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She's Got Me Daydreaming por Carolbertoloto

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Palavras: 4016
Acessos: 2623   |  Postado em: 06/06/2017

Relationships

POV-Cosima

Em segredo esperei que nada acontecesse. Em silêncio supliquei para que Shay não me tocasse. Eu entendo que estivesse com saudade de mim, de meu cheiro e sabor. Entretanto, eu não desejava o mais superficial toque de seus dedos.

Quando Paul e Felix saíram para comprar comida, ficamos apenas Delphine, minha namorada e eu na sala. O clima era ridículo e extremamente pesado. Eu não sabia como proceder, o que dizer e o porquê essas coisas sempre aconteciam com a minha pessoa.  

"Baby, vamos comigo guardar algumas roupas?" Qualquer um que olhasse na direção de Shay poderia presumir a pureza em seu espirito, mas naquele momento, ela estava possuída de avareza e querendo discórdia.

"Vamos lá!" Não olhei para minha professora e segui meu caminho.

Ao ajudar Shay com as malas, ela fechou as cortinas.

PUTA MERDA! Respira, vai dar tudo certo.

Sentei na cama enquanto ela mexia em suas coisas. Pude ouvir o som da televisão gradualmente aumentando.

Delphine, é melhor sair agora.

"Eu trouxe um presente pra você." Minha loirinha me entregou um saquinho cheiroso.

"Tive que dirigir quase duas horas até Venice pra comprar essa belezinha, 50g de White Russian. Me ama agora ou ainda não?" Seus olhos azuis não estavam brincando com os meus castanhos, ainda em choque ao analisar o poderoso saquinho.

White Russian é uma cepa hibrida essencialmente Indica, THC de 22%. Sempre quis experimentar o doce cítrico que ela tem, fora o sentimento de euforia, energia e criatividade que a erva causa. Na Califórnia, o uso é medicinal, ameniza dores crônicas e relaxa os músculos.

Engoli todo meu entusiasmo e abri o pacote, o aroma forte e delicioso preencheu o loft inteiro.

"Uau! Não acredito! Valeu Shay-Shay!" Selei o saquinho e o coloquei ao meu lado.

"Agora que você já ganhou seu presente..." Minha namorada se aproximou enquanto desabotoava sua blusa "..Tá na hora do meu presente."

Eu sabia o que estava pra acontecer. Eu tinha certeza que Delphine nos assistia do outro lado da cortina. Eu não conhecia nem ao menos uma maneira de evitar com que Shay se entregasse pra mim.

Delphine, vá embora, por favor.

A loira subiu em mim derrubando meu corpo sobre o colchão. Ela beijava meus lábios e eu apenas a acompanhava. Logo, seu torso ficou completamente nu, os seios redondos e corados caíram em minha face. Involuntariamente, minha língua saltitava entre eles, oscilando em cada mamilo. A fragrância de baunilha exalava pelos poros daquela pele cremosa e lisa. Não entendo o que eu estava fazendo, mas me parecia bom, muito bom. Comecei a sentir a lubrificação no meio de minhas pernas.

MERDA! MERDA! MERDA!

COSIMA, SEGURA SUA PEPECA!

"Baby, não estamos sozinhas." Sussurrei ao quebrar o clima.   

"É só não fazermos barulho." Ela gem*u alto pra caralh* enquanto eu beijava seus seios.

Uma mentira atrás da outra.

"Eu quero matar sua saudade, mas não estou muito confortável." Arrisquei minhas palavras e esperei por alguma reação positiva.

O oceano contido naqueles olhinhos delicados começou a ficar mais escuro.

Era raiva ou choro?

"Você está estranha, Cosima!" Declarou com tom odioso e digno de dó.

"Shay, para com isso." Envolvi sua frágil anatomia em meus braços.

"Então me deixa te sentir." Implorou com olhar desconsolado e carente.

