Bruna

 

 

Estava em um sonho profundo, conseguia sentir meu corpo vibrar, estava muito quente. Percebia a respiração de Lívia se aproximar do meu sex*, ela logo dava leves cupões, mas não aprofundava e ficava me torturando. Meu desejo estava no auge, abri meus olhos acordando do sonho, mas não era sonho.

 

Lívia estava me olhando, toda arrumada com seu terno preto pronta para trabalhar. Sorriu como se desse bom dia, logo voltou a sua atenção ao meu sex*. Tocava com seus dedos delicadamente, beijava e ch*pava levemente. Apenas provocando, para sem aviso afundar seus dedos e começar as entocadas, ch*pou meu clit*ris com força, parecia que seu desejo estava descontrolado. Era inacreditável como eu a desejava também, nunca fui de goz*r rápido, tinha até certa dificuldade em ter prazer devo a tantas relações, mas com ela era totalmente diferente. Fazer “sex*” com ela era algo que tinha aprendido no dia anterior que não era sex*, era amor. Fazer sex* com amor realmente era diferente, enfim, eu tinha descoberto.

 

Senti meu corpo contrair e logo relaxar, ela tinha me feito sentir totalmente em outro planeta mais um vez, de maneira ainda mais intensa.

 

-- Bom dia! -- Lívia sorriu e me beijou -- Acordou bem? -- perguntou.

 

-- Bom dia! Acordei muito bem, achei que estava em outro planeta e você?

 

-- Acordei perfeitamente bem, já falei que você é incrível? -- ela me deu mais um beijo.

 

-- Não, eu sou?

 

-- Muito! Tanto que eu fiz até um sacrifício hoje por você, sabia?!

 

-- Ah é? O que fez?

 

-- Eu fui ajudar a Neide, olha! -- tinha uma bela bandeja com muitas coisas gostosas -- Eu que fiz a salada, tá?! Cortei tudinho sozinha e ainda fiz um cortezinho no dedo -- fez manha.

 

-- Ah! Deixe-me ver! -- o corte era tão mínimo que nem dava para ver nada, mas beijei mesmo assim -- Agora sarou!

 

-- Ainda bem, porque estava com medo de levar pontos -- rimos.

 

-- Exagerada! Vamos comer? Bateu até fome vendo essas variedades!

 

-- Vamos sim, vamos ao cardápio? Bom, temos salada de frutas, o seu mel que ama, temos misto, bolo de laranja, suco de uva que você adora e cerais -- ela colocou a badeja na cama.

 

-- Um banquete -- falei já pegando a salada.

 

Comemos e conversamos durante todo o café.

 

-- Eu já vou levando minha documentação e você ela a sua tá? Acho que na hora do almoço o cartório estará menos cheio.

 

-- Também acho, Lívia! Melhor você ir, vai chegar atrasada!

 

-- Bem que eu queria tomar banho com você Bruna! -- beijou meus lábios -- Mas como sou super responsável, vou mesmo indo!

 

-- Obrigada pelo café! -- agradeci abraçando.

 

-- Interessante abraçar você sem calcinha! -- apertou meu bumbum.

 

-- Deixa de ser safada!

 

-- Me fala, gostou de ser acordada assim?

 

-- Amei! Mas vai embora, Lívia!

 

-- Tenho que ir mesmo.

 

-- Deixa que eu levo a bandeja -- ela me deu mais um beijo que tirou nosso folego e se foi, toda arrumadinha, parecia outra pessoa.

 

Lívia quando a conheci parecia tudo, menos que fosse uma garota rica. Longe de mim ter preconceito, mas o fato de não conhecer ninguém rica e ela ser muito simples e me deu perplexa quando conheci seu apartamento.

 

Percebi que ela sempre tentou ser independente, mesmo tendo tudo que queria, trabalhava porque queria se ocupar.

 

Na primeira vez que ela me abordou e foi me ajudando sem me conhecer, percebi que era alguém muito especial, fez questão de saber todos os detalhes da minha história. Cuidou de mim, ajudou com os estudos, apresentou aos seus avos, simplesmente me adotou, me fez sentir parte da família.

