Arturo parecia verdadeiramente impressionado com o currículo de Marion Esteban nas mãos. O velho empresário analisava intrigado a figura da jovem mulher a sua frente. O terno com  corte impecável e estampas  pied de poule da Balmain, a calça de linho preta da mesma marca  os saltos finos de três dedos Christian Louboutin. Tudo nela transparência requinte e muito bom gosto. Arturo aprendeu com a falecida esposa a apreciar quem sabia se impor de forma elegante com a  vestimenta e oratória.

O jeito aristocrático na fala da senhorita esteban , as respostas intuitivas e certeiras após uma longa sabatina de perguntas sobre os ex empregadores, convenceram Sampaio de que contratá-la poderia ser uma ótima jogada de marketing para empresa após o incidente desastroso com Sônia . A empresa precisava passar por um processo de renovação, nada mais indicado então, do que rejuvenescer o quadro de funcionários do alto escalão.  Novos tempos estavam chegando para  o império remodelado  por Arturo.  Se a parceira com o grupo de empresários Uruguaios fosse concretizado o Grupo Sampaio tornaria-se muito mais poderoso e diversificado como jamais o seu Pai Aristóteles havia sonhado.

Flashback On

Os gêmeos Arturo e Felipe eram os únicos filhos do português com cidadania brasileira Aristóteles Sampaio.  O grupo sampaio começou  apenas com 16 funcionários e crescia vertiginosamente com afinco e pulso firme de Aristóteles. Honesto, seu Ari, como era conhecido por seus colaboradores e vizinhos de quarteirão as vezes deixava de fechar contratos mais  rentáveis por desconfiar das reais intenções dos seus parceiros de negócios.  Arturo considerava o  pai um bobo idealista, odiava viver contando dinheiro no final do mês. Sem escrúpulos, não tinha a menor consideração por quem não fosse servir aos seus propósitos. Namorava Lucrécia desde que chegou ao ensino médio.  Felipe ao contrário dele seguia a mesma cartilha de seu Ari e fora preparado desde muito novo, por ser o filho mais velho para assumir a presidência da empresa.  

Felipe costumava supervisionar  as saídas de Arturo com os amigos do colégio. Edgar seu amigo de infância acompanhava o mais velho dos Sampaios nas tais rondas ao caçula da família. Tinha verdadeiro horror ao moleque mimado e doidivanas que Artu era. Há tempos tentava convencer felipe a seguir com ele em uma especialização em portugal e quem sabe juntos montarem um negócio em terras lusitanas. Para Edgar a Sampaios Construções não tinha nada haver  com  Felipe.

No feriado de corpus christi daquele ano, arturo e os colegas alugaram uma casa de praia em Ilhabela.  A algazarra entre a molecada virava a noite sem ter hora pra terminar o que começava a incomodar os vizinhos e os  moradores locais. O caseiro na manhã de sábado, ligou para Felipe reportando que os adolescentes haviam comprado grandes quantidades de drogas e que ele não se responsabilizaria pelo o que houvesse nas noites seguintes. Preocupado,  felipe fez o percurso de 4 horas e 23 minutos entre as duas cidades em alta velocidade, não tivera tempo de avisar a Edgar para acompanhá-lo.  

Arturo carregava no cos da calça jeans surrada uma pistola Airsoft Beretta. Tivera o maior trabalho de conseguir a arma de um aluno mais velho e repetente do seu colégio.  Era o líder nato do grupo, gostava de sentir ter o poder sobre as decisões das outras pessoas e o que a arma era uma espécie de retificação dessa liderança.  Os quatro amigos que o acompanhavam todos já tinha alguma passagem pela polícia, mas por crimes pequenos e inesquecíveis para jovens classe média e branco.

Naquela noite rodeado por garrafas de uma cachaça artesanal produzida na cidade, os jovens desafiavam-se em macabra jogo de roleta russa. Arturo deixará apenas uma bala na pistola. Sua consciência há muito já havia se perdido pela  viagem psicodélica da coca.  Felipe retirou a pistola das mãos do irmão assim que ele apontou para o mais novo do grupo.