Naquele momento muitas coisas passaram pela minha confusa cabeça, porém a mais acentuada foi a imagem repetitiva das expressões que Delphine estaria manifestando. Não havia como evitar os próximos movimentos de minha parceira, tão pouco como expulsar minha chefe de minha casa por telepatia.

Shay removeu minha camiseta e sutiã, expondo toda minha vergonha só para seu prazer. A cada lambida, toque, beijo e gemido era uma repulsa maior.

Me senti encardida, suja, infame e indecente. Ela se deliciava comigo e eu me enojava com ela.

Aquela linda mulher não merecia minha renúncia e recusa.

Sua língua malandramente desceu ao meu corpo alcançando meu campo minado. Era feio, mas eu estava ensopada. Minha parceira riu e removeu minha calcinha. Lambia minha virilha e despertava o demônio dentro de mim. Meus movimentos eram incontroláveis e teimosos.

O choque térmico causado pelo fervor de minha vagin* com o morno de uma boca faminta foi assombroso. Meu órgão gostava de ser tocado daquela maneira brutal enquanto a elástica língua passeava por todo lado. Era cima, baixo, lado esquerdo, centro, lado direito, e assim repetia, sem dó ou piedade. Sugava meu líquido e massageava meu clit*ris. Shay fazia gostoso, muito gostoso, do jeito que aprendeu ao longo dos anos que usou meu corpo como fonte de prazer.

Os gestos eram precisos e escorregadios. Em uma dança trágica e sensual, meus quadris entraram. Eu rebol*va sem intenção e gania mecanicamente. A culpa da mágoa me consumia de maneira subitamente maldosa. A safadeza de Shay era quase maior do que sua saudade. Não havia escapatória ou planos paralelos. Era intenso e profundo o penetrar de seus dedos espertos e conhecedores de minha biologia.

Eu olhava para o rosto expressivo de minha namorada e sentia vergonha em estar ali.

"Piranhas, chegamos!" Como um salva-vidas, Felix navegou em meu oceano promíscuo e me lançou uma boia enquanto eu me afogava ainda mais na merd* de ter uma vida dupla.

"Não acredito!" Shay bufou alto e se afastou rapidamente.

"Tudo bem, a gente faz mais tarde." Tentei acalmar minha irritadinha.

Recolhemos nossas roupas do chão e logo as vestimos. Enquanto minha namorada limpava a viscosa gelatina em sua boca, eu sossegava meus nervos e ofegante respiração.

Abri as cortinas e encontrei Fe arrumando a mesa, Paul escolhendo uma música no player e Delphine, sem reação, olhando pela janela próxima à mesa.

"Tirando o atraso, Cos?" Paul perguntou ao notar a luxúria em minha atmosfera.

"Cosima não está no atrasado, muito pelo contrário." Felix era maligno quando queria.

"Vocês são dois otários, não estávamos fazendo nada." Menti com vontade e esperança em amenizar os danos causados em minha professora, que ainda não tinha manifestado nem a mais insignificante ação.

"Hum! O cheiro tá ótimo! O que vocês compraram?" Shay surgiu atrás de mim e caminhou em direção à cozinha.

"Compramos uns Croissants com ervas e azeitonas, Baguete de milho, e 3 Cinnamon Rolls, já que a mocinha aqui é vegana." Meu colega de quarto informou ao terminar de servir o café preto em xícaras velhas, trincadas e lascadas.

Todos sentamos à mesa, menos minha professora que ainda olhava pela janela.

"Amor, vem comer!" Paul tentou chamar a atenção de sua namorada, mas falhou.

"Amor, vem!" Ou ela não o ouvia ou não queria ouvir.

"Delphine, seu palito ambulante, vem comer e colocar massa nessa sua bunda magra." Felix e seu jeito sútil com as palavras.

"Não estou com fome." Sussurrou tão baixo quanto minha autoestima naquele momento.

"Quê?" Paul insistiu.

