To Turn You On
Pov_-Delphine
O sentimento é descomplicado. É feito ler um romance em frente à uma bela paisagem. É a literatura de palavras dançantes e descuidadas. Entretanto, a situação ainda é frágil, porcelana delicada na quina da mesa.
Cosima permitiu-me mergulhar em seu oceano de uma vez só, tão pouco sabíamos sobre as tempestades de um amor marujo. Foram duas semanas mantendo compostura e resguardo. Scott, nosso vizinho e amigo, não foi capaz de notar minha presença habitando o apartamento de sua colega de trabalho. Os cientistas da equipe eram incultos de um romance fotograficamente errôneo, mas personificado em venustidade e graça.
Charles Baudelaire, um de meus poetas Franceses preferidos, costumava dizer que o mais irritante do amor é que trata-se de um tipo de crime o qual exige um cúmplice. O único problema de quem tem tudo, é que se tem tudo a perder.
Com olhos apaixonados e sorriso encantador, minha amada leva seu tempo para passear em nossa atmosfera indiscretamente discreta. Eu a observo cautelosamente, cada movimento de seu formoso corpo, cada passo desajeitado, cada risada contida em pensamentos flutuantes; Ela é tão bela, impossível não perder-se em suas misteriosas trilhas.
"Delphine?" A voz era grossa, porém aconchegante.
"Aldous, me perdoe. Não o vi entrando." Virei-me para encarar a palidez de sua rugosa face.
"Está distraída demais. Há algo acontecendo com você?" Indagou ciente de algo maior do que demonstrara.
"O que quer saber exatamente?" Questionei ao levantar de minha confortável cadeira.
"O que tem a dizer, apenas." Leekie era esperto, esperto demais.
"Por que não me fala de uma vez?" A impaciência era vital.
"Bom, se assim deseja." Sentou-se sobre minha mesa, entrelaçou os dedos e limpou a garganta com saliva envelhecida, "Tenho conhecimento de tudo o que acontece dentro do Instituto, sei o que se passa na vida de meus cientistas, ainda mais quando um deles é uma grande amiga." Pude prever o destino de nossa conversa. Em meus ossos, havia uma leve aflição, porém havia esperança gritando em silêncio interno.
"Fui informado de que você está hospedada fora de seu apartamento luxuoso, para habitar outro mais casual com uma de minhas cientistas." Direto ao ponto, tanto suas palavras quanto seu olhar preocupado.
"Sei o que isso parece, Aldous." Aproximei-me destemida.
"Cosima Niehaus é seu novo amor, àquela que te fez abandonar Paul. Estou certo?" Não havia julgamento em seu tom, porém não pude decifrar o sentimento ali contido.
"Cosima Niehaus é tudo para mim, Aldous. A moça não é apenas uma distração, um passatempo maléfico..." Suspirei feito Julieta, "Ela é o amor de minha vida."
Dr. Leekie sorriu. As rugas definiam o quanto havia sorrido durante sua longa trajetória de vida. Levantou-se e abriu seus longos braços para acolher-me em seu abraço.
"Então, sejam felizes juntas." Sussurrou em meu ouvido.
"Obrigada, Aldous. Isso significa muito para mim." Confessei aliviada.
"Há apenas um empecilho: Vocês precisam assinar alguns documentos no RH." Informou prestes a sair de minha sala.
"Engraçado, você quer burocratizar meu relacionamento com Dra. Niehaus, porém, lembro-me de sua recusa ao fazer o mesmo quando éramos um casal." Provoquei amistosamente.
"Pois é, olhe para nós agora. Estou morrendo sozinho, enquanto você, aos 31, encontrou o amor de sua vida." Abriu a porta calmamente.
"Aos 30, 31 só semana que vem." Corrigi-o ligeiramente.
"Não perca Cosima da mesma maneira que te perdi." Piscou seu cansado olho esquerdo e retirou-se sem pressa.
"As dificuldades, como as montanhas, aplainam-se quando avançamos por elas", Émile Zola em seu maior estado problemático com uma pitada de otimismo.
Novamente, voltei meu entusiasmado olhar ao fascínio que Cosima me traz. Ela conversava com Dra. Coady, Scott e Mud. Gesticulava com mãos dançando no ar, explicava suas ideias abafadas pelos vidros de minha sala, porém, era possível notar o aparente acordo entre suas teorias e os cientistas que as ouviam.
Dr. Silva chamou por mim com seus dedos.
"Dra. Cormier, temos novidades." Disse ao perceber minha presença no laboratório.
"Estou toda ouvidos." Expressei ao analisar o ambiente.
"Dra. Niehaus, por favor." Silva deu a palavra.
