Free Yourself por Vieira
Capítulo 23 – A canção que faltava.
Alexia chegou no hospital, correu até a recepção foi informada que a Dr Clara estava em uma cirurgia desde cedo, que poderia demorar algumas horas.... Bateu o pé disse que esperaria Clara. Sentou numa poltrona, acabou adormecendo. Sentiu uma mão tocar seu ombro abriu os olhos era Ricardo o pediatra do hospital.
- Alexia, Alexia... Chamou o rapaz.
- O-oi Ricardo, me desculpe, acabei dormindo... O jovem sorriu. – Que horas são? Estava confusa.
- Quase meia noite... Olhou o relógio.
- A Clara ainda está em cirurgia? O rapaz pareceu estranhar a pergunta dela.
- Sim, sim... Pensou um pouco. – Fomos informados que teve algumas complicações na cirurgia... Pode levar mais algumas horas. Alexia parecia decepcionada.
- Tudo bem, vou esperar mais um pouco... Ele sorriu e se despediu. Ficou mais uma hora, desistiu resolveu procurar a Dra no dia seguinte. Foi até o estacionamento e escutou uma voz muito fraca pedindo 'socorro' ficou procurando, até que viu uma poça de sangue, uma mulher estava encostada em um carro, no meio da suas pernas havia sangue.
- O que aconteceu? Alexia correu para onde a moça estava. Ela lhe lançou um olhar fraco.
- Moça me ajuda, acho que estou perdendo meu bebê... Alexia enlouqueceu.
- Meu Deus, calma vou trazer ajuda... Calma... Saiu correndo para o hospital, entrou feito louca no elevador.
- Isso aí pessoal, parabéns... Ouviu aplausos. – Mais uma vitória... Agradeço a todos, e sei o quanto vocês querem dormir, pois também quero... ouviu alguns risos. A equipe foi se retirando da sala quase 15 horas de cirurgia deixou todos mortos. Clara tirou toda aquelas roupas sujas de sangue, recebeu parabéns de várias pessoas que passa por ela. Definitivamente estava exausta, chegou na recepção quando viu uma Alexia entrar loucamente pedindo ajuda... A morena a fitou e correu para cima dela.
- Clara pelos céus tem uma mulher dando a luz lá no estacionamento... A recepcionista fitou a morena.
- Como é?
- Isso mesmo, vem precisa ajudar ela... Saiu puxando a médica.
- Calma ai Alexia! A médica olhou para a menina na recepção. – Cadê Márcia?
- A Dra Márcia não dar plantão hoje Dra... Clara se desesperou.
- Ricardo?
- Teve que sair, disse que tinha uma urgência em casa... Clara ficou aflita. – Só tem a senhora como médica em plantão! Clara abriu e fechou a boca várias vezes...
- Maldição, minha equipe foi dispensada estamos todos acabados... Olhou para Alexia. – Mande quem tiver para o estacionamento agora... Saiu correndo com Alexia... A fitou quando entrou no elevador, estava muito nervosa. – O que está fazendo aqui? A morena olhou para ela.
- Depois te explico! A porta abriu. – Vem! Chegaram até onde estava a moça, gemia. Clara tocou nela.
- Mas que droga! Olhou sério para a moça.
- O que ela tem Clara? Os olhos de Alexia estavam cheios de lágrimas.
- Impossível te dizer... Ela tá ardendo em febre alguma infecção... Fitou a mulher. – Quantos meses de gravidez você tem moça? A mulher abriu os olhos.
- Doutora por favor, não deixe meu bebê morrer, por favor...
- Calma vou cuidar de você! A equipe chegou colocaram com muito cuidado a mulher na maca. Alexia segurava a mão da desconhecia. Ela olhou para Clara e puxou a manga do jaleco dela. Clara a observou.
- Dra cuide do meu bebê por favor... Sussurrou – Sou garota de programa, essa criança não tem família...