Lentamente, seu longo corpo tomou a atitude de nos encarar. Aqueles singelos olhos redondos estavam avermelhados e desolados.

Eu não acredito que fui capaz de magoa-la assim.

Por que Cosima? POR QUÊ?

"O que houve, amor?" Paul levantou de sua cadeira e correu para os braços de sua amada.

"Eu devo estar com alguma alergia, meus olhos estão coçando, meu nariz está irritado e meu peito dói." Ela explicou pausadamente.

Quase todos os sintomas que descreveu são vinculados à reação alérgica, o único que não bate é a dor no peito, e sei que esta foi causada pelo meu deplorável momento com Shay.  

"Então coma alguma coisa e já já vamos pra casa." Meu amigo estava preocupado, mas entendia que quando sua namorada tinha algo na cabeça, não era fácil convencer o contrário.

"Não! Coma! Vou trocar de roupa." Dra. Cormier seguiu até meu quarto.

A maneira como a luz do sol surrava minha janela evidenciava precisamente uma silhueta no amarelo de minhas cortinas. Eu sentava à frente de minha namorada, na posição, pude assistir a desventura de Delphine ao estudar a bagunça de meus lençóis. Cautelosamente, observei seus braços levantarem tirando meu moletom, depois, espiei suas longas pernas se livrando de meus shorts. Após se despir, ela continuou ali, encarando minha cama. Levou suas mãos a face e notei o tremor em seu corpo. Ela chorava, e eu não pude fazer nada.

A galera comia e conversava. Uma música aleatória preenchia o silêncio em meu coração. E Dra. Cormier, aos poucos, se recompunha. Ela procurou algo encima de meu criado-mudo, quando encontrou, fez o movimento de quem escreve algo.  Segundos depois, abriu minha gaveta e guardou o que havia escrito.

Bilhetinho Delphine?

Tá terminando comigo de novo? AINDA MAIS POR BILHETE?

O medo tomou conta de meu espírito. Se minha amante acabasse nosso relacionamento, eu não saberia proceder.

Era tarde demais pra mim.

Não havia como negar ou recusar esse sentimento que consumia cada célula de meu corpo.

Respirei fundo e voei.

As borboletas em meu estômago, o formigamento em minhas pernas, a conclusão de algo tão indiscreto e óbvio.

Eu amo Delphine.

Sorri em desespero.

Mais uma vez, eu amo Delphine.

Eu queria mesmo era estar berrando alto pra galera toda ouvir.

EU AMO DELPHINE!

PUTA MERDA, CARALHO, PORRA! EU A AMO, EU A AMO, EU A AMO!

Se ela terminar comigo, vou sequestra-la e mantê-la no cativeiro de minha cama.

"Vamos?" Dra. FIZ MINHA ALUNA FICAR MALUCA expressou ao namorado sua vontade de partir.

"Sim, vamos lá!" Paul levantou e subiu as calças largas "Bom pessoal, vejo vocês mais tarde lá na Bubbles. Valeu pelo rolezinho."

"Magina seus cretinos, até mais!" Felix respondeu sem desviar os olhos da genitália de meu amigo.

"Obrigada turma!" Aquele sotaque Francês era feito música clássica, perfeito, calmo, e tranquilizante.

Observei meu amor partir pela porta grafitada. Ao seu fechar, pânico e curiosidade me fizeram levantar e correr até meu quarto. Por mais indiscreta que tenha sido, eu precisava saber o que estava escrito naquele pedaço de papel.

"Você estraçalhou meu coração, então, por favor, não me procure por enquanto. Cosima, permita-me o tempo para cicatrizar as feridas abertas em mim."

SANTA MERDA! Isso foi um término ou um tempo?

Ás vezes Delphine poderia ser mais clara com suas palavras certinhas.

Levei o bilhete ao meu peito, quis esconde-lo dentro de mim para que ninguém o achasse.

"Baby, tudo bem?" Shay perturbou minha paz, mais uma vez.