 

Hoje vejo que não teria salvação se não fosse ela, não terei outra oportunidade, não tinha mais para onde correr, viveria nas ruas ou me suicidaria, já estava chegando a pensar nesta hipótese.

 

Os dias ao lado de Lívia eram incríveis, apesar dela ser aquela pessoa prática e sem frescuras, ela era desapegada emocionalmente. Seus namoros nunca duravam, não era a toa que nunca havia se apaixonado.

 

Nossas vidas durante esses dois anos era baseada em amizade, ela era incrível comigo no dia a dia, já eu... No dia a dia fui aos poucos me apaixonando por ela.

 

Não me sentia confortável em contar, ela parecia viver em um mundo que se apaixonar não era bom negócio, saia muito, curtia a vida adoidada. Seu namoro mais longo havia sido com Juliana, mas esta parecia meio louca, brigava por tudo, não sei como Lívia aguentou tanto tempo.

 

Quando ela disse que Juliana tinha terminado, vi uma oportunidade de falar sobre meus sentimentos, mas o medo bateu e não falei.

 

Os dias sempre passavam e nossas vidas eram ligadas cada vez mais, a proposta de casamento foi algo que não pensei quando aceitei, depois vi que eu não teria saída a não ser me declarar. Lívia pareceu confusa, tanto quanto do jeito que a situação me perturbou, imagino ela. A mãe também tinha a abandonado, já meus pais nem conhecia, tínhamos algumas semelhanças, mas ao mesmo tempo era diferente, a mãe dela tinha condições de cria-la, de dar amor, carinho, educação...

 

Resolvi sair da cama de Lívia e ir para meu quarto, refletir sobre a vida me deixava nostálgica.

 

Passei antes na cozinha para dar bom dia a Neide.

 

-- Bom dia, Neide! -- falei beijando seu rosto.

 

-- Bom dia, Bruna! Pelo que vi dormiu com a Lívia né?!

 

-- Dormimos juntas Neide!

 

-- Fico preocupada com as duas, gosto muito de vocês, até acho que combinam muito uma com a outra, o que me preocupa é esse seu ciúme e ela você sabe, muita mulher arrodeando, muito despreocupada com relacionamento.

 

-- Nós conversamos sabe Neide, eu me declarei, falei dos meus sentimentos, a reação dela foi tranquila, disse que estava comigo, vou confiar nela.

 

-- Ela tem um caráter muito bom, se ela disse isso, então não tem do que duvidar, só que não será fácil para as duas.

 

-- Por que diz isso?

 

-- Vocês são muito jovens, irão casar novas, terão muitas coisas para viver.

 

-- Isso é verdade Neide, vou tomar banho e venho te ajudar.

 

 

Ajudei Neide com os afazeres, realmente gostava de ajuda-la.

 

Por volta da hora do almoço fui me arrumar, peguei meus documentos e saí para encontrar com Lívia na loja.

 

Peguei o táxi, já passava do meio-dia. A loja matriz ficava no centro comercial, na avenida mais movimentada da cidade, paguei e desci.

 

Caminhei pela calçada poucos passos e logo entrei na loja imensa dos Clementes.

 

-- Bom dia! -- uma atendendo se aproximou.

 

-- Bom dia! Estou procurando a Lívia -- falei.

 

-- Bruna! -- era o avô da Lívia, me abraçou -- a Lívia estar lá em cima, vocês têm que jantar um dia dessa semana lá em casa viu?!

 

-- Está certo, vamos sim, esses dias foram corridos.

 

-- Vou cobrar, agora vai lá ela disse que estava lhe esperando.

 

Despedi dele e caminhei até o final da loja, subi as escadas laterais, haviam várias salas de todos os departamentos.

 

-- Oi, bom dia! -- falei com a secretaria de Lívia -- Por favor, avise a Lívia que Bruna chegou -- pedi.

 

-- Bom dia! Só um minuto -- ela foi ligou informando.

 

Fiquei aguardando, havia alguns meses que não vinha na empresa e o espaço estava diferente, a decoração, até a secretaria era outra.

 

-- Pode entrar!

 

-- Obrigada!

 

Bati na porta e entrei.

 

-- Oi! -- falei.

