LoveGame por diana aguiar
Olá, garotas !
Acabei de descobrir que vou estar viajando na próxima semana e como tinha o capítulo pronto resolvi postar adiantado. Eu espero que vocês gostem. O que estão achando da estória ?
Boa leitura!
Música dos capítulos:
Kiss it better - Rihanna
https://www.youtube.com/watch?v=49lY0HqqUVc
The Reason - Hoobastank
https://www.youtube.com/watch?v=fV4DiAyExN0&index=9&list=PLgDP5UKLWaCDlNThmE1UFo4r7Fp0jbiwl
How you remind me - Nickelback
https://www.youtube.com/watch?v=1cQh1ccqu8M
Capítulo 2 - O Diabo mora nos detalhes
Marcela e Ellen aos poucos foram montando o quebra-cabeça da operação. Edgar possuía alguns imóveis em nome de terceiros no Brasil, mas por garantia, o trio começava a montar o esquema em um QG um pouco distante do ponto de origem do golpe, no caso o Apart em São Paulo. Pagavam sempre tudo em espécie, cartões eram facilmente rastreados. As duas seguiam uma rotina bem movimentada, dividida entre compras, passeios culturais, restaurantes e idas a clubes noturnos, aos olhos da portaria e da vizinhança, soavam como um casal de turistas conhecendo a maior cidade do país. Tinham também o maior cuidado com a fisionomia. Abusavam de bonés, óculos escuros que escondiam grande parte do rosto, lenços , entre outros acessórios.
O trio dividia a operação em três fases. Nas duas primeiras semanas, Ellen Hackeou o sistema de segurança de todos os empreendimentos de Arturo, em especial a Sampaio Construções. A portuguesa, formada pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts ( MIT) chegou a fazer parte de um equipe da Google em um projeto experimental e também da Guarda Nacional Republicana de Portugal. Entre os “tesouros” encontrados pela jovem estavam alguns contratos fraudulentos entre a Sampaio Construções e a Prefeitura de Campinas e das cidades vizinhas. No momento certo o trio usaria o material encontrado em forma de sequestro, pedindo o resgate equivalente ao dinheiro desviado em Bitcoins. Moeda Virtual dificilmente rastreada pela polícia.
Ellen também acessava dados sobre os funcionários de alto escalão da empresa. Marcela não só se infiltraria na rotina da família como ocuparia um cargo de confiança. Por isso mesmo , já estudava os hábitos de todos os habitantes da casa. Arturo era um homem meticuloso e desconfiado , mudava sempre locais de reuniões ou o pessoal da segurança. Porém, mantinha religiosamente uma agenda familiar regada a almoços e jantares suntuosos, eventos de caridades e viagens. Como um pavão, adorava exibir sua fortuna e seus belos filhos. A esposa morreu em um acidente de aéreo a cerca de 6 anos.
Na terceira e derradeira fase, Edgar surgiria na figura de um negociador, o homem que faria a ponte entre o CEO e os sequestradores. De dentro para fora o esquema se fortalecia pelas migalhas deixadas por quem se acostumou a vencer sem se ater aos detalhes e como diria o provérbio alemão: “O diabo mora nos detalhes”.
--- Aqui Ellen. essa mulher, Sônia Alcides. Marcela apontava a foto de uma senhora com fortes olheiras e cabelo curto castanho na pasta que trazia nas mãos.As duas estavam esparramadas no colchão macio do quarto da portuguesa com lap tops e pastas por todos os lugares. Quero que vasculhe a vida digital dela. Marion tinha o dom de saber ler as pessoas. As vezes só bastava uma foto, uma fina mudança de humor para despertar suas suspeitas. Nas ruas de Lisboa, essa habilidade a permitiu escolher quem seriam as vítimas perfeitas para terem as carteiras “emprestadas”. Para marion, não interessava os documentos oficias das pessoas, após o furto dava um jeito de devolver os pertences aos donos. Edgar queria testá-la, saber se tinha a habilidade de se fazer invisível em meio às multidões. Voltava para casa com os bolsos cheios de euro .