"Bom..."Respirou fundo, "Chequei os últimos exames de nossa cobaia, Charlotte, ID: LD2005. Após a biopsia feita em seu útero, notei uma ‘descamação' na parede fina,e o mesmo problema acontece em seu pulmão. Os bernes podem alterar seus genes, porém o tratamento levará muito tempo."
"Hum, e o que sugere?" Perguntei curiosamente interessada.
"É aí o que bicho pega." Sua informalidade era dona de grande irreverencia, não sorrir é ilusório, "Precisamos começar com tratamento imunossupressor para reverter os danos no tecido epitelial. Algo parecido com a proteína Hsp70."
"Você está sugerindo um transplante?" Dr. Leekie questionou atento.
"Não necessariamente." Cosima soou tranquila, "Sabemos que a Hsp70 é capaz de afetar outros órgãos no processo como imunossupressor. Penso que se isolarmos o útero e pulmões, há uma grande chance de reverter os sintomas."
"Como o choque térmico para portadores de Tuberculose?" Sua teoria fazia sentindo, senti orgulho de minha pequena grande doutora.
"Quase isso, mas sem a parte do choque térmico. Temos que extrair os líquidos necessários de proteínas reguladoras, defensivas e catalizadoras, criando uma vacina." Concluiu.
"E como você pretende fazer isso?" Indaguei esperançosa.
"Bom, de início precisaremos testar as proteínas em camundongos. Induzir as doenças e aos poucos, ir isolando os órgãos." Respondeu com astucia.
Houve um pequeno minuto de silêncio, no qual todos os olhos encararam a bela cientista de cabelos selvagens.
"Isso levaria mais tempo do que o planejado." Dr. Leekie manifestou.
"Sim, mas o tratamento seria mais eficaz e rápido do que os Bernes." Cosima explicou com suas palavras e mãos agitadas.
"Dra. Niehaus, o foque do projeto não é curar os problemas do mundo, estamos aqui para fazer com que o Bernes atuem de maneira eficiente e minimizar os efeitos colaterais do tratamento." Aldous não precisava ter sido tão grosseiro, porém algo me diz que sua impulsiva ação de ser a primeira cobaia humana de nosso tratamento não está caminhando bem.
"Desculpe, Doutor. Apenas pensei em Charlotte." Declarou decepcionada.
"Não tem problema, Doutora. Tente focar no projeto e não em nossas cobaias." Leekie mal terminou suas palavras e logo retirou-se apressadamente.
Enquanto o restante da equipe voltava ao trabalho, fui ao encontro de meu mentor. Ele estava debruçado sobre a pia de seu banheiro, vomitava sangue e água.
"Aldous, o que está acontecendo?" Perguntei ao aproximar-me de sua exausta estrutura.
"Precisamos correr contra o tempo, Delphine." As veias em sua face estavam assustadoramente definidas.
"O tratamento não está funcionando?" Indaguei em tom de tristeza.
"Não." Limpou sua boca com uma toalha branca, "Foi tudo temporário. Os efeitos colaterais são muito maiores do que imaginei."
"Fique calmo, acharemos uma solução." Confortei seu desconsolo em meus braços.
"Estou morrendo, Delphine." Anunciou sua amedrontada situação em meio as lágrimas que molhavam meu jaleco.
A tarde já abria espaço ao cair da noite. O Instituto encontrava-se em calmaria e quietude. Ainda em minha sala, terminava de ler os relatórios do dia quando o aroma sabor morango invadiu meu cerne.
"Cosima." Sorri ao entender a presença de minha amada.
"Hey! Estava te esperando no estacionamento, tentei te ligar. Você vai demorar muito?" Questionou diminuindo a distância entre nós.
"Não sei, ainda." Respondi revezando olhares em sua direção e nos papeis em minhas mãos.
"O que aconteceu?" Perguntou aflita.
"Estou procurando alguma maneira de fazer com que os Bernes possam funcionar ao invés de matarem Leekie." Fui dominada pelo desconsolo.
"Eu achei ele meio ríspido hoje. Senti que nem se importa com as cobaias humanas, ele só quer uma cura pra sua doença." Cosima estava abatida pelas palavras ditas mais cedo no laboratório.
"Aldous está desesperado, Cos. E eu também." Afirmei em sussurros.
"Mas e Charlotte? Ela é apenas uma criança." Era lindo ver o quão preocupada estava em relação à pequena menina.
"Quero cura-la também, porém Aldous é minha prioridade. Não podemos perder tempo com outros experimentos." Imagino ter soado egoísta, entretanto, não pude deixar meu desespero de lado.
