Capítulo 13
Pulei para fora da cama, vesti um short curto e desfiado, um cropped branco e calcei salto alto. Joguei o necessário na bolsa enquanto ao mesmo tempo tentava passar a base no meu rosto. Corria de um lado para o outro tentando fazer tudo o mais rápido possível.
- Puta merd*! - exclamei depois de sujar a blusa com a base - mil vezes merd*, sabia que eu deveria ficar em casa hoje.
Troquei o cropped por outro que era preto, passei delineador, batom vermelho, perfume, peguei uma jaqueta e sai correndo em direção ao elevador. Respirei fundo e passei a mão pelo cabelo. Cheguei no carro e entrei como se nada tivesse acontecido, cumprimentei o meu amigo e sentei no banco de trás.
Me virei para a mulher ao meu lado e beijei seu rosto, recebi um sorriso, ela tem covinhas. Seu cabelo bate na altura dos ombros e é preto, olhos que pareciam ser da mesma cor e lábios vermelhos, mesmo sem ter batom neles. Usava um vestido azul escuro que ia até os pés.
- Então não estava com diarréia? - Daniel indagou inocentemente.
- Não - corei - você sabe que eu não queria vir.
- Sei, por isso trouxe essa companhia maravilhosa para você - fiquei ainda mais vermelha.
- Não se preocupe, se você não se sentir bem, te trago de volta - Lily falou e piscou para mim.
A boate é bonita, a música boa e várias pessoas bonitas. Tudo que alguém poderia pedir, certo? Errado. Eu não queria estar lá, então nada me agradava. Deixei os dois dançando e fui fumar. Aquilo se tornou mais frequente no último ano, andei até o bar desviando de cantadas e convites inconvenientes.
- Água, por favor - pedi.
O barman me entregou a bebida e por um momento lembrei da última vez que fui a uma balada, foi com a Amanda, me questionei várias vezes se eu tivesse a beijado naquele noite teria mudado alguma coisa.
Beberiquei a água, só eu para beber água em uma balada, olhei para a pista e localizei a Lily e meu amigo, eles dançavam e atraiam bastante atenção. A investigadora era bonita, mas eu não estava pronta.
Depois de enrolar o máximo possível no bar, fui até eles, me deixei levar por um momento e tentei esquecer de tudo. Dancei um pouco e me senti grata pela Lily não ter tentado nada, Daniel sumiu depois de conhecer um homem e quando voltou, quis ir embora levando seu acompanhante conosco.
Meu estado era sóbrio. Os outros não estavam em boas condições, Daniel chegou primeiro, o táxi me deixou no meu apartamento e me despedi da Lily.
Me joguei na cama, fiquei alguns minutos tomando coragem e tirei a maquiagem. Tomei banho e escovei os dentes, deitei e dormi em seguida.
Acordei com o meu celular tocando, já estava no horário de ir trabalhar? Parece que dormi por 10 minutos. Já falei que odeio balada?
Sai procurando o celular pelos cômodos, minha bolsa estava na sala, peguei e vi várias ligações perdidas do Daniel. Olhei a hora, tinha passado uma hora desde que cheguei em casa.
Retornei a ligação, pensei em ignorar e voltar a dormir, mas poderia ser uma emergência.
- ADRIANA - gritou ao atender - você precisa vir aqui, AI - tirei o aparelho do ouvido e ele continuou gritando - caralh*, isso dói. Vem aqui amiga, é uma emergência. Repito E-M-E-R-G-Ê-N-C-I-A - soletrou - câmbio, desligo.
Fiquei encarando meu celular, coloquei na balança o quanto eu gosto dele versus o quanto eu estava com sono. O sono venceu, tive que colocar na balança tudo o que ele fez por mim e inclui a possibilidade dele estar sendo torturado, tudo para ter forças e deixar minha cama para trás.
Coloquei uma roupa descente e mandei um beijo para a minha cama.
- Eu volto para você, meu amor - consolei minha cama e a mim.
Dirigi até o apartamento do Daniel jurando que se ele fez com que eu me separasse do meu amor à toa, nunca mais falaria com ele.
