.
Eu a amava demais e era uma mulher de sorte por ela me amar também.
Ah, esqueci de falar. Outro dia encontrei com o Beto, ele está diferente, claro. Afinal os anos passam para todos. Mas ele casou e é pai de duas menininhas lindas Maria e Clara. Fiquei tão feliz por ele ter superado o que aconteceu conosco. Contei pra ele que também estava casada e com quem era. Ele me deu um abraço e me desejou felicidades, dizendo que jamais conseguiria manter a raiva que teve de mim quando terminamos. Que a nossa relação tinha ensinado muito pra ele e que só queria que eu fosse feliz com a Dona.
A vida é realmente uma caixinha de surpresas. Onde eu imaginaria que viveria tudo isso um dia. Mas não tenho do que reclamar, amo e também sou muito amada pela minha linda esposa.
Bárbara
Quando Sophie e Felipe nasceram a gente prometeu que ia desacelerar, e assim fizemos. Muitas coisas do escritório eu resolvo de casa e só vou lá dois dias na semana. A parceria que a Cléo contou pra vocês que eu dispensei quando os meninos nasceram, depois de muita conversa com a Juh chegamos a conclusão de que pra aceitar as exigências deles teríamos que aumentar a equipe do escritório sede, que fica aqui em Natal, e assim fizemos.
Depois de treinar a nossa nova equipe, aceitamos a proposta final e nem eu e nem a minha sócia precisaríamos passar mais tempo no escritório. Afinal um ano depois que os meus filhos nasceram ela e a esposa adotaram a pequena Jenifer. E nenhuma de nós queríamos nos afastar dos nossos filhos.
Minha vida não poderia estar melhor, alguns anos se passaram desde a última vez que conversamos.
Meus filhos mais novos já estão com seis anos cada, os mais velhos já casaram, quer dizer, ouvi rumores de que o Ju tá pensando em casar com a Melissa também daqui há uns dois anos. Não contei, né! Mas ele está cursando arquitetura e tá trabalhando comigo. Ah e o Billy continua com a mesma birra de sempre com a Cléo.
Entre mim e ela as coisas não poderiam estar melhores, claro que ainda tem briga, os desentendimentos do cotidiano, ciúme de vez em quando. Mas a gente se conhece pelo olhar, pelo toque. A gente não precisa falar pra saber se a outra está bem ou não.
Estou aqui olhando umas fotos e lembrando de como o tempo passa rápido. Parece que foi ontem que voltei para o Brasil e encontrei com a Clarice na sala dela. De lá pra cá muitas coisas mudaram na minha vida, ou melhor, nas nossas vidas.
– Mamãe! A mamãe Cléo ainda demora muito? Já estamos prontos pra sair.
– Oi filha, vem cá, senta aqui com a mãe. – beijei seu rosto – Cadê seu irmão? Sua mãe mandou mensagem, disse que chega em 15 minutos.
– Tá brincando com o Billy no pátio. O que a senhora tá fazendo ai?
– Olhando umas fotos filha.
– Essa é a mamãe Cléo? – apontou para uma foto.
– É sim. E essa no lado dela sou eu, essa foto foi tirada no ano em que nos conhecemos. Nesse dia tínhamos saído com alguns colegas de trabalho.
Me olhou avaliativa, e voltou a olhar para a foto, depois de uns minutos de analise voltou a falar:
– Vocês estavam diferentes ai mamãe. Nem parece com a senhora. – sorriu.
– A mamãe tava feia ai Sophie? – falei sorrindo.
– Não. A senhora tava linda, só que diferente – me abraçou e beijou meu rosto – e tá ainda mais linda agora.
Comecei a fazer cócegas nela e ficamos por ali brincando até a minha linda esposa entrar falando:
– Ei, o que as garotas da minha vida estão fazendo? E cadê o Fê e o encrenqueiro da casa?
– Oi mamãe, – se jogou no colo da Cléo, que sentou ao nosso lado – que bom que chegou. A gente tava olhando umas fotos aqui. A mamãe Bah mudou muito. E Fê tá lá fora com o Billy.
– Estava mostrando nossas relíquias a Sophie foi Dengo? – sorriu beijando meus lábios.
– Digamos que sim – sorri pra ela deitando a cabeça em seu ombro.
– Filha, vai chamar seu irmão pra irmos. Encontrei com Dona e Anna saindo já.
– Certo mamãe.
Saiu correndo nos deixando na sala sorrindo.
– Eles crescem rápido, né amor?
