Ficamos ali namorando por alguns minutos. Havíamos prometido encontrar Geovane e Bernardo para irmos em um bar, ali mesmo na ilha. Os dois ficaram de convidar Mari e Amália para se juntar a nos. Ia ser bom sairmos um pouco, aliviar a tenção dos dias corridos.

Tomamos banhos juntas, após nos aprontarmos fomos encontrar os meninos próximo a praia, como o local não ficava tão distante resolvemos ir andando. Estávamos distraída sentadas em uma escadinha que dava acesso à praia, os meninos ainda não haviam chegado. Giulia sentada em um degrau acima do meu, eu estava totalmente relaxada entre suas pernas.

- bem quem eu queria encontra, as duas desenvergonhadas.

Meu sangue gelou. Leonardo parecia furioso, louco.

-o que você quer Leonardo, vá embora e nos deixe em paz- tentava aparentar calma, mais estava nervosa.

-já não basta o que fez a Sabrina! Não vou permitir que fale assim conosco- Giulia fala alterada, estava com medo que ele não se controlar, aquele Leonardo era totalmente diferente da pessoa que conheci.

-tudo isso é sua culpa, por se meter em nosso namoro. Sabrina não é da sua laia!

-Leonardo é melhor você ir embora, não quero confusão aqui na pousada. Não quero dar margem a falatório.

Ele dá uma risada amarga, com desprezo.

-se não quisesse mesmo que falassem de você, não andava com essa ai, nem com aquele Gay.

Giulia levanta-se rápido, ainda tento segura-la. mais ela parte pra cima de Leonardo lhe empurrando.

-escuta aqui seu canalha, ladrão. Quero você  longe dela, senão ira se ver comigo.

-quem é você pra falar assim comigo sua...

-Eu sou a mulher dela seu babaca!

Leonardo vou pra cima de Giulia que se esguia, fazendo com que ele caísse. Fiquei com medo dele rebol*r escada a baixa, apesar dos poucos degraus, a queda poderia ser bem dolorosa. Corro a segurando pelo braço.

-Amor não faz isso, não quero escândalos aqui, por favor!

-sua sorte seu canalha, senão ia te fazer respeitar uma mulher- Seguro em sua mão, fazendo com que me seguisse para dentro da pousada, deixando Leo ainda no chão.

Sentia a Italiana temer de raiva. Acho se permitisse teria dado uma surra em meu ex não que ele não merecesse! mais queria evitar confronto.

-o que aconteceu, não iam nos esperar na praia- Bernardo se aproxima, estranhando nossa presença ali no hall de entrada.

-íamos! mais Leonardo apareceu querendo arrumar confusão.

-esse cara ainda vai te dar dor de cabeça Sabrina, ele não se conforma que te perdeu de vez.

-eu não tenho medo dele!

-ele é um covarde, pode muito bem querer aprontar a qualquer momento.

-quem é covarde? - Geovane chegava com Amália.

-Leonardo. Tentou aprontar agora a pouco com as meninas.

-vou dar uma lição nesse covarde- Geovane já ia em direção a saída, quando o seguro pelo braço.

-Não Geovane, ele já deve ter ido embora. Não quero que isso estrague nossa noite- olho pra todos, e paro em Giulia que parecia ainda indignada- Amor vamos nos divertir, não quero mais pensar nisso. Cadê a Mari? - pergunto direto para Amália que me olha espantada.

- Não adianta fazer essa cara, pelo visto todos já sabem que a picuinha de vocês, era tesão acumulado... que pelo visto vai ficar acumulado por algum tempo ainda ai dentro- todos rimos, Geovane não tinha jeito mesmo.

-Ela vai nos encontrar lá no bar.

Mari demorou ainda meia hora pra chegar, a todo minuto via minha amiga conferindo o celular, pra ver se não tinha chamada. Quando a guia chegou Amália foi a primeira a lhe receber, abraçando como se não se viam a anos. Desconfiei que ela já sabia que Leticia se encontrava na ilha!