"E se eu fizer escondido?" Dra. Niehaus é dona de uma audácia perigosa.
"Cosima, você entende o que tem? Sabe o quão importante é esse emprego para sua carreira? Está disposta a perder tudo por conta de uma criança que nem ao menos conhece?" Descartei nossa intimidade para avisa-la das prováveis consequências.
"Entendo tudo isso, Delphine. Mas não posso fechar os olhos e fingir que não sou capaz de curar uma criança que está morrendo antes de viver." Defendeu seus princípios de maneira digna, o que transpareceu minha enorme falta de humanidade.
"Você tem razão, sinto muito. Se realmente quiser arriscar tudo, estou com você." Levantei para ir ao doce encontro de seus lábios.
Nos beijamos despreocupadas com os arredores de um lugar desfalecido de sombras humanas.
Era sexta-feira à noite. Não tínhamos planos concretos, porém passamos as últimas semanas trancadas no laboratório mergulhadas na ciência. Estava na hora de fazermos algo além de postergar nosso prazer.
Decidi levar minha amada para conhecer um de meus lugares preferidos em Toronto, O Hugh's Room, um bar de piano com um toque da contemporânea cultura Canadense. Há bandas de Jazz que tocam lindamente durante à noite, e o público é convidado a tocar com eles.
Ao chegarmos, sentamos em uma mesa próxima ao palco. Solicitei o cardápio de vinhos e comes. Cosima pediu por legumes refogados com peixe, eu a acompanhei. Requisitei Icewine, o vinho feito com uvas congeladas, tradição Canadense. O sabor da fruta realça ainda mais, a água fica com maior concentração e o doce do açúcar tornar-se explosivo. Perfeito para uma noite como esta.
"Você vai beber?" Perguntou espantada.
"Uma ou duas taças não causarão danos." Defendi meu louco desejo momentâneo.
"Okay, então." Sorriu querendo espancar-me a face.
"Saúde, meu amor." Levantei minha taça para delicadamente bater na dela.
"Quando vai marcar o obstetra? " Questionou interessada.
"Provavelmente semana que vem, estou sem tempo." Respondi engolindo minha bebida.
"Hum! Quero ir com você!" Anunciou, "E semana que vem alguém fica mais velha e bela."
"Mais um ano separando nossas idades." Ri em desconsolo contido.
"É, mas em alguns meses, a distância fica menor de novo." Seus dentes eram perfeitamente imperfeitos. Pontudos e brancos.
"Será o segundo aniversário que passarei com você." Declarei, "Lembro-me quando fez 21 anos, estava tão feliz por beber legalmente. Sua alcoólatra."
"Você já prestava atenção em mim?" Eu sabia exatamente o que ela queria ouvir.
"Cosima, presto atenção em você desde que a vi pelo primeiro segundo." Confessei minha perdição por minha amada, o que lhe trouxe um riso, ora narcisista, ora surpreso.
"Isso é sério?" Questionou com olhos largos.
"Seríssimo!" Bebi outro gole, "Mas eu não sabia ao certo o que estava sentindo. Apenas fui consumida pelo sufoco por não entender o que você me causou naquele momento."
"Hum! Conte mais!" Exigiu interessada.
"Bom, eu fiquei fascinada pela maneira com o qual você gesticulava sua confusão frasal. Eu adorava te observar mordendo os lábios, entender seu adoidado vocabulário, e assistir seus movimentos desastradamente sensuais." Expliquei mirando em seus olhos cor de nuvem tímida.
"Entretanto, percebi o quão desbalanceada você me deixava ao te ver beijando outras bocas, tocando em outras peles." O ciúme era inevitável.
"Gostei!" Confessou mantendo aquele sorriso lindo.
"Percebe-se." O vinho era congelante e açucarado, feito a gravidade presa em nós.
"Delphine?" Uma voz do além tornou-se presente em nosso contexto, "Você voltou?"
"Page!" Reconheci aquele rosto sereno e querido.
Levantei de meu assento para abraçar as estruturas de uma velha amiga.
"Mentira! O que você está fazendo aqui?" Perguntou feliz.
"Estou de volta à trabalho." Resumi segurando em suas suaves mãos.
"AH! Que bom! Precisamos marcar algo!" Voltou os azuis de seus olhos para Cosima, "Onde está Paul?"
"Page, muita coisa aconteceu durante esse tempo em Rhode Island..." Guiei minha amiga até minha amada, "Esta é Cosima, minha namorada."
Houveram mistas manifestações expressivas naquela face rosada, a surpresa era o sentimento mais evidente.
"Prazer, Cosima." Apertaram as mãos em um leve desconforto.
