LoveGame por diana aguiar
Musicas do Capítulo :
LoveGame - Lady Gaga
https://www.youtube.com/watch?v=1mB0tP1I-14&list=RD1mB0tP1I-14
If We Ever Meet Again - Katy Perry Feat Timbaland
https://www.youtube.com/watch?v=KDKva-s_khY
I Feel It Coming - The Weeknd
https://www.youtube.com/watch?v=qFLhGq0060w
LoveFool - The Cardigans
https://www.youtube.com/watch?v=NI6aOFI7hms
Capítulo 1- Eu tenho medo de tudo que desejo e não posso permitir
Marcela sentia um misto de prazer e ardência ao notar a forte pressão, que as unhas bem feitas de sua acompanhante faziam sobre suas costas desnudas. Agradecia mentalmente aos Deuses por não possuir a pele clara , pois certamente ficaria algumas marcas em seu corpo. Experiente a “consultora financeira” intensificou o ritmo de suas estocadas, ao mesmo tempo que massageava com a ponta dos dedos o clit*ris intumescido da jovem aeromoça.
-Tan estrecha. Usted es una delicia mi bella . Sussurrou sedutora refazendo com a língua o caminho das gotículas de suor que desciam pelo pescoço da outra. Brigitte se segurava como podia apoiando o bumbum sob a pia.
A adrenalina de a qualquer minuto serem flagradas no pequeno reservado do banheiro feminino do voo 7856 com destino a São Paulo era o que deixava tudo ainda mais excitante.O flerte com a ruiva de intensos “olhos azuis” começou desde o embarque da aeronave ainda em território espanhol. E marion, não costumava negar os seus desejos . O alter ego de Marcela destilava charme e elegância, além de colecionar alguns affairs por onde passava. A contragosto, marcela retornava ao Brasil depois de longos 13 anos no exterior. Edgar seu chefe e mentor “nos negócios” foi bastante vago sobre a sua futura missão no país. A morena formou-se com honrarias em administração em Oxford, mas empenhava clandestinamente outra ocupação.
Ela e Edgar especializaram em espionagem industrial e corporativa . Roubavam informações privilegiadas de empresas multimilionárias e as vendiam a peso de ouro para a concorrência. Edgar permaneceu em Sevilha cobrindo os rastros da última operação , enquanto Marion se encontraria com Ellen, sua melhor amiga e filha de seu "pai adotivo" para a entrega da pasta com dados detalhados do seu próximo alvo . Edgar e Ellen a receberam de braços abertos em um país estranho, quando ela era apenas mais uma garota assustada e sozinha tentando a sorte em Lisboa. Lembrou com afeição.
Desembarcou no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo perto do meia-dia. Ellen já havia lhe avisado por whatsapp que a aguardava na saída do portão 45. Brigitte a alcançou próximo a esteira de bagagem para convidá-la para jantar em seu hotel. A bela ruiva voltaria para espanha no outro dia. Marion analisou com perícia o olhar ansioso da mulher a sua frente, não costumava ter segundos encontros, o tipo de vida que levava não era aberta a visitações, relacionamentos duradouros ou passageiros eram distrações que poderiam pôr em risco seus planos e todos que diretamente dependiam dela. Gentilmente, declinou do convite dando como desculpa a agenda apertada de reuniões daquela tarde.
Ellen ansiosa tentava se distrair acompanhando as últimas notícias do mercado financeiro mundial pelo celular. A julgar pela demora, a portuguesa presumiu que marcela estivesse na companhia de alguma donzela indefesa. Odiava o jeito cafajeste da mais velha. Marcela era dois anos mais velha do que a filha de Edgar. Tinham absolutamente tudo para darem certo. Mesmos objetivos e ambições. Porém, a morena insistia em lhe vê apenas como uma espécie de irmã postiça. Bufo apertando o celular nas mãos. Dispersa não notou a chegada de Marion que a surpreendeu com um típico abraço de urso.
- Não faça essa cara de quem comeu e não gostou nena . Tenha a certeza que aqui é último lugar do mundo onde eu queira estar. Defendeu-se ao perceber a cara de aborrecimento da menor. Ellen detestava atrasos era praticamente inglesa em seus compromissos.
- Você ainda está cheirando a sex*. Respondeu de supetão pegando as malas e as colocando no bagageiro. Marcela brincalhona inclinou o pescoço e cheirou a própria roupa atrás de algum vestígio daquela afirmação sorrindo debilmente.