---- Vocês enlouqueceram. Arturo quanto desgosto você acha que o  papai ainda aguenta. Felipe não entendia essa necessidade de autoafirmação infame que Arturo sentia e nem as amizades questionáveis com quem ele perambulava por aí.  Os amigos incomodados pelo rumo da conversa se dispersaram para os seus quartos.

---- Felipe não torra cara. Não cansa de bancar a minha  babá. Porque não procurar uma mulher e para de encher o meu saco, puritano de uma merd*. Arturo empurrou o irmão e tentou acertar um soco nele. Mais forte felipe desviou com facilidade e ainda aplicou um mata leão no mais novo.

--- Tô cansado das suas criancices moleque. Ta precisando da porr* de um banho. Vou te levar pra algum hotel e amanhã te entrego pra papai. Chega de passar a mão nas tuas idiotices.  Felipe foi carregando Arturo literalmente no muque . Avisou ao caseiro que pela manhã manda-se todos os arruaceiros embora. E que ele mesmo resolveria alguma pendência com o dono do imóvel depois.

Dentro do carro a troca de acusações entre os irmãos continuou ferranha. Arturo jamais admitiria em voz alta, mas sua principal desavença com o mais velho era uma inveja incontrolável. Felipe teria tudo e ele nada. Viveria para sempre a sombra do mais velho. Ensandecido iniciou uma luta corporal no carro, com muito custo felipe conseguiu estacionar em um lugar ermo.  

Entre chutes, tapas, socos, empurrões a briga continuava. Em um momento de deslize felipe desequilibrou-se em uma pedra, arturo aproveitou a ocasião e jogou o corpo em cima do mais velho. Rolaram no chão de terra batida. O estopim de um tiro pode ser ouvido entre os galhos das árvores. Arturo  desnorteado  tentava estancar o sangue que banhava a camisa azul do irmão. O tiro atingira o peito direito do mais velho.  Felipe não suportou o ferimento em questão de minutos morreu nos braços do sampaio mais novo.

Arturo precisou pensar rápido. Não havia tempo para lamentações. Não tinha sequer remorso pelo o que aconteceu, em sua mente doentia o culpado era apenas felipe por ter vindo acabar com a sua diversão. Astuto, encontrou entre  os pertences do carro um lenço limpo e limpou suas digitais da arma, em uma distância segurar atirou no seu  braço direito. Seu álibi seria um assalto na estrada . O plano perfeito teve um terceiro ato ou melhor uma terceira pessoa. Um adolescente um ano mais novo que  passou no local de bicicleta. Victor voltava pra casa depois de passar o dia todo no restaurante no centro, onde trabalhava como garçom.  Parou para socorrer os dois homens. Arturo ainda consciente apesar da grande quantidade  de sangue perdido  conseguiu convencer o jovem humilde da sua versão dos fatos, ofereceu uma pequena  fortuna  na época para que victor fosse uma testemunha ocular do que houve. Ainda facilitou que o adolescente leva-se consigo o relógio e 500 cruzeiros que o irmão mais velho tinha na carteira. Victor foi quem ligou para a polícia e a ambulância. Victor e arturo agora estariam unidos por um segredo de sangue.

Flashback Off

Arturo  despediu-se da jovem com a promessa de retorno tão logo a papelada para contratação estivesse pronta. Por um momento recordou do irmão e daquela noite. Algo naquela moça lembrava felipe. Balançou a cabeça em negação. “Felipe era um inútil e teve o fim que mereceu”. Pensou  convencido.  

O olhar impassivo de marcela de forma alguma transmitiu o mar revolto de ódio e desdém que a jovem experimentou  dentro de si. Tratar com cordialidade e respeito o homem que a escorraçou do lugar que ela se acostumou a chamar de casa no passado , era no mínimo sufocante. Marion sabia que suas qualificações profissionais de nada valeriam se não viessem  acompanhadas de uma “bela embalagem”. Por isso caprichou em cada detalhe da sua aparência.