"Uau! Estou em choque." Declarou.
"Imagino." Acrescentei.
"Estou com Art na nossa mesa de sempre, vem sentar com a gente." Pediu agitadamente.
Dra. Niehaus aparentou estar embaraçada, entretanto, não hesitou em aceitar o convite.
"Arthur!" Envolvi o musculoso homem em meus braços finos.
"Cormier! Que surpresa mais linda!" Respondeu nostalgicamente.
"Amor, esta é Cosima, a namorada da Del." Page fez a apresentação.
"Opa, tudo certo?" Beijou a palidez da bochecha de minha amada, "Gostei do seu cabelo, eu costumava ter dreads na época da faculdade."
"Ah! Valeu! Eles dão trabalho, mas não os troco." Passou a mão em seu selvagem cabelo.
Sentamos à mesa e começamos a conversar sobre o a vida e suas drásticas mudanças.
Expliquei aos meus amigos como conheci Cosima, como estava meu trabalho em Rhode Island e como está minha rotina em Toronto. Houveram suspiros, gargalhadas sinceras e muitas emoções empáticas.
"Vocês poderiam ir lá pra casa amanhã." Art sugeriu animado.
"Sim! Vamos fazer um brunch com muito Gin e tônica." Page completou.
"Eu topo." Dra. Niehaus concordou.
"Podemos fazer como os velhos tempos, violão, banjo, pôr do sol e a voz de Delphine." Meu amigo não fazia ideia do quanto minhas habilidades musicais estavam fora de prática.
"Você canta?" Cosima questionou chocada.
"Se ela canta? Delphine arrasa." Page e sua monstruosa forma de enaltecer meu ego.
"Não é bem assim, fiz aulas na França, até entrei para o coral no ensino médio, mas nunca fui uma professional." Clarifiquei antes de terminar minha bebida.
"Revelações, revelações." Minha funcionária adorou sua nova descoberta.
Nos deliciamos durante o resto da noite, comemos mais do que o suficiente, e o grupo bebeu muito além de mim. Ao som e tom de Jazz da música "Love Fool", minha namorada e eu dançamos destemidas do mundo e seu conhecimento de um amor incapaz de ser descrito.
Ao amanhecer do sábado ensolarado, avistei em meio a bagunça espalhada sobre a cama, o singelo e sonolento rosto de Cosima. Seu corpo cheirava à uvas congeladas. Compreendi que alguém teria uma violenta ressaca ao acordar, então fui até a cozinha, aprontei um suco natural de laranja e procurei por remédios. Arquitetei ingredientes fáceis para um sanduiche curandeiro: Pão integral com requeijão, peito de peru e queijo branco na chapa.
"Bonjour, mon amour." Coloquei a bandeja ao lado e com beijos delicados em sua testa, despertei minha amada.
"Senhor! Acho que tô morrendo." Hipérboles, suas melhores companheiras.
"Então coma um pouco." Dra. Niehaus havia dormido despida. Chegou tão embriagada que deixou-me faminta por sua deliciosa carne, dormiu feito urso hibernando.
Abocanhou o sanduiche e bebeu até a última gota do suco. Respirou satisfeita e tomou os remédios que lhe entreguei.
"Você cuida tão bem de mim." Confessou sorridente.
"Cuido do que é meu." Retruquei.
"Curti a noite passada. É bom conhecer mais sobre minha NAMORADA." Seu tom era marcado de felicidade e entusiasmo.
"Minha namorada!" Disse antes de beijar seus ressecados lábios perfeitos.
"Você viu a cara da sua amiga quando me apresentou? Socorro! Quase fiz xixi na calça de tanto segurar a risada." Declarou evidenciando a lateral de seu saliente seio.
"Page é certinha demais, mas ela é bacana. Você vai amar Art, ele tem os mesmos gostos que você." Retirei a bandeja da cama.
"Como assim?" Questionou curiosa.
"Digamos que ele adora uma erva." Brinquei com minhas sobrancelhas para atiçar minha bela.
"O que estamos fazendo aqui ainda? Partiu casa dos seus amigos!" Levantou-se dando-me a oportunidade de estudar sua deleitosa anatomia.
"Tá me olhando assim, por quê?" Indagou sedenta por mim.
"Porque..." Busquei pela nudez de seu definido corpo e curvas, alisei seus redondos glúteos brancos, passeei por sua estrutura montanhosa, e com beijos sabor de sex*, deixei saliva em trilhas de sua epiderme.