- Já pensou em trabalhar no ramo de perfumaria, seu nariz tem propriedades mágicas. Intensificou o sorriso, quando a outra fechou a cara e saiu cantando pneu em direção a apart que alugaram para ter mais privacidade.
Marcela estava a ponto de fazer um burraco no chão andando de um lado pro outro na suíte que dividia com Ellen no Jardins . Repetia consigo mesma que Edgar só podia ter enlouquecido ao ponto lhe propor tamanho absurdo. Com tantos homens poderosos num país corrupto como era a sua terra natal , golpear Arturo Sampaio não fazia sentido algum. O único lugar cabível para o passado é o esquecimento. Recitou mentalmente recobrando a frieza costumeira olhando o dossiê com fotos do empresário, dos gêmeos Paloma e Miguel, da mansão e das inúmeras propriedades em nome de Arturo e seus herdeiros diretos.
- Não seja dramática Ma. Papai jamais nos daria uma trabalho que não fossemos capazes de realizar. Esclareceu sem pressa sabia que aquele nome e sobrenome tinha o poder de desestabilizar muitas das convicções que Marcela construiu . Eu estarei como sempre ao seu lado. Só mais alguns meses e logo viramos essa página, papai garantiu que a grana que vamos ganhar é o suficiente para não haver o próximo golpe. Sorriu esperançosa.
Amarga marcela sorveu o último gole do seu cowboy doze anos ciente que Ellen não conhecia assim tão bem Edgar Hernandes. Pessoas como eles não escolheram viver à margem da lei por ganância ou necessidade. Fazia o que faziam porque simplesmente podiam. Haviam canalizado por muito tempo todas as suas perdas e desesperanças naquilo. É como dizia o provérbio que a mãe lhe citou diversas vezes “ A soberba precede a ruína, o espírito arrogante vem antes da queda”. Ruína, essa era a palavra- chave. Tanto ela como Edgar eram viciados em arruinar aqueles que não merecem o que tinham. Havia uma espécie de justiça às avessas em suas ações, e vícios como esses são quase improváveis de serem curados. Não havia uma volta, apenas o próximo golpe.
-Mesmo que eu concorde com essa insanidade. Ponderou concentrada no vai e vem de carros na rua e no pôr de sol que se escondia por detrás dos arranha céus. Arturo me viu nascer como posso retornar para vida daquela gente como se fosse uma completa estranha.
- Modéstia não faz mais parte da sua natureza, meu amor. Ellen conduziu Marion até o espelho de corpo inteiro localizado antes do corredor que dava acesso aos quartos. Você não chega nem perto da sombra daquela menina desengonçada que chegou na minha casa com uma mochila gasta e um par de tênis. A beleza exótica de marcela floresceu com o inverno europeu. As curvas ficaram mais sinuosas, os braços e outras partes do corpo ganharam extensas tatuagens. Daquela menina restou apenas as memórias e o castanho esverdeado do olhar. Duvido muito que eles te reconheçam. E mesmo que isso seja possível, até lá estaremos a quilômetros de distância de Campinas.
Marcela acabou concordando com mais nova. Ellen assim como Edgar, sabia ser persuasiva quando o assunto lhe interessava. Seu maior receio porém, em nada tinha haver com o golpe, era justamente o contrário. Regressar a campinas seria encarar de frente os malditos olhos azuis que a perseguia desde a infância até a vida adulta. Marcela não fugiu apenas da pobreza e da solidão que lhe acompanhou após o falecimento de sua mãe, fugiu sobretudo dela, de Paloma Sampaio. A mimada e prepotente herdeira do império dos Sampaios.
* FLASBACK ON
Mansão Aurora, 2004
Marcela nasceu em uma manhã chuvosa do dia 17 de junho de 1988. A mãe, Dona Andreia Valente prosseguiu com uma gravidez indesejada pelo ex marido, que sumiu no mundo após o nascimento da criança. Andreia era cozinheira na mansão dos Sampaios Andrade. Arturo triplicou o patrimônio herdado pelo falecido pai e junto com a esposa Lucrécia eram um modelo de prosperidade e opulência a ser invejado pelos novos ricos emergentes da cidade. O patrão cedeu um quarto para que Andreia criasse sua menina perto dela, mas era bastante rígido em relação a convivência da pequena marcela com seus dois filhos, paloma e miguel da mesma idade. A menina assim como todos os outros nove empregados não poderia ter maior intimidade com os donos da casa. Na mente retrógrada de Arturo, mistura-se com seus subalternos era algo desonroso a sua linhagem.
