@mor.com por Carla Gentil
Capítulo 7
- Não acredito no que estou vendo! – Laura gritou consigo. – Gata empacada
instalou...
Laura: UMA CAM!
Sam: Não aguentava mais vc pedindo pra me ver...
Em segundos apareceu na tela a mensagem: *Iniciando uma Chamada de Vídeo com – Sam, a Gata - Encerrar Chamada (Alt+Q) *
Laura quase subiu pelas paredes. Há semanas vinha pedindo a Sam para conversarem por vídeo e fone, mas a loira era meio resistente.
- Ah, enfim uma grande evolução no nosso relacionamento – falou assim que colocou o fone, já eufórica com as primeiras imagens.
Ampliou para tela cheia e ficou conversando recostada em sua poltrona no quarto. A loira era muito mais bonita do que aparentava nas fotos, achou o cabelo dela lindo, bem claro, na altura do ombro. Ela usava uma camiseta branca de alcinha que deixava sua aparência angelical, embora nem sempre o olhar comprovasse esta tese.
Sam também ampliou a tela, ela não falava mesmo com outras pessoas, não tinha nenhuma pesquisa para fazer, então podia dedicar toda sua atenção para a conversa com Laura. Deixou o notebook aberto em suas pernas e ficou encostada na cabeceira da cama. Riu com o comentário de Laura.
- Nós temos um relacionamento? Alguém esqueceu de me avisar!
- Nós não temos? – Laura se aproximou de sua cam, olhando fixamente para ela.
A visão daquelas safiras brilhantes que a olhavam diretamente, fez Sam engolir em seco. "Mas, por Zeus! Como ela pode ser assim, tão linda! E estes olhos? Isto não existe!". Aquele olhar, a deixou com os sentidos lentos... E os sentimentos acelerados.
- Pelo que posso entender, você quer ser minha namorada? – Sam se viu respondendo, estranhando a si mesma, no entanto, ansiosa pela resposta.
- Eu não ia falar nada, mas já que você pediu, eu quero sim! Pronto, agora você não pode mais mudar de ideia. Seria muito feio enganar uma mocinha indefesa de forma tão cruel.
- Mas eu pedi? Não me lembro de ter pedido nada, eu só estava... É... Tudo bem, sou uma mulher de palavra. Não lembro de ter pedido, mas se você diz, não posso mesmo mudar de ideia e ferir sua inocência.
- Hum, quem me dera que você quisesse mesmo...
- Acho que talvez seja interessante você levar em consideração o que eu penso a respeito.
- Ai, tenho até medo de perguntar.
- Você! Com medo? Achei que você fosse "A" destemida! Que decepção cruel!
- Eu não tenho medo de muita coisa, tá, mocinha. Tenho muitas habilidades e coragem é uma delas, mas é que... Bem, nesse momento nada é mais importante pra mim.
- Laura...
- Hum?
- Quer namorar comigo?
- Quero - Laura respondeu prontamente, quase saltando da poltrona. - Você quer? - completou já sem tanto entusiasmo, a expressão de espanto.
- Acha que eu perguntei por quê?
- Você não é do tipo que precisa de razões, ou que seja fácil de prever ou...
Você quer mesmo namorar comigo?
- Quero, Laura, eu quero... - Sam sorria. - Posso confiar em você?
- Sabe que pode.
- Não. Eu não sei, por isto estou perguntando.
- Sim, você pode.
- Por quê?
- Porque até hoje eu fiz pouca coisa por mim - Laura falava pausadamente, buscando a resposta dentro de si. - Tive retorno, não estou reclamando. Só que agora eu sinto essa vontade, uma necessidade de ser feliz, de te fazer feliz. Eu quero ser confiável pra você. Quero porque isso me faz bem também.
- Ah, é? Mas por quê?
- Porque... Porque você tem a voz que eu espero o dia todo para ouvir, você tem os comentários que me fazem ver um mundo que é bonito. Porque quando penso em você tudo fica tranquilo, e o mundo não é feito de coisas ruins. Existe beleza, existe suavidade, existe explicação. As coisas, mesmo as que eu não sei, se justificam quando falo com você.
- Você sente isto por mim? - perguntou incrédula.
- Sinto... E olha! Fiz umas pesquisas no google e descobri que isto é amor, não
é estranho?
- Sim é estranho, considerando que você não sabe se tem alergia ao meu cheiro, por exemplo.
- Tudo bem, eu compro um antialérgico se isto acontecer, mas não vou te perder.
- Por quê?
- Porque, criança de quatro anos... Porque eu descobri que não posso abrir mão de você. Ainda mais agora que sei que você gosta de mim! Quem sabe está até apaixonada – Laura exibia um sorriso brilhante, que embora quisesse que parecesse goz*dor, mostrava comoção.
- Na verdade, não sei dar nome ao que sinto por você, Laura. Nunca senti nada assim, antes – ao olhar de espanto de Laura, emendou. – Acho que está tudo muito rápido e muito estranho.
- Você não precisa dar nomes, posso sobreviver sem um rótulo... Por agora, apenas sinta. Eu estou sentindo muitas coisas por você também, sabe.
- Ah é? Que tipo de coisas?
- Me sinto em casa com você. Como nunca me senti antes – falou sorrindo.
- Sabe que este seu sorriso é de matar, não sabe? Você faz de propósito.
- Hum... Por quê?
- Como?
- Agora é minha rodada de porquês, sua espertinha. De matar, por quê? Que tipo de sensação te provoca - Laura olhou novamente fixamente para a cam, mas tomando o cuidado de deixar todo o seu rosto ficar exposto na tela.