--- Encontrei algo que pode nos ser útil. Sorriu sapeca ajeitando a armação dos óculos de grau. Parece que soninha tem contas a pagar com a justiça criminal. Na tela, a dupla leu uma notícia antiga sobre um acidente de carro , onde a motorista fugiu sem prestar socorro. A descrição das testemunhas batiam com a mulher e uma rápida busca no detran mostrou que a mesma possuía um carro do mesmo modelo na época. Com a ajuda de um spynet (aparelho que mudava o timbre de voz ) Marion fez uma denúncia crime contra Sonia pelo 190. Arturo preservava com rigidez a sua imagem e da sua companhia , um escândalo como esse seria logo eliminado. Pensaram satisfeitas. Atentas a documentação, tomaram um susto quando a campainha tocou.
--- Ótimo, deve ser o Pablo e a Aline. Ellen pulou da cama animada ajeitando o short e a blusa amassadas . Ei, mocinha pode ir parando aí. A Hernandes mais nova censurou Marion que já saia de fininho do quarto. Você sabe muito bem que a metamorfose é uma parte importante do processo. Não vem bancar a Mia thermopolis ( Personagem de Anne Hathaway em O Diário da Princesa) que a senhorita bem que gosta do resultado final das suas mudanças estéticas. Marcela resignada seguiu Ellen resmungando incomodada. Marcela já teve mais sobrenomes do que conseguia recordar, já fora ruiva, loira, multicor entre outras variantes de coloração. No fundo, não se sentia diferente de uma atriz que a cada novo papel encarnava uma nova personalidade.
Enquanto Pablo, Ellen e Aline testavam cores, discutiam sobre qual lente de contato usar, unhas, roupas, quais tatuagens deveriam continuar expostas, entre outros adereços que escapavam da sua mente naquele instante, marcela ficou pensando em um tempo que tinha que decidir se compraria um tênis novo ou pagaria um cursinho de inglês. Não era se quer vaidosa, comprava o necessário por pura pressão da mãe...
* Flashback on
Andréia cultivava a sua autoestima reforçava o quanto a filha era linda, não importando que a garota pensa-se o contrário. Marcela não se sentia à vontade com quem era. Não se importava em trabalhar na casa de uma família rica, achava todo trabalho digno, o que a deixava mesmo irritada era a indiferença daquelas pessoas, a capacidade de humilhar quem fazia tudo para agradar. O único que ainda era cordial e educado sempre com os empregados era Miguel. O rapaz nunca levantava a voz sempre polido e observador. Uma vez flagrou o neto de dona alma, almoçando na cozinha com o motorista e o jardineiro.
Depois do que aconteceu na cozinha marcela passou a evitar Paloma. A garota conhecia a rotina da patroa, não foi difícil procurar tarefas para ocupar o seu tempo e ficar longe do alcance dela . A mãe estranhou tamanho empenho, ficou preocupada se garota conseguiria conciliar os estudos com o trabalho. A senhora valente gostaria que sua menina apenas estudasse, mas desde os 14 anos a morena bateu o pé e disse que faria o seu próprio dinheiro.
Nessas horas Andréia se perguntava onde estaria Victor, o ex-marido . Tudo seria bem menos complicado financeiramente se o homem não tivesse desaparecido. O mais estranho para cozinheira e que Victor fizera questão que eles fossem trabalhar para os Sampaios. Tratava Arturo como um velho conhecido, apesar do homem nunca lhes comprimentar amigavelmente. Dizia que a vida deles mudaria a partir desse novo emprego. Balançou a cabeça espantando os pensamentos confusos.
Paloma estava cada vez mais impossível. A recusa de Marcela provocava na garota uma aversão a qualquer regramento da casa. Matava a aula quando bem entendia, gastando toneladas de dinheiro no shopping e pubs da cidade com uma identidade falsa, brigava no colégio com meninas mais velhas e mais fortes do que ela, vivia de farras, de rachas , às vezes acompanhada de Afonso e outras quando não aguentava nem olhar pro rapaz, saia com natalie, que era tão mais inconsequente e aventureira do que ela. Arturo berrava aos quatro ventos ameaçando mandar a loira para um colégio interno para completar os estudos. Miguel e Lucrécia intercediam afirmando que era só rebeldia adolescente. Paloma não entendia a raiva que a consumia, marcela era só uma garota estúpida e pobretona, poderia ter coisa bem melhor e mesmo assim só em pensar nela e naqueles lábios bem feitos seu sangue fervia. Tinha vontade de gritar e quebrar tudo na sua frente. “Maldita seja. Eu a odeio tanto”. Vociferou internamente com um baseado na boca.