Faminta, lancei Cosima de volta à cama. Abri suas pernas com vontade e lambi o interior de suas formosas coxas. Sua linda e lisa vagin* observava-me enlouquecida pelo molhado de minha língua. Com cerradas unhas, arranhei sua pele aromática enquanto distribuía beijos ambiciosos em sua virilha. Desci até seus pontudos joelhos, onde lambuzei cada centímetro com meu DNA. Passei por suas canelas e encontrei-me apaixonada por seus finos tornozelos. Cosima rebol*va em ritmo excitado, ela gemia a cada toque. E em sua casa de sentimentos maníacos, lambi todos os cantos de suas canções desvairadas.
Os gritos. Ah! Os gritos.
Mergulhei no alto mar de seu íntimo. Adentrei com minha língua em seu núcleo. Senti sua lubrificação em meus dentes escondidos. Com elasticidade e sede, aterrorizei seu frágil clit*ris. Suas mãos fatigadas pousaram em minha cabeça, elas forçavam-me os movimentos. Mesmo passiva, Dra. Niehaus gostava de controlar-me. Obedeci suas ordens alucinadas e abocanhei ainda mais o rosado de sua vagin* suculenta. Eu lambia, eu mordia, eu dançava e salivava. Penetrei seu interior com meus longos dedos em compasse frenético.
Céus! A jovem moça adorava cada contato meu.
"Que gostoso." Sussurrou.
Não somente gostoso, Cosima. Isso é misticamente palatável.
"Vou goz*r." Avisou-me entre suspiros.
Em coreografia circular, ensaiei em seu âmago. Brusca na medida certa, airosa como deveria ser, a penetração tornou-se mais profunda e sincrônica.
Violentamente agressiva foi a correnteza de seu regozijo dentro de minha boca. Busquei por seu exausto cerne. Devorei o chiclete tutti-frutti de sua língua, beijei o algodão doce de sua boca e apreciei a vista de seu ofegante corpo feito no País Das Maravilhas, de Lewis Carroll.
"Tudo bem?" Questionei ao desfalecido espirito esparramado sobre a cama.
"Mulher, você me fode muito bem." Adoro sua malicia e safadeza.
"Que bom!" Mordisquei seu lábio inferior.
Levou aos mãos à testa para limpar seu suor quente. Notei as minúsculas gotas espalhadas por toda sua anatomia despida.
As esculturas em seu corpo fazem-me salivar feito cachorro brincalhão.
"Pronta pro banho?" Indaguei sorrindo.
"Vai comigo?" Perguntou repleta de segundas intenções.
"Não precisa ao menos chamar." Respondi ao auxilia-la levantar.
A água estava fria, entretanto, tal fato não incomodou a nós. Nossa atmosfera estava flamante. O fogo do submundo não era mais quente que nosso momento. Eu queimava por dentro, ela mastigava meu íntimo de maneira bestial. Na imensidão do box, em pé com minhas pernas desunidas senti as desmoderadas lambidas de minha namorada, quem sentava sobre seus joelhos ao chão molhado. Seu forte polegar girava para todos os lados enquanto sua boca devorava-me faminta.
Com braços cansados, apoiei o peso de meu corpo nas paredes ensopadas. A água ainda caía sobre nós quando senti meu espirito elevando após receber a invasiva lambida final. Uma leve câimbra em minhas coxas e pés. Dedos contorcidos e gritos sem pudor. Na boca de minha amada liberei todo meu espesso conteúdo.
Prazerosa exaustão. Doce regozijo. Pleno estado de paz.
Cosima olhou em minha direção sorrindo com seus dentes vampirescos.
"Você fica ainda mais linda com o cabelo molhado." Elogiou-me ao levantar-se.
Eu ainda procurava por oxigênio, completamente ofegante.
"Casa comigo?" A proposta era real, porém o ar não estava condizente para tal.
A nua estrutura em minha frente gargalhou alegremente.
"Não brinque assim, se não vai ter que passar o resto dos seus dias comigo." Respondeu buscando por minha cintura.
"Casando ou não, passarei meus dias com você. Todos eles, cada um deles ao lado seu." Retruquei de maneira firme.
"Então, eu caso!" Sorriu animadamente, "Mas prometa que não vai embora, que não vai me deixar ir."
"Juro por meu amor, Cosima." Suspirei, "Não vou te deixar ir, e jamais irei embora."
Concretizamos promessas em meio à uma mista atmosfera repleta de sinceridade e excitação.
Após nosso delicioso banho, assisti Dra. Niehaus aprontando-se para partirmos à casa de meus amigos. Ela aparentava extremamente satisfeita e contente. Entendo o quão importante é para ela descobrir alguns dos muitos mistérios sobre minha vida. E eu estou disposta a relevar cada um deles.