...

P/ AMALIA

Depois de ficar sabendo que Leticia havia retornado, não consegui ficar em paz. Sai da cozinha sem ao menos me despedir, minha cabeça estava a mil “será que ela vai procurar Mari”, “será que Mari ainda sente algo por ela” as indagações não paravam de circular meus pensamentos. Tento Ligar pra ela e nada, a chamada caia sempre na caixa de mensagem, aquilo me afligiu mais ainda. Queria poder escuta-la, saber que estava tudo, bem que nada havia mudado.

-o que aconteceu? -Sabrina estava a minha frente e me olhava querendo me decifrar.

-não aconteceu nada! Só estava distraída.

-o que está acontecendo Amália, ultimamente andas muito estranha. Não confia em mim? - Sabia que poderia contar pra minha amiga o que estava se passando comigo, até porque nossas experiências eram parecidas, Mas não conseguia pensar em mais nada a não ser o retorno de Leticia.

Sabrina parecendo adivinhar, ou pra ver meu jeito comenta.

-Vi hoje a ex da Mari no supermercado-ela me olha estudando minha face-ela está muito bonita. Será que veio pra ficar? -Aquilo era tudo que eu não precisava ouvir, que a garota estava ainda mais bonita, pois pelo que lembrava da época ela parecia uma boneca, linda!

-não consigo nem imaginar isso! - sai de minha boca sem que eu me pudesse conter.

-porque não?

Pra minha sorte Giulia chega convidando minha chega para um passeio, mas antes de se afastar Sabrina me alerta, que depois conversaria comigo.

-Iremos dar uma volta à noite, vou convidar a Mari, porque não vem conosco?

Confirmo minha ida, queria passar mais tempo ao lado de Mari. Precisava daquilo pra me sentir segura em relação aos seus sentimentos.

 Já estava mais do que claro meu envolvimento com a Guia, teria que conversar com minha mãe o quanto antes, pois não demoraria a chegar a seus ouvidos. Tinha a certeza que teria seu apoio, mas ficaria magoada se soubesse por terceiros.

Mais uma vez tento ligar para Mari, dessa vez sou bem sucedida.

-o que está acontecendo pra não me atenderes?

-Calma, estava ocupada! Você sabe que próximo as grutas não temos sinal bom. Estou aqui com o grupo e com a Dayse- Me lembrei de ter falado pra advogada onde encontraria a guia-aconteceu alguma coisa?

-Nada demais! Sabrina nos convidou pra sairmos a noite. Acho que Geovane e Bernardo também iram!

-Claro que vou, não perderia a oportunidade de ficar a seu lado, nem que seja somente como amigas!

-Não precisa ser assim, pelo visto a única que não sabe ainda sobre nós, e Dona Berta!

-como assim...

-Sabrina veio com uma conversa agora a pouco, mas deixa pra lá! A noite conversamos melhor.

Me despeço, não ia comentar a respeito de sua ex namorada. A noite quando chegamos ao bar, fico ansiosa com a demora da guia. Ela havia me passado uma mensagem, avisando que me encontraria no bar.

Quando a vi, a única coisa que queria no momento era abraça-la, e foi o que fiz! Queria senti-la bem próxima a mim. Demorei anos pra admitir que o que sentia era mais que desejo, estava completamente apaixonada por ela e não queria aquilo que estava vivendo se acabasse com a chegada de Leticia.

-o que foi minha linda?

-não foi nada, estava com saudades de você!

Ela me abraça forte, sinto as batidas de seu coração em compasso com meu. A levo até a mesa onde nossos amigos já aguardavam.

-humm pelo que vi posso te chamar de cunhadinha agora- Geovane brinca. Ela me olha sorrindo, aquele sorriso balançava minhas estruturas.