Não fora difícil Ellen introduzir o seu nome  na lista de candidatos a vaga. E quando Arturo ligou para as empresas que constavam no seu currículo Edgar e seus apoiadores enumeraram de sobra motivos para tê-la como funcionária. Marion sentiu o celular vibrar no bolso do terno a caminho do elevador . Ellen enviava naquele instante o código para acessar via smartphone o  áudio e as imagens da câmera que instalou no escritório da presidência. A morena havia posicionado a  micro câmera em um porta retrato de Lucrécia com os filhos ainda bebês. A filha de Edgar não pode acompanhá-la até a sede da Sampaio Construções. Desde o fim de semana Ellen saia com uma japonesa que conheceu na boate sky diamonds e tinha acordado tarde naquela segunda-feira. Marion ainda arrependia-se de ter ido com ela, detestava festas lotadas e ainda não estava acostumada com as mudanças tão bruscas de temperatura da cidade.  Conferiu a qualidade da filmagem e sorriu. A vida dos Sampaios estava literalmente nas mãos do trio.

Paloma digitava uma mensagem apressada para Natalie que a esperava no primeiro andar para almoçarem juntas no Iguatemi . A empresária tinha conseguido duas horas a mais de intervalo do almoço com o pai,  após a confirmação que a construtora  havia vencido a licitação da prefeitura  para a construção do hospital da mulher de Campinas. Paloma foi a  responsável por todo o projeto e não poderia estar mais feliz pela conquista. Para completar o seu bom humor, Natalie lhe garantiu que Chris também se juntaria a elas na comemoração. Alheia ao vai e vem de funcionários que entravam e saiam do elevador, não notou que entre o 13º e 12º  andares só restaram ela e uma outra mulher no elevador.

Marcela piscou várias vezes seguidas para ter certeza que logo no seu primeiro contato com a Sampaio Construções daria de cara com Paloma. Se foi  quase impossível, suportar Arturo e sua empáfia de rei do mundo, imagine agora dividindo uma cabine de 95cm de largura e 130 cm  de profundidade com a filha dele. As fotos das  coluna sociais e dos sites de fofoca não faziam  jus a beleza amadurecida da herdeira mais velha dos Sampaios. Para Marion, Paloma estava ainda mais irresistível do que na juventude. O corpo curvilíneo se destacava na calça skinny preta  e na camisa de seda branca .   Só mais alguns minutos, se tivesse sorte paloma continuaria a não perceber sua presença e ela poderia seguir em frente com seus planos para aquele dia sem nenhum desvio.  

As duas mulheres foram surpreendidas por um solavanco na cabine. O forte tremor, quase desequilibrou paloma, que se segurou como pode na parede metálica. Da central de segurança, o responsável do setor informou as ocupantes  que devido a uma breve queda de energia a cabine havia travado no 8º andar e logo a equipe elétrica resolveria o problema. Paloma buscou dentro do minúsculo compartimento,  área para  celular o que se mostrou  uma atitude em vão , já que os aparelhos costumam ficar sem serviço naqueles locais. Marcela achou engraçado que Pam continuava  a praguejar baixinho, como se estivesse falando sozinha  e a bagunçar o cabelo em frustração assim como fazia na adolescência.  

---- Não acho que espernear e maldizer a Deus por nosso infortúnio irá resolver o problema, senhorita. Marcela não resistiu a vontade esmagadora  de conversar com a ex namorada.

---- Olha aqui eu não pedi a sua opinião  e fique a senhora sabendo.. Paloma reteve o último pensamento na língua quando observou com riquezas de detalhes a mulher atrevida do seu lado. Algo naquela mulher que deveria ter sua faixa etária lhe soava extremamente familiar. Ela era linda, perigosamente linda.  Do tipo que não se encontrar por aí todos os dias na rua. Os braços cruzados sobre os seios  o queixo erguido em desafio  a deixava ainda mais interessante.  Sentiu o rosto queimar, quando notou que ela  percebeu a análise clínica que fizera do seu corpo. Ninguém nunca  lhe disse que é feio julgar os outros. Respondeu recobrando todos os sentidos.

----  Não estou julgando senhorita, apenas fiz uma observação óbvia. Se me der licença. Marion retirou os saltos e o terno e sem cerimônia sentou no chão. Eu não sei se você concorda , mas esse tipo de incidente costuma levar muito tempo  para ser  solucionado e eu não acho saudável ficar  em pé  usando um salto agulha como esse . Está um pouco quente, não?

