Milena ~

O sol surgia pela janela do quarto às cortinas não estavam completamente fechadas e pela greta que estava aberta, o sol entrava invadindo o ambiente e um raio batia no meu rosto me fazendo acordar sem entender o que se passava ao meu redor. Senti um peso sobre meu corpo, coloquei minha mão direita em direção aos olhos para impedir que a claridade do sol batesse e me permitir-se olhar o peso. Eis que meus olhos veem a cena mais linda, Laura estava deitada de lado, com seu corpo entre o meu e o encosto do sofá, meu braço esquerdo estava debaixo de seu corpo em um tipo de abraço, seu rosto estava deitado encima de meu peito esquerdo e sua mão esquerda sobre minha barriga, o braço direito embaixo de seu corpo. Sua pera esquerda estava dentre as minhas, e sua direita esticada no sofá, seu sex* estava em atrito com minha coxa esquerda o que causava um formigamento em minha barriga, não sabia de que, se de nervoso ou alguma coisa que não sabia que estava acontecendo.

Era a visão de um paraíso vê-la dormindo assim por cima de mim. Um sorriso meio que no automático se fez presente em meus lábios, respirei fundo e senti o cheiro da manhã. Meus olhos não cansavam de olha-la e isso me revigorava.

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3 horas atrás...

“ oi mãe, tudo bom?... ahhh eu to bem, não poderia estar melhor. O que? Não mãe eu não sou lésbica, não mesmo. Hahahah quem contou ta mentindo.

Hã?? Fazer xixi, naooo, não quero.”

- aaannnn – resmunguei respirando fundo e acordando, senti minha bexiga pesar e constatei que deveria ir ao banheiro. Levantei-me e seguir sem fazer barulho. Na ida ao banheiro vi que a Laura ainda dormia. Entrei fechei a porta e ascendi à luz, sentada no vaso lembrei-me de meu sonho. – puta merd*, ate no sonho minha mãe tem que me avisar pra fazer xixi, desde criança isso – rir comigo mesma. Meus joelhos dobrados, meus cotovelos sobre ele e minhas mãos entrelaçadas para frente, eu dormi sentada no vaso o sono me tomava. Senti a bexiga esvaziar, enxuguei-me, dei descarga e voltei para o quarto. Andei em ponta de pé ate o sofá, me acomodando.

Não deu 5 minutos senti um peso caindo lentamente em meu corpo, foi um susto repentino, olhei a vi com olhos fechados deitando sobre mim, levantei meus braços um pouco, mas só um pouco pra cima em forma de rendição, esperando ver o que ela faria, estava inerte ao que acontecia, cheguei a pensar que era sonambula. Deitou aconchegando-se em meu corpo com seu corpo desnudo. 

- o que você ta fazendo? – perguntei em sussurro vendo ela deitada com sua cabeça sobre meu peito e de olhos fechados

- pxiiii – colocou sua mão em mina boca, único movimento que fez.

- volta pra cama! – sussurrei e mandei

- não! – sua voz manhosa, se aconchegando mais ainda sobre meu peito e de olhos fechados.

- Porque não? – franzi o cenho

- você não esta lá, ela é muito grande e gelada – respirou forte, como quem queria sentir meu cheiro. Um sorriso bobo cresceu em meus lábios. Depositei um beijo sobre o topo de sua cabeça e cheirei, que cheiro gostoso e maravilhoso que só ela tinha.

Puxei a coberta cobrindo-nos, fechei os olhos querendo dormir e com um sorriso bobo.

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Durante a noite, percebia seu corpo se mexendo para se ajeitar melhor, sentia sua mão em meu rosto, meu seio, minha barriga. Tinha horas que me abraçava forte, parecendo que eu iria fugir e ela não deixaria. Eu tava muito feliz, mesmo ela tendo bebido e não iria se lembrar disso era um bom sinal, pois existem três tipos de pessoas que falam a verdade os bêbados, as crianças e as pessoas com raiva. Ela só não falou a verdade como fez em atos.

Espreguicei-me ajeitando meu corpo ao seu, em um abraço maravilhoso eu dormir.