- Você vai ficar bem, calma... Pode me dizer quantos meses tem?
- Sete meses... Clara começou a suar frio. Alexia tentava conciliar as coisas.
- Quero uma equipe agora na emergência... Gritou quando passou pela recepção... – Prepare-a para a cesariana. Vou esterilizar as mãos e já vou! Alexia puxou Clara.
- Quero está presente... Clara revirou os olhos não ia discutir.
- Vem comigo... foram até um local onde o pessoal se preparava, Alexia se vestiu adequadamente, logo encontrou Clara pegando suas coisas... Chegaram na sala estava um caos... Olhou para Talita. – Mas o que é isso?
- Só tinha estagiários! Clara revirou os olhos.
- Tá legal! Pessoal vocês vão ganhar um bônus de estágio... Vamos começar...
- Dra... Clara olhou para um menino que estava ao lado da paciente. – Está perdendo oxigênio... Clara correu.
- Precisamos começar agora! O menino começou a bombar oxigênio na mulher. Clara abriu a mulher com uma maestria de Deuses. Alexia fitava tudo no cantinho, estava orando.
- Dra não está dando certo... Está ficando sem batimentos cardíacos. Clara estava soando.
- Não podemos perder essa criança... Continuou – Tomara que ainda esteja viva... Viu a cabeça do bebê.
- Dra? O menino olhou sério... Clara viu os batimentos sumirem e o barulho informando o óbito... Clara puxou a criança... Era uma menina. Alexia estava chorando. A enfermeira pegou o bebê, a outra equipe tentava reanimar a mulher, quando Clara encostou nela... Tentou mais algumas vezes... Nada. olhou para as pessoas, encontrou os olhos de Alexia.
- Perdemos ela... Baixou a cabeça – Eu sinto muito... Olhou para aquela bebê tão pequenina, mexia-se, Clara sorriu. Correu para onde a criança estava, Rodrigo chegou, viu aquilo tudo... Ele tomou frente do caso, Clara saiu e Alexia saiu em seu encalce. – Maldição! Esbravejou a médica tirando as roupas do procedimento.
- Calma Clara você fez o que pode, ainda salvou aquela criança... A Dra fitou a morena.
- Não sei se pode-se dizer que 'salvei aquela criança'... Ficou pensativa. – Um bebê prematuro pode ter muitas complicações Alexia, uma que sua formação não está completa, principalmente a cerebral, daí fica propenso a outros problemas que pode acometer devido não está na barriga da mãe...
- Para aonde estão levando ela?
- Para a UTI Neonatal, para que proporcione a ela um ambiente termoneutro controlando os fluxos de ar, umidade e temperatura... Alexia estava visivelmente triste. – Vai ter um acompanhamento específico por todos nós. A Dra observou a morena. – Não se preocupe farei tudo que está ao meu alcance! Guilherme precisa ser informado, quero saber se aquela criança não tem parentes... Alexia apenas consentiu com a cabeça. Tiraram aquelas roupas. Clara estava dormindo em pé, apoiou-se na parede, sentiu uma leve tontura.
- Clara tudo bem? A Dra estava pálida... – Quando foi a última vez que você comeu alguma coisa? A médica ficou pensativa.
- Não lembro... Alê fez cara de raiva.
- Muito bem, salve as pessoas mas se mate! Segurou no braço dela. – Vem vou te levar para casa... Que toque foi aquele?!
- Ué... Arqueou as sobrancelhas... – Você não estava com 'nojo' de mim? Sorriu ironicamente... – Cadê sua DJ? A morena revirou os olhos.
- Anda Clara, depois a gente conversa... Chegaram no estacionamento, foi uma batalha para a Dra ir no carro de Alê, informou ao hospital que deixaria seu carro na garagem. O caminho foi silencioso, Clara adormeceu rápido. Alexia encostou, abriu a garagem com a chave da médica e só acordou ela quando estavam dentro da casa.