– Com certeza Minha Bah. – me apertou em seus braços.
– Eu também quero ver a foto. – Felipe entrou na sala falando, enquanto beijava a mim e a Cléo.
– Que foto meu amor? Vem cá – estiquei a mão para que ele pegasse.
– A que a Sophie falou que a senhora tava diferentona mamãe.
Mostrei a foto a ele e mais algumas que estavam por ali. A Cléo e o Billy como sempre estavam “brigando”, na hora de sair ela descobriu que ele tinha comido outro chinelo dela.
Seguimos pra casa do Lourenço com ela ainda reclamando com ele, os meninos riam da cena. Eu olhava pra ela de canto de olho, mas percebi que ela estava irritada. E não era só porque o Billy tinha estragado outro chinelo. Entramos na casa do Lourenço e os meninos foram brincar com os irmãos, O Ju já estava lá com a namorada. E parecia triste.
– Amor, o que está acontecendo? Porque essa irritação? – a puxei para um canto falando.
– O Junior, inventou que vai para o Canadá fazer uma especialização por dois anos.
– Qual o problema nisso amor?
– Dengo, ele ainda é uma criança pra mim, e passar dois anos longe de mim é nossa... nem sei explicar o que senti quando ele me disse isso.
– Meu amor, o nosso pequeno cresceu. Já é homem feito, acabou de concluir a graduação. E é muito responsável, você deveria estar feliz por ele e não triste assim.
– E se ele resolver morar lá quando acabar a especialização?
– Não haverá problema, eu morei fora do pais por seis anos e voltei.
– Mas com você foi diferente Amor.
– Sim, mas eu também fui em busca de algo. Não vamos privar os sonhos dos nossos filhos. Apoiamos a Anna e o Lourenço quando eles foram, e agora vamos apoiar o Junior. – segurei suas mãos e beijei seus lábios delicadamente.
Ela ainda passou parte da tarde triste, e uns dois dias sem querer conversar sobre a viagem do Ju, mais depois de muita conversa ela aceitou bem a partida dele.
Pois é gente, família é isso. Apoio, segurança, equilíbrio. E acima de tudo morada, mas não no sentido real da palavra, é a morada que cada um dos integrantes da nossa família fazem em nossos corações. Mesmo que volta e meia a despedida aconteça, nós sempre estaremos juntos, ligados pelo laço do amor verdadeiro.
Clarice
Talvez vocês achem que a família perfeita seja como esses comerciais de margarina, todo mundo rindo, feliz e bem humorado, mas não é bem assim. A minha família é perfeita, mas com cada um dentro das suas imperfeições.
A gente sempre se encaixa, sabe? O amor sempre faz a gente encaixar. Eu e a Bah somos cada vez mais família e menos trabalho. A gente vive dando as nossas fugidas pra namorar e fazendo sempre algumas surpresinhas uma pra outra.
Eu continuo cabeça dura e ela birrenta, mas a gente encaixa, sabe? As vezes no olhar, as vezes no sorriso, as vezes no colo, no abraço, as vezes na cama. Mas sempre encaixa e eu sei que sempre vai encaixar.
Nossos filhos são reflexo do nosso amor, hoje a gente se vê pouco, cada um tem a sua vida e está seguindo a sua história. Mas a preocupação, o cuidado, o carinho, são os maiores possíveis.
Temos até um grupo da família no Whats, chama "Família P. Q.", as letras são as inicias dos sobrenomes da Bah e do meu. Nele a gente se fala quase todo dia, trocamos fotos, áudios hilários, alguns vídeos, algumas broncas e graças. É o nosso jeito de deixar a distância menor.
Hoje é Natal, minha data comemorativa preferida. Sabe que por muito tempo não era? Na época em que éramos só eu e o Ju, eu não estava mais com Andressa e quase nunca conseguia passar a data com a minha mãe, devido as fases do tratamento em que ela estava se submetendo.
Éramos só eu e ele. Era bom, a gente fazia ser bom. Não tinha muita comida, mas tinha só o que a gente gostava, também não tinha muito presente, nunca fui muito fã desse consumismo exacerbado nessas datas.
O que tinha de melhor nesse Natal era que a gente montava uma bela ceia, nós dois juntos e juntos íamos num dos bairros mais pobres da região ofertar essa ceia pra alguém. E era a gente que se sentia presenteado, eram lágrimas, sorrisos, abraços. Jamais vou esquecer esses momentos.
Nos dias atuais, temos algumas famílias que ajudamos com regularidade com cestas básicas e alguns auxílios como medicamentos. É sempre reconfortante poder fazer o bem a quem precisa.