 

-- Quanta formalidade -- disse levantando da cadeira -- Demorou hein?!

 

-- Desculpa! -- falei e ela já me abraçava -- Senti saudades! -- beijou meu pescoço.

 

-- Mentira, deve ter nem lembrado de mim!

 

-- Claro que lembrei, sério! -- beijou meu rosto -- O tempo todo -- me deu uns selinhos.

 

-- Sério?! -- agora foi minha vez de ficar na dúvida.

 

-- Sim, não quero te alarmar, mas acho que estou sentindo algo diferente, algo mais que amizade, talvez eu esteja começando a me apaixonar, eu não deveria te contar para te proteger, mas eu estou feliz em sentir isso, queria que soubesse!

 

-- Eu fico feliz em saber -- beijamos rapidamente -- Vamos? Porque o trânsito está horrível.

 

-- Eu quero almoçar antes, estou morrendo de fome!

 

-- Realmente você come pouco de manhã, agora me diz quem é essa nova secretária?

 

-- Deixa eu pegar minha bolsa que guardei os documentos.

 

-- Despistando?

 

-- Não Bru! -- ela dizia pegando a  bolsa e colocando o celular dentro -- É a Yasmin, está com ciúmes é?

 

-- Não, só não conhecia ela. E a Joseane?

 

-- Pediu transferência para a loja da zona norte, disse que o marido havia sido transferido.

 

-- Entendi! Ótima explicação, gosto assim! -- pisquei.

 

-- Ah, estava me testando é? -- ela me prendeu na parede, beijou-me enquanto suas mãos passeava pelo meu corpo.

 

-- Lívia, acho melhor irmos!

 

-- Infelizmente você tem razão, vamos?! Mas... Terá volta tá?

 

Ela me deu a mão e eu a segurei, Lívia fez questão de não soltar. Saímos da sala dela, passamos por Yasmin, Lívia comentou que talvez não voltasse mais a tarde com ela, passamos na sala de Gabi que seria nossa testemunha, e logo saímos da loja. O avô dela já tinha saído para o almoço.

 

-- O que você quer comer? -- Lívia me perguntou, assim que entramos no shopping.

 

-- Camarão!

 

-- Ótima opção, também quero -- Gabi disse.

 

Almoçamos camarão com um delicioso molho e fomos ao cartório.

 

Não foi tão burocrático quanto pensava, entregamos nossa documentação, Júlio chegou em cima da hora, ele era a outra testemunha. Como o pai de Lívia havia solicitado, seria regime parcial de bens, talvez ele queria alguém para auxiliá-la na administração do dinheiro. Mas a escolha dela fora o contrário, eu não entendia nada, mas o suficiente para saber que o dinheiro que ela receberia após nosso casamento era todo dela, eu não tinha nada haver com ele, nenhum direito.

 

-- Já que tudo deu certo, vamos beber uma? -- Júlio chamou.

 

-- Júlio, quinta bebemos! Hoje não tô afim! -- Lívia falou sem muita convicção.

 

-- Então beberei por você, noiva fazendo desfeita para o padrinho? Como pode?

 

-- Tá bem, me convenceu!

 

-- Como você é fácil! -- brinquei.

 

-- Tenho que agradar meu padrinho né? -- defendeu-se.

 

-- Júlio, se o Marcelo souber que está se divertindo no lugar de trabalhar vai apanhar! -- Gabi brincou, mas ela não estava em uma situação muito diferente com Neide.

 

-- Aí, nem me fale Gabi, mas hoje podemos! Falei para ele que iria demorar só um pouquinho -- riu.

 

-- Vou acompanhar vocês, mas tomarei só um Chopp! -- falei.

 

 

Parei depois do primeiro Chopp, mas o pessoal não. Eles ficaram bebendo uma atrás da outra, como precisava comprar umas roupas resolvi dar uma volta no shopping, avisei que voltava rápido, mas entretive-me com as compras. Lívia ligou avisando que estava esperando na praça de alimentação, para irmos embora, foi aí que percebi o horário.

 

 

Quando voltei os três estavam alterados pelo álcool, de fato, eram fracos com bebidas, se animavam muito rápido. O jeito foi levá-los para casa.

 

Fim do capítulo