- Já chegamos? Estava confusa.
- Sim! Vem... A médica tomou um banho, enquanto Alexia preparava algo para ela comer... Fitou a morena de costas. Parecia come-lá com os olhos. Alexia sentiu os olhares se virou a Dra mudou o rumo da visão sentando-se, a outra colocou algumas coisas para ela comer, admirou com o talento da moça na cozinha, esse ela não conhecia, sentou a sua frente e começou a comer também.
- Que fome! Atacou o prato... A morena riu pelo jeito nada educado da médica comer.
- Alice que mandou a Bruna para seu consultório... Clara a focou tinha uma visão obscura... – Eu sinto muito por tudo que te disse... Baixou a cabeça. Clara apoio-se nas mãos.
- Você me esqueceu muito rápido Alexia... Voltou a comer. A morena abriu a boca, e recordou-se da noite no bar.
- Não te esqueci Clara, estava magoada e queria afogar as magoas... Arqueou as sobrancelhas. – Aprendi com você! A médica a fitou.
- Tanto faz! Deu de ombros e foi colocar o prato na pia. Seguiu para o quarto se jogou na cama. A morena invadiu o quarto. Cruzou os braços e ficou a encarando-a.
- Não vai me perdoar Clara? Tinha os olhos marejados.
- Um relacionamento precisa-se de confiança, você não demonstrou isso... Pior ainda, me conhecendo como me conhece, falou tudo aquilo, achando que estava brincando com seus sentimentos... Logo eu? Logo eu Alexia? Tinha uma certa magoa na voz.
- Entendo Clara, que te disse coisas horríveis, mas procure me entender... Limpou a primeira lagrima. –Difícil confiar em alguém quando se é enganada tanto tempo do modo que fui, e depois adentrar em um relacionamento incerto, como foi nosso caso, sabendo que ambas guardava traumas, como você reagiria estando em meu lugar... A médica ficou pensativa. – Eu te amo Clara! Sussurrou. A médica abriu os olhos, notou que aquela frase ainda não havia sido pronunciada por ambas... Começou a suar frio, a morena se preocupou. – Clara o que ta acontecendo? Se aproximou da outra, ela sentou na cama tentando encontrar ar... Estava tendo um até que ansiedade.
- Eu... Puxava a camiseta para tentar facilitar a passagem do ar... Alexia ficou aflita, abanava ela. – Eu te amo Alexia... Pareceu melhorar, caiu para trás respirando fundo. Alê ficou encarando, depois caiu na gargalhada, a Dra que não gostou nada daquilo. A morena estava descontrolada... Depois de quase cinco minutos rindo Alê ficou mais calma.
- Juro que não acredito que uma pessoa poderia ter um ataque desse tipo. Clara a encarou sério, revirou os olhos e deitou de bruços. Alê pulou em cima dela... – Eu sei que você me ama, mas não vou superar isso... Deu um beijo do lado. E levantou! Clara virou-se.
- Aonde você vai?
- Para casa ué?
- A não! Dorme aqui, tô com saudades... Abriu os braços a morena sorriu. Voltou-se a deitar com a médica.
- Amor?
- Hum? Clara estava cochilando.
- Como será que Valentina está?
- Quem é Valentina, Alexia?
- A bebê que você fez o parto hoje... Clara a encarou, sabia que aquilo não era um bom sinal.
- Você deu nome para ela?
- Sim, qual problema?
- A criança nem é sua, sua louca...
- Para de coisa Clara, você prometeu para a mãe dela que iria cuidar dela, vai cuidar sim! Fez bico.
- Há não Alexia, por favor não inventa moda, eu sei que você adora, mas isso é algo muito sério... Ela deve ter família, vai cuidar dela. A morena sentou-se cruzando os braços.
- E se não tive Clara o que você vai fazer?
- Não sei Alexia... Procurar alguma família que queira adotar ela...
- Você é uma pessoa sem coração sabia?
