Capitulo 13

(Em Pedaços)

- Nossa! Mas, que cara de deprê é essa hein?! – indagou Caio ao encontrar Anna-Lú na varanda, sentada na espreguiçadeira com o olhar perdido.

- Ai! Que susto bicha!! Quer me matar do coração?! – repreendeu arremessando uma das almofadas em Caio.

- Opa! Ataque surpresa – gritou se esquivando – essa foi por pouco! – e caiu na gargalhada.

- Besta! – Anna-Lú revirou os olhos.

- Quem está com cara de besta é você! Que houve? Noite Ruim? – perguntou Caio.

- Na verdade não, mas já não posso dizer a mesma coisa sobre o café da manhã – respondeu.

- Por quê? Descobriu que dormiu com o dragão ao invés da princesa?! – Caio quis saber e caiu na gargalhada novamente. Anna-Lú revirou novamente os olhos.

- Claro que não bicha! Digamos que foi meio indigesto!

- Por que... – incentivou.

- Por que... Porque a Carolina esteve aqui – soltou ar que estava preso nos pulmões.

- E brigaram outra vez pra variar! – completou Caio com toda certeza do mundo.

- SIM! – Anna-Lú assentiu.

- Por qual motivo desta vez? – inquiriu Caio de forma a querer entender o que se passava.

- Bom, - fez uma pausa – porque ela é uma cretina insensível! – praguejou Anna-Lú fechando os punhos, totalmente enervada.

- Ãh?! Não entendi!

- Acredita que ela disse que foi um erro?! – comentou Anna-Lú indignada ignorando a falta de concepção do amigo.

- O que foi um erro Anna-Lú? – perguntou ainda tentando compreender a indignação de Anna-Lú.

- UM ERRO... UM ERRO, mas que cretina! – continuou xingando sem se importar com o que Caio havia perguntado e continuou – Primeiro me retribui o beijo, depois me diz coisas horríveis e agora chega à minha casa me come com os olhos, porque eu sei que ela estava me desejando, ah se sei, e pra completar dá uma de ativista hétero fazendo o discurso que eu mais odeio nesse mundo... FOI UM ERRO! É realmente foi um erro eu achar que estava apaixonada por uma pessoa tão medíocre que apenas olha para o próprio umbigo de aparências.

Tão logo terminou a última frase e muito mais depressa se arrependeu, era a primeira vez que admitia estar apaixonada, e o fez em voz alta e logo na frente de quem! Caio ouviu as ultimas palavras de Anna-Lú boquiaberto, mas sua surpresa momentânea logo deu lugar ao sarcasmo.

- Então, quer dizer que realmente estamos apaixonadas, como eu havia suposto desde o inicio hein?? – salientou muito mais afirmando do que perguntando e sorrindo cinicamente.

- Não sei pra quê fui abrir minha boca e logo pra você, isso é sério Caio! Deveria ter ficado calada isso sim, até porque eu não quero estar...ah cê sabe...aquilo! – não queria mais repetir em voz alta o que divertiu Caio ainda mais.

- Aquilo o quê?! – Marina apareceu perguntando.

- Vocês deram de combinar um horário comum para me infernizar?! – comentou Anna-Lú com o sarcasmo de sempre, já sabendo que não teria como fugir daquela conversa. Caio caiu na risada antes de soltar mais alguma piadinha.

- Agora explica pra Mari o que não queres estar minha querida, porque eu já estou de saída, vou à academia, só vim mesmo saber se você iria ao hospital, mas posso adivinhar que não vais querer, não é?

- Muito engraçadinho, ainda bem que já sabes a resposta – respondeu com sorriso forçado.

- É, eu já sabia, enfim, depois te ligo, ainda quero saber os detalhes “daquilo” – respondeu zombeteiro e virou para cumprimentar Marina – É Mari agora é contigo, ch*pa essa manga, beijos meus amores, e Mari mais uma coisa, não deixa ela se matar ok – falou e virou-se para sair caindo na gargalhada.

- Cai fora! – grunhiu Anna-Lú arremessando outra almofada em Caio.

- Agressão é crime sabia! – falou sem olhar para trás não podendo conter as gargalhadas.

- Besta! – gritou Anna-Lú suspirando.

- Nossa! Parecem duas crianças! – disse Marina balançando a cabeça negativamente com um leve sorriso – Posso saber do que o Caio estava falando? E que cara é essa Lú?! – perguntou de uma vez ficando séria.

- Hm, é besteira você sabe como o Caio é – Anna-Lú tentou fugir.

- Ah qual é Lú, até parece que eu não te conheço, pra cima de mim! Anda desembucha do quê o Caio estava falando? – perguntou Marina cruzando os braços.

- Está certo, é verdade, você me conhece mais do quê ninguém. Mas, é mesmo besteira, já disse! – tentou livrar-se do interrogatório.

- Sei, e uma besteira te deixou com essa cara de enterro?! – insistiu Marina franzindo o rosto. Anna-Lú soltou um suspiro, Marina parecia ansiosa e sua voz traía preocupação, “será que minha cara está tão horrível assim?”, pensou olhando para o v que se formava na testa de Marina todas as vezes que a amiga se preocupava com ela. E Anna-Lú sentiu-se ligeiramente enjoada.

- Ai Mari! – foi só o que conseguiu dizer antes de sentir um nó na garganta e sentar outra vez abraçando as próprias pernas.

Fim do capítulo