Arthur e Page moram em um bairro afastado do centro da cidade. Além dos barulhentos movimentos, à direita das montanhas, ao lado esquerdo da quietude, há uma casa no topo do monte. Um lugar afastado, amplo e vasto. Tijolos claros, telhado limpo, pedras no caminho e árvores por toda parte.
Ao estacionarmos o carro, apertamos nosso passo até a distante porta de entrada.
Toquei a campainha ansiosamente.
"Ah! Vocês vieram!" O sorriso largo de minha amiga nos cumprimentou.
"Não perderia a chance de ver Delphine cantar." Cosima informou.
"Amor, as meninas chegaram!" Page anunciou aos gritos.
Adentramos a enorme casa, retiramos nossos casacos.
"Del! Cosima!" Art correu em nossa direção com braços abertos. Nos abraçou fortemente e logo guiou o caminho até o quintal.
Fazia muito tempo que não frequentava aquele esplendido ambiente. As salas pelas quais passamos eram dignas de fotografia. Havia quadros e esculturas espalhadas por todo local. Ao chegarmos ao lado de fora, fui surpreendida pela memória falha. Eu havia esquecido completamente o quão maravilhoso era o quintal.
O chão era feito de pedras envelhecidas, havia uma imensa piscina, churrasqueira e bar. Um pouco mais à frente, havia uma pequena trilha que nos levou até nosso destino final. Quatro cadeiras perfeitas, uma mesa redonda, paredes cobertas por plantas e flores, e uma fogueira ao lado.
"Uau! Sua casa é linda!" Cosima estava boquiaberta.
"Page é a responsável por isso." Clarifiquei ao sentar-me.
"Eu ajudei, vai." Arthur mentia tão mal quanto minha amada.
"Ajudou no quê? O máximo que você fez foi contratar o paisagista." Minha amiga era dona de uma língua destemida.
Gargalhamos brevemente antes de iniciarmos o brunch.
O casal havia preparado muita comida para apenas uma tarde. Havia diversas frutas frescas, saladas e molhos, pães, patês, doces e queijos. Vinho, champanhe, Gin, tônica e suco. Para acompanhar o pequeno banquete, uma playlist foi escolhida à dedo para o momento.
Comíamos, bebíamos, conversávamos e o mais importante, nos sentíamos completamente à vontade.
"Acho que vou explodir." Minha amada brincou.
"Não, não! Ainda temos até o final da tarde para comer." Art avisou, "Talvez, eu possa te ajudar com a fome, se é que você me entende." Piscou maliciosamente.
"Amor, acho que a Cosima não gosta dessas coisas." Page alertou.
Era hilário observar a confusão naquela bagunçada cabecinha.
"Pera, cês tão falando de maconha, né?" Instantaneamente, todos começaram a rir.
"Sim! O que você pensou que fosse?" Minha amiga indagou, e por alguns segundos, permaneceu processando a possível ideia de Dra.Niehaus, "Oh meu Deus! Não foi isso que ele te ofereceu! Se fosse, eu dava na cara dele."
Se um dia Alison cruzasse seu caminho com o de Page, com certeza seriam grandes amigas.
"Bom, eu curto um beck!" Cosima anunciou ao terminar sua bebida, "Mudando de assunto...eu amei essa playlist."
"Gostou? Delphine montou pra mim faz um tempo. Lembra?" Art sorriu em minha direção.
"Como eu poderia esquecer? Estávamos exatamente aqui. Você estava muito embriagado, queria aprender Francês de qualquer jeito." Respondi em tom cômico.
"É! Mas eu não aprendi nada." Mirou seus negros olhos ao chão em desapontamento.
"Belo gosto musical, Del." Minha amada elogiou-me orgulhosamente.
"Obrigada, amor." Busquei por suas mãos geladas.
"O que mais vocês podem me contar sobre Delphine Cormier?" Dra. Niehaus era curiosa feito criança interessada.
"Bom! Toda vez que olho pra piscina lembro de quando ela ficou muito bêbada, arranjou uma prancha e fingiu estar surfando." Page relevou rindo.
"Pessoal, parem!" Implorei embaraçada por meu passado.
"Foi o dia do tubarão?" Art questionou.
"Tubarão?" Cosima insistiu.
"Foi sim, amor. Além de estar surfando em uma piscina sem ondas, Delphine jurava que tinha um tubarão nadando com ela." Minha amiga completou minha tragédia.
"Ela ficou desesperada, começou a chorar implorando pra Paul ajudá-la a sair da piscina." Meu amigo não sabia o peso que o nome de Paul carregava. Senti em meus ossos o ciúme de minha namorada.