- Eu? Sem coração? Tenho culpa se você é mole e quer adotar Deus e o mundo, não é assim filha...
- Fique você sabendo que irei adotar aquela criança sim, você gostando ou não... Clara ficou mais séria ainda. – E ela vai se chamar Valentina. Acabou o assunto! Voltou-se a deitar de costas para a Dra. Clara revirou os olhos. – Se você revirar esses olhos mais uma vez eu te bato.
- Mas você está de costas...
- Mas você é previsível... Clara gargalhou abraçou a namorada... Acabou adormecendo. Alê acordou a namorada que ainda estava exausta, disse que iria em casa, depois na loja e quando desse passaria para ver "Valentina". 'Valentina, eu mereço!' Clara pensou. Tico e Dalva ficaram surpresos com a presença da morena... Clara ficou desconcertada com o olhar dos dois para ela... Sentou na mesa e contou tudo que havia acontecido, até da pequenina "Valentina". Clara chegou no hospital e encontrou Guilherme.
- Bom dia Guilherme... Disse meio em dúvida de como agir com o rapaz, mas mudou quando ele lhe sorriu... 'Progredimos' Pensou Clara.
- Bom dia Dra Clara... Sobre o caso da mulher que você me solicitou ontem a noite, investiguei o máximo, tudo que encontrei foram algumas amigas da moça que trabalhavam com ela na casa de programas. Clara engoliu seco...
- Elas não informaram nada?
- Não, a moça não tinha documentos e segundo informações tinha um sotaque do interior, o que dificulta muito, qual interior? Clara franziu o cenho.
- Entendo... E agora?
- Bom a menina está literalmente sem família, as amigas não podem ficar com o bebê... Sorriu sem graça – Você entendo o por que né?
- Sim, sim... Muito obrigado Guilherme! Estendeu a mão. – Qualquer nova informação gostaria de ser comunicada... O rapaz sorriu.
- Pode deixar, precisando só me procurar! Clara passou por onde a bebê estava, era linda dormindo. 'Valentina' Sorriu com aquele pensamento.
- Eu tô é arrumada com isso... Foi trabalhar.
Alexia encontrou a cobra em casa, estava de saída... Ela estranhou essas saídas.
- Vai para algum clube de idosos mãe? Disse debochada.
- Me respeita garota... Vou dar uma volta na pracinha ao lado, não aguento mais ficar enfurnada aqui. Torceu o rosto.
- É mãe, vida de cidade grande é diferente das cidades pequenas, ainda mais quando o ser não faz nada da vida... Fica num tédio total, por isso que já estou indo trabalhar. Saiu deixando a mãe nos nervos. Marcos, Douglas e Andrezza já estavam no escritório da moça. Ela ficou surpresa por ver todos naquela hora do dia. – E essa comitiva? Posso saber o que fazem aqui?
- Fala logo Alexia, se arrumou com Clara? Andrezza com um temperamento bom de sempre.
- Há, então é isso... Encarou os três e cruzou os braços. – Qual revista de fofoca vocês trabalham? Os outros ficaram furioso... Ela contou tudo, até sobre 'Valentina' Preciso falar que eles estavam fazendo festa sobre? Já estavam pensando em enxoval. A tarde Alê comprou algumas roupas para a pequena e levou para o hospital, estava na esperança de não pegar a médica em alguma cirurgia. Chegou e foi informada que a Dra Clara estava no setor pediátrico... Correu para lá. Ficou observando Clara feito criança desastrada dar banho na pequena com a ajuda das enfermeiras. Observou o sorriso que a médica tinha... 'Clarinha, Clarinha...' Pensou.
Clara estava toda atrapalhada, sabia que precisava manter contato com a pequena, resolveu ir vê-lá chegou em um momento tenso, a menina iria tomar banho, num impulso nervoso pediu para dar banho nela, com a ajuda das enfeiras.