---- Sim, está. Paloma constrangida olhava a desconhecida com curiosidade. Quem era aquela mulher ?. Uma visitante ou uma nova funcionária, de onde ela havia saído e como se atrevia a tratá-la com tamanha causalidade. Muitos dos funcionários da construtora  nem conseguiam sustentar o seu olhar  Pam contrariada  também sentou no chão, achou ridículo ter que prosseguir aquela conversa em uma  situação tão desvantajosa Não me lembro de tê-la visto antes, é a sua primeira vez aqui ?

---  Perdão, às vezes posso ser um pouco leviana. Deveria ter me apresentado antes de qualquer coisa.  Marion Estaban, prazer. Ergueu a mão para o cumprimento. A pele de ambas reagiu a energia estática que viaja por entre os  poros com o aperto.  A que tudo indica  assim como você também serei  uma orgulhosa colaboradora  da Sampaio Construções. #sameteam. Paloma achou divertida  a colocação da outra. Então fora com ela que o pai passou boa parte da manhã em reunião. Quase sorriu da careta adorável que ela  fez ,  se não fosse a leve vertigem que sentiu logo  seguida.

Sabia muito bem o que aquilo significava, quando era pequena tinha crises de pânico pontuais. Detestava ambientes muito fechados, era claustrofóbica por natureza. Marion percebeu o desconforto na loira, os pingos de suor  encharcando a blusa clara, o olhar vidrado. Conhecia os sintomas, mas achava que a empresária tinha se livrado do problema com o passar dos anos. Com cuidado, invadiu o espaço da loira  e segurou com delicadeza o seu braço esquerdo pressionando os dedos sobre  altura das articulações.

---- Shiiiu. Respirar devagar comigo ok? Paloma balançou a cabeça em afirmativo travada pela sensação incoerente de falta de ar e  o coração galopando no peito.

---- Quando estava na universidade quase pirei de tanta pressão. Os ingleses são bem intimidadores com todo aquele jeito fechadão. Eu me sentia um peixe fora d'água.  Riu a recordar das noites mal dormidas, o céu acidentado e as chuvas de final de tarde.  Encontrei algum alívio entre um exame final e outro depois que comecei a frequentar  algumas sessões de Shiatsu.  Achei tão bom, que passei de paciente para terapeuta. O olhar de interrogação da loira a fez ser mais direta, era normal ficar  mais falante  em situações inusitadas como aquela.  Não devo ser a pessoa mais indicada pra te acalmar, mas bom sou a única aqui e isso deve valer de alguma coisa. Respirou pausadamente. Não era insensível ao ponto de deixa-la ter um ataque na sua frente e ficar inerte. Não era e percebeu que jamais seria indiferente a paloma, mesmo tendo consciência que aquela mulher ao  seu lado, não era mais a adolescente de 16 anos que conhecera.  

---Na medicina oriental, acreditamos que o desequilíbrio no canal de energias de uma pessoa é a causa de sua  doença. Chamamos essa energia de  ki , chi ou prana. Os movimentos que estou fazendo vão aliviar a tensão do seu corpo, ativar a circulação do Ki e liberar endorfina na sua corrente sanguínea. Se eu te machucar você me avisa e eu paro..

Paloma sentiu o corpo relaxar gradativamente, sua pulsação normalizou  e  já não via todo o ambiente rodar.  Tinha sido tão grosseira  e ironicamente sem ela talvez pudesse ter tido algo muito mais  grave . Apesar de estar melhorando , não conseguia verbalizar para que a outra para-se. O toque dela era gostoso, fazia um esforço tremendo para não gem*r. Quanto tempo alguém não lhe tocava daquela forma segura,  doce e suave.  Estava a ponto de fazer uma sandice quando outro solavanco restabeleceu a energia da cabine.    