"Você estava drogada?" Com olhar angustiado e tom falso, ela perguntou.
"Não, a culpa foi do Gin." Clarifiquei e rapidamente envolvi sua frágil estrutura em meus braços.
"Del! Vamos tocar?" Art sugeriu ao perceber o densidade do clima.
"Essa eu quero ver." Cosima alegrou-se por um ligeiro momento.
Arthur buscou o violão e o banjo.
"Você toca, Cos?" Perguntou curioso.
"Cosima toca lindamente." Declarei mirando em seus olhos cor de lagoa.
"Eu toco sim, Art." Riu levemente, "Mas quero ver o show de vocês."
"Tudo bem então." Entregou o banjo a Page e ajustou o violão em seu colo.
Meus amigos começaram com a familiar melodia. Passeei por minhas lembranças, reencontrei minha harmonia, e ao pousar meus olhos em minha namorada, inibi meus medos.
Iniciamos com "C'est l'été, c'est l'été, c'est l'été", música pouco conhecida, entretanto, muito bem escrita.
Arthur não falava Francês, porém conhecia a letra extremamente bem. Seu sotaque era adorável, e nossa sintonia era inegável.
Os olhos de Cosima namoravam-me mesmo não entendo a uma só palavra da canção. Percebi o arrepio em seus claros pelos finos. O efeito que lhe causo é dono de magnitude tectônica.
Ao termino da música, os aplausos de minha amada invadiram a esfera.
"Puta Merda! Delphine, eu não fazia ideia!" Encaixou seus embriagados lábios nos meus.
"Falei, Del Del manda bem." Page não cansava de seus elogios à mim.
"Outra! Quero outra." A alegria pairava em minha namorada.
"Dei sorte nesta, não lembro-me de mais nenhuma." Confessei falsamente.
"Mentirosa! E aquela lá?" Arthur mal disse e logo começou a tocar acordes provedores de lembranças indesejáveis.
"Burning Love", canção que marca meu primeiro término com Paul. Antes de morarmos juntos, meu ex e Art saiam muito, estavam sempre procurando confusão pelas frias noites Canadenses. Em uma delas, Page convenceu-me a segui-los. Assisti ao patético espetáculo egocêntrico de Paul enquanto ele dançava cercados de mulheres promiscuas. Permanecemos separados durante duas semanas quando seu arrependido corpo veio pedir-me por perdão e propor que morássemos juntos.
Foi como reler um velho livro. Foi como sentir culpa e saudade ao mesmo tempo.
Foi horrível.
Não imaginei que fosse lembrar da letra. Não cogitei ser invadida pelos sentimentos de um póstumo amor. Entretanto, fui consumida por surpresas em dó menor.
Feito atriz renomada, fingi não ser penetrada por tantas emoções. Apenas cantei a canção, segurei-me pelas cordas do violão até o fim do último verso.
As palmas foram calmas desta vez.
"Eu amo sua voz nessa música." Minha amiga explicou, "Deixa tudo mais bonito."
"Foi incrível mesmo." Cosima mirou-me sorridente.
"Agora é sua vez, mocinha." Art entregou-lhe o violão, "Quero ver!"
Minha namorada assumiu uma pose artisticamente delicada.
"Bom, espero que conheçam essa." Limpou sua garganta com um gole de Gin.
O suave de sua calma voz acompanharam os variados acordes de uma música familiar à sua essência e memória. Algo em seu tom revelou um segredo por trás da melodia.
"Maybe I pulled the panic cord
Maybe you were happy, I was bored
Maybe I wanted you to change
Maybe I'm the one to blame
Maybe you were just too nice to me
Maybe it took me way too long to leave
Maybe once we felt the same
Maybe I'm the one to blame"
A letra fluía de maneira assustadora. Cosima cantava o que um dia viveu.
Shay!
Só podia ser o resumo de uma história mal contada.
Os acordes logo mudaram, o ritmo drasticamente foi levado à outra dimensão. Minha namorada costurou linhas de uma outra canção. Mesmo sendo consumida pelo ciúme, não pude negar a beleza que envolvia sua atmosfera musical.
Cosima não direcionava seus atentos olhos à mim. Ao contrário, eles evitavam até o mais breve contato com os meus enciumados.
"Heavy words are hard to take
Under pressure precious things can break
How we feel is hard to fake
So let's not give the game away
Just please don't say you love me
‘Cause I might not say it back
Doesn't mean my heart stops skipping
When you look at me like that
There's no need to worry
When you see just where we're at
Just please don't say you love me
‘Cause I might not say it back"
Embalou, deslumbrou, tocou e terminou.
