Depois do café, Isabella acabou dormindo o resto da manhã no sofá, acordando apenas no meio da tarde. Já Carol ficou impaciente e chateada, Ana Victoria que havia prometido voltar, mas apenas tinha mandando uma mensagem avisando que não poderia sair de casa, sem maiores explicações.

Quando Isabella acordou a irmã fingia que se concentrava em algo na tv, quando na verdade estava tremendamente chateada, Isa, conhecendo o gênio, por vezes, difícil da irmã preferiu ficar calada e apenas ficar vendo a tv também.

No começo da noite Isabella cansou-se de fingir que não havia nada acontecendo:

_Pelo amor de Deus Carol, fala logo o que está te incomodando, eu já estou ficando sem paciência com esse seu silencio.

_A Ana Victoria disse que ia passar aqui a tarde para darmos uma volta, tomar uma cerveja e apenas mandou um whats avisando que houve um imprevisto._ Carol parecia indignada.

_Aconteceu algo na casa dela? O pai está bem?_ Isabella preocupou-se.

_Ela nem tem a decência de me responder.

_Já pensou que ela pode estar ocupada?

_Não pensei nada Isabella, eu vou tomar um banho e sair um pouco, ficar dentro dessa casa está me deixando ainda pior.

Carol subiu as escadas correndo enquanto Isabella permaneceu jogada no sofá, não entendia como a irmã as vezes podia ser tão cabeça dura.

Carol desceu quase uma hora e meia depois, tinha os cabelos ainda molhados e vestia um short curto, uma blusinha de alça e um tênis:

_Aonde a senhorita vai?_ Isabella perguntou assim que viu a outra descer.

_Eu preciso sair um pouco, a minha namorada sequer me respondeu e olha que já deixei umas 200 mensagens. É carnaval poxa.

_Você deveria ver se está tudo bem, até eu já estou ficando preocupada com ela.

_Não adianta Isa, se eu for lá ela me expulsa. Ela não me deixa fazer parte da vida dela. Eu vou sair, ela nem vai sentir a minha falta.

Isabella deu de ombros, quando Carol cismava com algo era difícil faze-la mudar de ideia, voltou a jogar no sofá e passear pelos canais da tv, não queria sair, nem ler e muito menos estudar, estava tão distraída que se assustou quando ouvia a campainha, levantou com preguiça e tomou outro susto quando viu Ana Victoria parada na porta com rosto banhado de lagrimas, rapidamente a abraçou e conduziu até o sofá, apenas se separou da loira para ir pegar um copo com água, esperou paciente até a outra conseguir conter o choro:

_Cadê a Carol? Eu preciso tanto dela aqui comigo._ Ana Victoria falou triste.

Isabella não sabia o que fazer, nem como dizer a outra que a irmã havia saído.

_Ela foi dar uma volta, estava sentindo muito a sua falta e como hoje passei o dia quase todo dormindo ela se sentiu sozinha, falou que precisa espairecer um pouco._ Tentou justificar um pouco.

_Ela não compreende Isa, papai ficou muito triste depois que a mamãe foi embora, ela tem depressão vive trancado em casa, o único lugar em que ele vai é trabalhar, as vezes eu preciso ficar com ele, nós somos uma família.

_Vocês não tem mais ninguém? Primo, tio, avó?_ Isabella perguntou curiosa.

_Não, meu pai era filho único e os pais deles morreram logo depois que eu nasci, a família da mamãe não gosta muito da gente não, para ser sincera, nem dela, eles gostavam muito, então somos só nós, ele só tem a mim e as vezes a Carol não consegue compreender, e eu tenho medo de dizer a ele que estou namorando e ele se sentir ainda mais sozinho.

Isabella viu as lagrimas da outra começarem novamente e institivamente a abraçou:

_Você não está mais sozinha, além da Carol que te adora muito, agora você tem a mim também, uma copia mais perfeita ainda que a sua namorada._ Isabella brincou tentando aliviar o sofrimento que via no olhar de Ana Victoria._ Vem, enquanto esperamos a Carol eu faço algo para comermos.

Ana Victoria aceitou, disse que apenas lavaria o rosto e então iria para a cozinha, Isabella aproveitou a distração da outra para ligar para Carol, chamou e a irmã não atendeu, mandou uma mensagem avisando da situação da loirinha, pendido para ela vir para casa imediatamente.

Quando a loira voltou Isabella já tinha tirado varias coisas da geladeira e dos armários e olhava tudo pensando no que cozinhar:

_Ei Isa deixa que eu te ajudo.

_Nem pensar, você pode olhar enquanto eu faço macarrão.

Isa tentou manter  uma conversa leve, de maneira nenhuma queria a cunhada triste novamente, discretamente sempre que podia olhava o celular, mas não havia nenhum sinal da irmã. Ana Victoria se prontificou a arrumar a mesa e as duas jantaram num clima leve, com um jeito meio atrapalhado Isabella sabia ser engraçada.

Depois do jantar voltaram novamente a sala, Isabella sugeriu um filme, escolheu uma comedia só para ter certeza que nada ia deixar a outra triste novamente. Deixou a cunhada colocando o filme e foi até a cozinha dizendo que ia fazer pipoca, aproveitou que a outra não estava por perto e novamente tentou ligar para  a irmã, já estava chateada por a outra não atender o celular, voltou para a sala com pipoca, chocolate e refrigerante, sorriu ao sentar no sofá, uma lembrança boa de um filme que tinha visto com Laís um pouco antes do carnaval:

_Pelo sorriso bobo o pensamento foi Laís. Acertei?_ A loira perguntou.

_Lembrei que vimos um filme um dia desses, depois que terminou tivemos uma discursão de horas porque tínhamos pontos de vistas diferentes, depois lembramos que o filme era só uma diversão e não uma dissertação da faculdade, rimos e recomeçamos a discutir sobre o filme. E ela ainda me deu o livro de presente no dia seguinte.

_Eu acho que com Laís você também tem uma namoro intelectual.

Isabella deu uma risada alta, a irmã sempre dizia que seus namoros eram intelectuais e pelo visto já tinha contado para Ana Victoria.

As duas viram o filme jogada no sofá, até que o cansaço fez a loira dormir no meio do filme, Isabella também não resistiu e acabou adormecendo, e foi assim que Carol encontrou as duas, dormindo juntas no sofá:

_Que porr* é essa Isabella?_ Foi o grito que acordou as duas.

Fim do capítulo