- Gente ajuda aqui, eu vou quebrar essa criança... Socorro... As meninas ria do jeito da médica, não levava jeito algum. – Que coisinha pequena! Comentou. Terminou de dar banho na pequena estava encantada com ela. As mãozinhas tão pequenininhas. Entregou as meninas para que terminasse. Escutou uma pequena batida no vidro... Sorriu. – Alexia! Saiu de onde estava, observou a morena com várias sacolas. – Sou suspeita a duvidar, mas isso ai são coisas para a bebê? Alê deu um grande sorriso.
- Da 'Valentina' Clara... E são sim...
- Você precisa entregar ali... Apontou. – Vamos almoçar?
- Sim vamos, deixa eu só entregar e já voltou! Clara olhou sem pudor para o bumbum da morena. – Clara eu sei que você está olhando...
- Eu tenho medo de você sabia? Gargalhou. Foram almoçar. – Então quer me contar direito o acontecido da Bruna? Alexia contou tudo a ela, Clara ficou revoltada... Decidiram estabelecer um elo de confiança tão forte que não seria mais abalado por pequenas coisas. Principalmente quando se tratava de Alice. Alexia já havia se comunicado com Guilherme que passou todas informações, era o que Clara temia... Alê entrou em contato com Júh pedindo para agir sobre a maternidade da 'Valentina' – Aonde eu fui amarrar meu burro?! Sussurrou. A morena ouviu.
- Clara não estou te forçando a nada, muito menos algo sobre a Valentina, vou adotar ela e pronto quer queira quer não!
- Tudo bem amor, não está mais aqui quem falou... Fitou a morena. – Sabe que ela vai ficar uns dois meses ainda né? Precisa concluir o trimestre que era para ser feito na barriga da mãe, e nesses dois meses pode acontecer muita coisa com a bebê. Alexia a encarou.
- Sei muito bem Clara, aguardarei sem problemas, mas a bebê fica comigo! A Dra deu um beijo rápido na estilista e voltou ao trabalho.
O primeiro mês se passou rápido. Alice? Sumiu... Medo! Segundo informações ela vendeu a casa da rua dos menino e nunca mais foi vista... Nem a tal Bruna.
Alexia estava brava porque Clara não atendia as ligações entrou no hospital cuspindo fogo. Chegou até o setor onde a pequena Valentina estava, Valentina conquistou o coração da turma toda, que já pensava em festa para a chegada dela... Encontrou Clara debruçada na incubadora, viu que a pequena segurava um dedo da médica.
- Deixa eu ver que história vou te contar agora... Ficou pensativa. Alexia sorriu. Cruzou os braços e ficou observando tudo. – Aí como sou péssima com histórias, só sei histórias inapropriadas para você Valentina. Alexia cerrou os olhos. – Lembrei de um filme que assistir, dar uma boa história... Por onde começo? Pensou de novo. – Enfim, numa cidade que esqueci o nome... Parou de novo, Alexia sorriu, como era desastrada. – Existia um menino chamado Grinch, por alguma razão ele odiava o natal, só que na cidade dele o natal era a data mais importante do ano, e ele tentava entender o significado do Natal, achava que era só presentes, e presentes é algo material, coisas fúteis... Deu risadas. – Você não sabe o que é uma coisa fútil... Então ele conheceu uma pequena menina que estava decidida a encontrar o verdadeiro significado do natal por ele, já que ele havia se isolado da população então ela se afeiçoa a ele, mesmo sendo estranho. E ele a ela, daí no último minuto ele descobre que o natal é muito mais que simples presentes, bonitos embrulhados em papéis coloridos.
- Ele descobre que o Natal é um sentimento bom, que pode invadir as pessoas o ano inteiro, um sentimento que torna as pessoas melhores... Clara se assusta com a voz, olha rapidamente para Alê, que sorria.
- Há quanto tempo você está ai?