"Tudo certo, vamos fumar?" A ideia de relaxar a mente nunca me pareceu tão boa.

Bolei um baseado generoso ao som de SOJA.

Na primeira tragada, senti todo o poder do THC. White Russian em minhas veias, pulmão e cabeça. Não demorou muito para ficarmos chapados. Shay dançava deslizando no ar, Felix dava continuidade à pintura de sua tela, a qual retrava um momento forçado e sem graça entre minha namorada e eu. Cada um na sua vibe.

O tempo foi passando lentamente por nós. A brisa, por outro lado, pareceu eterna. O riso não desaparecia, a euforia diminuía despertando preguiça em nossos ossos, e a fome crescia forte.

Felix terminou sua tela e nos chamou para conferir.

Shay ficou boquiaberta e morrendo de amores pela obra.

Eu até que gostei, mas sei lá.

Meu amigo notou meu descaso, e em segredo, me condenou com minhas mentiras. Discretamente sussurrou ao pé de meu ouvido "A gente conversa depois."

Eu sabia o assunto da prosa, entretanto, ele não me assustava mais. Se sou responsável por minhas ações, devo encarar as consequências com propriedade e discernimento.

Dispersamos e começamos a nos aprontar para a inauguração da Bubbles. A loja ficava um pouco distante do loft, então teríamos de pegar carona no fusquinha de Shay.

Ao sair do banho, selecionei um vestido vermelho com algumas rendas e sem manga. Prendi meus dreads em um coque e caprichei na maquiagem. Me sentia linda por fora, mas completamente vazia por dentro. Minha namorada vestia um jeans claro e justo, definindo suas curvas e glúteos. Com uma blusinha solta e aberta, deu licença para que seios fossem admirados. Ela não cansava de ser bela, mas eu já estava exausta de sua beleza.

Demoramos quinze minutos até chegarmos à loja. As portas da frente ainda estavam fechadas, e havia algumas pessoas esperando para entrar. Felix, Shay e eu demos a volta e infiltramos pelos fundos.

Alison estava extremamente nervosa, bebia champanhe para tentar acalmar os nervos.

Scott manifestava tristeza em sua face, mas mesmo assim ajudava Paul com as caixas no estoque.

 Donnie expressava raiva em sua atmosfera enquanto arrumava as prateleiras, então Felix correu para ajudar.

 Delphine estava incrível, seu vestido longo de tecido suave exalou informalidade em sua aparência. O decote era frágil e perigoso como um frasco de veneno. A maquiagem estava natural e perfeita, ainda por cima, disfarçava a nítida lamentação em seu rosto perfeito e comprido.

Todos ali estavam estranhamente abalados com algo, entretanto, ninguém se importou em confessar os motivos.

"Abrindo as portas!" Alison informou histericamente tentando manter a calma.

Felix colocou sua playlist "longue" para tocar enquanto as pessoas entraram naquele pequeno pedaço de algodão doce.

"Bem-vindos." Cordializei com um sorriso forçado.

"Cos, vai ajudar Del com o champanhe." Minha amiga me ordenou com tirania.

"Shay, você pode ajudar Scott no caixa." Demandou de minha namorada, com quem nem tinha tanta intimidade, mas Shay não seria louca de não obedecer.

Avistei minha chefe colocando Chandon em tacinhas tão delicadas quanto seu sorriso.

"Hey! Alison me designou para te ajudar." Falei com cuidado e saudade.

"Tudo bem." Foi ríspida e direta, tão seca quanto o deserto do Saara.

"Sobre o bilhete, eu não entendi muito bem. Você terminou comigo?" Perguntei discretamente ao analisar que minha namorada estava ocupada demais para notar a tensão sexual entre Delphine e eu.

"Parece que não entendeu mesmo, eu pedi um tempo, coisa que você não está dando." Com um tom forçado em raiva chocou minha esperança.

"Nossa, não precisa ser assim." Peguei uma taça e virei o conteúdo goela a baixo.