Assustada,  afastou-se da nova funcionária  e com um pouco de dificuldade ficou de pé. Balbuciou um obrigado sem jeito. E nervosa batia o pé no assoalho como se pedindo em um murmúrio que logo cada uma pudesse tomar o seu rumo. Foram recepcionadas pela equipe de serviços gerais do prédio e Natalie.  Marcela aproveitou a muvuca de pessoas ao redor da vice- presidente do grupo Sampaio para literalmente desaparecer no meio delas. Mais rápida do que ela,  Pam  a segurou firme pelo braço.

---- Não posso deixar você ir achando que sua chefe é uma sem classe e muito menos sem educação. O que vai fazer amanhã à noite? . Marion arregalou os olhos surpresa com o convite. Conhecia aquele olhar, paloma estava flertando  com ela. Usando o melhor sorriso, franzindo as sobrancelhas grossas e bem feitas. O bom senso lhe dizia para negar, para inventar uma desculpa qualquer e sair correndo dali, mas por outro lado, estava morrendo de curiosidade sobre essa nova paloma, por alguns segundos enquanto se encaravam no rol do primeiro andar teve a clara impressão que ela a reconheceria. “Impossível”, ponderou mais centrada. Ellen tinha razão,  manteve poucas características físicas de quando era mais nova, até sua voz mudara.

----   Deixe-me leva-la para um jantar. Você me parece nova na cidade, posso ser sua guia por uma noite. Não me olhe como se tivesse fazendo algo antiético. Explicou-se retomando o fôlego.  Só quero me redimir pelos meus modos e lhe dar as boas vindas. Pam não entendia de onde havia tirado tamanha coragem, não costumava cortejar desconhecidas, levava séculos entre conversas amenas até ter alguma intimidade com uma mulher na maior parte do tempo.  Podia jurar que se olhasse para trás veria Natalie boquiaberta estática gravando o seu momento “foda-se, apenas faça o que te der na telha”.

---- É muita gentileza sua Dona Paloma, mas já tenho planos com minha irmã.  Droga. recriminou-se mentalmente, deveria ter sido mais enfática e colocado uma namorada na sentença ou namorado, mentiras não precisavam vir com gêneros definidos.

----  Só Paloma, por favor.  Que as formalidades fiquem apenas no escritório. Não seja por isso, o convite é para ambas pronto.  Eu vou levar uma amiga comigo.  Eu posso ser irritantemente insistente. Garanto a você que sou a mais inofensiva das mulheres. Cruzou os dedos em figa.  É bom ter uma amiga em uma cidade nova.  Espere. Paloma rabiscou no seu cartão o endereço de um restaurante intimista que ela frequentava com natalie nos finais de semana.  Espero vocês às 21 horas. Se quiser posso pedir para meu motorista pega-las.

---- Não será preciso. Até breve, Paloma. Saiu pisando duro incomodada por ter cedido com facilidade, chamaria atenção demais  negar repetidas  vezes sem um bom argumento, precisava de todo modo ficar próximas de todos os sampaios. Sempre fora profissional, sempre colocou o trabalho em primeiro lugar  em detrimento do pessoal.  São apenas negócios, recitou suspirando.

---- Minha Paloma tá viva!! Natalie chegou fazendo festa abraçando a amiga apertado. Eu que não sou católica estava prestes a fazer uma promessa para senhora desencantar. E  que desencanto mana.  Bateu palmas empolgada para uma Pam totalmente envergonhada.  E eu que pensava que seria a única Deusa de Ébano na sua vida. Cara, que mulher Maravilhosa. Porr*, chorei e não disse por onde.  Sorriu maliciosa.

---  Você é uma depravada natalie.  Eu só convidei a moça para um  jantar, não vejo nada demais nisso. Desconversou revirando os olhos.

---- Querida depravada sou mesmo, mas burra não. Não quer admitir problema seu. Mas que esses olhinhos azuis estão brilhando, ah  eles estão. Não se preocupe Quixote eu como ótimo Chacho estarei do seu lado. Vai que a sorte sorrir pra mim também e a genética da família produziu duas  Deusas. Quero beijar muito fia.  Fez o sinal da cruz para aumentar a irritação da empresária. Em um clima descontraído natalie tirava sarro da amiga a caminho do shopping.

Fim do capítulo