Mas voltando ao Natal, ele passou a ser o meu preferido porque é uma das poucas datas que conseguimos reunir todo mundo. O Ju e a Melissa vieram do Canadá, a Bah sempre consegue tirar uns dias de folga pra ficar comigo (que sempre tiro minhas férias nessa época desde que o Juh veio morar comigo) e com as crianças, Anna e Dona dão uma acalmada na vida corrida delas e a mamãe faz questão de vir paparicar os netos. Lourenço bate o pé e sempre consegue convencer Verônica a ceiar aqui em casa, junto com os pais dela.
A casa fica cheia, é uma zoada sem fim, e ainda tem o Billy e o Gael, brincando e brigando o tempo todo entre eles e com Sophie e Felipe.
Esse ano o irmão da Bah veio passar o Natal com a gente, eu também convidei a Carla, sem a Bah e os meninos saberem. Eles ficaram felizes por tê-la aqui nessa data especial e eu sempre fico feliz quando eles estão felizes.
Hoje estamos nos encontrando, sorrindo, chorando, contando as novidades. Quase caio da cadeira quando soube que serei avó! Anna está grávida de 4 meses e Verônica já está se programando pra ser mãe no próximo ano.
Estão achando que acabou? Juninho ficou noivo, na noite de Natal, com um pedido que levou todos nós as lágrimas.
Viram só porque é minha data favorita? São muitos encontros felizes, apesar das inevitáveis despedidas.
Quando a gente se despede e sofre é porque o encontro foi bom, porque ele valeu a pena. E sendo assim sempre valerá a pena lutar para reencontrar, viver intensamente a alegria do encontro, mesmo que talvez seja inevitável ter que se despedir.
Fim do capítulo
Bom dia!!!
Chegamos ao final de DESPEDIDA, e neste momento venho agradecer a todas as leitoras que direta ou indiretamente me ajudaram a terminar mais uma história.
Como sabem a história teria apenas um capítulo, mas daí uma das pessoas que leram o primeiro cap passou mais ou menos uma semana me cobrando uma resposta da Cléo. E assim virou essa história gostosa de escrever, e no meio do caminho foram surgindo as narrações dos outros personagens e a narrativa expandiu de tal forma que ficou até doloroso dar um final pra ela. Passei cerca de quase dois meses pensando no cap final, até chegar a conclusão de dividir a narração em cinco partes com personagens diferentes narrando cada momento.
Mais uma vez muitíssimo obrigada pela companhia e incentivo, vocês são maravilhosas.
Bjs no coração.
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AMANDA
Em: 02/09/2017
Lindo demais! Família pe a base de tudo, uma faília feliz reflete em uma vida feli.
nUITO LINDA A HISTÓRIA PARABENS!!!
Resposta do autor:
Oie Amanda, boa noite! Tudo bem?
Então, família é o nosso alicerce. E como vc disse, é a base de tudo.
Obrigada querida.
Bjs, se cuida.
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Mille
Em: 24/08/2017
Olá Lili
Parabéns pela belíssima história, sucesso sempre.
Ameu conhecer essa linda família, e o que cada personagem que venceu seus obstáculos e superaram. E agora a família está mais unida.
Bjus e até o próximo trabalho, muita sorte e sucesso.
Resposta do autor:
Oie Mille!
Obrigada. Foi de grande satisfação compartilhar a história dessa família com vocês. Fico muito feliz que tenha gostado de conhece-la.
Muitissimo obrigada pelo apoio e companhia.
É um até breve, assim que possível eu volto.
Bjs querida.
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patty-321
Em: 23/08/2017
Ficou lindo demais esse último capítulo narrado por cada um deles. Parabéns Lilly, que estória linda, envolvente, emocionante. Ah como vou sentir saudades deles, mas fica na minha imaginação o restante da estória, a vida de cada um. Show. Obrigada por postar. Bjs
Resposta do autor:
Obrigada Patty, queria algo diferente no último cap e pq não reunir cinco personagens narrando o final deles neah!
É muito bom saber que você gostou, foi uma grande satisfação compartilhar cada capítulo com vocês.
Muito obrigada pela companhia, apoio e por sempre me dizer o que estava achando da história.
Bjs, se cuida!
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julia28
Em: 22/08/2017
Sei que não pude cometar todos os capítulos,mais acompanhei palavra por palavra desse maravilhoso conto.
