@mor.com por Carla Gentil
Capítulo 3
Sam encontrou Arthur na porta de seu prédio e foi logo pulando em seu
pescoço.
- Cara! Você não acredita com quem eu estava falando!
- Considerando sua animação deve ter sido com o Brad Pitt...
- Argh! – Sam fez uma careta.
- Ou com a Angelina Jolie – completou depois considerar por um segundo.
- Oxe! E eu lá sou tiete deles? Tá me estranhando, cabeção?
- Vamos lá, sou péssimo para adivinhações.
- Tcharan! Com Laura Sanches! – ela falou saltitando, de frente para ele, com as duas mãos fechadas sobre a boca.
Arthur ficou olhando para ela, nunca a tinha visto tão entusiasmada, seus olhos pareciam esmeraldas brilhantes.
- Suponho que eu deveria saber quem é, não é mesmo?
- Aff! Em que planeta você vive, cabeção?! Laura Sanches é uma fotógrafa super famosa. Ela tem uma das coleções mais invejáveis de prêmios que um fotógrafo de respeito pode desejar. Sou super fã dela!
- Ah! Que legal! – respondeu não tão entusiasmado. – Entendo tudo de fotografia... Nem sei como não conheço esta daí.
- Eu falei com Laura Sanches! Nem tô acreditando! – Sam saltitava, sem parecer ter ouvido o sarcasmo dele.
- Ela que te ligou? Te chamou pra algum trabalho?
- Na verdade, não. Nós conversamos por MSN, mesmo. E não, não era sobre
trabalho.
- Conversaram por internet? – perguntou surpreso. – E se fosse um fake?
- Larga mão, Arthur! Quem é que vai querer fazer fake de fotógrafo? E depois,
era ela mesma. Ela é daqui, mas mora na Espanha, sabia?
- Sabia, não - ele agora parecia realmente interessado em saber mais, o que pela primeira vez com Sam, não parecia ser algo difícil de conseguir. - E então, como foi a conversa com sua ‘ídola’?
- Ah, Arthur, ela é uma profissional que admiro muito, mas nunca fui do tipo tiete, sabe? Nem tinha reparado bem em como ela era. Sempre reparei muito nas fotos que ela tirou, talvez por isto não tenha prestado atenção nela antes.
- Está dizendo que agora prestou?
- Sim... Prestei atenção em uma foto no orkut, porque aquela palhaça colocou uma foto do Garfield no MSN.
- Você também usa.
- Pois é, ela colocou para tirar sarro de mim!
- Ah é? Mas ela colocou durante a conversa ou antes?
- Quando entrou já estava assim, por quê?
- Ela entrou só para falar com você, então.
Sam parou para considerar sobre isto. Iria perguntar para Laura na próxima conversa. Ficou animada novamente, contou para Arthur durante o trajeto a pé até o bar quase toda a conversa.
Quando chegaram, estava rindo das brincadeiras que haviam feito sobre “fotógrafa sexy”. Sam notou que os amigos de Arthur pararam de rir quando os viram, assumindo uma postura mais rija na cadeira. Ela sabia muito bem o motivo disto.
Não costumava deixar passar uma oportunidade para ser sarcástica e enfiar o dedo na ferida alheia. Não era à toa que sempre perguntavam a Arthur se ela estaria junto quando marcavam alguma coisa. E que boa parte deles arrumava uma desculpa pra não aparecer quando a resposta era afirmativa.
Só que Sam não estava com instinto destruidor naquela noite. Sentia-se animada, tinha tirado algumas fotos muito boas de manhã, tinha se divertido com a conversa e, acima de tudo, “Eu falei com Laura Sanches!”, não cansava de se lembrar.
Sentou-se à mesa ainda rindo. Olhou para eles e disse:
- Calma, povo! Eu não mordo... Não vocês. Não hoje – reconsiderou, para manter sua adorada fama de má. – Estou morrendo de fome, já pediram?
- Ainda, não. A gente estava esperando vocês. Pedimos uma porção de frios para esperar, pode ser? – Andréa falou passando a travessa para o outro lado da mesa, sua voz parecia um tanto receosa.
Ver Sam brincando não era algo muito comum. “Não sem ter alguém chorando, pelo menos”, pensou enquanto dava um sorriso amarelo para a loira que já se servia. Apesar do clima permanecer tenso por mais alguns minutos, logo estavam todos se divertindo com os causos que Virna, a namorada de Andréa, contava.
Tinham ido a um bar com videokê e logo o pessoal da mesa de Sam começou a pedir para que ela fosse cantar. Um olhar que faria congelar toda a água do oceano foi eloquente o suficiente para que mudassem o alvo da brincadeira. Acharam mais saudável não abusar da sorte. Ainda mais que a noite estava se saindo surpreendentemente boa.
******
Pela manhã, Laura contabilizava as milhas que tinha rolado na cama durante aquela noite. Apesar de ainda cansada, não conseguia parar de pensar, questionar o seu estilo de vida, suas escolhas.