Marcela apesar de todas as dificuldades crescia feliz na companhia bondosa da mãe. Com uma inteligência acima da média, não foi difícil para menina de olhar esverdeado conseguir uma bolsa de estudos em uma escola particular no requintado bairro Cambuí. Andreia orgulhosa vislumbrava um futuro melhor para sua pequena Ma , bem diferente do que podia lhe oferecer. Marcela desde muito nova soube que eram as mulheres capazes de mexer com a sua imaginação e não os homens e não foi preciso a menina procurar na rua aquela que seria o motivo da sua adoração adolescente.
Paloma não era só sua patroa, como também, a dona dos seus sonhos mais inconfessáveis. Aos 16 anos, a filha mais velha dos Sampaios, Paloma veio ao mundo 3 minutos antes de Miguel, era uma mulher estonteante. Os irmãos arrancavam suspiros nas rodas sociais que frequentavam. Paloma trocava de interesse amoroso, como quem, trocava de blusa. Sua mais recente conquista era o jovem garboso Afonso gutierrez . Filho de um amigo próximo do pai, a relação era bem vista por ambas as famílias.
A Paloma, pouco interessava o que os pais achavam, para a garota o importante era o desafio. Marcela sem querer acabou entrando no seu campo de visão. A menina presenciou um momento íntimo entre a patroa e amiga natalie no outono daquele ano, enquanto limpava o banheiro da sua suíte . De noite sozinha em seu quarto tocava-se lembrando da visão de paloma entre as pernas de natalie. A partir daquele dia, notou uma mudança substancial no comportamento de paloma consigo. Podia até jurar sentir o olhar felino de Pam sobre ela enquanto aparava as flores da estufa ao lado da piscina.
-Eu não sei se compartilho da sua pequena exploração ao corpo da filha de Andréia. Ou me preocupo com o próximo coração despedaçado que você deixara pelo caminho irmã. Miguel sentou-se ao lado da irmã que olhava fixamente a filha da empregada enquanto balançava os pés na piscina. O caçula dos Sampaios sempre soube das escapadelas de paloma com alguma amiga do colégio.
-Sinto muito em desapontá-lo irmãozinho. Sorriu prepotente. Mas a vi primeiro. E mesmo se não confiasse no meu poder de sedução, tenho a clara impressão que a inocente marcela joga no meu time. Paloma não entendia ao certo sua sexualidade. Ficar com homens, sempre lhe pareceu uma imposição e não um desejo instintivo, Afonso era um disfarce eficiente para o falatório exaustivo dos pais.
-Sua sorte é que não tenho olhos para outra mulher, além da Cristina. Suspirou apaixonado. Cristina e Miguel namoravam desde os 14 anos. Cristina é uma das melhores amigas de paloma junto de natalie. A patricinha revirou os olhos com a declaração do irmão. Todo aquele romantismo escrachado e sentimentalismo de livro xinfrim de banca de jornal a deixava enjoada. Agora falo sério, tenha cuidado com a Marcela. Pelo que vejo pelos corredores da mansão e dos comentários dos outros empregados, ela é só uma menina simples e esforçada que está lutando com as armas que tem para ter uma vida melhor.
- Miguel, olhe bem para a minha cara e veja se estou pedindo conselhos. Seu papo de auto ajuda só funciona com a Cris. Respondeu brava. Deixe que marcelinha terá o melhor de mim. Mordeu o canto direito dos lábios carnudos. Ah, me faz um favor , papai e mamãe devem viajar para Rio no final da tarde e Andreia costuma sair com Manfred ao supermercado pelo mesmo horário, ou seja, enrole o quanto for preciso na casa de Cris e não venha para cá , estamos entendidos ?
-O que você não me pede “mandando” que eu não te faço sorrindo irmã. Guel não deu tempo de Paloma retrucar a ironia e puxou a mais nova para a piscina. Os dois caíram de roupa social na piscina gelada. Irritada paloma partiu para cima de Miguel desferindo um monte de tapinhas e tentando afundar a sua cabeça. Os gemêos desfrutavam de uma união gostosa de se vê. Lidavam com o afastamento e apatia amorosa dos pais compartilhando segredos e brincadeiras.