O porteiro já me conhecia, então subi até lá, com a chave reserva abri a porta e peguei minha arma. Caminhei para o quarto e antes de chegar na porta já ouvia os gritos dele.
Entrei de uma vez e quase atirei.
- Não acredito que você me fez vir aqui para ser voyeur - exclamei indignada - Daniel!
Olhei para o outro lado do quarto, na cama estava Daniel com as pernas abertas e o cara que ele conheceu na balada entre as pernas dele.
- O que? Não! Ai amiga, ainda bem que você chegou. Você precisa me ajudar - pediu desesperado.
- Esqueceu da camisinha? - ironizei.
- Não, saí da frente Jhon. Olha pra mim, Adriana! - fiz cara de nojo, eu não olharia nem se ele me pagasse.
- Daniel, não estou interessada nisso.
- Sua ingrata, depois de tudo o que eu fiz por você?! - chantagista - eu estava brincando com o Jhon, só que agora o brinquedo não quer sair - choramingou.
Me obriguei a olhar e me arrependi na hora.
- Me ajuda a tirar - pediu.
- Eu? Daniel não vou chegar perto do seu cu, amizade é uma coisa, isso é outra.
- Fiz tudo o que pude e não quer sair - resmungou - por favor!
Olhei novamente, tinha um negócio lá mesmo.
- Fecha essas pernas, pelo amor de Deus! - suspirei - vou te levar no médico, se arruma. Ajuda ele, Jhon.
A cada passo que ele dava era um novo grito, quando enfim chegamos no carro, ele deitou de ladinho. Se não fosse trágico eu riria, mas que espécie de amiga seria eu se fizesse isso?
Passei por um buraco e ele gritou.
- Dirige direito Adriana - rosnou - tenha consideração pelo meu cu.
- Quem não tem consideração é você que enfiou isso aí nele - gargalhei.
Ele começou a fazer drama, para ir mais rápido peguei um atalho que estava com a estrada não muito boa. Daniel gritava, mas eu sabia que era mais drama que qualquer outra coisa.
- Acho que a polícia está atrás de nós - pela primeira voz ouvi a voz do Jhon e entendi a razão de meu amigo ter aquilo dentro dele.
- NÃO SE ATREVA A PARAR ESSE CARRO! - Daniel "pediu".
Revirei os olhos e parei, sai do carro e era possível ouvir ele gritar a plenos pulmões vários palavrões. Ignorei, ele queria dar, então não podia reclamar.
- O que está acontecendo? - o policial questionou.
Mostrei meus documentos e que sou agente da CIA, expliquei rapidamente o problema e eles me liberaram.
O policial foi até a janela do banco de trás e bateu no vidro, Jhon abriu e o policial riu quando viu meu amigo choramingando.
- TA OLHANDO O QUE?
- Se você não tomar cuidado com o tom, te prenderei por desacato - falou o policial.
- VOCÊ NÃO SABE QUEM EU SOU!
- Não, mas quero saber... - pegou o celular - Me passa seu número? Podemos sair qualquer dia - piscou para o meu amigo.
- Sem brinquedinhos? - fez biquinho.
- Sem brinquedinhos!
Olhei a cena enojada, mereço. Daniel esqueceu da "dor" até ter trocado o número com o policial, só lembrou quando estávamos chegando no hospital.
Dan me pediu para ir com ele, para segurar sua mão, mas ele abusou muito da minha amizade por hoje, obriguei o Jhon a ir, uma vez que o causador daquilo foi ele.
Eu precisava de um café para acordar, me arrastei até a lanchonete, acabei comendo um pão também e quando voltei fui até a recepção perguntar pelo meu amigo.
- Luana?
Fim do capítulo
Palpitessss?
Té amanhã, beijosss.
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Mille
Em: 14/04/2017
Olha a Adriana não riu, mais eu morri aqui que figura e ele é tal cara de pau que aceitou o flerte do policial com o esquema dele perto.
Olha aposto ser a Amanda é o que espero mais aguardar a autora.
Bjus e até o próximo
Resposta do autor:
O Daniel é uma figura mesmo, atacante ele.
Amanda é? O próximo já está disponível e veremos lá.
Beijos, Mille.
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