"Cosima! Chega, se é pra ajudar, não me atrapalhe." Era sua vez de engolir a custosa bebida.

Servimos os clientes com sorrisos tão ilusórios quanto nosso desprezo. Ao cair da noite, já estávamos bêbadas e vulneráveis, tão soltas que esquecemos de nos odiar. Ela me olhava com vontade e mordia os lábios para se conter, eu, por outro lado, não tive a mínima vergonha na cara. Estrategicamente, e de maneira não tão discreta, passei com meus dedos por debaixo daquele vestido. A cena seria trágica, se não cômica, pois o vestido era longo, o que complicava minha tarefa e necessidade de tocar aquela pele sabor uva.

"Cinco minutos para o fechamento! Agradecemos pela presença e abriremos nossas portas de segunda à sábado, começando às onze da manhã até às seis da tarde. Muito obrigada!" Alison anunciou como se estivesse usando um amplificador de voz.

Quando as portas fecharam, todos nós batemos palmas congratulando nossa doidinha pelo sucesso de sua loja.

"Parabéns, safada!" Felix gritava.

Todos rimos por alguns segundos e depois brindamos. Alison e Shay checavam o caixa enquanto Felix, Donnie, Paul, Scott, Delphine e eu conversávamos em uma rodinha torta.

"Eai, o que vocês fizeram ontem?" Scott perguntou ao engolir o champanhe.

"Cara, eu ajudei a neurótica da Alison o dia todo, e passamos a noite brigando sem motivos." Donnie declarou com tristeza, e ira contida.

"Bom, eu fiquei o dia todo suplicando a atenção de Denise." Disse Scott claramente abalado.

"Tá namorando, Scotty?' Paul questionou.

"Conheceu ela na Comi Con?" O palhaço da turma deu início ao show.

"Denise é o gato dele!" Expliquei em defesa.

"Desde que ela voltou do veterinário, não se aproxima de mim, ela tá estranha." Seus olhos tristonhos eram dignos de pena.

"Fêmeas!" Donnie bateu o cotovelo em Scott.

Parece que os Hendrixes não são os únicos com problemas no relacionamento.

"E vocês?" Meu parceiro indagou ao resto da turma.

"Eu dormi o dia todo, Del veio ajudar e depois fomos ao Leda perturbar Cosima."  Paul respondeu ligeiramente.

"Como você sumiu ontem, trabalhei no projeto sozinha. Você me deve uma, Scott." Entrei na conversa com estilo e punindo o descaso de meu parceiro.

"Foi mal, Cos. Juro que vou me redimir." O Nerdzinho estava muito tristonho, não tinha como ficar brava.

"Bom, pessoal!" Alison se aproximou com a mãos cheias de dinheiro "A inauguração foi rentável, pagou pelo champanhe e pelo esforço. Obrigada por ajudar. Leda, amanhã, por minha conta." Declarou satisfeita e cheia das boas intenções.

Aplaudimos o sucesso mais uma vez, entretanto, a intensidade das palmas foram em resposta à sua generosa oferta.

"Baby, vamos nessa?" Shay interlaçou seus dedos nos meus.

Os olhos de Delphine me imploraram para não partir. Eles eram tão lindos quando repletos de ciúme.

"Pode ser! Felix?" Voltei minha atenção ao meu colega de quarto, quem franziu a testa por estar puto comigo.

"Vamos lá!"

Nos despedimos de todos. Na vez de Dra. Cormier, seus braços compridos me envolveram com força e nostalgia. Eu não queria dizer adeus, por mais que a visse amanhã no laboratório, eu não queria deixa-la pra trás. Porém, engoli meu querer e segui caminho com Shay e Felix até o loft.

Ao chegarmos, meu colega foi para seu quarto. Enquanto eu bolava mais um baseado, minha namorada me observava inquieta. Conheço bem aquela afeição, ela estava sedenta por mim.