- Tempo suficiente para saber que você não sabe escolher historinhas para uma bebê... Gargalhou. – Quais história você contou a ela amor? Primeira e segunda guerras mundial? Estava sendo debochada. Clara virou os olhos. Ficaram mais um pouco brincando com a pequena. – Daqui a um mês ela vai para casa comigo... Fitou a pequenininha. Clara a encarou...
- Pode me acompanhar até minha sala, preciso falar com você? Alexia mudou de expressão. Temia algo a Valentina. Chegaram lá, Clara pegou alguns raio-x's observou com muito cuidado, olhou outros exames... Alexia sentou na cadeira da frente, estava com a respiração ofegante. – São exames da valentina... Alê ficou pálida. – Como pode ver, o desenvolvimento dela foi incrível, fico em dúvida se foi nossos cuidados médicos ou cuidados maternos... Encarou a menina que respirava com mais facilidade.
- Que susto Clara. A médica riu. – Para, foi sério...
- Acha que não notei sua aflição... Ela está ótima meu amor, vai fechar esse trimestre com chave de ouro... Pensou um pouco. – Vamos ao teatro mais tarde?
- Teatro? Peça de que?
- De desigualdade social, de uns amigos meus... Fez aquela cara que Alexia não nega nada. – Favor amor... Eu tinha marcado de levar a mãe para jantar fora...
- Leva a velha rabugenta também... Sorriu.
- Tá, vou tentar encarar a fera. Se despediu. Voltou a trabalhar, estranhou ninguém lhe procurar, os meninos estava muito ocupados pelo visto. Focou no trabalho chegou em casa, encarou a cascavel, que fora uma resistência para não ir no teatro. As sete Clara chegou estava belíssima... Seu jeito espojado como sempre, mas Alê gostava assim. Já ela, estava encantadora naquele vestido casual. Chegaram no teatro deram de cara com toda a turma, até Luk estava presente, a morena estranhou todos ali, mas segundo eles Sofia também tinha amigos e convidou todo mundo. Entraram, começaram assistir a peça, o teatro estava lotado. A peça era divertida, tinha uma enorme crítica... No final o homem informou que o casal da última parte estava se recusando a entrar em cena e eles precisava de um pedido de casamento... Foi então que o cara falou que ia chamar um casal voluntário da platéia pelo nome.
- Alexia Gardiman... E deixa-me ver aqui... A morena arregalou os olhos. – Clara Kings... Venham até aqui... Ela se afundou-se na cadeira, estava mega constrangida. Clara levantou e foi andando calmamente.
- Mas que prepotente... Falou olhando a namorada ir.
- Logo você amor, com vergonha desse pequeno palco... Marcos a cutucou. Ela levantou e saiu pisando quente... As pessoas gritavam e aplaudiam, ela subiu por um lado e Clara por outro... O rapaz se afastou e logo Alexia avistou Pedro entrar com duas alianças... Ela quase desandou, encarou Clara que tinha um sorriso travesso...
- Sabe aqueles dias vazios, sem significados, que você não vive, existe? Falava com uma maestria para o público. – Aquelas doses infinitas de bebidas, ressacas mau curadas por nada? Sabe aquela pessoa que aparece só para te destruir, plantar o desamor, aniquilar seus sentimentos bons, deixar escassa a esperança e os sonhos de um futuro a dois? Aquelas noites na numa cama espaçosa, angustiantes atrás de respostas das perguntas que você não sabe nem quais são? A falta de algo, mas ao redor se tem tudo, de beijos e beijos fúteis, sem sentimentos, sem amor... Alexia estava chorando. – De sex* puro, por simples falta do que fazer, ou para alimentar um ego ferido por outro individuo que não sabe o que é amar... Da descrença do par perfeito, do descaso das poesias de amor, do mundo preto e branco, sempre na mesma monotonia... Sabe tudo isso? Olhou para Alexia. – Você transformou! Sorriu, ouviu um soluço da morena. – Sim, agora vejo, vermelho, azul, violeta entre outras cores... Agora aqui dentro as coisas ganharam formas e tamanhos, os sonhos foram desacorrentados e estão soltos e audaciosos... A esperança... Sorriu. – Chefe de tudo, leva a um pelourinho qualquer sentimento mal que quebre essa harmônia que você instalou dentro de mim... Recebeu um sorriso. O rapaz voltou com um violão e entregou a Dra que colocou um microfone sem fio. A banda que estava mais acima começou a tocar. Alexia já se desmanchava. Então a Dra começou com aquele dedilhado perfeito...