Acho que meu irmão ficou feliz por estarmos juntas, não só ele como Bernardo que acompanhou todo meu descobrimento e minhas angustias, todas as vezes que a guia ficava com alguém.

-é devastadora pelo jeito te enlaçaram! Só quero que não faça minha amiga sofrer, senão vai se ver comigo!

-já conversei com ela sobre isso!

Só faltei engasgar quando Sabrina fala, não conseguia entender porque meu receio de conversar com ela. Mas acho que estava mais que na hora, de ter uma conversa com minha irmã do coração.

-calma gente, Amália e eu estamos nos conhecendo melhor...

-mas vocês se conhecem a anos, Não entendi!

-ah Mano! nos conhecemos, mais nunca estivemos realmente próximas.

- Claro! só faltavam se pegarem, e não estou falando no sentido corpo a corpo. E sim de brigar mesmo, Todas as vezes que alguma aparecia com alguém!-Sabrina comenta- puro ciúme!

No bar estava tendo música ao vivo, cantores ali mesmo da região. Estava sentada ao lado de Mari, minha mão descansando em sua perna, seu jeans apertado me fazia lembrar de suas formas no lago mais cedo. Sem me contentar aperto sua coxa, ela me olha parecendo adivinhar meus pensamentos, cobre minha mão com a sua acariciando com a ponta dos dedos.

-vamos dar uma volta? -sussurra em meu ouvido.

-onde vocês vão? - Geovane pergunta já levantando- vou com vocês, vamos Be- convida nosso amigo. Tinha uma leve impressão que aqueles dois estavam se pegando.

-deixa de ser inconveniente Geovane, ela querem namorar um pouco. Só vamos segurar vela se formos juntos.

Pego na mão da guia e a puxo pra longe dali, antes que meu irmão resolvesse nos acompanhar.

-agora me fala, o que está acontecendo? horas atrás você tinha deixado bem claro, que ninguém precisava saber de nosso relacionamento por enquanto, agora faz questão de mostrar que estamos juntas!

-não está acontecendo nada!

-você não me engana dona Amália, esqueceu que passei anos, estudando seu comportamento em relação a mim.

-tudo bem! - uma hora ou outra iria saber sobre Leticia, então resolvi comentar logo sobre o assunto- A Leticia está na ilha e isso! - estávamos parada, olhando o mar. Me viro em direção a ela, pra ver sua expressão ao saber da notícia.

-eu já sabia Amália. Você acha que isso vai mudar em alguma coisa, o que sinto? - bom, aquele era meu maior medo! - quando nos envolvi com ela, não passava de uma adolescente me descobrindo. Não tenho raiva dela por ter me abandonado quando mais precisei, até porque ela também era uma menina! - minha atenção estava toda voltada pra ela-o que sinto por você e mais forte, mais concreto. Não coisa de menina!  Contigo me sinto, mulher, completa. Você me entende? - ela agora me olhava, seu olhar era profundo como que querendo desvendar minha alma.

- desculpe minha insegurança, eu nunca vivi algo assim também, fiquei perdida quando soube que a Leticia havia voltado.

-Amália quero que sempre me fales, quando algo a incomodar. Conhece o modo como eu vivia antes de você entrar em minha vida- ela parecia meio sem jeito ao comentar esse fato- nunca estive em um relacionamento sério, nem mesmo com minha ex e sei que isso se aplica a você também.

-mais uma vez me desculpa, vou procurar sempre conversar contigo quando algo me incomodar.

Ela se movimenta ficando a minha frente. A praia estava deserta, pelo menos onde estávamos! Me segura pela cintura enterrando seu rosto em meu pescoço, me fazendo suspirar ao sentir sua respiração contra minha pele.