"Tá me querendo, é?" Brinquei após terminar minha obra de arte.

"Sempre!" Shay engatinhou até mim e depositou todo seu peso sobre meu corpo, caímos na cama. Ela me tateava e tentava. Com beijos quentes, chocos e destemperados, ela se esforçava para me excitar, mas suas tentativas foram falhas e lastimáveis.

Minha namorada percebeu minha indiferença às suas ações, então se afastou frustrada com a carecente situação.

"Mas que merd* está acontecendo com você, Cosima?" Gritou alto e destemida.

"Nada, Shay. Pare de gritar." Pedi medindo meu próprio timbre.

"Chega, Cosima! Chega de mentir! Eu te conheço muito bem, conheço mais do que eu gostaria. Sei quando algo está errado. Você não me deseja mais, não me toca mais como antes. Eu entendo que o namoro foi uma surpresa, mas isso já é demais." Disse sem pausa para respirar e sem paciência para esperar por minha resposta.

"Você está apaixonada por alguém?" Seus olhos irados me devoraram impetuosamente.

Eu não sabia o que responder, até porque estava morrendo de medo do que ela poderia fazer comigo, ali.

"Cosima! Me responde, porr*!" Insistiu aumentando mais ainda o tom de sua voz.

"Sh-Shay..." Gaguejei evidenciando cada parcela de minha culpa.

"É a Francesa, né?"

PUTA MERDA! FALA BAIXO, SHAY!

"Há! Eu sabia! Você está apaixonada por Delphine! A namorada de seu melhor amigo, que também é sua professora e chefe. Você consegue ser mais cliché?" Bacana, agora todo prédio sabe o quão filha da puta sou.

"Shay não é assim. Eu não sei o que está acontecendo." Sou péssima em me expressar sob pressão.

"Não precisa se explicar! Saiba que eu tentei ficar com você. Há tantas coisas que sou capaz de te dar, coisas que Delphine jamais te dará. Ou você acha mesmo que ela vai terminar com o gostosão do Paul? Me poupe e se poupe Cosima, você é somente uma fase na vida dela, uma crise de meia idade. E quando você se foder por conta de uma paixãozinha, vai ter que implorar pra me ter de volta." Como um relâmpago certeiro, Shay pegou suas malas e seguiu até a porta, deslizou-a e me encarou mais uma vez.

"Você está cometendo um grande erro, e a única culpada é você." O eco da sua voz consumia minha gravidade. O barulho forte e nítido do bater da porta assombrou meus pensamentos. E Shay agora é apenas um fantasma em minha frente.

"Porr*!" Suspirei alto e claro.

Ouvi o barulho de cortinas abrindo, já sabia que haveria sequência para minha novela mexicana.

"Agora você se fodeu." Virei para encarar o face sarcástica e sádica de meu colega de quarto. A pose de sua sobrancelha alimentava ainda mais sua aparência azeda.

"Então Você e Delphine estão trans*ndo. Inacreditável sua burrice." Me insultou sem piedade.

"Felix, me ouve, por favor." Supliquei, sem muita esperança.

"Quer falar? OK! Vamos lá." Rebolou até chegar ao sofá, sentou e cruzou as pernas "Tô escutando."

"Fe, eu não sei como explicar o que está acontecendo comigo, mas desde que vi Delphine pela primeira vez, eu me sinto perdida. A única forma de me encontrar é quando estou perto dela." Senti meus olhos começando a acumular água.

 "Eu não queria nada disso, não queria me apaixonar, não queria essa confusão dentro de mim, mas..." Respirei fundo "Mas eu amo Felix."

Desmoronei no sofá sem força para lutar contra o rio que corria em meu rosto. Os soluços, as lágrimas, o desespero, a culpa e o amor eram reais, principalmente o amor.

"Felix, eu não sei o que fazer, eu não sei, eu não sei." Minhas mãos cobriam a verdade de minhas expressões.