Parabéns autora,por nós fazer chorar no momento da despedida e também nos fazer chorar no momento do reencontro..Amei do início ao fim..
Espero poder ler muitos outros contos seu,por aqui!!!
Beijos Senhora!!Vê se não some..
Final perfeito. .bjss
Resposta do autor:
Olá querida!!
A vida anda meio corrida por ai neah, não se preocupe, sei que você sempre deu um jeito para acompanhar o nosso conto.
Sabe, eu chorei em certos momentos ao longo da história também, foi realmente emocionante escrever e acompanhar o desenvolvimento de "Despedida".
Fico imensamente feliz que tenha gostado e acompanhado até o final.
Olha, é um até breve tá, não é um adeus ainda (eu acho) rsrsrs.
Obrigada pelo carinho senhora.
Se cuida, bjs.
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Bia08
Em: 22/08/2017
Chorei!!! História perfeita, com personagens imperfeitos porém buscando sempre o melhor.
Sentirei saudades. Vc foi maravilhosa em cada palavra, cada narração e fico grata a pessoa que insistiu pela resposta da Cléo.
Só tenho que te agradecer, Obrigada por nos presentear com essa obra tão cheia de amor.
Aplausos pra vc Lili. Bjs.
Resposta do autor:
Oie Bia!
Choramos, foi uma grande emoção escrever, ler e compartilhar cada capítulo. Era como se vivesse cada momento ao lado dos personagens.
Fico muito feliz que tenha gostado de toda história, obrigada pelo apoio, incentivo e companhia. E como você, também sou muito grata a pessoa que insistiu pela resposta da Cléo, afinal graças a ela conhecemos essa família que nos encantou.
Obrigada querida, mas os aplausos são para nós e não apenas para mim, sem vocês eles não existiriam.
Bjs se cuida!
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Nana2014
Em: 22/08/2017
Nossa arrasou não poderia ter sido diferente... Parabéns final incrível e muito lindo.... Não nos abandone...bjs
Resposta do autor:
Oie Nana!
Fico muito feliz em saber que gostou do final. Essa família merece tudo de bom, lutaram muito pra conseguirem alcançar tudo o que almejavam.
Obrigada querida! Não abandonarei, é apenas um até breve.
Bjs, se cuida.
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Bia Ramos
Em: 22/08/2017
Oiie Autora!! Boa tarde!!
Esse final ficou simplesmente fantástico... Conseguiu juntar toda a emoção que o conto proporcionou todo esse tempo em apenas um CPT!! Perfeito...
Todos narrando um resumo do que passaram esse tempo juntos.. Foi emocionante acompanhar você nessa caminhada...
Te disse em outros momentos que foram vários os romances que comecei a ler... De certa forma prefiro um que ja estivesse completo... rs lances antigos..
Enfim, você me prendeu nesse... No anterior e como eu não podia ficar só nisso... rs... Ainda conquistei a sua cia no romance que estamos escrevendo... Obrigada por ter aceitado..
Sobre "Despedida"... Pode-se dizer que todas as emoções que alguem um dia pode sentir, eu tive lendo-o.. Desde um sorriso bobo a raiva....
Brincadeira, raiva não... Talvez ódio... rs... Uma família linda e completa... Como manda a etiqueta....
Espero ansiosa pelos próximos romances.... Contos... Entre outros que vc possa nos proporcionar o prazer de compartilhar conosco... Faço votos de que você conquiste todas as leitoras como fez com esses dois que finalizou... E esse que comecou..
Parabéns Lily..
Bia
Resposta do autor:
Oie Bia, boa noite!
Pensei em algo que todos pudessem participar, e nada melhor que nossos personagens compartilharem mais um pouco de suas vidas conosco.
Fico muito feliz que tenha gostado da história e feliz também por ter prendido a sua atenção nesse trabalho e conquistado a sua companhia ao longo dele. Companhia essa que nos rendeu um trabalho juntas.
Sabe, mesmo escrevendo despedida eu tive todas essas emoções que você teve e digo que até algumas mais que você. Digamos que nem tudo foram flores ao longo do caminho, mas os nossos personagens falaram sozinhos o que sentiam e nos levaram ao extremo das nossas emoções juntamente com eles.
Muito obrigada pela companhia querida.
Sabe, tava pensando em descansar por um tempo, mas a mente dessa autora parece não querer parar, rsrsrs, ela anda me traindo. Vamos ver o que o destino nos reserva depois da Camy, quem sabe outra parceria, ou um solo neah. Mas vamos que vamos.
Se cuida meu bem. Bjs!
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