Em seguida me olha cobrindo meus lábios em um beijo carinhoso, sua língua brincava com a minha. Ela explorava cada canto de minha boca de maneira gentil, me fazendo soltar suspiros de prazer. Pra intensificar mais o beijo ela me envolve em seus braços. Seu gosto misturava-se ao meu, seus carinhos ao mesmo tempo que me excitava, fazia com que me reconhecesse nela. Era muito mais que desejo, era necessidade de cuidar, de me doar sem reservas.   

...

P/DAYSE

Aquela ninfa despertava em mim um sentimento novo, me excitava ao vê-la assim brava. Sabia que ia ser barrada, ao saber de quem se tratava a pessoa que havia encontrado seu aparelho.

Minha vontade ao senti-la entregue, era de realmente atender seu pedido mudo e beija-la, mas a garota precisava aprender algumas coisas. Pela conversas que escutara. Primeiro de Geovane e depois das meninas, ela havia traído a outra Italiana e agora tentava reaproximação, mesmo sabendo que Giulia já não queria mais, e estava feliz com outra pessoa.

Seu corpo próximo ao meu me fez deseja-la como a muito tempo não desejava sentir ninguém, ela me atraia de uma forma quase selvagem. Desde o dia em que a vi nua, soube o quanto ela mexia comigo.

Até com uma barreira como a porta, sinto sua fúria em relação a mim. O caminho todo até meu chalé o sorriso não abandona meu rosto. A garota era uma deusa, um pecado difícil de se resistir, e quanto mais a via, mais tinha a certeza que uma hora cairia em tentação.

Já próximo a entrada vejo Giulia a discutir com um homem, a discussão estava tensa e mais à frente Sabrina olhava a tudo assustada. Fiquei a espera pra ver até onde ele iria, apesar de conhece-las a pouco tempo, não ia deixar quer entrasse em uma briga sozinha. Mas pro meu alivio a dona da pousada a leva de perto do rapaz, que continuava no chão a maldizer as duas, jurando se vingar.

Quando entro sigo direto pro banho, meu pensamento não conseguia abandonar Pietra. Saio e me deito nua olhando para o nada “deveria ter saciado meu desejo, pelo menos de beija-la” me recriminava por não ter seguido meus instintos.

Pela manhã acordo cedo, precisava me exercitar. No dia anterior Mari tinha me dito que alguns hospedes iam cavalgar, me interessei fazia muito tempo que não montava. Sigo para tomar meu café, esperava encontrar a guia ali, na espera dos demais hospedes.

Passamos boa parte da manhã conhecendo a fazenda ao lado da pousada, que segundo Mari era de um amigo da família de Sabrina. Através da Guia soube algumas coisas em relação a minha mais nova cliente. A garota passara por um mal bocado quando o pai morrera e continuava a passar, com as dívidas que esse deixou.

-vamos voltar, já está quase na hora que o almoço e servido na pousada- Mari se dirigi ao grupo- ainda quero nadar um pouco pra relaxar os músculos- sorri

-vou com você! Depois me acompanha no almoço?

Ela confirma e seguimos, a maioria dos hospedes que compunha o grupo que estávamos seguiu para a pousada e alguns em direção à praia. Como já era de se esperar a Guia usava biquíni por baixo da roupa. Acabei indo no chalé para trocar de roupa, quando retorno corro pra agua que parecia me chamar, o calor estava insuportável. Nadei até a guia que parecia uma criança naquele marzão.

-Vamos, Amália deve estar se perguntando onde ando!

-resolveram assumir o namoro? - no dia anterior em nossa conversa a guia havia comentado sobre seu envolvimento com alguém, só não falara quem era! Mas acabei escutando quando Sabrina havia lhe chamado sua atenção.

Ela apenas sorrir, saímos da agua e seguimos em direção em que tínhamos deixado nossas roupas. Quando olha pra guia pra convida-la pra ir, a vejo totalmente pálida, como se tivesse visto um fantasma. Sigo seu olhar e dou de cara com uma moça ruiva que caminhava em nossa direção e com ela Pietra, que era só sorrisos.

Fim do capítulo