Paloma aproveitou mais uma das viagens dos pais e organizou um imensa festa na piscina. Dispensou os empregados que considerava fofoqueiros, contratou buffet, Dj, convenceu Miguel a apoiá-la com a ajuda de Christina e convidou todos os amigos íntimos e os amigos dos amigos. E para sua satisfação descobriu que Andreia viajaria com grupo da igreja para Aparecida no final de semana e marcela não acompanharia.
--- Quero que sirva meus convidados na sexta-feira. Vou pedir que a júlia deixe o uniforme no seu quarto na quinta. Passar bem. Paloma se quer olhou marcela nos olhos, em uma distância segura já na porta do carro informou a menina os seus planos.
A mansão dos Sampaios estava lotada de jovens de todas as faixas etárias. A música alta fazia todos dançarem. Os mais afoitos já caiam na piscina alterados por conta da ingestão de álcool e outras drogas. Tudo era permitido e nada deveria ser noticiado. Todos os convidados foram obrigados a deixarem os celulares na entrada. Paloma usava um vestido verde colado ao corpo, deslumbrante, parecia flutuar entre os convidados catalisando todas as atenções para sí. Miguel tentava controlar os exageros da irmã , mantendo-se próximo para impedir um futuro desastre. Christina acalmava o namorado com carícias e instruções para Natalie. Sabia que Paloma não estava bem e ficaria de prontidão para ajudá-la.
Marcela olhava assustada a multidão de gente a sua frente. Pareciam todos loucos e se perguntava se a polícia apareceria e colocaria fim em toda aquela bagunça. Encontrou então, Paloma sentava em uma mesa rindo histérica de alguma piada. Ao lado dela estava o namorado, Natalie e outros três jovens que não conhecia. Era duro admitir, mas sentia falta de olhar para ela todos os dias, sentia mais falta ainda da Paloma que conheceu naquele dia na cozinha. Tentava em vão sufocar com todas as suas forças aquela paixão e não conseguia. Paloma percebeu que era observava e sustentou o olhar de Marcela.
Ficaram um bom tempo analisando uma a outra e se estudando. Marcela desviou o olhar depois de um tempo sufocada. Ofendida por se sentir preterida mais uma vez, Paloma gritou seu nome pedindo para que se aproxima-se com uma bandeja de champanhe. Marcela fez o que a patroa ordenou e pode ouvir os risinhos e os comentários maldosos sobre sua aparência humilde. Queria simplesmente sumir e não ter que encarar aquelas pessoas mesquinhas e frívolas novamente .
Paloma a ordenou que se mantivesse parada a espera de novos pedidos. Dos meninos ouviu insinuações baixas sobre o seu corpo, até que um mais atrevido e bêbado tentou agarrá-la puxando-a para um beijo o que rendeu risos e gritos da turma da patroa. Marcela não suportaria aquilo por mais tempo, procurou consolo no olhar impassivo de Paloma e se desfez em um pranto grosso e dolorido. Não olhou para trás, os gritos e risos ecoavam em sua cabeça como um castigo. Trancou-se no quarto e chorou baixinho toda a vergonha a que foi submetida. “Que paloma fosse pro inferno, não sairia daquele quarto até a volta da mãe”. Batidas fortes na porta interromperam os seus lamentos.
Paloma empurrou o amigo que assédio Marcela pra longe. A patricinha demorou a reconhecer que tinha passado dos limites, queria sim se vingar da empregada e até mesmo humilhá-la, porém algo dentro dela se quebrou ao ver Marcela chorar. Aquela fragilidade a desmontou. Uma culpa avassaladora a dominava. Miguel com todo o seu bom samaritanismo colocou o moleque pra fora e exigiu dela uma retratação. Não era preciso reafirmar, tudo que Paloma queria era o perdão de Marcela.
Paloma demorou ainda um tempo inconveniente para se livrar de Afonso. O garoto não via a hora de ficar a sós com a namorada. Exigia sex* toda hora, e só em pensar nisso paloma tinha vontade de vomitar. Perdeu os saltos no meio do caminho, correndo em direção ao quartinho que marcela recebeu depois de completar 16 anos. Bateu com toda força naquela porta, mesmo que tivesse que dormir no chão frio, não iria embora sem antes se desculpar, marcela precisava entender que não foi por mal. Paloma agia depois racionalizava as consequências.