- Hum, Laura... Eu nunca namorei por Internet – colocou um dedo no queixo e forçou o pensamento, enrugando a testa. – Pra falar a verdade, eu nunca namorei. Não sei como funciona isso.
- Eu também nunca namorei por internet. Talvez isto seja bom, talvez a gente só consiga deixar as coisas fluírem e vamos ver onde vai dar.
- Pra mim tá bom assim. E, nestes dez minutos de namoro posso dizer que, definitivamente, a sensação é boa – falou com um sorriso.
- Você é tão meiga! Me espanta que façam os comentários que você diz que fazem a seu respeito.
- Eu sou, era, sou... Sei lá. Nunca fui de me relacionar, ou de manter amizades.
- Sei, você é um abatedouro, não é?
- Ah, você não é muito diferente, pelo que me disse. Falou que já namorou, mas não que foi apaixonada mesmo por alguém.
- Eu ando tão comportada ultimamente. Ei! Faz de novo?
- Hã?
- Faz de novo esta cara que você fez quando disse que não é de manter relacionamentos? O meu print foi muito lento.
- Ah, você está fazendo prints!
- Claro! Você é tão econômica em fotos e, sabe, eu tenho sentido saudades. Morro de inveja destes seus amigos que podem te ver o dia todo. E agora eu sou sua namorada, então eu posso.
- É, eu também tenho, destas espanholas barulhentas que te seguem em todo lugar.
- E no entanto, só você me interessa.
- E no entanto, só você me interessa – imitou Sam com um sorriso tímido. – Já é bem tarde ai, não é? Você me disse que tem que acordar cedo amanhã.
Laura olhou para o relógio com grande desânimo.
- É, tenho que levantar daqui a pouco.
- Vai dormir então, amanhã a gente conversa mais. Agora que você é minha namorada, pode me ligar quando quiser. Só que liga no meu celular, não no do
Arthur, tá.
Laura riu.
- Eu decorei aquele número, sua malvada! Minha dificuldade pra decorar números nem é de brincadeira. Duvido que vá conseguir de novo.
- Não precisa, sabe. Inventaram um negócio muito útil, que chama agenda. Até deve ter no seu celular.
- Vou ignorar o seu comentário... Olha só, que luxo, vai ganhar o número um, na discagem rápida. Privilégio de namorada.
- Sei... Nem quero pensar na quantidade de discagens rápidas seu celular deve ter registrado.
Sam falou o número e Laura anotou na agenda do celular. Pensou em tentar decorar, mas agora estava tão ocupada olhando para aquele rosto e tentando gravar as imagens em sua cabeça que não ia perder tempo com isto.
- Bem, já que a patroa mandou, vou me deitar então. Dá um beijinho aqui, Sam.
Laura se aproximou da câmera para dar um beijo. Sam olhava-a quase hipnotizada. Ao notar a reação da outra, Laura abriu um sorriso malicioso e falou.
- Ah, se eu estivesse ai, você estaria sendo coberta de beijos agora. Sua boca parece ser tão macia, eu te daria um beijo longo, estaria desbravando sua boca, conhecendo seus sabores.
- Laura... – Sam estava com a garganta seca, olhando a morena falando com ela com aquele brilho no olhar, colocando a língua entre os lábios, mordendo os próprios lábios. – Por favor! Isso é maldade demais!
- E então...
- Ah, vá dormir! Bandida!
Com um sorriso e um balançar de sobrancelhas, Laura desejou boa noite, em um tom que sugeria muito. E foi. Sam minimizou a tela e afastou o notebook para os pés de sua cama.
Sozinha em seu quarto, ficou repassando o que tinha visto. Estava muito excitada, com apenas alguns olhares, com aquela voz, com aquele tom de voz. Fechou os olhos e tentava se conter. Mas seu corpo estava trabalhando por si.
Ouvia sua própria respiração se tornar profunda, sentiu necessidade de sentir contato em seu corpo. Passou uma mão pelos lábios, pois podia sentir quase, o
beijo que Laura descreveu. A outra mão, tocou em seus seios, voluntariamente, arrancando dela um gemido de desejo.
- Laura... – chamou.
Laura estava no banheiro, escovando os dentes. Quando voltou para o quarto e ia desligar o computador, ouviu seu nome, mexeu no mouse para tirar o descanso de tela... E viu!
Seu coração disparou, seu queixo caiu... Ela caiu sentada na poltrona, enquanto assistia sua namorada se tocar em movimentos lentos. Desligou o microfone de sua máquina, para não perturbá-la neste momento quase sagrado. "Zeus! Ela é simplesmente uma delícia!"
A posição em que a cam estava, lhe proporcionava uma visão única. Pode ver a mão que estava na boca, descer para dentro da lingerie, e perceber os movimentos insinuantes que fazia ali dentro. Os movimentos do corpo que se aceleravam, enquanto a outra mão permanecia fazendo carícias nos seios. Pode ver a loira firmar os pés para se arquear na cama, enquanto em um espasmo, novamente chamava seu nome.
Laura achou melhor desligar a cam antes que Sam percebesse que teve audiência. Ela provavelmente se sentiria constrangida. Foi se deitar com a certeza de que esta seria uma noite em que o sono demoraria a chegar.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
Tatta
Em: 15/05/2017
Estou adorando essa história... espero que as postagens continuem no mesmo ritmo!
Resposta do autor:
Só não posto mais pq seria falta de respeito com as outras pessoas que estão publicando de tirar as histórias delas da página de postagens recentes. Está tudo prontinho :-)
Beijinhos
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]