Aquela gata amarela – precisava muito dar um novo rosto a Sam - tinha a mesma profissão que ela, em tese. Sim, em tese, porque na verdade, faziam coisas absolutamente distintas. No entanto, Laura percebia que o trabalho de Sam não era menos importante que o seu. Ela tinha se sentido realmente tocada, transformada pelas fotos que viu.
Ainda deitada, ouviu barulhos abafados na porta em frente de seu apartamento. Permaneceu na mesma posição, rindo silenciosamente, esperando... Logo ouviu a porta se abrir e uma sucessão de “psius” e “shhh” que fariam acordar uma múmia.
Levantou-se e foi esperar encostada na parede, ao lado da porta. Repentinamente, a porta se abriu com violência e três garotas entraram correndo e pularam na cama. Laura foi logo atrás delas, jogando-se sobre suas invasoras.
- Ai! Isto não vale! – gritou Lupe, tentando achar uma brecha para escapar.
- Socorro! Tão me amassando! - Su não conseguiria sair dali, tinha muita gente sobre ela, o máximo que podia fazer era tentar espernear.
- Peste! Nunca dá pra te enganar, não é? – por fim, Dana, a mais velha e mais
forte das três irmãs Martinez, resmungou com falsa irritação.
- Iam pular sobre mim? Eu gosto mais de ficar por cima, baby! – Laura falou já
se arrependendo, quando reparou no imenso subtexto, que a frase continha. – E aí, vão se render ou querem que eu role mais um pouquinho aqui em cima? Porque eu posso fazer isso o dia todo – disse ao forçar mais seu corpo para baixo.
- NÃO! Desce daí sua... Vaca!
- Sua o quê? Não ouvi direito! – Laura deu um pulo sobre elas.
- Sua forte, invencível e poderosa! – responderam as irmãs, entre risos e gemidos.
- E linda – emendou Lupe, ela não deixaria passar a chance.
Laura saiu de cima das amigas, já sabendo que seria alvo de uma guerra de travesseiros.
Era sempre assim. Quando chegava de suas longas viagens, suas vizinhas vinham dar as “boas vindas”, contar a ela todas as (poucas) novidades da cidade e depois saíam juntas para um jogo de vôlei de praia.
Elas estavam viajando, por isto só notaram a presença de Laura no dia seguinte. Tinham, por segurança, uma cópia da chave do apartamento da amiga. A mãe delas, dona Carmem, fazia imensos discursos sobre os perigos de uma moça morar sozinha. Ela achava graça, mas era bom encontrar este afeto materno assim tão perto.
Dana, a filha mais velha de dona Carmen, tinha os mesmos 29 anos que Laura, Lupe era um pouco mais nova e Su, a criançona da casa já estava próxima dos vinte.
Lupe, tentava ficar com Laura desde que se conheceram, mas apesar de Laura achar a espanhola muito, muito sensual, não queria arriscar amizades preciosas por uma aventura. O que não quer dizer que tenha sido fácil resistir às investidas daquela belíssima mulher, de pele e cabelos castanhos e mais curvas que a estrada de Santos.
Laura foi praticamente arrastada para um almoço na casa de suas vizinhas, depois, saíram para aproveitar o dia que estava mais quente que o normal para aquela época do ano. Passaram a tarde jogando vôlei na praia e depois esticaram até uma lanchonete.
Apesar do dia divertido e agitado, Laura mal conseguia conter a ansiedade para ter um computador em suas mãos e falar outra vez com uma certa felina comedora de lasanha...
Fim do capítulo
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Zaha
Em: 13/05/2017
Oie Carla!
Só pra dizer que nao sei de onde tirei o nome Casandra,é Lupe!rs
N gosto do final do 3 capítulo,nao do que você escreveu e sim de Lupe,qualquer coisa que tenha essa espanhola chata,eu n curto!!Ela me deixou altos traumas tenho..sofri horrores quando li pela primeira vez...
Bom finde,beijos
Resposta do autor:
Alguma coisa meio sádica em mim ficou feliz que vc sofreu quando leu. Não porque sofreu, mas pq teve empatia o suficiente pra ter esse tipo de sentimento. Ok, sou malvada, vou ajoelhar no milho e já volto.
Zaha
Em: 13/05/2017
Oie Carla!
Só pra dizer que nao sei de onde tirei o nome Casandra,é Lupe!rs
N gosto do final do 3 capítulo,nao do que você escreveu e sim de Lupe,qualquer coisa que tenha essa espanhola chata,eu n curto!!Ela me deixou altos traumas tenho..sofri horrores quando li pela primeira vez...
Bom finde,beijos
Resposta do autor:
Alguma coisa meio sádica em mim ficou feliz que vc sofreu quando leu. Não porque sofreu, mas pq teve empatia o suficiente pra ter esse tipo de sentimento. Ok, sou malvada, vou ajoelhar no milho e já volto.
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