Eu não sabia mais sonhar
Eu preferia só ficar, sozinha nessa estrada
Eu esquecia quem sou eu
Eu refletia como o breu, antes da sua chegada
Você me trouxe o porque
Me fez sorrir por merecer
Me deu seu horizonte e a ponte pra acessar
O brilho desse sol em mim e a coisa toda de ruim
Se foi.
Acordo antes de você só pra ver o teu sorriso
Quando abre os olhos e me vê.
Pronto, o dia já se iluminou
Razões pra ir em frente eu tenho aos milhões
E no café ao meio dia
Você prepara o que eu queria
Um beijo acompanhado de ontem
Do corpo que eu maltratei de tanto te querer bem.
Inacreditável, eu me sinto confortável ao lado seu
É que eu não sabia que a vida me traria o que jamais me deu.
Alexia coitada, não era mais ninguém só chorava e sorria. A Dra largou o violão andou em direção a ela, e ela fez o mesmo. A outra pegou as alianças do Pedrinho... Se ajoelhou de frente para morena, deu um sorriso maroto. – É que eu não sabia que a vida me traria o que jamais me deu... Cantou lentamente... – E aí cientista da moda, quer formar uma família comigo, você, Valentina e eu? Alexia estava tão emocionada que abria e fechava a boca... A médica olhou para as pessoas e sorriu. – Gente ajuda aí a menina encontrar a voz... Ouviu uma gargalhada estridente da platéia... Alexia gargalhou com a bobeira da outra.
- Claro que aceito sua idiota... Clara sorriu para as pessoas ficou de pé, colocou aliança no dedo da morena, e o mesmo fez ela... Alexia deu um grande abraço e beijou apaixonadamente a noiva, sacou? Noivas agora! O elenco reapareceu no palco, todos aplaudiam, fizeram uma reverência para as pessoas e as luzes se acenderam, os amigos correram para aonde estava as amigas. A Dra estava com Sofia agradecendo os amigos do teatro... Alexia era só pulinhos com os amigos, para vocês terem noção até Andrezza estava em pleno êxtase... Encontrou os olhos da amada a fitando, sorriu para ela e foi em sua direção... – Sabia que você me deixou super constrangida? fez cara de brava. Clara sorriu.
- Sinto muito, não tinha essa intenção... Pensou um pouco. – Mentira, tinha intenção sim! Gargalhou, começaram a trocar vários beijos.
- Queremos saber se as pombinhas aí vai comemorar? Sofia estava sem jeito por atrapalhar a amiga...
- Claro amiga, vamos lá! Todos saíram, deixaram as crianças com 'dona Rita' na casa do Marcos. E seguiram para um barzinho com música ao vivo. Chegaram fazendo maior farra no local, foram alvos de olhares...
- Gente eu ainda não acredito que Clara fez isso... Falava Andrezza numa empolgação total.
- Eu não acredito que você está se referindo a mim, e não me insultou... Andrezza mostrou a língua para a médica. – Agora sim, a boa e velha Drezza... Todos gargalharam.
- Aí gente eu tô tão feliz! Saltava da cadeira.
- Calma aí amor, deixa a empolgação para casa... Clara sorriu de forma travessa.
- Idiota...
- Que lua de mel rápida... Marcos comentou, todos gargalharam, ficaram horas e horas jogando conversa fora.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]