Marcela gostava de ajudar a mãe na cozinha. Não era uma exímia cozinheira como Andréia, mas fazia questão de ajudar na limpeza do seu local de trabalho. Perdida em seus pensamentos, na companhia do seu radinho de pilha ensaboando o mesmo prato pela segunda vez ouvia com atenção a seleção de músicas do seu programa favorito. Lovefool, do The Cardigans parecia dialogar com ela . Sem perceber, começou a cantar baixinho os versos do refrão balançando o quadril timidamente.
Paloma achou a cena uma graça. Marcela exalava uma pureza e doçura que diferente das outras pessoas a atraía. A menina estava criando corpo muito rápido. Apesar das roupas, que não valorizam nenhum pouco os seus atributos. E aqueles olhos ora verdes, ora castanhos davam a garota um aspecto selvagem. Não via a hora de prová-la. Emudeceu os lábios com o pensamento. Atrevida caminhou na ponta dos pés até a outra ocupante da cozinha. Tratou de deixar os outros empregados bem ocupados para desfrutar daquele momento a sós com sua presa. Assustada com a chegada de paloma, marcela derrubou o prato no chão o quebrando em vários pedaços minúsculos.
- Dona, digo Senhora Paloma. Gaguejou com medo genuíno. Era a primeira vez que a patroa chegava tão perto dela daquela maneira. Temeu por ela e por sua mãe, aquele encontro inesperado. Eu não quis, eu não tive intenção, por favor, me perdoe. Pode descontar do meu ordenado. Marcela era de menor de idade, por tanto, não recebia o dinheiro diretamente, Arturo pagava o adicional ao salário de Andreia pelo serviços da filha. Os olhos lacrimejantes da menina comoveram Paloma. A patricinha não imaginava como seria a vida onde ter não fosse uma realidade palpável.
- Ei, não se preocupe. A culpa foi minha. Deixa eu te ajudar. Paloma fez menção de se abaixar, só que mais rápida do que ela, Marcela já limpava tudo e negou a ajuda com a cabeça. Não acho justo. Paloma procurou com os olhos a luva extra que Andreia guardava. Para a perplexidade da morena, a patroa se pôs a lavar o resto da louça na sua companhia. Não sou tão inútil assim, para sua surpresa fiquei sabendo que faço um ovo estrelado divino. Vovó Alma sempre colocava eu e o miguel para trabalhar. Papai ficava possesso. E ela gritava irritada “ Eu educo e você deseduca”.Sorriu sincera ao recordar da avó materna.
Marcela poderia jurar que tinha sido levada para alguma realidade paralela. Paloma conversava com ela. Uma conversa normal e amistosa. Todos aqueles anos que pareceu ser invisível para loira até parecia um ensaio para aquele momento maravilhoso. Se seu coração tivesse querer estaria ao pé da sua boca. Paloma era divertida, inteligente e muito envolvente. Envolvida naquele clima de descoberta e paquerar gelou quando a loira sutilmente colocou um fio do seu cabelo por detrás da sua orelha direita e aproximou-se perigosamente da sua bochecha.
-Do que tem medo, linda ? . Marcela tremia com a respiração ofegante da loira na sua nuca. Era torturante ter aquela menina tão perto. Naquela altura, já conhecia o sabor de um beijo , mas nenhuma das duas garotas que beijou, a fez sentir o que estava sentindo na presença da patroa.
- Eu tendo medo de tudo que desejo e não posso permitir. Chocada com a sinceridade da morena Paloma freou a investida. Aliviada, Marcela largou o pano de prato de qualquer jeito e correu até seu quarto. Apesar da pouca idade, conhecia a inflexibilidade do patrão. Outros empregados foram expulsos da mansão por bem menos, imagine o que poderoso empresário faria se soubesse que ela estava apaixonada por sua filha. Apaixonada, como poderia ter tanta certeza se jamais experimentou esse sentimento . Tudo que sabia sobre amor se resumia a livros, tv , cinema e as histórias infantis que a mãe inventada para fazê-la dormir. Doeu. Doeu como há muito tempo não doia. Doeu ainda mais , porque a lembrança daquela cena miserável, não ia embora mesmo depois da terceira dose pura de vodka.
Fim do capítulo
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