Capítulo 1 - Le début
Gabriela
Me chamo Gabriela Mader, carioca, 26 anos e solteira - namorando, na verdade, às vezes nem me lembro desse detalhe. Moro com meus pais (é, ainda moro). Já pensei em sair de casa, ter meu próprio apartamento mas o doutor Guilherme e a doutora Beatriz, insistem que não é a hora. Eles são dois seres humanos maravilhosos que sempre me deram do bom e do melhor e nunca esconderam a vontade de me ver realizada, o que pra eles significa eu estar bem empregada, casada e com três filhos, que vão animar a casa deles aos finais de semana.
Ultimamente a minha vida está uma confusão só, tenho me sentido muito indecisa e insatisfeita com coisas que antes me realizavam. Não sei se porque preciso decidir se aceito ou não uma bolsa para realizar meu mestrado na França, não que eu nunca tenha viajado ou algo assim, curto muito conhecer novos lugares, novas pessoas e culturas diferentes, mas pensar em ficar tanto tempo longe é um pouco assustador. Ou porque esteja me sentindo afastada do meu namorado aqui, morando na mesma cidade, no mesmo bairro, que tenho medo de que essa viagem acabe com o pouco de sentimento que ainda me resta por ele. Não sei explicar, sabe aquela frase "não é você, sou eu"? Se encaixa perfeitamente na nossa relação. O Caio é perfeito, não tenho nada para apontar de errado nele, às vezes, fico olhando e caçando algum defeito, alguma coisa que me faça entender o porque dessa frieza que estou sentindo em relação a nós, mas eu nunca encontro nada e fico ainda mais angustiada por estar me sentindo assim.
Enfim, deixemos a confusão do meu namoro um pouco de lado, por enquanto. O que eu queria mesmo era entender esse nervosismo precoce com essa bendita viagem, que está tirando meu sono antes mesmo de acontecer. Sinto como se algo fosse acontecer, sabe? Tenho a sensação de que com ela a minha vida vai mudar. De qualquer forma, por ora, só me resta esperar pra ver.
Eloise
Je m’apelle Eloise Heyd, tenho 32 anos, sou professora em uma grande universidade na cidade de Montpellier, no sul da França. Apesar de ter nascido no Brasil, me considero francesa, já que meus pais mudaram para Grenoble quando eu ainda tinha dois anos de idade e eu fui criada lá. Minha mãe, dona Marion, é francesa e meu pai, senhor Pedro, é brasileiro, por isso, desde cedo aprendi as duas línguas e sou proficiente em ambas.
Tive uma criação muito aberta, meus pais sempre buscaram me apoiar em minhas decisões e nunca se opuseram a nada do que eu decidi fazer. Essa postura deles me deixou à vontade para revelar uma das descobertas mais importantes que tive na minha vida, quando me vi apaixonada pela Claire. Quando contei para eles, ambos me incentivaram a me declarar para ela e foi o que eu fiz. Ainda me lembro do momento, na biblioteca, em que vi aquela menina loira que se escondia atrás dos óculos de grau e dos imensos livros de medicina, olhando pro nada. Algo em mim mudou, eu não conseguia desviar o meu olhar, até que ela percebeu e sorriu sem graça para mim, foi a coragem que eu precisava para sorrir de volta. Foi quase um mês entre encontros na biblioteca e sorrisos, até que eu resolvi puxar assunto com ela e descobri que ela era muito mais incrível do que eu imaginava. Namoramos durante toda a nossa graduação, nos formamos e fomos morar juntas. Diferente de mim, engenheira que pensava em ter uma boa renda e poder viver a minha vida confortavelmente ao lado dela, Claire buscava através do seu trabalho ajudar as outras pessoas e foi por isso que ela decidiu participar do programa médico sem fronteiras. A partir daquele momento, minha vida passou a ser baseada em momentos de felicidade plena, quando Claire não estava em missão e em momentos de extrema preocupação, quando ela viajava para países em situações precárias para ajudar. E foi em uma dessas viagens, para uma missão na África, a dois anos atrás, que a felicidade plena foi arrancada da minha vida, minha mulher contraiu ébola e acabou sendo mais uma vítima fatal da doença. E foi aí que minha vida perdeu a cor, meus amigos e familiares me dizem que eu me tornei uma pessoa amarga e descrente na vida, mas afinal, o que eles esperavam de mim? Como acreditar ou ver sentido em uma vida que arrancou de mim a minha melhor parte? Hoje eu sobrevivo fazendo a única coisa que ainda me dá algum tipo de prazer: lecionar. A sala de aula é o lugar onde ainda me sinto um pouco viva e foi nela que um sopro de esperança ressurgiu em mim, mas isso é uma história para os próximos capítulos.
Fim do capítulo
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EdyTavares
Em: 10/05/2017
Aguardando mais. Sentindo cheirinho bom de amor no ar, rsssss
Parabéns meninas!
Resposta do autor:
Edy , boa tarde linda *-*
Logo postaremos o próximo rs, tbm estou sentindo esse cheirinho kk
Muito obrigada mesmo Edy,pelo seu carinho .
Beijos
Dai e Lalís
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Tammy
Em: 09/05/2017
Hmmmm, estudante e professora... Já quero a continuação, me deixou curiosa, principalmente com a professora.
Adorando, posta mais! hahahaahahah
bjos
Resposta do autor:
Obrigada, Tammy! Que bom que gostou!!! ^^
Já postamos capítulo novo, esperamos que goste tbm. ahaha
Beijo,
Dai e Lális
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Rayddmel
Em: 09/05/2017
Ahhhh!!!! Que lindaasss, postem maiiiss! *-* *-* *-* *-* *-*
<3 <3 <3
Resposta do autor:
Linda é você, Rayddmel!!! Esperamos que tenha gostado desse início e continue acompanhando a nossa história.
Beijo,
Dai e Lális :-* :-*
PS. Dicas são sempre bem vindas.
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Querino
Em: 09/05/2017
Início interessante.
O capítulo saiu pequeno
Bjs
Resposta do autor:
Querino, obrigada pela dica! O início era mais uma apresentação mesmo, por isso tá mais curto, mas vamos caprichar mais nos próximos. Esperamos que vc acompanhe e nos diga o que achou. =D
Beijo,
Dai e Lális
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