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`poxa como eu vou me levantar? Quero muito levantar´, era meu pensamento, não sabia como fazer sem acorda-la. Bem devagar sai de seus braços, colocando um travesseiro para que ela abraçasse. Levantei-me e fechei a greta aberta da cortina, o quarto ficou escuro e gelado, por conta do ar. Fui ao banheiro e fiz me higiene pessoal. Quando saí do banheiro encontrei meu celular jogado no chão perto da cama, a tela estava trincada `ahhhh Laura, porr*´, briguei em pensamento olhando pra ela. Segui para a cozinha e desbloqueei ele, fui bombardeada com varia mensagens e ligações perdida da Diana, Rick, do viado, da Isa. Liguei pra Diana de imediato.

- graças a Deus consegui falar com você – falou com um pouco de desespero na voz

- ei ei ei... Calma – pedi confusa – o que aconteceu?

- a Laura – o desespero na sua voz era nítido

- sim, o que tem a Laura? – perguntei confusa, mas calma.

- ela sumiu desde ontem – soltou – eu to com medo dela esta com a Lisa, aquela psicopata, otaria... AIIIIIIIIII QUE ODIO DAQUELA GAROTA – começou a gritar no telefone

- eiiiiiiii, - reclamei – não precisa gritar comigo.

- desculpa, to apreensiva! – era nítido em sua voz o desconforto de falar que a Laura estava com  Lisa.  

- não fique – disparei, ouvi sua respiração – a Laura esta comigo

- com você? – perguntou incrédula

- sim – revirei os olhos

- pensei que você estivesse com a Isabela!

- não! – acabei lhe contando tudo da noite anterior, e não, não contei o que a Laura fez, mas que chegou bêbada em meu apartamento depois de dar um fora na Lisa, e ela acabou dormindo por aqui, disse que não avisei porque estava cuidando dela e depois eu dormi.

- fico aliviada dela não esta com a Lisa! – sua voz saiu contente

Eu fiquei curiosa pra saber o porquê ninguém gostava da Lisa – Diana?

- oi?

- porque essa implicância toda com essa tal de Lisa?

- ela não presta!

- sim, mas o que ela fez?

- fez a Laura se perder, e a melhor coisa que já aconteceu ate hoje para a Laura foi elas terem terminado.

Percebi que a Diana não iria falar nada, resolvi deixar pra lá!

- ok então! – respirei forte – vou arrumar um café aqui, porque ela ainda não acordou.

- hmmmmm – senti malicia em sua voz

- o que? – me fiz de desentendida

- olha, já lhe disse e torno a dizer “ não faça ela sofrer” – me lembrou

- é, eu sei. – sorrir – eu não tenho essa intenção!

- que bom – concluiu – espero que vocês se acertem, e se possível, por favor, não deixe ela com a Lisa. – me pediu apreensiva e me fazendo pensar bastante.

- relaxa ai, vou cuidar dela – sorrir – e eu ao tenho a mínima intenção de deixar ela com a Lisa! – sorrimos.

- beijos e ate mais – falou e ouvi um voz no fundo “ vem amor de novo pra cama” – já estou indo – falou em um sussurro respondendo o Rick

- hmmmmmmmmmm  teve gente que namorou essa noite. – zombei dela.

- cala a boca – falou rindo e desligou o celular.

Liguei para o serviço de quarto e fiz o pedido de café da manhã.

Laura ~

Meu corpo mole, deitada em um lugar quente, mesmo o ambiente aparentando ser frio. Espreguicei-me e bocejei de olhos fechados. Não sabia o que se passava. Senti um perfume muito conhecido por mim nos últimos dias, foi o que me fez sorrir por um breve instante, e em um ato desesperado abrir os olhos de imediato após cair a ficha sobre o porquê de eu esta sentindo aquele cheiro. Ao abrir os olhos minha cabeça doía, levei a mão ate ela fazendo uma leve massagem, engoli a saliva e senti um gosto amargo. Meus olhos começaram a rodar o lugar e não era nem um pingo familiar. Sentei-me ainda com a mão sobre a cabeça, a coberta saiu de meu corpo e percebi que estava nua, como eu poderia estar nua, o que eu fiz, meu Deus??