Aprisionei-me ao maníaco sentimento da raiva. Manipulei meus próprios instintos para manter o controle.
Seria Cosima capaz de ainda pensar em Shay?
Respirei fundo antes de aplaudir sua performance agressiva ao meu coração.
"É, Cormier essa mocinha deve te dar trabalho." Art indagou.
"E dá mesmo." Respondi pressionando meus lábios em fúria contida.
"Você toca muito bem, Cosima." Page voltou seus elogios à minha namorada desta vez.
"Muito obrigada." O embaraço tornou-se hospede em suas estruturas.
"Você que escreveu?" Meu amigo questionou.
"Não, imagina! A cantora se chama Gabrielle Aplin, britânica." Clarificou ao pousar o violão de volta ao suporte.
"Entendi! Adorei seu jeito de emendar as duas músicas." Arthur confessou, "Bom, vamos fumar um?"
Os olhos de minha amada brilharam com a proposta. Ela sorria largamente enquanto ainda evitava contato visual comigo.
O quê está havendo, Cosima?
A tarde logo tornou-se noite.
A fogueira aquecia nossos corpos e os copos enchiam e esvaziavam.
Todos ali estavam completamente embriagados no álcool e elevados pelo Cannabis. Todos, exceto eu. Minha recusa pela loucura levantou enormes suspeitas e perguntas. Após muito hesitar, anunciei minha gravidez. Notei a confusão em Page e Arthur, entretanto, ao final do dia, recebi inúmeras congratulações tanto pelo bebê quanto por meu namoro com Cosima. Meus amigos adoraram a jovem causadora de indescritíveis sentimentos.
A despedida foi longa, prometemos uns aos outros um encontro em breve. Durante os quarenta minutos até o apartamento de Cosima, nenhuma só palavra foi dita. Ao chegarmos, minha amada tomou um banho enquanto vesti roupas aconchegantes. Liguei a televisão e aguardei entre a maré de cobertores.
"Não vai falar comigo?" Questionei ao ver seu lindo corpo em meio ao denso vapor.
"Estou brava com você." Informou secando os selvagens cabelos.
"O quê aconteceu?" A curiosidade tomou conta de mim.
"Ah! Eu senti que você cantou aquela música pensando no Paul." Confessou impaciente.
"Não foi bem assim." Busquei por seu tato, "Ela me traz lembranças e nada mais. Eu te amo, amor."
"Mesmo assim, tô brava." Soou como uma menina mimada.
"Ficou com ciúme e resolveu me provocar quando chegou sua vez de tocar, certo?" Por mais que a resposta não fosse-me estranha, ainda gostaria de ouvir a explicação de minha namorada.
"Mas é claro que sim!" Sentou-se sobre a cama.
"Então pensou em Shay?" Perguntei com raiva nas entrelinhas.
"Não! As músicas apenas me trazem lembranças e mais nada." Ah! Maldita psicologia reversa.
Dra. Niehaus consegue ser tão maléfica quanto vilões de contos medievais.
"Sinto muito." Rendi-me ao seu cheiro.
"Tá!" Infantil, porém linda.
"Me dá um beijo?" Entraria neste jogo sem o menor problema.
"Vem aqui buscar!" Seu jeito meticuloso lubrifica-me bruscamente.
Obedecendo suas ordens imperiais, não apenas dei-lhe um beijo, como roubei-lhe a sensatez. Com mãos estrategicamente posicionadas, apertei-lhe os glúteos, adentrei a pálida carne com unhas violentas, e cerrei meus dentes em seus lábios malcriados.
Aos poucos removi o roupão de seu corpo. Vagarosamente, dirigi Cosima para longe da realidade. Provoquei seus primitivos instintos, distraí seu equilíbrio, ensopei seu íntimo e atentei-lhe a fé.
Não sou a mulher mais segura, tão pouco a mais sensata. Tenho problemas demais, e soluções de menos. Isolo-me em pensamentos que não deviam ser bem-vindos. Sou dona de uma coragem tímida e tirania ditatorial. Consumo-me pelo ciúme e pelo medo da perda. Entretanto...
Dra. Niehaus, ao olhar em seus olhos, sentir sua pele, passear por seus campos minados e mimados, torno-me diferente, amante, brilhante e gigante.
Posso-lhe mostrar o mundo com uma linda vista, se quiser.
Posso leva-la para caminhar no parque quando a tristeza insistir em aparecer.
Sem indagar a justiça em morrer de amor, sem contestar os problemas da vida.
Sou capaz de qualquer coisa para excita-la, agita-la, alegra-la.
Talvez, quem sabe, um dia perceba que o maior de meus erros é ama-la em desespero.
Fim do capítulo
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