Meu colega de quarto ajoelhou em minha frente, segurou minhas palmas e tentou me acalmar com seu preocupado olhar.

"Sou uma pessoa horrível, Fe!" Senti cada pedacinho de mim desmontando.

"Hey! Você não é uma pessoa horrível, Cosima. Não escolhemos por quem nos apaixonamos, mas escolhemos como proceder. Seu único erro foi deixar se levar. Ainda dá tempo de consertar tudo isso." Suas palavras me confortaram, porém não amenizaram minha dor.

"Felix, eu não quero perder Delphine." Confessei a ele o que jamais diria em voz alta.

"Amiga, como você acha que isso vai acabar? Delphine não vai terminar com Paul, e ele com certeza não vai te perdoar se descobrir o que vocês andam fazendo. Ela pode ser demitida da faculdade por namorar uma aluna, pode ser até demitida do laboratório por estar se envolvendo com uma funcionária. Vocês não estão pensando direito. Estão deixando o desejo falar mais alto. Presta atenção!"

Tudo o que saiu de sua boca carnuda era verdade. Realmente não estávamos sendo sensatas, mas quem é a capaz de usar a razão quando o coração bate forte e rápido?

"Não vou te julgar, Cos. Vocês são adultas, Delphine muito mais do que você, mas cuidado pra não afundar ainda mais. Eu te amo demais pra assistir você destroçada em ruínas."

Beijou minha testa e não largou minhas mãos. Essa não era a reação que esperava dele, entretanto, admito minha leveza ao confessar meu maior crime, amar Delphine com toda minha força e falta de juízo.

De repente...

Ouvimos batidas brutais à nossa porta.

AI CARALHO! Logo, a imagem de Paul e sua Glock invadiram minha mente. Ele veio aqui pra atirar na minha cabeça, eu vou morrer, eu mereço.

Mais batidas agressivas.

"Já vai, já vai!" Felix se dirigiu até a porta, deslizou-a, e segurou uma carcaça embriaga que se lançou em seus braços.

Era Donnie.

"Felix, meu grande amigo!" Beijou as bochechas finas de meu colega de quarto.

Foi muito esquisito.

"Donnie! o que houve?" Limpei as lágrimas de meus olhos e auxiliei colocar aquele homem todo no sofá.

"Eu odeio a Alison. Eu não aguento mais ela. Posso morar com vocês?" Suas palavras eram tão arrastadas e devastadoras.

"Calma, cara. Vocês só tiveram uma briga." Em uma tentativa falha, tentei confortar o palhaço da turma.

"Você não entende, Cosima. Ela é doida, só sabe brigar e gritar e berrar e me insultar." O cheiro de álcool ficava gradualmente mais forte.

Olhando meu amigo naquela situação, me deu muito a pensar. Conheci o casal logo quando comecei a trabalhar no Leda, eles eram amigos de Paul. Alison sempre foi complicada, mas seu amor por Donnie era óbvio. Ele, por outro lado, vive para respirar e agradar a namorada. Onde será que erram para chegarem a esse ponto?

Como as pessoas se desapaixonam?

Como cansam uma da outra?

Como melhores amigos conseguem se tornar estranhos?

Relacionamentos são árduos e custosos. Eles podem salvar sua alma ou condena-la à miséria e desgraça. Podem te fazer extremamente feliz ou acabar com toda sua inocência e esperança.

Relacionamentos não são pra qualquer um.

E na minha cabeça, dentre a bagunça e desordem, lá estava Dra. Cormier.

 

Mesmo com todos os revezes, problemas, e impedimentos, eu ainda tinha certeza do meu amor por ela, e tal sentimento só aumenta, complicando ainda mais minha vidinha simples e quieta. 

Fim do capítulo


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Comentários para 11 - Relationships :
LiaB
LiaB

Em: 06/06/2017

Cosima Lascada hein! Mas Dr. Comier não tá muito diferente não hahaha

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