Comece a andar devagar e me apoiando nos moveis para uma porta que eu pensei ser o banheiro, e realmente era, entrei, lavei meu rosto, me olhei no espelho, os meus olhos vermelhos e inchados, corpo nu, cheiro de cachaça, comecei a entrar em pânico. – aii meu Deus, não, não, não, não! – sussurrava em desespero, como eu pude cair de novo nessa. Comecei a chorar em silencio. Sai do banheiro ainda me apoiando nos moveis, querendo encontrar minhas roupas e não achei, o que me fez entrar mais em desespero, procurei um celular ou algo pra fazer um ligação e não encontrei. Vi que a porta estava com a chave por dentro e entre aberta, fechei lentamente, e rodei a chave, isso fez uma pequena zoada. Eu fechei os olhos, prendi a respiração e trinquei os dentes. Fiquei parada por alguns estantes e em seguida caminhei lentamente para longe da porta. O cheiro do perfume exalava no ar – mas que droga, o que ta acontecendo? Tudo de novo não. E porque o perfume dela ta aqui? – reclamava comigo encostada no canto escuro do quarto. – como eu preferiria se fosse você aqui – uma lagrima caiu.

Milena ~

- oi! – atendi a ligação da Isabela

- oi linda, como você esta? – perguntou docemente

- to bem, na medida do possível. – respondi

- fez o curativo? – perguntou interessada

- fiz, mas não sei se fiz certo. – respondi sentada em um banco que ficava no balcão de cozinha americana do hotel. Estava sentada e abraçada a minha perna esquerda. Sempre fazia isso quando ia sentar.

- eu imagino a cagada que esta ai! – sorriu

- nem me fale – sorri – to sentindo uma dorzinha.

- wonnt que fofa – caçoou de minha cara.

- vai se fuder! – sorrimos

- mais tarde eu passo ai pra ver esse machucado. – falou

- não precisa – falei de imediato

- claro que precisa – foi firme – e mais tarde apareço por ai.

- ok. – disse em um sussurro aceitando que não era pra retrucar.

Ouvi uma batida na porta, fui ate lá com a Isa na linha.

- bom dia Senhorita Milena – flou o rapaz.

- Bom dia! – respondi educada.

- aqui seu café da manha, tudo que a senhorita pediu – foi totalmente cordial

- obrigado – agradeci com um sorriso – o senhor por favor pode colocar ali? – perguntei apontando para a mesa

- claro – respondeu entrando e colocando toda a comida na mesa. Eu fui ate minha carteira e tirei 50 dólar para dar de gorjeta.

- não senhora – ele logo falou ao ver a nota – não aceitamos gorjetas.  

- não? – perguntei incrédula

- não! – respondeu com um sorriso. 

- mas porque não? – perguntei querendo saber o motivo – é politica do hotel?

- não senhorita, é que nos não aceitamos mesmo, decidimos isso de comunhão acordo! – seu sorriso era grande.

- ok, você quem sabe! – sorrir e ele se retirou do quarto pedindo licença.

Esqueci completamente que a Isa estava na linha

- oiiiii – começou a falar alto

- oii, me desculpa – falei sorrindo.

- eu percebi – estava brava.

- relaxa ai, tava pegando meu café! – com o celular no ouvido, comecei a preparar uma xicara de café para a Laura. Um bem forte, pois já tinha ideia de que ela estaria com ressaca.

Estava distraída fazendo o café e conversando com a Isa, quando escuto a chave do quarto trancar. Estranhei, “será que ela esta com vergonha?”, perguntei-me. Mas não ouvi nenhuma movimentação no quarto, foi o que me deixou mais ainda preocupada.

Com uma feição de quem não sabia o que estava acontecendo com a mistura de querendo saber o que era – Isa te ligo depois – nem esperei pelo tchau e já fui desligando, colocando o celular no bolso e seguindo em direção a porta bem devagar, vi que o quarto ainda não tinha luz, coloquei o ouvido sobre a porta e não tinha barulho, ate ouvir um soluço de choro, meu coração apertou amargamente. Girei a maçaneta da porta e tentava empurra-la, mas era em vão. Dei duas batidas na porta sem falar nada, mas nada aconteceu.

Laura ~

Senti alguém se aproximado da porta, “ai meu Deus é ela”. Meu medo já estava nítido, comecei a sentir dores no peito, eu não podia ta passando por aquilo de novo, não depois de prometer pra mim mesmo que nunca mais teria nada com ela. A maçaneta girou e senti que a pessoa forçava para entrar, e mais um lagrima de desespero desceu por meus olhos.

- nãoooo..., senhor, por favor, não! – sussurrei baixinho – Milena, como eu queria você aqui!

Fim do capítulo