- Marcela, por favor abra. Eu preciso que você me ouça. Eu não queria que nada disso tivesse acontecido. Eu.. O complementou morreu na sua boca, nem ao menos tinha noção do que diria. Todos esses sentimentos conflitantes estava a enlouquecendo.
- Vá embora Paloma. Eu só quero ficar sozinha. Você já teve o seu show essa noite. Marcela já não temia represálias. Pouca importava se esqueceu de tratá-la com respeito. Não podia abaixar sempre a cabeça, ainda mais pra quem não merecia a menor consideração. Era uma ser humano e não um fantoche para aquele povo.
- Marcela eu te imploro, abra. Você não entende. Paloma buscou uma coragem que desconhecida dentro de si. Eu cresci imaginando que mundo girava em torno de mim, papai e mamãe nunca me negaram nada eu nunca soube o que era desejar algo e ter um não como resposta. Eu sei, isso me torna tão babaca e egoísta . Riu com desgosto. Miguel é diferente, ele é bom, não sei como ele saiu tão diferente de todos nós. Puxou todo o ar para os pulmões. Então eu percebi você, ali onde sempre esteve, nós crescemos juntas e eu nunca te olhei antes. Você me quebrou Marcela. Tá me ouvindo? . Bateu ainda mais forte, a mão muito alva já estava avermelhada pelo esforço. Eu não consigo mais dormir, estudar, ficar nessa casa, e nem ao menos pensar com clareza. Você está em todo lugar que eu vou. Sua presença me persegue. Eu não consigo entender como você se tornou tão importante para mim em tão pouco tempo só sinto que posso morrer se continuar me ignorando.
Marcela podia ouvi-la chorar do outro lado. Quis abrir a porta no mesmo instante. Nunca imaginou que Paloma lhe diria todas aquelas palavras, era tão surreal para ser verdade. Hesitante fez menção de girar a maçaneta, mas algo a deteve . Um grito de dor agudo vindo do outro lado venceu suas barreiras. Paloma usou o palito estilo hashi que prendia o cabelo e furou a mão. O sangue escorria em gotas grossas. Só Miguel sabia que quando ficava muito nervosa Paloma se machucava, o mais novo tentou convencê-la a ir em um terapeuta sem sucesso. Apavorada, Marcela abriu a porta de uma vez e se perdeu no azul cristalino da patroa, havia uma tristeza, um vazio cortante que a tocou profundamente, a puxou para dentro do quarto e pegou uma velha camisola e apertou sobre a ferida.
-- Você é maluca. Maluca Paloma. Os lábios crispados tremiam de pânico. O que você quer de mim?
-- Eu acho que estou maluca de tanto te quer Ma. Marcela via verdade naquela confissão. Não soube dizer de quem partiu a iniciativa, por mais que forçasse a memória essa parte não está clara na suas lembranças . Os lábios se procuravam com doçura e urgência. Nenhuma das duas haviam experimentado essa sensação antes. As bocas se reconheciam sem nunca terem se tocado antes. Paloma a beijava com uma sensualidade latente, a patroa tinha um cheiro inebriante de amoras, sua língua parecia querer se fundir com a morena. Ouviram fogos de artifício que vinham da festa, que mais pareciam ser uma constatação do que vinha de dentro delas. Se afastaram sem ar. Paloma sabia que nada mais seria como antes. Marcela rogou, ali na frente dos amigos de volta a realidade , que mais uma vez vestida de marion a vida que ela escolheu volta-se aos eixos. Ela finalmente sabia quem era. E nada e nem ninguém poderia tirar isso dela.
Fim do capítulo
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mtereza
Em: 26/05/2017
Perfeito melhor ainda do que o primeiro gostando muito dos flasbleck da Marcela com a Paola e muito curiosa sobre a história delas e como a Paola está agora.
Resposta do autor:
Olá, Mtereza
Fico ainda mais feliz por você está gostando da forma como estou narrando a estória delas. Sempre gostei do uso do flashback. Acredite, seu comentário me fez contar no capítulo 3 como está a vida da paloma agora. Espero que você goste.
Abraços e até o próximo.
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